42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Documentos relacionados
ABORDAGEM ANESTÉSICA DE EXODONTIA DE INCISIVOS INFERIORES EM COELHO - RELATO DE CASO

FÁRMACOS USADOS EM AMINAIS DE LABORATÓRIO ANESTÉSICOS E ANALGÉSICOS

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

Recebido em: 08/09/2015 Aprovado em: 14/11/2015 Publicado em: 01/12/2015 DOI:

DEVIDO À PROLAPSO PENIANO

UTILIZAÇÃO DE PROTOCOLO ANESTÉSICO COM TILETAMINA+ZOLAZEPAM EM UMA VEADA CATINGUEIRA (Mazama Gouazoubira) COM FRATURA DE PELVE- RELATO DE CASO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS Curso de MEDICINA VETERINÁRIA

EFEITOS DA LIDOCAÍNA, XILAZINA ASSOCIADAS OU NÃO Á MORFINA PELA VIA EPIDURAL SOB OS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS EM COELHOS

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Distocia em Jabuti Piranga (Chelonoidis carbonaria) - relato de caso

UTILIZAÇÃO DA INFUSÃO CONTÍNUA DE MORFINA (MLK) OU FENTANILA (FLK), ASSOCIADOS À LIDOCAÍNA E CETAMINA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

FIXAÇÃO DE FRATURA DE CARAPAÇA DE CÁGADO Trachemys dorbignyi (Tigre-d água) COM RESINA EPÓXI E HEMICERCLAGEM

Patologia Clínica e Cirúrgica

ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA COM PROPOFOL OU PROPOFOL E CETAMINA: META-ANÁLISE

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

TRABALHOS ANIMAIS SELVAGENS

ANESTESIA E ANALGESIA EPIDURAL LOMBOSSACRA EM PEQUENOS ANIMAIS 1

Comissão de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde COREMU. Edital nº: 21/2015 ProPPG/UFERSA

PROTOCOLOS E TÉCNICAS ANESTÉSICAS UTILIZADAS EM OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIAS NO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE, CAMPUS

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR

TÍTULO: REPERCUSSÕES DA ANESTESIA DISSOCIATIVA SOBRE A MOVIMENTAÇÃO DE CÉLULAS SANGUÍNEAS EM GATOS

ANESTESIA EM TARTARUGA (TRACHEMYS DORBIGNY) PARA REMOÇÃO CIRÚRGICA DE GRANULOMA - RELATO DE CASO -

ANESTÉSICOS E OUTROS AGENTES ADJUVANTES MAIS UTILIZADOS

USO DE FIXADOR ESQUELÉTICO EXTERNO TIPO II NA OSTEOSSÍNTESE DE TÍBIA E FÍBULA DE CADELA

Avaliar a viabilidade de retalhos cutâneos randômicos por meio da. Avaliar os efeitos individuais e em associação da N-acetilcisteína

BLOQUEIO ECOGUIADO DO PLANO TRANSVERSO ABDOMINAL EM GATAS SUBMETIDAS À LAPAROTOMIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLANDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

RAFAEL CARDOSO CARVALHO. Topografia vértebro-medular e anestesia espinhal em jabuti das patas vermelhas Geochelone carbonaria (SPIX, 1824) São Paulo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA MESTRADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (ÁREA DE FISIOLOGIA)

Profa Dra Eliana Marisa Ganem CET/SBA do Depto. de Anestesiologia Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

Reabilitação de jabuti (Chelonoidis carbonaria) com problema de casco: relato de caso

TÉCNICA CIRÚRGICA DE ABLAÇÃO TOTAL DO CONDUTO AUDITIVO DE CÃO ACOMETIDO POR OTITE. Introdução

Campus Universitário s/n Caixa Postal 354 CEP Universidade Federal de Pelotas INTRODUÇÃO

