AMBIENTE DOMICILIAR E DESEMPENHO MOTOR DE PRÉ-ESCOLARES

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ISSN 2318-5104 e-issn 2318-5090 ARTIGO ORIGINAL AMBIENTE DOMICILIAR E DESEMPENHO MOTOR DE PRÉ-ESCOLARES Home environment and motor performance of preschoolers Gislaine Contessoto Pizzo 1, Guilherme Futoshi Nakashima Amaro 1, Pamela Norraila da Silva 1, Nayara Malheiros Caruzzo 2, José Luiz Lopes Vieira 3, Patrik Felipe Nazario 4 1 Aluno do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Paraná. 2 Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/UEL, Maringá, Paraná. 3 Doutor em Ciência do Movimento Humano pela Universidade Federal de Santa Maria e Professor do Programa Associado de Pós-Graduação em Educação Física UEM/UEL, Maringá, Paraná. 4 Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina e aluno do Programa de Pós-Graduação Associado em Educação Física UEM/UEL, Maringá, Paraná. Resumo: O objetivo desse estudo foi analisar a relação entre o ambiente domiciliar e o desempenho motor de crianças. Participaram do estudo 24 crianças de 36 a 42 meses de idade. Para verificar o desempenho motor foi utilizado a bateria de testes Movement Assessment Battery for Children- Second Edition(MABC-2) e, para verificar a qualidade equantidade das oportunidades do ambiente domiciliar foi utilizado o questionário Affordances in the Home Environment for Motor Development (AHEMD). A análise estatística foi realizada por meio de mediana e intervalo interquartílico e teste de correlação de Spearman. Os resultados demonstraram baixas oportunidades e estímulos para o desenvolvimento infantil proporcionadas pelo ambiente domiciliares. Porém, esta carência não influenciou o desempenho motor das crianças. Conclui-se para essa amostra que o ambiente domiciliar não influenciou diretamente no desempenho motor das crianças. Contudo, é necessário que os pais entendam a importância do ambiente domiciliar e seu potencial para propiciar um melhor desenvolvimento infantil.. Palavras-chave: Ambiente domiciliar; Desempenho motor; Crianças. Abstract: The aim of this study was to analyze the relation between home environment and motor performance of children. Twenty-four children aged between 36 to 42 months have participated of this study. The Movement Assessment Battery for Children Second Edition (MABC-2) was used to analyze the motor performance; whereas, the Affordance in the Home Environment for Motor Development Self Report (AHEMD-SR) questionnaire was used to verify the quality of children s home environment. Data was reported through median and interquartile range, and spearman s rank coefficient was used for correlations between variables. Results have showed low opportunities and stimulation for the motor development of children offered by home environment. However, this did not influence the children s motor development. It is possible to conclude that for this sample the home environment had no effect on children s motor development. Nevertheless, it is necessary that parents have better understand of the importance of the home environment and its potential to afford opportunities for children s development. Keywords: Home environment; Motor development; Children.

