RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA DE PRORROGAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS NA ÁREA ADJACENTE AO MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA

Documentos relacionados
P R O P O S T A N.º 284/2018. Planeamento, Urbanismo, Património e Obras Municipais

APOIO AO EMPREENDEDORISMO)

RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO

Área de Reabilitação Urbana Entrada Norte de Vila. Proposta de Delimitação

PLANO DE PORMENOR ESPAÇOS RESIDENCIAIS EM SOLO URBANIZÁVEL TERMOS DE REFERÊNCIA

PLANO DE PORMENOR INFRAESTRUTURAS DE APOIO DE ATIVIDADES ECONÓMICAS DE ERVIDEL TERMOS DE REFERÊNCIA ACOLHIMENTO PARA EMPRESAS, LOCALIZADO NO ESPAÇO DE

PLANO DE PORMENOR NÚCLEO PATRIMONIAL DO PARQUE MINEIRO DE ALJUSTREL TERMOS DE REFERÊNCIA

A revisão do RJUE. algumas considerações. Gonçalo Reino Pires

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO DO PLANO DE PORMENOR DA ÁREA DE DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DAS FONTAINHAS

I - Memória Descritiva

Documento anexo à informação técnica RM.015/2018/05/24

Ordenamento do Território Nível Municipal Ano lectivo 2013/2014

MUNICÍPIO DE VILA POUCA DE AGUIAR

TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DE ALJUSTREL

NORMA DE PROCEDIMENTOS

MEMÓRIA DESCRITIVA. I - Enquadramento

2. Termos de referência 2.1 Área de Intervenção 2.2 Enquadramento no PDM

Alteração Regulamentar ao PDM de Sintra. Direção Municipal de Ambiente, Planeamento e Gestão do Território

T E R M O S D E R E F E R Ê N C I A

Operação de Reabilitação Urbana Sistemática de Santa Clara. Programa Estratégico de Reabilitação Urbana

NOTA JURÌDICA Medidas Preventivas. Efeitos da entrada em vigor dos Planos de Pormenor (PP) e Planos de Urbanização (PU)

INDICE. Assunto: 1ª Alteração do Plano de Pormenor da Cidade Desportiva Proposta de Definição dos Termos de Referência e Oportunidade

REVISÃO DO P L A N O D E U R B A N I Z A Ç Ã O D E M O N T E M O R - O - N O V O

DIREITO DO AMBIENTE 2.3. Sistema de gestão territorial. Âmbitos de ordenamento. Invalidade de normas e sanções jurídicas. Garantias dos particulares 9

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DE CARIA

PLANO DE URBANIZAÇÃO DA UOPG3 DE HOTELARIA TRADICIONAL ALVOR - PORTIMÃO TERMOS DE REFERÊNCIA

1ª REVISÃO DO. Programa de Execução PROPOSTA DE PLANO

ALTERAÇÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL TERMOS DE REFERÊNCIA

Proposta de alteração do PDM da Figueira da Foz QUINTA DA CHARNECA

Plano de Urbanização da Área Envolvente à VL10 - Nó de Gervide/ Rua Rocha Silvestre Termos de referência

P R O P O S T A N.º /2018

1 TERMOS DE REFERÊNCIA (Artigo 74.º do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial)

CONSELHO DE MINISTROS PROPOSTA DE LEI Nº /IX /2018

PLANO DE PORMENOR DA ZONA INDUSTRIAL DE SANTA COMBA DÃO Termos de Referência

P R O G R A M A D E E X E C U Ç Ã O E F I N A N C I A M E N T O

Termos de Referência. 4. Enquadramento nos Instrumentos de Gestão Territorial. Página 1 de 5

Regulamento de Incentivos Programa Cidade Histórica

Relatório de Fundamentação de Isenção de Avaliação Ambiental Estratégica.

PLANO DE PORMENOR PARA A UOPG 13 (DO PLANO DE URBANIZAÇÃO DA MEIA PRAIA)

Assunto: 1ª Alteração do Plano de Pormenor da Cidade Desportiva Justificação para não sujeição a avaliação ambiental estratégica

RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DA DISCUSSÃO PÚBLICA REVISÃO DO PLANO DE URBANIZAÇÃO DA CIDADE DE

NORMA DE PROCEDIMENTOS

Pelouros: Planeamento, Urbanismo, Património e Obras Municipais

Câmara Municipal de Vagos Dezembro de 2010

1. Área a abranger pelo Plano de Pormenor

EXCLUSÃO DO REGIME DA RESERVA AGRÍCOLA NACIONAL

UNIDADE DE EXECUÇÃO DE S. BARTOLOMEU. Proposta de Delimitação e Fundamentação. 1. Introdução. Fundamentação

