RELATÓRIO DE CONJUNTURA: INDICADORES MACROECONÔMICOS

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9 Ver em especial o site:

4,81 5,15 5,21 5,19 3,45 3,39 10,25 11,53 50,67 0,50 1,00-26,00 46,00 70,00 5,50

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6,38 6,83-6, ,20-3,49-6,58-20,35 47,10 69,00 5,71 6, ,15-3,49-6,65-20,30-69,50 5,76

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Transcrição:

RELATÓRIO DE CONJUNTURA: INDICADORES MACROECONÔMICOS Abril de 2009 Nivalde J. de Castro Alessandra Vila de Sá Freire PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL INDICADORES DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA ABRIL de 2009 Nivalde J. de Castro Alessandra Vila de Sá Freite PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO 2

Índice 1- SUMÁRIO EXECUTIVO...4 2- INFLAÇÃO...5 2.1 IGP-M (FGV)... 5 2.2 - IPC (Fipe):... 6 2.3 - IPCA (IBGE):... 7 3 FINANCIAMENTO...7 3.1 BNDES... 7 4 - CÂMBIO...10 5 - JUROS...11 6 - BALANÇA COMERCIAL...12 7 - PRODUÇÃO INDUSTRIAL...14 7.1 CNI... 14 7.2 IBGE... 16 8 PIB...20 9 - EMPREGO E RENDA...22 Relatório Mensal de Indicadores de Conjuntura Econômica(1) Nivalde J. de Castro(2) Alessandra Vilas de Sá Freire (3) (1) Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza Turques, Rafhael dos Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e Luciano Análio Ribeiro. (2) Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico. (3) Assistente de Pesquisa do GESEL-IE-UFRJ 3

1- SUMÁRIO EXECUTIVO O IGP-M em abril de 2009 registrou deflação de 0,15%, ante também deflação de 0,74% no mês anterior. O IPC-Fipe registrou 0,31% de variação no mês. Em abril, a cotação do dólar oscilou consideravelmente. A cotação máxima foi de R$ 2,2891 a compra e R$ 2,2899 a venda, no dia 01, apresentando uma tendência de queda nos dias posteriores. A cotação mínima ocorreu no dia 13 e foi de R$ 2,1691 a compra e R$ 2,1699 a venda. Após o mínimo, a tendência foi novamente de alta. A média mensal foi de R$ 2,2065 a compra e R$ 2,2073 a venda. A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 3,712 bilhões em abril de 2009, frente a US$ 1,737 bilhões do mesmo período no ano passado. A taxa básica de juros do Brasil, a Selic, foi reduzida em 1,0 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, sendo fixada em 10,25%. Em março de 2009, já descontadas as influências sazonais, a produção industrial avançou 0,7% frente a fevereiro. Em relação a março de 2008, porém, houve recuo de 10%. O indicador acumulado nos últimos doze meses teve um resultado negativo de 1,9%, mantendo a trajetória declinante desde setembro de 2009. Em relação ao PIB, os economistas esperam uma queda de 0,39% neste ano, de acordo com a última pesquisa Focus de abril. Além disso, prevêem uma recuperação para 3,5% em 2010. Já a taxa de desocupação da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, que representa a percentagem de pessoas desocupadas na semana de referência em relação às pessoas economicamente ativas nessa semana, ficou em 9%. A nova taxa apresenta um aumento em relação a fevereiro de 2009 de 0,5 pp. 4