12 PIZZO, G.C.; AMARO, G.F.N.; SILVA, P.N.; CARUZZO, N.M.; VIEIRA, J.L.L.; NAZARIO, P.F. 1 INTRODUÇÃO Estudos apontam que uma a cada 30 crianças apresentam desordem de desenvolvimento (WHI- TALL; CLARK, 2009). Acredita-se que quanto mais cedo houver o diagnóstico de DCD (Desordem Coordenativa Desenvolvimental) através da avaliação de seu desempenho motor, mais cedo poderão ser feitas as intervenções necessárias para que haja um desenvolvimento adequado (MIRANDA; BELTRAME; CARDOSO, 2011) de modo a não acarretar consequências que as dificuldades motoras podem trazer à vida adulta como evitação de atividades físicas, doenças patológicas e transtornos emocionais e cognitivos, como baixa autoestima e ansiedade em níveis elevados (MANDICH; POLATAJKO; MISSIUNA, 2003). O desenvolvimento do indivíduo depende da inserção em contextos apropriados como o contexto de ensino, ambientes que promovam motivação, desenvolvimento neurológico, bem como condições sociais e culturais (HAYWOOD; GETCHELL, 2004). Assim, o ambiente em que a criança está inserida torna-se um fator essencial para o seu desenvolvimento motor, que é influenciado pelas possibilidades de mover-se no mundo e de adaptar-se às diferentes condições ambientais e da tarefa (FONSECA; BELTRAME; TKAC, 2008). Essa interação dinâmica entre os atributos pessoais e o contexto em que o desenvolvimento se dá ao longo do tempo está inserida na teoria bioecológica de Bronfenbrenner (BRONFENBRENNER, 2005). Estudos tem sido realizados na tentativa de avaliar a relação entre o ambiente que a criança está inserida e como este tem influência no seu desempenho motor (NOBRE; et. al., 2009; ZAJONZ, MÜLLER, VALENTINI, 2008; FONSECA, BELTRAME, TKAC, 2008; MARIA, 2011; SCHOBERT, 2008). Contudo, notou-se uma lacuna na literatura com relação a estudos que relacionassem a influência do ambiente domiciliar com o desempenho motor, mensurado por meio da Bateria de Avaliação do Movimento da Criança MABC-2, de crianças com idades entre 36 e 42 meses. O ambiente é explorado pela criança segundo Rosa Neto (2002) por meio de sua motricidade, conceituada pelo autor como a interação de diversas funções motoras, como a perceptivomotora, a psicomotora, a neuromotora entre outras, de modo que fica evidente a importância da atividade motora no desenvolvimento geral da criança. O conceito de desenvolvimento motor, segundo Gallahue e Ozmun (2005), é uma alteração no comportamento proporcionada pela interação entre a tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente, que, se bem relacionados favorecem o surgimento de novas formas de execuções motoras. Caso esta interação não ocorra de maneira harmoniosa, haverá uma falta de coordenação motora, que pode se manifestar de forma isolada, ou ser proveniente de problemas cognitivos como falta de atenção, dificuldade de interpretação da tarefa além de acarretar problemas sociais e emocionais (HAN- DERSON; SUGDEN; BARNETT, 2007). Sendo assim, esse estudo tem por objetivo analisar a relação entre o ambiente domiciliar e o desempenho motor de crianças de 36 a 42 meses de idade. Como hipótese conceitual, tem-se que crianças inseridas em um ambiente que proporciona maior disponibilidade de estimulação motora apresentarão níveis melhores de desempenho motor. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 População e Amostra A amostra deste estudo foi composta por 24 crianças de 36 a 42 meses de idade, matriculadas em um Centro Municipal de Educação Infantil CMEI da Rede Municipal de Ensino na cidade de Maringá