Alteração do Plano de Pormenor de Parte da Zona Industrial de Cacia

Ponto ª Alteração à licença de loteamento (Alvará 3/95)

2.ª Alteração da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana ARU - ZONA ANTIGA DO SABUGAL E PARQUE URBANO

PLANO DE INTERVENÇÃO NO ESPAÇO RÚSTICO DA HERDADE DO TELHEIRO TERMOS DE REFERÊNCIA

UNIDADE DE EXECUÇÃO POLO EMPRESARIAL POENTE

Diário da República, 1.ª série N.º de novembro de

ALTERAÇÕES AO PDM REGISTADAS APÓS O PERÍODO DISCUSSÃO PÚBLICA E ANÁLISE AO PARECER FINAL DA CCDR-LVT

REFERENCIAL DE ANÁLISE DE MÉRITO DO PROJETO AVISO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS

Programa de Execução revisão D

PLANO DE PORMENOR NOROESTE DE OLHÃO

REFERENCIAL DE ANÁLISE DE MÉRITO DO PROJETO AVISO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS

PROPOSTA N.º 283/2018

Principais diplomas com relevo para o Ordenamento do Território e o urbanismo:

I - QUESTÃO APRESENTADA

Apresentação parte II

Delimitação e normativa para a urbanização rural difusa em Mafra

PLANO de PORMENOR da ZONA INDUSTRIAL do CANHOSO Alteração TERMOS DE REFERÊNCIA

TERMOS DE REFERÊNCIA E OPORTUNIDADE

REVISÃO DO PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE NISA

REFERENCIAL DE ANÁLISE DE MÉRITO DO PROJETO AVISO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS

TERMOS DE REFERÊNCIA E OPORTUNIDADE

Anexo 1 MUNICÍPIO DE. Data de entrada do pedido: Designação da operação: Designação/nome do promotor:

Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos. Proposta de delimitação da ARU do núcleo. antigo da vila de Arruda dos Vinhos

3. ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

CONFERÊNCIA Reabilitação Urbana

Programa de Execução. Câmara Municipal de Fornos de Algodres Plano Diretor Municipal de Fornos de Algodres. 0298F3t2 r

PLANO DE URBANIZAÇÃO DA AVENIDA DA REPÚBLICA REDELIMITAÇÃO DA ÁREA-PLANO

Proposta de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana

DPGU DEPPC GAB.PLANEAMENTO

MUNICÍPIO DE VILA POUCA DE AGUIAR

Município de Leiria Câmara Municipal. Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística Divisão de Planeamento, Ordenamento e Estratégia Territorial

PLANO de URBANIZAÇÃO da GRANDE COVILHÃ AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO DE DISPENSA

MUNICIPAL SUMÁRIO CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA 1.º SUPLEMENTO AO BOLETIM MUNICIPAL N.º 1257 RESOLUÇÕES DOS ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO ASSEMBLEIA MUNICIPAL

Departamento de Urbanismo, Obras Municipais e Ambiente Divisão de Planeamento Territorial e Gestão Urbanística

Memória Descritiva e Justificativa da Proposta da 4ª Alteração ao PDM - Aditamento

PLANO PORMENOR DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ESPECIFICA DE EQUIPAMENTOS E USO TURÍSTICO A NORTE DE ALJEZUR TERMOS DE REFERÊNCIA

ALTERAÇÃO AO PLANO DE PORMENOR DA ZONA DE EXPANSÃO SUL-NASCENTE DA CIDADE DE SINES TERMOS DE REFERÊNCIA

MUNICIPAL SUMÁRIO 2.º SUPLEMENTO AO BOLETIM MUNICIPAL N.º 1158 RESOLUÇÕES DOS ÓRGÃOS DO MUNICÍPIO CÂMARA MUNICIPAL

CÂMARA MUNICIPAL DE MAFRA Departamento de Urbanismo, Obras Municipais e Ambiente Divisão de Planeamento Territorial e Gestão Urbanística

Proposta 6/AM/2014. RESOLUÇÃO FUNDAMENTADA sobre suspensão de eficácia requerida - Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente

Proposta de Alteração da Delimitação da Área de Reabilitação Urbana ARU - ZONA ANTIGA DO SABUGAL E PARQUE URBANO

Quadro político e legislativo relativo ao ordenamento do território. Planeamento Urbano 2011/12 JOÃO CABRAL FA/UTL

Data de expedição:

MUNICÍPIO DE ALPIARÇA

CAPíTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Proposta de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana. Aldeia do Casal Novo

MUNICÍPIO DE CONDEIXA-A-NOVA ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DO NÚCLEO ANTIGO DE FURADOURO

PLANO DE PORMENOR NA MODALIDADE ESPECÍFICA DE PLANO DE INTERVENÇÃO NO ESPAÇO RURAL DO PAIOL TERMOS DE REFERÊNCIA

PLANO de URBANIZAÇÃO da GRANDE COVILHÃ Alteração TERMOS DE REFERÊNCIA

RELATÓRIO DE PONDERAÇÃO DAS PARTICIPAÇÕES RECEBIDAS NO ÂMBITO DA DISCUSSÃO PÚBLICA DA UNIDADE DE EXECUÇÃO PAÇO D ILHAS

AC. EM CÂMARA. (15) RECONHECIMENTO DE INTERESSE PÚBLICO MUNICIPAL PROC. Nº 216/16-LEDI HENRIQUE MIGUEL SAMBENTO VIANA:- Pelo Vereador Luís Nobre

PLANO PORMENOR DA ÁREA DE INTERVENÇÃO ESPECIFICA DA PAISAGEM OCEANO (LOTEAMENTO PAISAGEM OCEANO) TERMOS DE REFERÊNCIA

Transcrição:

RELATÓRIO DE FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA DE PRORROGAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS NA ÁREA ADJACENTE AO MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA 1. INTRODUÇÃO A presente proposta vem consubstanciar a revogação parcial das medidas preventivas que incidem sobre parte da área de intervenção do Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana das Janelas Verdes (PPRUJV), nos termos previstos no Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial em vigor, na revisão operada pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, doravante abreviado RJIGT, artigo 141.º n.º 4. Fundamenta-se nos estudos entretanto desenvolvidos, plasmados no programa base que se anexa, confinando-se assim à extensão adequada à satisfação dos fins a que se destina, vg. a ampliação do MNAA e o reordenamento dos respetivos acessos. Procedeu-se ainda à adequação dos limites desta área ao esboço de cadastro verificado, designadamente na parcela da avenida 24 de Julho 98-98B. A proposta prevê ainda a prorrogação das mesmas medidas, por um ano, nos termos do disposto no RJIGT, artigo 141.º n.º 1, por se manterem os demais pressupostos conforme se segue, e conforme o disposto no n.º 7 mesmo artigo. 2. ANTECEDENTES E ENQUADRAMENTO Assinala-se, em 2012, a aprovação da Revisão do PDM de Lisboa assim como a classificação de uma percentagem elevada do território da cidade como Área de Reabilitação Urbana (ARU) que conta com uma alteração e aprovação de Operação de Reabilitação Urbana Simples em 2015 (Aviso n.º 8391/2015 - Aprovação da Alteração à Delimitação da Área de Reabilitação Urbana de Lisboa, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 148, de 31 de julho de 2015). Os últimos anos registam igualmente a aprovação das alterações ao Regime Jurídico da Reabilitação Urbana (Lei n.º 32/2012, de 14 de agosto), da Lei de Bases Gerais da Política Pública de Solos, do Ordenamento do Território e do Urbanismo (Lei n.º 31/2014, de 30 de maio), a alteração e republicação do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (Decreto-lei n.º 136/2014, de 9 de setembro), a revisão do Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (Decreto-lei nº 1

