Clipping Nacional de Educação Sexta-feira, 07 de Março de 2014 Capitare Assessoria de Imprensa SHN, Quadra 2 Bloco F Edifício Executive Tower - Brasília Telefones: (61) 3547-3060 (61) 3522-6090 www.cpitare.com.br
07/03/14 5283 POLÍTICA Máquinas por votos, a batalha de Minas O PT de Dilma e o PSDB de Aécio travam guerra de agrados às prefeituras mineiras Marcelo Portela / BELO HORIZONTE Os governos federal e de Minas Gerais travam há meses uma guerra em busca do apoio de prefeitos, os cabos eleitorais mais próximos dos eleitores - e, por isso, os mais valorizados para a disputa eleitoral de outubro. As armas da batalha, dos dois lados, são máquinas pesadas - caminhões basculantes, motoniveladoras, retroescavadeiras e outros equipamentos, generosamente doados - mas com direito a solenidades, discursos, abraços, vídeos e fotos. Para o PT e o governo Dilma, esse road show é nacional - as viagens da presidente são frequentes e cobrem praticamente todo o País. Em Minas, no entanto, o governo do Estado retrucou na mesma moeda. Assim, enquanto Dilma carrega junto seu candidato ao governo do Estado, o ex-ministro Fernando Pimentel, o governador Antonio Anastasia, que concorre ao Senado, busca apoio para o presidenciável Aécio Neves e seu candidato à sucessão no Estado, Pimenta da Veiga. Nessa corrida, os municípios mineiros já receberam, desde abril do ano passado, 2.367 equipamentos - 1.740 do pacote federal e 627 do estadual. O investimento da União chegou aos R$ 423,2 milhões, mais que o triplo do ofertado pelo governo tucano de Minas, de R$ 123,1 milhões. A disputa levou a presidente Dilma Rousseff, no mês passado, a Governador Valadares, no dia 16, e a Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, no dia 26, para doar esses equipamentos a 301 cidades. As chaves das máquinas foram entregues pela presidente a filas de prefeitos de vários partidos - o que a levou a dizer que seguia um "critério republicano". Essas doações foram destinadas a cidades com até 50 mil habitantes. "Esse programa de máquinas tem um papel muito importante em todos os municípios. Ele dá autonomia para os prefeitos fazerem o que devem fazer. Aquilo que a sua população pede, que são os trabalhos nas estradas vicinais, pelas quais escoa uma parte importantíssima da produção agrícola do País", disse Dilma. A resposta dos tucanos mineiros segue o mesmo ritmo. As 627 máquinas mineiras foram distribuídas a 354 cidades e as doações são parte do programa ProMunicípio Infraestrutura, destinado a "fomentar Continua
Continuação 07/03/14 o desenvolvimento dos municípios mineiros por meio de investimentos em infraestrutura viária e aquisição de veículos e equipamentos rodoviários". Nas suas viagens, Dilma procurou evitar o tom eleitoral. O programa é executado "picado", disse ela, por causa da "capacidade" das indústrias que produzem os equipamentos. Mas a maioria das máquinas foi entregue por Fernando Pimentel, quando ele era ministro do Desenvolvimento - apesar de o programa ser do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Ele continuou comparecendo às cerimônias mesmo após deixar o ministério. O PSDB mineiro não demorou a cobrar os petistas pela manobra. O presidente do diretório tucano, deputado federal Marcus Pestana, disse que a presidente "abandonou o posto" e deu lugar à "candidata Dilma Rousseff", que usa a "máquina pública". Doações tucanas. Apesar dessas críticas, desde abril do ano passado o governo mineiro do PSDB promoveu eventos semelhantes, igualmente registrados em fotos e vídeos, para doar os equipamentos aos prefeitos. Segundo a assessoria do governo mineiro, as entregas estaduais deverão estar concluídas antes das eleições de outubro - elas se inserem em um pacote maior, com investimento total de R$ 2,1 bilhões, que inclui áreas como saúde e educação. No caso específico de máquinas, equipamentos e obras de infraestrutura, diz a nota, "podem ser contemplados municípios com até 100 mil habitantes". As últimas unidades "estão sendo entregues" e todo o programa será executado até o final do primeiro semestre deste ano".