ANESTESIA E ANALGESIA DE ANIMAIS UTILIZADOS EM PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS

QUESTIONÁRIO SOBRE TRATAMENTO DA DOR AGUDA PÓS-OPERATÓRIA

Anestesias e Anestésicos. André Montillo

USO DE LIDOCAÍNA E BUPIVACAÍNA NA ANESTESIA ESPINHAL DE CÁGADO-DE-BARBICHA Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)

ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0211

Programa para Seleção Clínica Cirúrgica e Obstetrícia de Pequenos Animais

PRINCÍPIOS DA ANESTESIA CONDUTIVA

Técnicas de anestesia regional Cabeça

Avaliação coproparasitológica de Chelonoidis carbonaria, Spix, 1824 (Reptilia, Testudinidae) em cativeiro no Espírito Santo.

BLOQUEIOS DO NEUROEIXO: UMA REVISÃO ENTRE DUAS MODALIDADES ANESTÉSICAS.

QUESTIONÁRIO SOBRE ANALGESIA DE TRABALHO DE PARTO

Anestesia em Jacaré-americano (Alligator mississipiensis) para Amputação de Membro

IV SEMINÁRIO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM CUNICULTURA

ALTERAÇÕES ELETROCARDIOGRÁFICAS EM RATOS ANESTESIADOS PELA ASSOCIAÇÃO DE CETAMINA E MIDAZOLAM COM USO DE DOSES CRESCENTES DE FENTANIL

- Mortalidade em equinos é muito alta (1:100) se comparadaà observ ada em pequenos animais (1:1000) e em humanos (1: )

CUIDADOS PERI-OPERATÓRIOS, DIAGNÓSTICO E CONTROLE DA DOR

Bloqueio anestésico periférico dos nervos nas cirurgias do pé e tornozelo

Mário Tadeu Waltrick Rodrigues Anestesiologista TSA / SBA. Pós Graduado em Terapia da Dor Universidade de Barcelona

Estado de inconsciência reversível produzido por um processo controlado de intoxicação do SNC, mediante o qual diminui a sensibilidade e a resposta a

Anais do 38º CBA, p.1956

ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0221

Uso da combinação dos anestésicos tiletamina e zolazepam na imobilização de Ctenomys lami (Rodentia-Ctenomyidae) no sul do Brasil

Resumo: Anais do 38º CBA, p.1725

Anais do 38º CBA, p.0374

Programa Analítico de Disciplina VET331 Anestesiologia Veterinária

PLANO DE CURSO 8 PERÍODO ANO:

HISTERECTOMIA LAPAROSCÓPICA

TRIORQUIDISMO EM COELHO RELATO DE CASO TRIORCHIDISM IN A RABBIT CASE REPORT

ANEXO I FORMULÁRIO UNIFICADO PARA SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE ANIMAIS EM ENSINO E/OU PESQUISA

ANESTESIA POR TUMESCÊNCIA: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

RESUMO ABSTRACT RESUMEN

GABARITO OFICIAL. Área de concentração: ANESTESIOLOGIA

Procedimento para análise de projeto pelas RTs

CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO 1 CONSIDERATIONS ABOUT ANESTHESIA IN LABORATORY ANIMALS

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE ANESTESIA GERAL

ESTUDOS AVANÇADOS EM ANESTESIOLOGIA REGIONAL

17 de janeiro de 2011 ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA

Xylestesin. Sem Vasoconstritor cloridrato de lidocaína. Solução Injetável 1,0% e 2,0% Cristália Prod. Quím. Farm. Ltda MODELO DE BULA PARA O PACIENTE

Câmpus de São José do Rio Preto. Leonardo Sanches. Anestesia espinhal no lagarto Iguana iguana (Linnaeus, 1758).

TÍTULO: NÃO HÁ APLICABILIDADE PARA A HASTE DE POLIAMIDA PARA CORREÇÃO DE FRATURAS EM AVES?

