USO DE FERRAMENTA DIGITAL PARA ACOMPANHAMENTO SISTEMÁTICO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

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Transcrição:

1 USO DE FERRAMENTA DIGITAL PARA ACOMPANHAMENTO SISTEMÁTICO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Carlos Vinicius de Paes Santos 1 Silvana de Sousa Silva 2 RESUMO Este artigo apresenta levantamento sobre as motivações que levam aos fracassos e insucessos escolares no campus Marabá Industrial (IFPA), mediante uso de Formulários do Google, como recurso para acompanhamento sistemático do processo de ensinoaprendizagem. Dessa forma, o uso da Ferramenta constituiu um canal para aproximação dos discentes, associado às abordagens teóricas, possibilitou a obtenção de dados, capazes de subsidiar o planejamento de ações visando intervenções nos quadros negativos verificados no campus. Palavras chaves: Ensino-aprendizagem. IFPA. Formulários do Google 1. Introdução O ensino profissional no Brasil assume relevância no processo formativo, no entanto, frequentemente é observado um elevado percentual dos fracassos ou insucessos escolares. Isso não seria um comportamento esperado, uma vez que cada programa visa atender um determinado público, no entanto, sabe-se que estes processos são considerados complexos, uma vez que abrangem fatores pessoais, sociais e institucionais. A análise desses processos em escala local revela que o Instituto Federal do Pará (IFPA), Campus Marabá Industrial, enfrenta a situação dos fracassos ou insucessos escolares. Em meados de 2016 o Instituto Federal do Pará CMI iniciou a oferta da modalidade de cursos técnicos integrados ao ensino médio, com os cursos de Controle 1 Graduado em Engenharia de Materiais-UFPA -Especialista em Docência para a Educação Superior, Científica e Tecnológica-IFPA-Professor do Instituto Federal do Pará-IFPA- Campus Marabá Industrial- Marabá (PA) 2 Licenciada (UESPI) e Mestre em Geografia (UFPI); Doutoranda em Geografia Humana(USP)-Professora do Instituto Federal do Pará (IFPA)-Campus Marabá Industrial-Marabá (PA)

2 Ambiental e Informática, verificando de forma concomitante, um conjunto de dificuldades para a obtenção de resultados satisfatórios no rendimento dos alunos. Em decorrência desse quadro, este trabalho objetivou discorrer levantamento sobre as motivações que levam aos fracassos e insucessos escolares no campus Marabá Industrial mediante uso de ferramenta digital como recurso para acompanhamento sistemático do processo de ensino-aprendizagem. 2. Embasamento Teórico Em linhas gerais, pode-se dizer que o Brasil apresenta, tradicionalmente, três níveis de educação profissional, os quais são: formação inicial ou continuada, formação técnica e formação tecnológica. (ZIBAS, 2006). Nessa análise, os Institutos possuem a missão de superar a visão dualista que foi implantada desde o período colonial, além de promover a divulgação e geração de conhecimentos científicos, tecnológicos, assim como, dar suporte ao desenvolvimento dos arranjos produtivos locais. Na abordagem da evasão, retenção e abandono, verifica-se que os termos evasão escolar e fracasso escolar são correlatos no contexto do abandono educacional por parte do educando, além dessas denominações se pode também verificar o termo insucessos escolares (FREIRE, 2010; CRUZ, 2014). Sendo assim, ambos são um problema que, por um longo tempo, tem sido motivo de discussão por parte de pesquisadores e educadores. (BATISTA, SOUZA e OLIVEIRA, 2009). Segundo a literatura são diversos os fatores que corroboram para com a evasão e a infrequência dos discentes nas instituições de ensino, dentre eles podem ser destacados desinteresse, indisciplina, problemas de saúde, gravidez e responsabilidades profissionais (BARBIERI, GUIMARÃES, et al., 2005). Além desses fatores pode-se ainda elencar subnutrição, imaturidade, problemas emocionais, abandono dos pais, falta de condições econômicas, desorganização familiar e outros. Além disso, o fator familiar acaba por corroborar com o insucesso dos discentes de modo dualístico, já que por vezes a família acaba por impor aos discentes, expectativas que não correspondem aos seus anseios, assim esses acabam por se desmotivar, pois por diversas vezes não atingem esses objetivos.