CORREIO BRAZILIENSE 07/03/14 5284 EDITORIAL Vandalismo em escola aposta no atraso Atos de vandalismo são inaceitáveis em todas as circunstâncias. Seja contra o patrimônio privado, seja contra o público, demonstram estágio de incivilidade incompatível com o século 21. Não faz diferença atacar agências bancárias da Avenida Paulista ou destruir telefones públicos no Entorno do Distrito Federal. São ambos delitos movidos pelo mesmo princípio e, por isso, passíveis de punição. Investir contra escolas, porém, acrescenta ingrediente preocupante às demais selvagerias. A ação se cobre de caráter simbólico. Reflete o descaso com a educação e, em consequência, com o futuro do país. Se a agressão ocorre repetidas vezes sem que se veja empenho na repressão, o quadro ganha cores mais fortes porque chega às autoridades responsáveis. É o que ocorre em Ceilândia. Durante os feriados de carnaval, o Centro de Ensino Fundamental 34 (CEF) sofreu violenta invasão. O saldo: segurança e patrimônio perdidos. Foi destruída parte das cerca de 8 mil obras que compõem o acervo da biblioteca. Entre elas, livros didáticos que seriam distribuídos aos estudantes. Cadeiras queimadas, lâmpadas em cacos, material pedagógico inutilizado, documentos espalhados pelo chão fazem parte do triste cenário descoberto na manhã de ontem. Causa indignação descobrir que o ataque sofrido no carnaval foi o terceiro em três semanas. No primeiro, ladrões roubaram 10 computadores destinados às aulas de informática. No último sábado, atearam fogo na guarita e atacaram as lixeiras. Na quarta, finalmente, sentiramse suficientemente protegidos para protagonizar mais um capítulo da novela. Dessa vez, com estragos maiores. O CEF 34 conta com dois vigias. Um está de férias. O outro não pode estar a postos 24 horas por dia. Informada, a Secretaria de Educação não tomou providências. Certos da impunidade, os vândalos ganharam segurança e desenvoltura. Até hoje, os computadores roubados não foram repostos nem foram identificados os autores da barbárie. Os alunos fim para o qual existem as escolas vão somando perdas. Além de aulas, perdem a oportunidade de avançar nos estudos de informática por as máquinas roubadas não terem prazo para serem repostas. Não só. Sabe-se que o medo é um dos responsáveis por evasões e baixo rendimento escolar. A violência que ronda as instituições de ensino, os funcionários e os corpos docente e discente cresce assustadoramente. Professores sofrem ameaças de retaliação caso façam valer a autoridade, deem notas baixas ou reprovem estudantes. Pior: não há perspectiva de melhora. Faltam projetos aptos a tornar as escolas ambiente convidativo ao estudo e estimulante para o enfrentamento de desafios e a busca de inovação. É aposta no atraso.
