Boletim de Indicadores Econômicos. Estado de São Paulo

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Transcrição:

DIEESE SUBSEÇÃO SINAFRESP Rua Maria Paula, 123 17º andar São Paulo e-l: susinafresp@dieese.org.br PABX: (11) 3113-4000 Boletim de Indicadores Econômicos Estado de São Paulo Julho de 2014

1. Introdução Os indicadores s recentes da economia brasileira não permitem projetar um cenário muito otimista para este ano. A economia tem se desacelerado de forma persistente desde meados de 2013 e s acentuadamente neste primeiro semestre de 2014. No plano internacional, as dificuldades econômicas que ainda persistem na região do Euro, contrastam com uma lenta, porém consistente, recuperação da economia norte-americana. Além disso, a China também apresenta perspectivas melhores, onde não deve haver forte desaceleração este ano, mantendo-se projeção de crescimento de 7,5%. No cenário interno brasileiro, as taxas de desemprego continuam estáveis em níveis baixos, mas a geração de os postos de trabalho vem se desacelerando rapidamente. No primeiro semestre deste ano, foram abertos 165 mil os postos de trabalho no estado de São Paulo, uma queda de 33% em relação ao mesmo período do ano passado. A Indústria Paulista também vem se desacelerando desde meados do ano passado e s fortemente em 2014. Nos cinco primeiros meses deste ano, a produção física da indústria no estado de São Paulo caiu 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Comércio Paulista entre eiro e o teve aumento no volume de vendas de cerca de 5% este ano, praticamente a metade do ritmo de 2012. A arrecadação tributária em São Paulo não vem tendo resultados muito positivos este ano tanto pelo baixo dinamismo da economia quanto pela base alta de comparação de 2013, devido ao Programa Especial de Parcelamentos. Assim, nos cinco primeiros meses de 2014, a receita tributária esteve apenas 0,3% or que o mesmo período do ano passado. Por fim, para efeitos da Lei da Responsabilidade Fiscal, as despesas com pessoal e com a dívida do Estado estão bem abaixo dos limites permitidos. O indicador da despesa líquida de pessoal, nos 12 meses encerrados em il deste ano, ficou em 42,27%, ante o limite prudencial de 46,55%. Já a dívida consolidada líquida ficou em 136,84%%, ante o limite de 200%. 2

2. Atividade Econômica A economia brasileira continua em trajetória descendente, com dois resultados negativos em il e o deste ano, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). Esse indicador é uma aproximação do PIB oficial, divulgado pelo IBGE, e que deve indicar resultado negativo no segundo trimestre de 2014. Não se vislumbra alteração desse cenário para o restante do ano, de tendência de queda alternando meses de leve aceleração com ros de desaceleração. Com isso o PIB deve crescer menos este ano que em 2013, quando cresceu 2,5%. Para 2014, por ora, avaliamos que a economia deverá crescer na faixa entre 1,5% e 2,0% em relação a 2013. GRÁFICO 1 IBC-Br (variação em relação ao mesmo mês do ano anterior) 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% -2,0% -4,0% 2011 2012 2013 2014 Obs. Série sem ajuste sazonal. Fonte: Banco Central do Brasil 3

3. Variação de Preços A aceleração da inflação, observada no primeiro semestre de 2014, já começa a dar sinais de reversão. Mais precisamente, desde o o IPCA vem se desacelerando, mas como os primeiros meses deste ano tiveram forte aceleração, o índice acumulado continua relativamente alto. Nos 12 meses encerrados em ho, o IPCA acumulado ficou em 6,5%, exatamente no teto da meta do Banco Central (o centro da meta é de 4,5%, com gem de 2 pontos percentuais para s ou para menos). Para os próximos meses, esperamos ainda um leve aumento no índice acumulado, mas no encerramento do ano o IPCA deverá ficar s próximo dos 6,0%, ligeiramente acima do observado no ano passado, que ficou em 5,9%. Já o INPC, índice de preços também oficial, mas utilizado principalmente para reajustes salariais, vem se comportando da mesma forma que o IPCA, porém tem ficado ligeiramente abaixo, com o acumulado de 12 meses encerrados em ho em 6,1%. Avaliamos também que o INPC deve encerrar o ano por volta dos 6,0%, pouco acima dos 5,6% verificado no ano passado. GRÁFICO 2 IPCA e INPC Acumulado em 12 meses 8,0% 7,0% 6,0% 5,0% 4,0% 3,0% 2011 2012 2013 2014 IPCA INPC Fonte: IBGE 4