3 3. Metodologia A pesquisa foi composta pelo levantamento de referencial teórico em livros, artigos, periódicos, sites e outros. Além disso, elaborou-se, o que Marconi e Lakatos (2003) denomina como questionário semi-estruturado com perguntas do tipo dicotômicas, tricotômicas, múltipla escolha, de avaliação, de fato e de opinião. Para tanto foi utilizada a ferramenta Formulários do Google, a qual permite o preenchimento das perguntas em formato on-line. O fato de poder ser preenchido via internet, permite uma maior acessibilidade, já que os Formulários Google possibilitam que os questionários sejam enviados através de um link, e este por sua vez podem ser acessados em através de e-mails, smartfones, tablets e entre outros dispositivos eletrônicos. Essa acessibilidade se mostrou importante para a obtenção do retorno das respostas e consolidação da pesquisa, já que foi considerada a população 119 discentes que solicitaram rematrícula junto a secretária acadêmica para o ano de 2017. E ao correlacionar com o quantitativo de resposta obtidas se pode verificar que o percentual de retorno dos questionários foi de aproximadamente 37%. Além dessas peculiaridades, durante o decorrer da pesquisa o link com o questionário foi veiculado em redes sociais, além de grupos do aplicativo WhatsApp, nos quais os alunos fazem parte. 4. Análise e Discussão dos Dados O Campus Marabá Industrial está localizado em Marabá (PA), na região Sudeste do Pará, distante 654 km da capital, Belém. O município possui área geográfica de 15.128,058 km e uma população de 233.669 habitantes. (IBGE, 2010). Nesse contexto, o campus Industrial Marabá foi oficialmente implantado em 1995, mediante área que foi disponibilizada com a intenção de sediar o curso Técnico em Edificações. Com o passar de um curto espaço de tempo foi criada a Unidade de Descentralizada de Marabá UNED. Ao se analisar os dados obtidos na pesquisa pode-se notar que do total de 44 discentes que retornaram os questionários 61% são do gênero feminino e 39% do gênero masculino. Com relação ao curso de origem dos informantes percebe-se que 57% pertencem ao Curso Técnico Integrado em Informática, já o restante que corresponde a 43%, são do Curso Técnico Integrado em Controle Ambiental. Nesse

4 universo, as faixas etárias correspondem a estudantes que possuem idades que variam de 14 à 22 anos No caso deste estudo, através da consulta ao banco de dados é possível perceber que dos 44 informantes, 31 apresentaram insucessos em algum componente curricular e desse quantitativo aproximadamente 72% cursaram parcial ou totalmente o ensino fundamental na rede pública de ensino. Além disso, foi possível verificar que 61% dos alunos cursaram integralmente o ensino fundamental em escolas da rede pública de ensino. Já 20% dos discentes cursaram parcialmente essa modalidade de ensino em escolas da rede pública e a o restante dos discentes, ou seja, 18% cursaram o ensino fundamental em escolas particulares. No decorrer da pesquisa percebe-se que percentual de retenções foi 70% dos discentes do total que prestaram as informações, ou seja, tiveram insucesso em alguma disciplina. Isso pode ser explicado pelo fato que os discentes segundo Nascimento (2016) os índices de reprovação e abandono orbitam entre 17% e 9,5% para este período que é denominado como uma fase de transição, ou seja, nesta etapa é comum que o discente um declínio no rendimento escolar. Somam-se ainda, outros fatores como sociais, emocionais e econômicos podem corroborar para a não aquisição das competências e habilidades necessárias para essa etapa. Ao realizar a análise do percentual de retenção por curso, é possível verificar que os discentes de Controle Ambiental um total de 21% não obteve nenhum insucesso no primeiro ano do curso, em contrapartida 79% dos discentes desse curso obtiveram pelo menos um insucesso em algum componente curricular. Já com relação ao curso de informática os percentuais são respectivamente 36% e 64%. Do exposto, os gráficos 1 e 2 foram elaborados com o intuito de permitir que o discente assinalasse quantas disciplinas fossem necessárias até contemplar todas, nas quais obteve algum insucesso. Assim as informações expostas correspondem a um percentual que foi obtido considerando o quantitativo total de informantes.