25 de janeiro de 2010

ÁREAS: OBSTETRÍCIA, PATOLOGIA CLÍNICA CIRÚRGICA E ANESTESIOLOGIA

FORMULÁRIO UNIFICADO PARA SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE ANIMAIS EM EXPERIMENTAÇÃO E/OU ENSINO

Portaria FMVZ nº 39/2008

22/07/14. ! Sucesso anestésico depende...! Escolha de um protocolo anestésico adequado! Adequada perfusão e oxigenação tecidual! Monitoração eficiente

42º Congresso Bras. de Medicina Veterinária e 1º Congresso Sul-Brasileiro da ANCLIVEPA - 31/10 a 02/11 de Curitiba - PR 1

II Simpósio Mineiro de Clínica Cirúrgica de Cães e Gatos. Normas Para Publicação de Trabalhos Científicos

SITIOS DE INCISÃO ABDOMINAL. Prof. Dr. João Moreira da Costa Neto Departamento de Patologia e Clínicas UFBA

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS CARDIOVASCULARES E HEMATOLÓGICOS DA ACEPROMAZINA EM FELINOS POR MEIO DA FARMACOPUNTURA

GABARITO OFICIAL. Área de concentração: ANESTESIOLOGIA

ANESTESIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO

I- FORMULÁRIO PARA SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA USO DE ANIMAIS EM

ASSOCIAÇÃO DE FIXADOR ESQUELÉTICO EXTERNO COM PINO INTRAMEDULAR EM CONFIGURAÇÃO TIE-IN NO TRATAMENTO DE FRATURA DE ÚMERO EM CÃO RELATO DE CASO

Pesquisa Institucional desenvolvida no Departamento de Estudos Agrários, pertencente ao Grupo de Pesquisa em Saúde Animal, da UNIJUÍ 2

Particularidades na contenção química e na anestesia de serpentes

DOSES DE AGENTES PARA RATOS. RATO DOSE (mg/kg) VIA COMENTÁRIO 3-4% indução 1-2,5% manutenção Inal

CADERNO DE QUESTÕES ÁREA PROFISSIONAL ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA DATA: 06/12/2015. HORÁRIO: das 08 às 11 horas

ANAIS 37ºANCLIVEPA p.0264

NOÇÕES DE ANESTESIA EM EQUINOS - UMA BREVE REVISÃO Notions at Equine Anesthesia - A Brief Review. Camila Goersch Barroso

10/12/2008 TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL EM PEQUENOS ANIMAIS

Anestesia de um Graxaim-do-campo (Pseudalopex gymnocercus) com propofol por infusão contínua

Adrenalina. Vasoactivo. Apresentação: ampolas de 1 mg/1 ml (1 mg/ml) Dose de indução: 0,5-1 mg

EXAME DE URETROGRAFIA CONTRASTADA PARA DIAGNÓSTICO DE RUPTURA URETRAL EM CANINO RELATO DE CASO

Anais do 38º CBA, p.0882

Transcrição:

1 ANESTESIA BALANCEADA COM QUETAMINA E MIDAZOLAM E LIDOCAÍNA POR VIA ESPINHAL (EPIDURAL) EM DOIS JABUTI- TINGA (Chelonoidis denticulata), SUBMETIDOS À PENECTOMIA: RELATO DE CASOS. BEATRIZ GUERREIRO GIESE¹, FRANCISCO DE ASSIS BATISTA JUNIOR¹, VICTOR HUGO FLORES BERNARDES¹, LEILA MENEZES DA SILVA¹, LUCIANA DA SILVA SIQUEIRA¹ RUTH HELENA FALESI PALHA DE MORAES BITTENCOURT 2 1 Residentes HOVET/UFRA; 2 Professora Associada UFRA RESUMO Jabutis criados como animais de estimação sem a devida assistência médica-veterinária podem desenvolver diversas doenças, entre elas o prolapso de pênis. Objetiva-se relatar dois casos de Jabuti-tinga anestesiados com quetamina (20 e 40 mg/kg) e midazolam (1 e 2 mg/kg) e lidocaína epidural (5,5 mg/kg) submetidos à penectomia. Os animais apresentaram relaxamento e paralisia de membros posteriores, cauda e pênis, sendo necessário reforço de lidocaína epidural devido ao retorno de movimento. A anestesia se mostrou segura e satisfatória com retorno rápido e tranquilo, porém é necessário readequar a dose do anestésico local pela via espinhal Palavras-chave: Anestesia dissociativa, Bloqueio locorregional, Quelônio BALANCED ANESTHESIA WITH KETAMINE AND MIDAZOLAM AND LIDOCAINE BY SPINAL (EPIDURAL) IN TWO YELLOW-FOOTED- TORTOISE (Chelonoidis denticulata) SUBMITTED TO PENECTOMY: CASES REPORT ABSTRACT 1634