80/2015, de 14 de maio), as alterações do Regime Jurídico da Instalação, Exploração e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos (Decreto-Lei n.º 15/2014, de 23 de janeiro). Nestes diplomas, é refletida a prioridade que vem sendo dada à Reabilitação Urbana como estratégia de intervenção extensiva a toda a cidade, com especial relevo nas áreas históricas e frente ribeirinha de Lisboa, onde se regista concentração de património cultural relevante incluindo edifícios e espaços públicos de reconhecido valor histórico-patrimonial, classificados ou que simplesmente integram a Carta Municipal do Património Edificado e Paisagístico de Lisboa. A elaboração do plano na modalidade de Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana, como forma de intervenção municipal no território, operacionaliza a Estratégia de Reabilitação Urbana 2011-2024, aprovada através da Deliberação n.º 11/AML/2012, de 20 de março. Tendo em atenção a manifestação de intenções de intervenção na área, quer públicas quer privadas, o futuro PPRUJV desenvolverá soluções para a preservação e para o restabelecimento do equilíbrio volumétrico e da coerência formal do conjunto, conciliando o potencial turístico da zona, a reabilitação de imóveis e espaços públicos de valor patrimonial, a redução de riscos de sinistros associados a incêndios, derrocadas, sismos e deslizamentos, a utilização de energias renováveis, a melhoria das condições de estacionamento e mobilidade e o apoio às instituições presentes na área. O desenvolvimento do MNAA surge como motor para a revitalização da área e passa necessariamente pela ampliação do edifício e pela reorganização dos seus acessos. A resposta da cidade ao crescimento da procura turística de Lisboa (e do museu) e a resolução dos constrangimentos de instalações e de acessos ao MNAA, situado na zona ribeirinha, convergem e enquadram-se no dossiê LX-Europa 2020 - Lisboa no quadro do próximo período de programação comunitário - Áreas de Intervenção na Cidade de Lisboa que inscreve a Ampliação do Museu Nacional de Arte Antiga no projeto estruturante da cidade de Lisboa Afirmação do Turismo na base económica de Lisboa. O edifício do museu, também designado Palácio Alvor, na rua das Janelas Verdes, freguesia da Estrela, encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público (IIP), conforme publicado pelo Decreto n.º 516/71, de 22 de novembro, publicado no Diário do Governo n.º 274, I Série; pela Portaria n.º 512/98, de 10 de agosto, publicada no Diário da República n.º 183, na I Série B, foi delimitada a Zona Especial de Proteção Conjunta que abrange, no total, 14 imóveis classificados. 2

3. FUNDAMENTAÇÃO DA PROPOSTA A reabilitação e ampliação permitirão ao museu dispor de uma estrutura que, valorizando o património arquitetónico da cidade, continuará o movimento iniciado de expansão da projeção cultural no plano nacional; por outro lado permitirá adequar a sua resposta à procura turística da cidade Lisboa e contribuir para o aumento do suporte às atividades económicas locais e para a sustentabilidade territorial, em termos económicos, sociais e culturais, promovendo a revitalização e vivificação de toda a área envolvente. Considera-se que existe manifesto interesse público na urgente dinamização da ampliação e reabilitação do imóvel do Museu Nacional de Arte Antiga e seus acessos, objetivo este inscrito nos Termos de Referência do Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana em elaboração. Com a ampliação e reabilitação do museu pretende-se criar condições de acessibilidade pela avenida 24 de Julho em articulação com a avenida de Brasília, com vista a reduzir os constrangimentos existentes para os autocarros turísticos e ainda melhorar o estacionamento dos visitantes. A concretização desta opção mostra-se incompatível com a realização de quaisquer operações urbanísticas que, à sombra do Plano em vigor (o PDM) possam impossibilitar a viabilização da requalificação prevista nos objetivos do PPRUJV. Atenta esta excecional circunstância que resulta da alteração significativa das perspetivas de desenvolvimento económico e social locais entendeu-se dever adotar medidas preventivas em área delimitada adjacente ao MNAA, que entraram em vigor em 8 de março de 2016, pelo prazo de dois anos, e, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 134.º do RJIGT, suspender a eficácia do plano territorial em vigor para a área abrangida por estas medidas preventivas: o Plano Diretor Municipal de Lisboa. Considerando a permanência dos fundamentos e das circunstâncias acima descritas, urge agora prorrogar estas medidas, nos termos da Lei. A evolução dos estudos, conforme programa base que ora se anexa, permite redelimitar, com revogação parcial da área abrangida, a área sujeita a 3

restrição e adequar a mesma ao esboço do cadastro predial. Por outro lado, não se alteram, por tal se não justificar, as normas aplicáveis, aprovadas pela AML em 2016. 4. MEDIDAS PREVENTIVAS 4.1. Enquadramento Legal As medidas preventivas são medidas cautelares que vêm consagradas no RJIGT (atualmente a par das normas provisórias, previstas no mesmo diploma) e têm como fim último evitar a alteração das circunstâncias ou das condições de facto existentes, alteração de circunstâncias esta que, a verificar-se, seja limite à liberdade de planeamento ou possa comprometer ou tornar mais onerosa a execução do plano (artigo 134.º, n.º1, parte final). As presentes medidas preventivas obedecem ao regime previsto no RJIGT, no seu capítulo IV- Medidas cautelares (artigos 134.º a 145.º) em tudo o que não esteja expressamente referido neste relatório de fundamentação. 4.2. Objetivo A prorrogação das medidas preventivas agora proposta manterá o contexto normativo de fundo que tornará viável a intervenção urgente para a concretização de um dos objetivos assumidos com carácter prioritário no PPRUJV: o da ampliação do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA). À adoção destas medidas preventivas presidiu o objetivo do futuro PPRUJV de ampliação do MNAA; na ponderação da adoção das medidas, foram tidos em atenção estes objetivos e a convicção e verificação de que a aplicação do regime do atual PDM compromete esses objetivos e prejudicaria a estratégia para a revitalização e requalificação do MNAA, o que se pretende assim acautelar, pelo que tais medidas se continuam a considerar indispensáveis. A revogação parcial, pela redução da área sujeita às medidas conforme delimitada na planta anexa mostra-se compatível com os objetivos do futuro plano, designadamente a salvaguarda e reabilitação dos imóveis em causa. 4