5 Gráfico 1 - Percentual de reprovações por componente curricular no Curso Técnico Integrado em Controle Ambiental. Gráfico 2 - Percentual de reprovações por componente curricular no Curso Técnico Integrado em Informática. As informações contidas nesses gráficos subsidiam possíveis intervenções da gestão da instituição de ensino, já que oferecem subsídios ao docente a fim de promover intervenções em sua prática pedagógica, uma vez que é papel deste profissional juntamente com os demais atores dentro de uma instituição de ensino promover os meios para que o discente que sofreu algum fracasso escolar retome sua autoestima e não venha a evadir-se ou abandonar a Instituição (OLIVEIRA, LIMA e SÁ, 2003; FREIRE, 2010). Foi possível verificar também que, no que tange o curso de Controle Ambiental que 53% dos alunos afirmaram ter pouco conhecimento a respeito do curso que escolheram, já 21% dos discentes destacaram não conhecer o curso que selecionaram e somente 26% dos educandos afirmaram saber realmente quais serão as peculiaridades do curso pretendido. A situação apresentada pelo Curso de Informática é respectivamente 38%, para aqueles que declararam ter pouco conhecimento a respeito das características do curso, 43% afirmaram que não conheciam e somente 19% afirmaram quais seriam as características do curso. Esse quadro é compreensível, tendo em vista que são alunos em sua maioria recém-saídos do ensino fundamental e que desconhecem as características que compõem os cursos profissionalizantes. Além disso, tem-se o desconhecimento das características dos cursos, associada a glamorização efetuada em torno dos cursos de

6 tecnologia, pois se tem ainda ideia que nem sempre é concretiza com relação a elevadas ofertas de emprego e salários elevados. (MEIRA, 2015). O gráfico 3 foi proposto com a intenção de verificar quais foram as motivações que levaram os discentes a optar pelos cursos. O resultado apresentado acaba corroborando mesmo que indiretamente com a discussão que versa sobre a correlação entre a desconhecimento das realidades vivenciadas no decorrer do curso e os insucessos ou fracassos escolares, mais especificamente a retenção em componentes curriculares. Gráfico 3 - Motivações para seleção do curso. Ao observar as informações contidas no gráfico 3, que detalham as motivações que concorreram pela opção de gráfico, pode-se constar que um grande percentual dos discentes optou pelo curso condicionado pela possibilidade de ingressar e estudar em uma instituição federal de ensino, seguido pela perspectiva de atuação na área e logo após a imposição dos responsáveis. Somente 2% dos informantes deram indícios de ter ingressado por ter apresentado interesse pelo curso. A respeito da importância do atendimento ao aluno para retirada de dúvidas, constata-se que 92% dos informantes que faziam uso do atendimento ao aluno afirmaram que a medida pedagógica auxiliava na resolução de dúvidas. Versando sobre as características do ensino-aprendizagem no IFPA, destaca-se que o atendimento ao discente é uma prática recente podendo ser enquadrada como uma nova medida para tentar superar lacunas, muitas vezes oriundas do ensino fundamental, assim como de disciplinas técnicas, portanto tal prática, se bem aplicada, pode contribuir para a permanência e êxito (DORE e LÜSCHER, 2007, apud MEIRA, 2015). O gráfico 4 trata da questão das dificuldades vivenciadas pelos discentes no Campus Marabá Industrial.