CORREIO BRAZILIENSE 07/03/14 5285 CIDADES EDUCAÇÃO» É assim que tratam a escola Criminosos aproveitaram que centro de ensino de Ceilândia estava sem vigilantes durante o carnaval para roubar computadores, rasgar livros e destruir o patrimônio. Direção acredita em retaliação por parte de alunos repreendidos» THALITA LINS Segundo a direção do CEF 34, um dos maiores prejuízos aconteceu na biblioteca, onde livros novos foram rasgados e estantes acabaram no chão As aulas de uma escola da rede pública de Ceilândia foram suspensas depois do ataque de vândalos. A destruição e o roubo de bens aconteceram no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 34, no Setor O, entre 16 de fevereiro e a última quarta-feira. A direção acredita que os episódios possam ter sido uma retaliação por parte de alguns alunos, pois funcionários flagraram quatro estudantes consumindo maconha nas dependências do local no fim de fevereiro. A investigação é de responsabilidade da 24ª Delegacia de Polícia. Sabe-se até agora que o vandalismo resultou em 11 computadores furtados, centenas de livros rasgados, janelas quebradas e carteiras inutilizadas. O prejuízo pode alcançar R$ 20 mil. O caso do CEF 34 aumentou as estatísticas de roubos e furtos em colégios do Distrito Federal (leia Memória). Uma das maiores perdas aconteceu na biblioteca. Vários livros novos acabaram destruídos. Outras obras que faziam parte do acervo da escola, calculado em cerca de 8 mil exemplares, tiveram o mesmo fim. Quem fez isso fez com raiva. Não tem outro motivo, avaliou o diretor do CEF 34, José Sarmento. Isso é vandalismo. Acredito que porque impomos regras, entre elas, a de não fumar. No mês passado, pegamos estudantes fumando. Ao chegar ao colégio, na quartafeira, o professor se deparou com um cenário de destruição. A começar pela guarita, que, no último sábado, havia sido incendiada. Na entrada, lixo espalhado. Após passar pela porta que dá acesso à área interna, ele encontrou grades de ferro, lâmpadas, um bebedouro e cadeiras depredadas. Paredes próximas às salas de aulas foram pichadas por pincel atômico, com mensagens que faziam apologia à violência. Uma delas mencionava o diretor, que registrou ocorrência na 24ª DP. A perícia, no entanto, só iniciou os trabalhos por volta das 16h30 de ontem. Os criminosos também aproveitaram que o CEF 34 estava sem vigilância para invadir e roubar 10 dos cerca de 28 computadores novos da sala de informática um foi levado de outro local. A porta foi arrombada e levaram os equipamentos. Estavam prontos para serem usados. Para não arriscar, tive de esconder o restante que não havia sido roubado, disse José. Além desse ataque, o centro de ensino acumula casos de violência. No ano passado, um porteiro foi ameaçado com uma faca, supostamente, por um aluno da instituição. O funcionário acabou remanejado para outra escola. No fim de janeiro, um vigilante noturno passou pelo mesmo problema. Ele também pediu para deixar a unidade. Atualmente, há duas pessoas responsáveis pela segurança, mas uma está de férias. Vigilantes O diretor do CEF 34 acusa a Secretaria de Educação de não dar atenção ao alerta feito por ele no início do ano de que o colégio ficaria descoberto durante 24 dias, inclusive nas datas em que o CEF 34 sofreu o ataque. Em nota, o órgão admitiu que Continua
Continuação 07/03/14 existe um deficit de vigilantes efetivos na rede pública, mas informou que há um projeto básico em fase de finalização para contratação de empresa, que disponibilize vigilantes terceirizados para o atendimento. Ao Correio, o secretário de Educação, Marcelo Aguiar, alegou que episódios de vandalismo como o do carnaval não são frequentes. Quando acontecem, costumam ser nas áreas onde têm mais violência no entorno das escolas, afirmou. A pasta entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para tratar sobre medidas que ajudem a combater os crimes. O Batalhão Escolar da PM informou que, em nenhum momento, a direção do CEF 34 pediu reforço de policiamento no local. Durante feriados e após as 23h, os trabalhos da corporação ficam reduzidos a uma equipe. Mas nem essa viatura foi acionada por nenhuma escola durante todo o carnaval, resumiu o comandante do Batalhão Escolar, tenente-coronel Fábio Sousa Lima. Memória Assaltos frequentes Em 17 de fevereiro, a Escola Classe 10, em Ceilândia Norte, foi arrombada por bandidos, que levaram pelo menos três computadores. A Polícia Civil informou que os alunos não tiveram aula no dia do crime e não havia a presença de vigilantes durante o furto. Em agosto de 2013, assaltantes entraram em uma escola de Samambaia e roubaram uma série de equipamentos adquiridos havia 30 dias. O Centro de Ensino Médio 304 investiu aproximadamente R$ 40 mil em 20 aparelhos datashow (usado em exibição de vídeos) para ajudar nas aulas dos mais de 2 mil alunos. Segundo a diretoria, todas as turmas usariam o equipamento. Um dia antes do assalto, vizinhos relataram que viram três jovens medindo o muro da escola. Foi exatamente por onde os criminosos invadiram o colégio.
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