Inscrição de Pessoas Jurídicas no Conselho que Terceirizam Serviços de Fonoaudiologia. Consulta



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Transcrição:

Inscrição de Pessoas Jurídicas no Conselho que Terceirizam Serviços de Fonoaudiologia. Parecer Jurídico Consulta A Comissão de Orientação e Fiscalização do Conselho Regional de Fonoaudiologia 6ª Região, solicita consulta sobre a exigência legal de inscrição de pessoas jurídicas que terceirizam serviços de fonoaudiologia no Conselho Regional de Fonoaudiologia 6ª Região. Parecer Primeiramente, cumpre esclarecer que este parecer será feito de uma forma superficial, uma vez que não foi apresentado a este subscritor nenhum contrato social de qualquer empresa. O art. 1º da lei nº. 6.839, de 30 de outubro de 1.980, que Dispõe sobre o registro de empresas nas entidades fiscalizadoras do exercício de profissões, prescreve o seguinte comando normativo: Art. 1º - O registro de empresas e a anotação dos profissionais legalmente habilitados, delas encarregados, serão obrigatórios nas entidades competentes para a fiscalização do exercício das diversas profissões, em razão da atividade básica ou em relação àquela pela qual prestem serviços a terceiros. (grifos nossos)

Já a lei n o 6.965, de 09 de dezembro de 1.981 que Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de Fonoaudiólogo, e determina outras providências tem disposição específica a respeito da inscrição de pessoa jurídica nos Conselhos de Fonoaudiologia: in verbis: Art. 17 - O exercício da profissão de que trata a presente Lei, em todo o Território Nacional, somente é permitido ao portador de carteira profissional expedida por órgãos competentes. Parágrafo único. É obrigatório o registro nos Conselhos Regionais das empresas cujas finalidades estejam ligadas à Fonoaudiologia, na forma estabelecida em Regulamento. (grifos nossos) Ao se interpretar os dispositivos legais mencionados pode-se ver que a inscrição de pessoa jurídica em Conselho Profissional, só é exigível quando a mesma é constituída com a finalidade de explorar a profissão, praticando como atividade fim, privativa da profissão. Nesta linha de raciocínio, o Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que a especialidade básica desenvolvida pela empresa define sob a égide de qual órgão está fiscalização de seu desempenho. Na íntegra: ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. INSCRIÇÃO DE EMPRESA INDUSTRIAL DE METALURGIA EM CONSELHO PROFISSIONAL (CREA). ART. 1º DA LEI 6.839/80. OBJETIVO SOCIAL DA EMPRESA. FATO INCONTROVERSO. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 7/STJ. DESTINAÇÃO BÁSICA. CONCEITO ATINENTE À ATIVIDADE-FIM. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS, COM EFEITOS MODIFICATIVOS.

1. Constatado, in concreto, que as atividades da empresa, explicitadas no acórdão a quo por meio de transcrição do objeto social, constituem fato incontroverso, mostra-se possível o conhecimento da questão de fundo, concernente à obrigatoriedade de inscrição de empresa em Conselho Profissional, pois tal mister prescinde de reexame de provas. Inaplicabilidade da Súmula 7/STJ. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça vem consolidando o entendimento de que a destinação básica de uma empresa, que a vincula a determinado Conselho profissional (art. 1º da Lei 6.839/80), está atrelada à sua finalidade, ou seja, aos objetivos sociais especificados no contrato ou estatuto social que a constituiu. Assim, as atividades internas da empresa, necessárias à elaboração e à comercialização dos seus produtos, ainda que exijam a qualificação técnica de trabalhadores sujeitos à fiscalização de determinados conselhos profissionais, não a vincula a tais órgãos, mas apenas àquele que regula, especificamente, a sua atividade-fim. (...). (EDcl no AgRg no REsp 1023178/SP, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 04/11/2008, DJe 12/11/2008) (grifos nossos) Sendo assim, conforme demonstrado acima, se a atividade fim, preponderante, de uma empresa é a fonoaudiologia, necessariamente, a mesma deverá se inscrever neste órgão. Importante ressaltar que a terceirização somente pode ser aplicada em todas as áreas da empresa definida como atividade-meio. Para identificar as áreas que podem ser terceirizadas deve-se analisar criteriosamente o contrato social das empresas e definir acertadamente a atividade-fim ou preponderante. A CLT, Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, que aprova a Consolidação das Leis do Trabalho, no 2º do artigo 581, define claramente o que venha a ser a atividade preponderante de uma empresa.

Art. 581. ---------------------Omissis 1º ----------------------Omissis 2º Entende-se por atividade preponderante a que caracterizar a unidade de produto, operação ou objetivo final, para cuja obtenção todas as demais atividades convirjam, exclusivamente em regime de conexão funcional. (Redação dada pela Lei nº 6.386, de 9.12.1976) Portanto, é ilegal a terceirização ligada diretamente ao produto final, ou seja, a atividadefim, preponderante da empresa. Importante ressaltar, mais uma vez, que para uma análise concreta e apurada da exigência ou não da inscrição de qualquer pessoa jurídica que terceirize os serviços de fonoaudiologia no Conselho se faz necessário e imprescindível a análise pormenorizada do contrato ou estatuto social. Conclusão Desta forma, pelas razões acima expostas e por não haver mais nada a registrar no caso em tela, somos pela exigência da inscrição da pessoa jurídica nos quadros do Conselho, desde que a atividade fim, preponderante destas empresas seja a fonoaudiologia. Recomenda-se a inscrição caso apareça alguma empresa que terceirize os serviços fonoaudiologicos e esta atividade seja o objeto final da empresa

S.M.J É o parecer sob censura. Belo Horizonte, 06 de outubro de 2.010 Frederico Augusto Carvalho de Sá OAB/MG 100.477 Assessoria Jurídica do Conselho Regional de Fonoaudiologia 6ª Região