7 Gráfico 4 - Dificuldades encontradas pelos discentes no Campus Marabá Industrial. Percebe-se que 66% dos discentes apontam que sua principal dificuldade está relacionada com um elevado quantitativo de disciplinas, seguido por 25% que afirmam que a dificuldade está relacionada a falta de livros, 18% destacam os problemas estruturais do campus e apenas 7% alegam problemas interpessoais com docentes. Dentre os discentes avaliados, quanto a contemplação via assistência estudantil, 57% afirmaram que não recebiam o subsídio, em contrapartida aproximadamente 43% afirmaram que recebiam o recurso. Dos discentes que recebiam o auxílio aproximadamente 79% obtiveram reprovações. Esse quadro para o aluno depende da situação financeira poderia ser problemático uma vez que na época em que foi realizado o estudo de caso o educando não frequentasse regularmente e tivesse um mau desempenho teria o recurso ser cortado e, consequentemente, a permanência do discente na Instituição ficaria em risco. A discussão, a seguir, versa a questão da participação de discentes em atividades de projetos de pesquisas. Foi possível identificar um comportamento incomum nos dois cursos, compreendido pelo percentual de retenção em discentes que participaram dessas práticas de 64%. Assim se pode perceber que está prática assumiu a condição de atividade extracurricular, ou seja, isso acaba por representar uma elevada mobilidade e possibilidade de atividades que acabam por favorecer os denominados insucessos escolares (MEIRA, 2015). Dessa forma, é salutar a efetivação de investigações que possibilitem o estabelecimento de correlações no âmbito da realidade das pesquisas desenvolvidas no CMI, especialmente relacionadas à busca pela construção de cenários, nos quais as estas constituam embasamento para as práticas de ensino, permitindo dessa forma, a interrelação entre ensino, pesquisa e extensão.

8 O gráfico 5 trata a respeito da questão da convivência entre os discentes já que fatores relacionados a bullying podem levar a desmotivação e, consequentemente, a fracassos escolares (NASCIMENTO, 2016). Gráfico 5 - Grau de saúde da convivência entre os discentes. Observa-se que 91% dos educandos classificaram sua convivência com os demais discentes como satisfatório, mais especificamente 66% afirmaram que é boa, já 25% afirmaram que é excelente. Ou seja, não se pode afirmar que não há o denominado bullying, porém não é conclusivo que este fator motiva boa parte dos insucessos escolares no Campus Marabá Industrial. O gráfico 6 foi construído para verificar a questão do meio de locomoção utilizado pelos discentes no translado residência-instituição de ensino. Pois segundo Freire (2010) distâncias elevadas, percorridas com meios de transporte inadequados e/ou insuficientes colaboram para desmotivação do discentes e, consequentemente, os leva a adquirir insucessos escolares. Gráfico 61 - Demonstrativo dos meios de transporte utilizados pelos discentes. A respeito do gráfico 6 percebe-se que 42% dos discentes para a Instituição a pé, já 14% afirmam que vem a instituição via transporte coletivo, ou seja, aproximadamente 56% dos educandos provavelmente percorrem distancia consideráveis antes de efetivamente chegarem a Instituição. A influência negativa da desmotivação efetuada pelo trajeto efetuado em condições impróprias é comprovado, pois os discentes que