4. Indústria e Comércio Neste ano, a Indústria Paulista continua tendo um desempenho ruim, com tendência negativa desde meados de 2013. De eiro a o deste ano, a produção física da Indústria Paulista foi 4,7% menor que no mesmo período do ano passado. Além disso, não se vislumbra grande alteração de comportamento no segundo semestre. Assim, s por um efeito estatístico, do que propriamente por uma retomada da produção, deverá haver uma leve melhora no restante do ano, mas a produção industrial deve encerrar o ano ainda no campo negativo. Já o volume de vendas do Comércio Paulista, vem tendo comportamento bastante irregular neste início de 2014, alternando meses de forte aceleração com ros de queda ou desempenho fraco. Para o restante do ano, avaliamos que deverá haver uma tendência de desaceleração nas vendas do comércio, mas podendo encerrar o ano no campo positivo, com crescimento na faixa entre 4,0% e 5,0%. GRÁFICO 3 Produção Física da Indústria e Volume de Vendas do Comércio Estado de São Paulo (variação em relação ao mesmo mês do ano anterior) 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% -5,0% 2012 2013 2014-10,0% Indústria Comércio Fonte: IBGE 5

5. Mercado de Trabalho A perda de dinamismo da economia tem impactado na abertura de os postos de forma s intensa este ano. No estado de São Paulo, em 2014 foram abertas 165 mil as vagas de emprego, uma queda de 33% em relação ao mesmo período do ano passado. Como impacto da menor atividade econômica em ho, devido à Copa do Mundo, foram abertas apenas cerca de 3 mil as vagas, queda de 91% em relação a ho do ano passado. Os destaques negativos no estado foram a Indústria de Transformação que fechou s de 16 mil postos de trabalho, enquanto a Construção Civil fechou 5,5 mil e o Comércio quase 2 mil. Avaliamos que, apesar desse cenário, ainda haverá saldo positivo no ano, com s abertura do que fechamento de postos de trabalho. Em relação à taxa de desemprego na Região Metropolitana de São Paulo, após o aumento sazonal observado nos primeiros meses do ano, a tendência é de queda nos próximos meses. Porém, com o fraco desempenho da economia, não é esperado uma queda significativa nesse índice como nos anos anteriores. Em o, a taxa de desemprego na região ficou em 11,4%, mesmo índice de o de 2013. Já a expectativa para o fim do ano é que esse índice fique entre 9,0% e 10,0%. 500.000 450.000 400.000 350.000 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 GRÁFICO 4 Geração de Empregos Fors Acumulado em 12 Meses Estado de São Paulo 2012 2013 2014 Fonte: MTE. CAGED 6

GRÁFICO 5 Taxa de Desemprego (Região Metropolitana de São Paulo) 16,0% 14,0% 12,0% 10,0% 8,0% 6,0% 2011 2012 2013 2014 Fonte: DIEESE / Fundação SEADE. Sistema PED. 6. Arrecadação Tributária A arrecadação no estado de São Paulo no segundo trimestre do ano vem tendo resultados adversos, principalmente pela base alta de comparação de 2013 (devido ao Programa Especial de Parcelamentos PEP) e também pelo fraco desempenho da economia neste ano. No acumulado de eiro a o de 2014, a receita tributária cresceu 0,3% na comparação com o mesmo período de 2013, em termos reais. A arrecadação do ICMS teve aumento de 0,2%, enquanto o IPVA cresceu 2,5%, também em valores reais, nos primeiros cinco meses deste ano. Nossa expectativa é que em 2014 a receita com o ICMS crescerá, em termos reais, na faixa entre 2,0% e 2,5% e a Receita Tributária entre 1,5% e 2,0%. 7

GRÁFICO 6 ICMS Acumulado em 12 meses (Milhões de reais de ho de 2013) 127.000,00 126.000,00 125.000,00 124.000,00 123.000,00 122.000,00 121.000,00 120.000,00 119.000,00 118.000,00 117.000,00 2012 2013 2014 Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo Deflator: IPCA-IBGE 7. Lei de Responsabilidade Fiscal Segundo os últimos dados disponíveis da Secretaria da Fazenda do Estado, a Despesa Líquida de Pessoal, nos 12 meses encerrados em il de 2014, ficou em 42,27% da Receita Corrente Líquida, abaixo do limite prudencial, de 46,55%. Outro indicador utilizado na Lei de Responsabilidade Fiscal, a Dívida Consolidada Líquida do Estado fechou o mesmo período em 136,84% da Receita Corrente Líquida, também abaixo do limite máximo que, neste caso, é de 200%. Nossa expectativa, porém, é de que os próximos resultados apresentem alguma deterioração, diante do menor dinamismo da economia, e por consequência da arrecadação, e também pelos reajustes salariais concedidos neste primeiro semestre de 2014. Mesmo assim, avaliamos que os indicadores se manterão distantes dos limites determinados pela legislação. 8

GRÁFICO 7 Despesa Líquida de Pessoal em relação à Receita Corrente Líquida 49,0% 47,0% 45,0% Limite Máximo Limite Prudencial 43,0% 41,0% 39,0% 37,0% 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo GRÁFICO 8 Dívida Consolidada Líquida em relação à Receita Corrente Líquida 210,0% 200,0% 190,0% 180,0% 170,0% 160,0% 150,0% 140,0% 130,0% 120,0% Limite do Endividadmento 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 9