2 Tortoises created as pets without proper medical-veterinary assistance can develop several diseases, including penis prolapse. The objective is to report two cases of Jabuti-tinga anesthetized with ketamine (20 and 40 mg/kg) and midazolam (1 and 2 mg/kg) and epidural lidocaine (5.5 mg/kg) underwent penectomy. The animals showed relaxation and paralysis of hind limbs, tail and penis, requiring reinforcement of epidural lidocaine because the end of paralysis. The anesthesia proved safe and satisfying with quick and smooth return, but it is necessary to readjust the dosage of the local anesthetic for spinal via. Keywords: Dissociative anesthesia, Locoregional, Chelonian INTRODUÇÃO Pertencente à ordem Chelonia, classe Reptilia, os jabutis vem sendo utilizados como animais de estimação, sendo criados pela população em áreas urbanas (Carvalho, 2004; Storer et al., 2000), em cativeiro alterando a qualidade e o tipo de vida do animal (Carvalho, 2004). O prolapso peniano é um dos principais problemas que acometem esses animais quando mantidos em cativeiro e, com frequência, os animais são trazidos tardiamente com exposição dos tecidos (Ramos et al., 2009). A penectomia é recomendada quando em casos de parafimose crônica, em casos de lesões graves e necrose ou quando o tratamento conservativo é ineficaz (Cubbas et al., 2006). Fontenelle et al. (2000) referem à utilização da anestesia epidural em répteis como uma alternativa para execução de procedimentos cirúrgicos comuns na clínica, com uma boa margem de segurança e que promove efeitos regionais, levando a uma recuperação mais rápida. Utilizada frequentemente em animais domésticos, a técnica locorregional em quelônios é pouco publicada (Carvalho, 2004). 1635

3 As doses de lidocaína 2% recomendadas para anestesia epidural nesses animais são variadas e, segundo Fontenelle et al. (2000) e Ramos et al. (2009) a analgesia e relaxamento peniano, de membros posteriores e cauda em Jabuti-piranga são dose-dependente. RELATO DO CASO Foram atendidos pelo Setor de Animais Silvestres do Hospital Veterinário Dr. Mário Dias Teixeira (UFRA) dois Jabutis-tinga machos pesando 3,5 kg (J1) e 1,8 kg (J2), criados em cativeiro, diagnosticados com prolapso irreversível de pênis e, submetidos, posteriormente à penectomia. O primeiro animal (J1) teve a anestesia induzida com a associação de 40 mg/kg de quetamina e 2 mg/kg de midazolam, por via intramuscular, no membro anterior direito. Após o relaxamento muscular da cauda foi administrado 5,5 mg/kg de lidocaína no espaço epidural entre vértebras coccígeas. No segundo animal (J2), a indução anestésica foi realizada com os mesmos fármacos e via de administração, porém as doses foram reduzidas à metade (20 mg/kg de quetamina e 1 mg/kg de midazolam). O bloqueio espinhal foi o mesmo realizado no J1. Após aproximadamente 5 minutos das anestesias epidural, foram observados relaxamento e imobilidade de membros posteriores e relaxamento completo de cauda e pênis. Ambos animais mantiveram o reflexo óculo-palpebral e movimentos de cabeça, porém sem bom relaxamento de boca. A intervenção cirúrgica iniciou após aproximadamente 10 minutos da anestesia espinhal e teve duração de 41 minutos no J1 e de 35 minutos no J2. Nos dois animais, durante o transoperatório, foi necessária dose 1636