9 afirmam efetuar o translado residência-instituição de ensino via a pé e por meio de transporte coletivo apresentaram 75% de retenção, ou seja, ficaram reprovados em pelo menos um componente curricular. Com relação ao fator financeiro percebe-se que 25% dos discentes afirmaram que possuem dificuldades financeiras tão graves que podem pôr em risco a sua permanência e êxito na instituição, ainda com relação a está análise percebesse que 63% dessa grupo apresentou insucesso em algum componente curricular, ou seja, esta constatação entra em sinergia com o que é conjecturado por diversos autores, ou seja, as condições financeiras podem ser consideradas determinantes para um bom desempenho acadêmico. 5. Conclusões e/ou Propostas Com relação aos denominados fracassos e insucessos escolares se pode perceber que tais fatores se apresentam fenomenologia complexa e multifacetada, dessa forma, o estudo tentou primordialmente traçar o perfil do discente e aferir a funcionalidade dos Formulários Google, para proporcionar a identificação das motivações que levam os discentes a apresentar os insucessos escolares. Dessa forma, a Ferramenta, otimizou significativamente o uso dos questionários, permitindo divulgação superior aos questionários tradicionais, possibilitando uma análise dinâmica dos dados a visualização simultânea das informações. Outro benefício é que a ferramenta permite que o pesquisador obtenha um acompanhamento sistemático das tendências adotadas pela pesquisa, pois gera gráficos em tempo real de cada questionamento efetuado. Outra possibilidade se deve ao fato de que a ferramenta disponibiliza um banco de dados relativamente intuitivo, isso permite com no decorrer da análise dos resultados o pesquisador tenha a liberdade de fazer os mais diversos tipos de analises complementares, ou seja, amplia a possibilidade de realizar correlações que por vezes transcendem os questionamentos efetuados com maior facilidade e eficiência. Por fim se pode averiguar que os Formulários Google apresentaram potencialidade para atuar na área do diagnóstico pedagógico do campus, uma vez que é intuitivo e permite que diversos diagnósticos úteis aos docentes e setores responsáveis pelo ensino sejam elaborados com eficácia e rapidez.

10 6. Referências Bibliográficas BARBIERI, F. et al. http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2005/anaisevento/documentos/com/tcci 067.pdf, 2005. Acesso em: 10 jul. 2017. BATISTA, S. D.; SOUZA, A. M.; OLIVEIRA, J. M. D. S. A evasão escolar no ensino médio: um estudo de caso. Revista Profissão Docente, Uberaba, v. 9, n. 19, 2009. ISSN 1519-0919. CRUZ, T. M. D. TurmaMais: Um Estudo de Caso Sobre o Sucesso/Insucesso Escolar, 2014, 367 f.: Tese (Doutorado em Ciências da Educação) - Universidade de Évora, Évora, 2014. FREIRE, J. A. B. Desporto Escolar: Uma possível estratégia no combate ao Insucesso Escolar. 2010. 67 f. [S.l.]: Dissertação (Mestrado em Ensino de Educação Física e Desporto nos Ensinos Básico e Secundário) - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 2010. GOOGLE. Formulários. Disponível em:< https://docs.google.com/forms/u/0/>. Acesso em: 19 jun. 2017. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ECONOMIA (IBGE). Censo Demográfico. 2010. Disponível em:< http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm>. Acesso em: 17 jun. 2017. MARCONI, M. D. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MEIRA, C. A. A evasão escolar no ensino técnico profissionalizante: um estudo de caso no campus Cariacica do Instituto Federal do Espírito Santo, 2015, 118 f. [S.l.]: Dissertação (Mestrado Profissional em Gestão Pública) - Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências, Vitória, 2015. NASCIMENTO, S. C. Q. Evasão escolar no curso técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio: contexto, multidimensionalidade e pistas para ação. 2016. 168 f. Dissertação (Mestrado em Educação Social e Intervenção Comunitária) Instituto Politécnico de Santarém, Escola Superior de Educação, Santarém, 2016. OLIVEIRA, E. D. S. G. D.; LIMA, E. C. D.; SÁ, M. S. M. M. O. Princípios e Métodos de gestão escolar integrada. Curitiba: IESDE, v. 1, 2003.

11 ZIBAS, D. M. L. Uma Visão Geral do Ensino Técnico no Brasil: A legislação, as críticas, os impasses e os avanços. Encuentro Internacional sobre Educación Técnico- Professional, financiado oelo BID e pelo Ministerio de Educación, Ciencia y Tecnologia de la Nación Argentina. Buenos Aires: Fundação Carlos Chagas. 2006. p. 1-12. Recebido em Outubro 2017 Aprovado em Novembro 2017