PIZZO, G.C.; AMARO, G.F.N.; SILVA, P.N.; CARUZZO, N.M.; VIEIRA, J.L.L.; NAZARIO, P.F. 13 PR, a seleção do centro infantil foi realizada com um sorteio aleatório e foram estabelecidos os seguintes critérios para inclusão das crianças na amostra: a) aceitar a participar do estudo, b) entregar o termo de consentimento assinado por um responsável, c) comparecer na escola no dia e horário das avaliações. 2.2 Instrumentos de medida Para avaliar o desempenho motor, foi utilizada a Bateria de Avaliação do Movimento da Criança Segunda Edição (MABC-2) (HENDERSON, SUGDEN; BARNETT, 2007). Para a amostra em questão, utilizou-se a Faixa 1, específica para avaliar crianças de três a seis anos de idade. A MABC-2 é composta por oito tarefas que envolvem habilidades de destreza manual, habilidades de lançar/receber e habilidades de equilíbrio estático e dinâmico, medidos pelo tempo em segundos, número de erros e numero de acertos, dependendo da tarefa. O teste categoriza as crianças de acordo com o grau de dificuldade motora. Os escores padrão variam de 1 a 19 e para cada valor existe o percentil correspondente, que varia de 0,1% a 99,9%. Podendo ser classificada em: dificuldade no movimento; risco de dificuldade ou não possui nenhuma dificuldade. Para verificar a qualidade e quantidade das oportunidades do ambiente domiciliar, foi utilizado o questionário Affordances in the Home Environment for Motor Development (AHEMD) desenvolvido por Rodrigues, Saraiva e Gabbard (2005). O questionário é composto por questões dicotômicas, em escala tipo likert disposta em categoria e questões descritivas relacionadas aos brinquedos e objetos encontrados dentro do ambiente familiar. Este instrumento está dividido em cinco sub-escalas: (1) Espaço Exterior, (2) Espaço Interior, (3) Variedade de Estimulação, (4) Materiais de Motricidade Fina e (5) Materiais de Motricidade Grossa. Estas sub-escalas são classificadas, hierarquicamente, em quatro níveis: (1) Muito Pobre, (2) Pobre, (3) Bom e (4) Muito Bom. O somatório dos valores estandardizados destas cinco sub-escalas determinam o valor do AHEMD total, o qual representa a quantidade e qualidade das oportunidades motoras presentes na casa familiar. 2.3 Procedimentos O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Maringá (Parecer 297/2012). A participação das crianças na pesquisa foi condicionada a apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis além de obedecer aos critérios predeterminados de seleção como: a) aceitar a participar do estudo b) comparecer na escola no dia e horário das avaliações c) não apresentar nenhum tipo de deficiência física ou mental perceptível. A coleta de dados ocorreu no CMEI em que as crianças estudavam, durante os horários de aula. Em sala previamente organizada, com o mínimo de interferência externa de ruídos ou pessoas, cada criança foi avaliada individualmente seguindo os critérios estabelecidos pelos protocolos de cada teste, utilizando aproximadamente 30 minutos para a realização dos dois testes. 2.4 Tratamento dos Dados Os dados foram descritos por meio da Mediana (Md) e Intervalo Interquartílico (Q1 e Q3). Devido os dados não apresentar uma distribuição normal, a qual foi verificada por meio do teste de Shapiro-wilk, a relação entre a qualidade do ambiente domiciliar e o desempenho motor foi identificada por meio do teste de Correlação de Spearman. O valor de significância adotado foi de α = 0.05.

14 PIZZO, G.C.; AMARO, G.F.N.; SILVA, P.N.; CARUZZO, N.M.; VIEIRA, J.L.L.; NAZARIO, P.F. 3 RESULTADOS A tabela 1 apresenta os resultados de desempenho motor e qualidade do ambiente familiar das crianças avaliadas. Os resultados de desempenho motor estão expressos em valores percentuais e, os resultados da qualidade do ambiente familiar, estes estão expressos em escores que variam de 1 (Muito Fraco) a 4 (Muito Bom). Tabela 1 - Estatística descritiva das crianças. Instrumentos Dimensões Md (Q1-Q3) Mínimo Máximo MABC- 2 Valores Percentuais (0-100) AHEMD EscoresPadronizado (1-4) Nota: Md = Mediana; Q1-Q3 = Quartis. Destreza Manual 16 (5-46) 2 84 Lançar e Receber 43 (16-81) 5 99 Equilíbrio 63 (37-98) 5 100 Desempenho Motor 43 (16-72) 5 100 Espaço Exterior 2 (2-3) 1 4 Espaço Interior 4 (3-4) 1 4 