4 de resgate de lidocaína na mesma dose da inicial, para abolição de movimentos e relaxamento dos membros posteriores. Os animais iniciaram o retorno anestésico logo após o término do procedimento cirúrgico, apresentando movimentos de cabeça e membros e sem comportamento agressivo. DISCUSSÃO Os protocolos anestésicos utilizados nos dois jabutis, considerando a associação anestésica indutora em doses distintas, permitiu a realização da anestesia espinhal epidural, visto que promoveu relaxamento muscular nos animais facilitando a localização e introdução da agulha entre as vértebras coccígeas, resultados semelhantes foram obtidos por Fonseca et al. (2014) e Ramos et al. (2009) após indução anestésica, respectivamente, com quetamina e diazepam e tiletamina zolazepam em jabutis piranga submetidos à penectomia. A dose de 5,5 mg/kg de lidocaína 2% sem vasoconstritor utilizada na anestesia espinhal epidural apesar de ter promovido analgesia e relaxamento peniano, de calda e membros, teve que ser resgatada durante o transoperatório para que o procedimento cirúrgico pudesse ser complementado, corroborando com relatos de Fontenelle et al. (2000) e Ramos et al. (2009), de que analgesia e relaxamento muscular em pênis, membros pélvicos e cauda em jabutis piranga são dose dependente. CONCLUSÕES As doses de quetamina e diazepam utilizadas na indução anestésica promovem anestesia de boa qualidade e retorno rápido e tranquilo em jabuti-tinga; 1637

5 A dose de 5,5 mg/kg de lidocaína 2% não foi apropriada para realização de penectomia em jabuti-tinga, sugerindo maiores estudos quanto a dose desse fármaco a ser utilizada na anestesia espinhal epidural de jabuti-tinga. REFERÊNCIAS CARVALHO, R.C. Topografia vértebro-medular e anestesia espinhal em jabuti da patas vermelhas Geochelone carbonária (SPIX, 1824). 2004. São Paulo, 126 f. Dissertação (Mestrado em ciências veterinárias) - Programa de pós-graduação em Anatomia dos animais domésticos e silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo. CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R. et al. Tratado de Animais Silvestres - Medicina Veterinária. 1 ed. São Paulo: Editora Roca, 2006. FONSECA, L.S.; OLIVEIRA, E.L.R; LEITE, J.S.; ESCODRO, P.B.; DANTAS, F. T D. R; DIAS, D.C.R. Anestesia epidural e amputação de pênis prolapsado em jabuti-piranga (Geochelone carbonaria): relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, v.12, n.1, p.34, 2014. FONTENELLE, J.H.; NASCIMENTO, C.C.; CRUZ, M.L.; LUNA, S.P.L.; NUNES, A.L.V. Anestesia epidural em jabuti piranga (Geochelone carbonaria). In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE VETERINÁRIOS DE ANIMAIS SELVAGENS, 4.; ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANIMAIS SELVAGENS, 9., 2000, São Paulo. Anais... São Pedro: [s.n.], 2000. p. 7. RAMOS, R.M.; VALE, D.F.; HANAWO,M.E.O.C.; FERREIRA,F.S.; LUZ, M.J.; A.L.A. OLIVEIRA. Penectomia em caso de prolapso peniano em Jabuti-piranga (Geochelone carbonaria) Relato de caso. Jornal Brasileiro de Ciência Animal, v.2, n.3, p.166-174, 2009. 1638