CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres (Aula 25/04/2018) Modalidades Obrigacionais. Elementos estruturais do direito obrigacional. 1
Tempo Vencimento da obrigação, o credor não pode cobrar o devedor antes do vencimento. Modo. O credor não é obrigado receber objeto diferente do pactuado, ainda que mais valioso. Lugar. Em regra, as obrigações são cumpridas no domicílio do devedor querable. Quando o devedor vai até o credor para satisfazer a obrigação é portable, contudo, precisa estar pactuado. Responsabilidade do devedor no direito obrigacional. PERDA DA COISA SEM CULPA DO DEVEDOR COM CULPA DO DEVEDOR + P.D SEM CULPA ou + DETERIORAÇÃO DA COISA COM CULPA + P.D ou + + P.D 2
TABELA MÁGICA DIREITO DE ESCOLHA = EM REGRA, DO DEVEDOR = EXTINÇÃO / RESOLUÇÃO DA OBRIGAÇÃO SEM QUALQUER ÔNUS ÀS PARTES. = EQUIVALENTE A COISA EM DINHEIRO P.D = PERDAS E DANOS = RECEBE A COISA NO ESTADO = ABATIMENTO PROPORCIONAL NO PREÇO Perda da coisa. Hipóteses da obrigação de dar em que o devedor permanece com a coisa sem estar inadimplente: Primeira não está no prazo de entrega da coisa; Segunda pende uma condição suspensiva, exemplo, o Fábio só vai entregar o carro para Paulo quando ele tirar a CNH. Quando a coisa se perde depois da tradição, o problema é do credor, contudo, antes da tradição em que a coisa está com o devedor, gera algumas situações a ser tratadas a seguir. Direito de escolha forma diversa. em regra é do devedor, salvo se não for pactuado de 3
Perda sem culpa situação jurídica anterior. se dá a extinção da obrigação, as partes retornam a Exemplo, Paulo compra o carro do Fábio e o muro do vizinho desaba em cima do carro de Fábio, perde a coisa antes da tradição, precisa devolver o dinheiro para Paulo se houver recebido. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. Perda com culpa pagamento do valor do bem mais perdas e danos. Exemplo, Paulo compra o carro de Fábio, estando em contrato que o carro deve ficar na garagem até a tradição, contudo, Fábio antes da tradição sai com o carro e da perda total, precisa restituir o valor pago mais perdas e danos. Leasing é um contrato através do qual a arrendadora (arrendadora é a empresa que se dedica à exploração de leasing) adquire um bem escolhido por seu cliente (o arrendatário) para em seguida transferir a posse direta ao cliente, por um prazo determinado. Ao término do contrato o arrendatário pode optar por: renová-lo por mais um período; por devolver o bem arrendado à arrendadora; ou dela adquirir o bem. Exemplo, após dezoito meses de celebração de contrato de leasing, o carro é roubado e a obrigação é extinta, não precisa pagar mais, pois não teve culpa, se pagou o valor do bem junto com o arrendamento a empresa precisa devolver o valor de compra do bem pago mensalmente pelo arrendatário para não configurar enriquecimento ilícito, neste caso perda da coisa sem culpa do devedor. Contudo, se no contrato tinha uma cláusula dizendo que deveria ter seguro para o carro roubado, o arrendatário não o fez, o devedor teve culpa, precisa pagar o valor bem que falta pagar (V.L.G) mais perdas e danos, que 4
fica configurado pois, a contraprestação que está deixando de ganhar se tivesse com o bem ainda arrendado. Exceptio non adimpleti contractus se eu não cumprir a minha parte na relação contratual, não posso exigir que você cumpra a sua. Para o credor exigir do devedor o equivalente em dinheiro mais perdas e danos, aquele precisa ter pago o valor do bem. E só terá direito a perdas e danos desde que tenha sofrido, se provar que prejuízo além do dano. Perdas e danos não é um direito adquirido, para obter este precisa provar que houve perdas e danos na relação obrigacional. Deterioração da coisa. Distinção de perda e deterioração, resumidamente pode se afirmar que perda é a destruição integral da coisa a ser entregue, por quanto que, a deterioração é a depreciação do bem a ser entregue (redução do proveito do econômico) no outro a perda do proveito econômico. Deterioração sem culpa se dá a extinção da obrigação ou recebe a coisa no estado mais abatimento proporcional do preço. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Deterioração com culpa equivalente da coisa em dinheiro mais perdas e danos; ou recebe a coisa, no estado que se encontra mais abatimento proporcional no preço mais perdas e danos. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. 5
Exemplo, Adriana vende um carro C3 para Fábio por R$ 30.000,00, e antes da tradição Adriana sai com o carro e alguém colide com o carro causando um prejuízo de R$ 5.000,00 sem culpa da Adriana. Fábio não é obrigado a ficar com o carro, e se pagou o valor, Adriana precisa devolver, se não pagou se resolve a obrigação, ou pode escolher ficar com a coisa e com abatimento no preço, aqui muda o direito de escolha passando a ser do credor. Contudo, se Adriana ocasionou o evento com culpa pois, não deveria sair com o carro, cabe o equivalente da coisa em dinheiro mais perdas e danos, ou pode a credor receber a coisa no estado que se encontra mais abatimento proporcional no preço, além da perda e danos, se houver. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 6