Estimulação Motora 3 (2-3) 1 4 Materiais de Motricidade Fina 1 (1-1) 1 3 Materiais de Motricidade Grossa 1 (1-1) 1 4 AHEMD TOTAL (Escores de 5 a 20) 10 (9-11) 7 16 Os resultados referentes ao MABC-2 demonstram que as crianças estão com um desempenho motor dentro do esperado para a idade. Contudo, observa-se na tabela 1, que na dimensão Destreza Manual estão as tarefas nas quais as crianças tiveram maior dificuldade. Já na dimensão Equilíbrio as crianças apresentaram um melhor desempenho na execução das tarefas. Com relação ao questionário AHEMD-SR, que classifica a qualidade do ambiente domiciliar, os resultados demonstram que o ambiente domiciliar tem um potencial médio para estimular o desenvolvimento motor das crianças, ou seja, o grupo em estudo apresentou um lar com potencialidades razoáveis para estimular o desenvolvimento motor da criança. Ao observar cada dimensão individualmente, o espaço exterior foi classificado como um ambiente pobre, e o espaço interno se caracterizou como um ambiente muito bom, ou seja, oferecendo boas oportunidades para o desenvolvimento motor da criança. Na dimensão estimulação motora, o grupo obteve uma classificação boa, em que se constatam prevalências de oportunidades favoráveis para o desenvolvimento motor das crianças, proporcionado por materiais disponíveis no ambiente onde vivem, ou até mesmo por estímulos das pessoas que convivem no ambiente familiar. Porém, os resultados das dimensões materiais de motricidade fina e grossa despertaram uma maior preocupação, representando assim um ambiente com falta de materiais que estimulem tais habilidades se classificando como muito pobre. Ao correlacionar os resultados dos testes aplicados, observa-se que não houve uma correlação significativa entre a influência do ambiente no desempenho motor (r = 0,018) quando analisado o índice total do grupo, portanto, pode-se dizer que não há uma relação direta entre os dois instrumentos.

PIZZO, G.C.; AMARO, G.F.N.; SILVA, P.N.; CARUZZO, N.M.; VIEIRA, J.L.L.; NAZARIO, P.F. 15 4 DISCUSSÃO Ressaltando que o objetivo do trabalho foi verificar o nível de correlação entre o desempenho motor e o ambiente domiciliar, os resultados demonstram que não houve uma correlação significativa entre as variáveis do estudo. Porém, analisando cada teste aplicado e seus resultados isoladamente, com relação ao instrumento o MABC-2 (tabela 1) verificou-se que as crianças da região estudada obtiveram um resultado esperado para a idade, principalmente nas dimensões equilíbrio, lançar e receber. Entretanto, o resultado que mais chamou a atenção, está ligado à destreza manual que apresentou uma menor pontuação, evidenciando um déficit desta habilidade motora nas crianças avaliadas, pode-se relacionar essa baixa pontuação no teste de avaliação motora com a falta de materiais de motricidade fina e motricidade grossa, apontado pelo instrumento AHEMD-SR (tabela 1). Assim, mesmo com um espaço interior que atende as demandas para o bom desenvolvimento evidenciado pelo instrumento AHEMD, as crianças do presente estudo recebem uma estimulação motora muito boa, conforme apresentado na tabela, porém há uma falta de interação com materiais que auxiliam no desenvolvimento da motricidade fina. O mesmo cenário foi encontrado na dimensão motricidade grossa, em que o grupo alcançou uma média considerada muito fraca indo ao encontro do estudo de Nobre et. al. (2012), que apontou valores insatisfatórios para o desenvolvimento da motricidade fina e dificuldades para o desenvolvimento da motricidade grossa em crianças da mesma faixa etária. Ao analisar as dimensões do instrumento AHEMD-SR, que avalia o espaço físico interno e externo existentes no ambiente familiar para interação das crianças com o ambiente, verificou-se uma classificação fraca para a variável espaço exterior, o que não ocorreu no item espaço interior, na qual o grupo