4.3. Pressupostos de validade No caso presente ponderou-se, indo ao encontro dos princípios da necessidade e da proporcionalidade, ínsitos no artigo 139.º do RJIGT, que as medidas são as que estritamente acautelam os objetivos em vista, ou seja, os objetivos do futuro plano; por sua vez foi ponderado o prejuízo que resultaria da inviabilização das intervenções de regeneração/reabilitação dos edifícios e das parcelas, circunstâncias de excecional interesse para o município, e do território em que se inscrevem, face à vantagem que se crê continuar a advir da prorrogação das medidas preventivas. Em observância do que é exigido no n.º 2 do artigo 139.º do RJIGT, a prorrogação das presentes medidas preventivas apresenta claras vantagens, tendo em atenção que as operações urbanísticas e de reabilitação para a ampliação do museu e reordenamento dos acessos a desenvolver na sua vigência, não acarretam inconvenientes de ordem económica, técnica, social e ambiental porquanto as mesmas serão sujeitas a diversos níveis de controlo da sua adequação em termos urbanísticos e ambientais. A intervenção para ampliação do museu e reconfiguração dos acessos irá, em posterior execução do PPRUJV, concretizar-se em operações urbanísticas as quais obedecem ao regime jurídico relativo aos estudos, projetos, obras ou intervenções em bens culturais classificados ou em vias de classificação, contido no Decreto-Lei n.º 140/2009, de 15 de junho, regime que desenvolveu os mecanismos de controlo prévio e de responsabilização em relação a obras ou intervenções no património cultural, já esboçados na Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e estando sujeitas ao parecer prévio da Direção Geral do Património Cultural (DGPC). A área em causa está abrangida por medidas preventivas desde há cerca de dois anos, pelo que se encontra observado o disposto no n.º 1 do artigo 141.º do RJIGT. As presentes medidas são as que estritamente acautelam os objetivos do futuro plano, que se encontra em elaboração, e atendem ao princípio da proporcionalidade, quer na vertente necessidade, quer na vertente adequação, que suporta as medidas cautelares de carácter antecipatório. 5

4.5. Âmbito material Nos termos do n.º 4 do artigo 134.º do RJIGT, as medidas preventivas podem determinar não só a proibição, como podem estabelecer limitações ou sujeitar certas operações urbanísticas a parecer vinculativo; materialmente, as presentes medidas preventivas consistem na proibição das ações previstas nas alíneas a) a d) do n.º 4 do artigo 134.º do RJIGT, com exceção das intervenções de conservação, não sujeitas a controlo administrativo prévio, e das intervenções urgentes para a salvaguarda da integridade física e da segurança de pessoas e bens, designadamente por risco de ruína ou ruína iminente de edifícios ou partes de edifícios. Ficam excluídas do âmbito de aplicação das medidas preventivas as ações validamente autorizadas antes da sua entrada em vigor, bem como aquelas relativamente às quais exista informação prévia favorável válida (artigo 134.º, n.º 5 do RJIGT). Quando o estado dos trabalhos de elaboração do PPRUJV o permita, pode a entidade competente para a aprovação das medidas preventivas alterar a proibição de realização de todas as operações urbanísticas, pelo facto de a referida proibição se revelar desnecessária, sujeitando-as a parecer prévio da CML e da DGPC. 4.6. Âmbito territorial A área sujeita às presentes medidas preventivas, na sua forma reduzida pela presente proposta, encontra-se delimitada na planta anexa, tem cerca de 0,6 hectares e abrange parte da freguesia da Estrela, inserindo-se em parte da UOPG 8 Campo de Ourique/ Santos, e vem reduzir a anterior delimitação em 44%. 4.7. Âmbito temporal As medidas preventivas têm sempre carácter e duração temporária, e observam o limite de dois anos constante do texto legal, presentemente prorrogados por mais um. Com a entrada em vigor do plano que motivou a adoção das presentes medidas preventivas - o PPRUJV - as mesmas caducam, o que decorre do artigo 141.º, n.º 3, alínea c) do RJIGT. 6