obteve classificação muito boa.tais resultados, vão ao encontro do que também foi observado por Müller (2008) em Porto Alegre-RS, no qual verificou que o espaço externo do grupo analisado não oferecia oportunidades suficientes para o desenvolvimento motor das crianças. Contudo, os resultados do estudo de Nobre et. al. (2012), respaldam o que fora encontrado neste estudo, em que se chegou ao resultado de um espaço externo muito fraco enquanto o espaço interno se enquadrou como um espaço bom e muito bom. Porém o mesmo resultado não foi encontrado nos estudos de Schobert (2008) realizado em Erechim-RS, que encontrou um equilíbrio no que diz respeito à classificação do espaço interno e externo para o desenvolvimento. Isso nos mostra que não só o espaço interior, assim como o espaço exterior onde a criança brinca, é muito importante para o desenvolvimento da mesma, pois esse ambiente pode oferecer grandes oportunidades de interação que implicará em um melhor desenvolvimento. A dimensão variedade de estimulação, para o favorecimento do desenvolvimento motor, foi considerada boa, o mesmo resultado foi obtido nos estudos de Nazario (2011) e Nobre et al. (2009) que apontaram uma variedade de estimulação boa, já Müller (2008), encontrou um equilíbrio dessa estimulação nas residências analisadas, diferentemente do estudo realizado por Nobre et. al. (2012), que identificou uma baixa prevalência de oportunidades de estimulação motora nos ambientes pesquisados. Verifica-se, nos resultados encontrados em estudos de diferentes autores, que há semelhanças quanto à qualidade do ambiente em que as crianças vivem e interagem, destacando contudo algumas diferenças que uma dimensão foi classificada melhor em um estudo e fraca em outro. Percebe-se então, que os resultados podem ser diferentes de acordo com a região estudada e o grupo de crianças avaliadas, a destaca-se então, a importância da análise do desempenho de cada criança. Vale ressaltar que o nível socioeconômico da amostra avaliada se enquadrou em um grupo de média renda, e encontrou-se poucas famílias classificadas em alta renda.

16 PIZZO, G.C.; AMARO, G.F.N.; SILVA, P.N.; CARUZZO, N.M.; VIEIRA, J.L.L.; NAZARIO, P.F. Analisando então, a avaliação individual das crianças, verificou-se que duas crianças de um total de 24 apresentaram DCD (Desordem Coordenativa Desenvolvimental), sendo assim os resultados se assemelham ao estudo de Whitall, Clark, (2009) que apontou a cada 30 crianças uma apresenta desordem de desenvolvimento, considerando uma média igualitária para ambos os estudos. Estendendo a análise para os demais resultados apresentados na tabela, observa-se que a maioria (58%) mesmo vivendo em uma residência que o ambiente não proporciona materiais ou até mesmo espaços que auxiliam em um melhor desenvolvimento, o desempenho das crianças na avaliação do instrumento MABC- 2 indica que estão dentro dos padrões esperados para a idade, já ao contrário, algumas (42%) crianças se dispõe de um ambiente rico para um bom desenvolvimento, porém na avaliação de suas habilidades motoras obteve-se um índice baixo de coordenação. Segundo os resultados obtidos por Rodrigues (2005) e Rodrigues, Saraiva e Gabbard (2005), na validação do instrumento AHEMD-SR, no qual compararam a escala motora PDMS-2 (PeabodyDevelopmental Motor Scales) com o instrumento AHEMD-SR e verificaram a influência do contexto familiar no desenvolvimento motor, apresentaram que em geral as crianças com menos oportunidades de estimulação possuem um menor desenvolvimento motor, porém, não afirmam que um número reduzido de oportunidades do ambiente limita o desenvolvimento motor na infância. Esse quadro pode ser ilustrado no presente estudo, em que as crianças inseridas em um contexto familiar pobre, não são prejudicadas com a limitação do seu desenvolvimento, mas realizando uma analise mais rigorosa, podemos nos questionar, se a residência oferecesse um maior repertório de estimulação para o desenvolvimento da criança, esta, poderia apresentar uma maior habilidade motora? Todavia destaca-se uma limitação do estudo: a verificação de outros espaços que a criança frequenta bem como os estímulos que são proporcionados pelo ambiente escolar. Desta forma, pode-se pensar em ambientes alternativos em que as crianças estão inseridas além de seu ambiente familiar, que supra essa carência de estímulos encontrados no lar em virtudes decorrentes das mudanças na sociedade, em que as crianças são dirigidas pelos pais a instituições onde possam receber cuidados enquanto seus pais trabalham, segundo Rapoporti e Piccinini (2001) estes cuidados envolvem espaços tais como creches, pré-escolas, residência de um familiar, entre outros locais. Anzanello (2010) em sua dissertação analisou a oportunidade de estimulação motora de quatro ambientes diferentes, entre eles a creche, ao verificar os resultados do seu estudo, constatou-se que o ambiente creche oferece maiores estímulos e ou oportunidades para o desenvolvimento das crianças em relação aos demais ambientes analisados, conforme apontado pelo instrumento de avaliação AHEM- D-SR. Considerando que os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades motoras, conclui-se que independente do ambiente em que a criança é inserida, este, deve proporcionar espaços e materiais que estimulem no desenvolvimento motor da criança, assim todos os pais devem se atentar quanto à procura por orientações de materiais que proporcionem uma melhora no desenvolvimento infantil, buscando conhecimentos com profissionais capacitados da área, além de se preocupar com a infraestrutura dos espaços internos e principalmente os externos da residência, observando que este estudo apontou um baixo índice de desenvolvimento motor proporcionado por esse ambiente. Porém o fator mais preocupante encontrado no estudo se diz respeito a motricidade fina, em que se observou um déficit dessa habilidade, frente a este quadro é importante ressaltar para que os pais ou até mesmo creches, pré-escolas que as crianças frequentam, devem ser orientados sobre a falta de materiais que estimulem o desenvolvimento para que sejam disponibilizados brinquedos no ambiente, e assim ocorra uma interação deste com as crianças.

PIZZO, G.C.; AMARO, G.F.N.; SILVA, P.N.; CARUZZO, N.M.; VIEIRA, J.L.L.; NAZARIO, P.F. 17 5 CONCLUSÕES Diante dos resultados obtidos observa-se que o ambiente das crianças investigadas está classificado abaixo da média. Contudo, não houve correlações significativas entre o desempenho motor e o ambiente domiciliar das crianças avaliadas. Acredita-se que mesmo com o desenvolvimento das crianças se mostrando dentro do esperado se interagindo com um ambiente pobre, outros ambientes podem estar suprindo essa carência da residência. Tendo em vista que, no presente estudo utilizou-se de um número limitado de crianças, sugerem-se trabalhos futuros utilizando uma maior amostragem e investigando ambientes paralelos ao lar, onde as crianças possivelmente passam um maior tempo e que possam estar sofrendo estímulos para seu desenvolvimento, fato este, que possibilitará uma maior investigação a cerca dessa relação entre o ambiente e desempenho motor de crianças de três anos de idade. Sendo assim, sugere-se uma intervenção ao orientar os pais deste estudo quanto à melhora no ambiente dessas crianças e posteriormente realizar o teste motor para verificar se houve uma ampliação das habilidades motoras avaliadas. 6 REFERÊNCIAS ANZANELLO, J. Oportunidade de estimulação, desenvolvimento motor e desenvolvimento social de crianças no primeiro ano de vida em diferentes contextos. 2010. 161 f. Dissertação (titulo de mestre) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. BRONFENBRENNER, U. Bioecological theory of human development. In: BRONFENBRENNER, U. (Ed.) Making human being human: bioecological perspectives on human development. Thousand Oaks: SagePublications, 2005. FONSECA, F. R.; BELTRAME, T. S.; TKAC, C. M. Relação entre o nível de desenvolvimento motor e variáveis do contexto de desenvolvimento de crianças. Revista de Educação Física/UEM, Maringá, v. 19, n. 2, p. 183-194, 2008. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005. GALLAHUE, L.D.; DONELLY, C.F. Educação Física Desenvolvimentista para todas as crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008. HAYWOOD, K. M.; GETCHELL, N. Desenvolvimento motor ao longo da vida. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. HENDERSON, S.; SUGDEN, D. A.; BARNETT, A. Movement assessment battery for children. 2. ed. San Antonio: HarcourtAssessment; 2007. LORDELO, E. R.; CHALHUB, A. A.; GUIRRA, R. C.; CARVALHO, C. S. Contexto e Desenvolvimento Cognitivo: Frequência à Creche e Evolução do Desenvolvimento Mental. Revista Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 324-334, 2007. MACEDO, C. S.; ANDREUCCI, L. C.; MONTELLI, T. C. B. Alterações cognitivas em escolares de classe socio-econômica desfavorecida. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v. 62, n. 3-b, p. 852-857, 2004. MANDICH, A. D.; POLATAJKO, H. J.; MISSIUNA, C. Developmental Coordination Disorder: Mechanisms, measurement and management. Human Movement Science, Amsterdam, v. 22, n. 4-5, p. 407-11, 2003.

18 PIZZO, G.C.; AMARO, G.F.N.; SILVA, P.N.; CARUZZO, N.M.; VIEIRA, J.L.L.; NAZARIO, P.F. MARIA, W. B. Análise das oportunidades de estimulação motora no contexto familiar de crianças em desenvolvimento típicas e atípicas. 2011. 102f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) - Centro de Ciências da Saúde e do Esporte, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2011. MIRANDA, T. B.; BELTRAME, T. S.; CARDOSO, F. L. Desempenho motor e estado nutricional de escolares com e sem transtorno do desenvolvimento da coordenação. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, Florianópolis, v. 13, n. 1, p. 56-66. 2011. NAZARIO P. F. Desempenho motor e as affordances do contexto. 2011. 90 f. (Dissertação de mestrado) Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 2011. NOBRE, F. S. S.; COSTA, C. L. A.; OLIVEIRA, D. L.; CABRAL, D. A.; NOBRE, G. C.; CAÇOLA, P. Análise das oportunidades para o desenvolvimento motor (affordances) em ambientes domésticos no Ceará Brasil. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 9-18, 2009. NOBRE, F. S. S.; PONTES, A. L. F. N.; COSTA, C. L. A.; CAÇOLA, P.; NOBRE, G. C.; VALENTINI, N. C. Affordances em ambientes desenvolvimento motor de pré-escolares. Revista Pensar a Prática, Goiânia, v. 15, n. 3, p. 652-668, 2012. RAPOPORT, A.; PICCININI, C.A. O ingresso e Adaptação de bebês e crianças pequenas à creche: Alguns aspectos crítico. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 14, n.1, p.81-95, 2001. RODRIGUES, L. P.; SARAIV, A. L.; GABBARD, C. Development and construct validation of an inventory for assessing the home environment for motor development. Research Quarterly for Exerciseand Sport, London, v. 76, n. 2, p. 140-148, 2005. ROSA NETO, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. SCHOBERT, L. O desenvolvimento motor de bebês em creches: um olhar sobre diferentes contextos. 2008. 158f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Movimento Humano) Escola de Educação Física, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008. ZAJONZ, R.; MÜLLER, A. B.; VALENTINI, N. C. A influência de fatores ambientais no desempenho motor e social de crianças da periferia de Porto Alegre. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 19, n. 2, p. 159-171, 2008. Autora correspondente: Gislaine Contessoto Pizzo E-mail: gislainecontessoto@gmail.com Recebido em 28 de agosto de 2013. Aceito em 20 de novembro de 2013.