2- INFLAÇÃO 2.1 IGP-M (FGV) Em abril, o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) registrou deflação de 0,15%, ante queda de 0,74% no mês anterior. Conforme os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), o indicador diminuiu 1,07% no acumulado do ano e verificou crescimento de 5,38% em 12 meses. Segundo os números do relatório Focus do Banco Central, o mercado esperava deflação de 0,32% para o resultado mensal. O Índice de Preços ao Atacado (IPA), que representa 60% do IGP-M, ficou em - 0,44%, contra -1,24% no mês passado. Os produtos agropecuários subiram 0,84%, invertendo a direção tomada em março, de avanço de 2,82%. Os produtos industriais baixaram 0,85% após redução de 0,72%. Dos três estágios de produção componentes do IPA, apenas os Bens Intermediários registraram deflação, de 1,36%. O resultado acabou próximo ao do mês anterior, de recuo de 1,33%. Os Bens Finais cresceram 0,33% e as Matérias-Primas Brutas tiveram alta de 0,06%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), correspondente a 30% do índice geral, ficou em 0,58% em abril após situar-se em 0,43% um mês antes. O grupo Alimentação contribuiu para esta aceleração ao deixar um avanço de 0,60% para uma elevação de 1,13% na passagem de um mês para outro. No ramo Alimentação, segundo a FGV, os destaques foram os itens carnes bovinas (-3,52% para -0,90%), hortaliças e legumes (3,68% para 5,46%), laticínios (0,41% para 2,01%) e frutas (3% para 4,49%). Também verificaram ritmo maior de alta os grupos Despesas Diversas, que saíram de 0,34% em março para 1,69% no mês seguinte, Saúde e cuidados pessoais (0,59% para 0,82%) e Vestuário (zero para 0,44%). O Índice Nacional do Custo da Construção (INCC), responsável por 10% do IGP- M, apresentou um decréscimo de 0,01% em abril contra um de 0,17% da pesquisa antecedente. O indicador relativo a Materiais, equipamentos e serviços cedeu 0,33% contra baixa de 0,39% no mês passado, e o índice Mão de Obra subiu 0,37%, seguindo ampliação de 0,10%. 5

Tabela nº. 1 Brasil. Evolução dos Índices de Inflação. Maio de 2008 a Abril de 2009. (em %) Mês IGP-M IPA-M IPC-M INCC-M maio 08 1,61 2,01 0,68 1,1 junho 08 1,98 2,27 0,89 2,67 julho 08 1,76 2,2 0,65 1,42 agosto 08-0,32-0,74 0,23 1,27 setembro 08 0,11 0,04-0,06 0,95 outubro 08 0,98 1,24 0,25 0,85 novembro 08 0,38 0,3 0,52 0,65 dezembro 08-0,13-0,42 0,58 0,22 janeiro 09-0,44-0,95 0,75 0,26 fevereiro 09 0,26 0,2 0,4 0,35 março 09-0,74-1,24 0,43-0,17 abril 09-0,15-0,44 0,58-0,01 Fonte: Elaborado pelo GESEL-IE-UFRJ, com dados do Ipeadata 2.2 - IPC (Fipe): A inflação no município de São Paulo registrou 0,31% em abril, ante 0,4% em março. Na 1ª quadrissemana de abril apresentou 0,4%, acima dos 0,24% de março. Na 2ª quadrissemana, o índice teve um suave aumento para 0,42% e na 3ª quadrissemana o índice diminuiu para 0,38%, ante respectivamente 0,25% e 0,29% do mês anterior. O grupo Habitação apresentou queda e ficou em -0,04%, ante 0,25% do mês anterior, março de 2009. O grupo Transportes também teve um decréscimo, apresentando -0,02% em abril frente a 0,09% de março; o de Despesas Pessoais fechou o mês em 1,92%, ante 0,8%; e o de Saúde apresentou um leve aumento de 1,86% ante 0,23%. Na sequência, o grupo Vestuário apresentou, em março, desaceleração com uma taxa de 0,41% contra 0,56%, observada em março; e o grupo Educação apresentou taxa de 0,02% ante 0,09%. O grupo Alimentação apresentou variação negativa de 0,26% contra variação positiva de 0,7% no mês anterior. Tabela nº. 2 6

Brasil. Evolução do IPC da Fipe. Quadrissemanas de Abril de 2009 (em %) Período IPC-Fipe 1ª Quadr. 0,40 2ª Quadr. 0,42 3ª Quadr. 0,38 Mês 0,31 Fonte: Elaborado pelo GESEL-IE-UFRJ, com dados da FIPE 2.3 - IPCA (IBGE): O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de abril de 2009 teve variação de 0,48%, 0,28 ponto percentual acima da taxa de março (0,2%) e 0,07 ponto percentual abaixo do índice de abril de 2008 (0,55%). Com isso, o acumulado do IPCA nos últimos 12 meses ficou em 5,53%. Tabela nº. 3 Brasil. Evolução do IPCA. Maio de 2008 a Abril de 2009 Mês (em %) IPCA maio 08 0,79 junho 08 0,74 julho 08 0,53 agosto 08 0,28 setembro 08 0,26 outubro 08 0,45 novembro 08 0,36 dezembro 08 0,28 janeiro 09 0,48 fevereiro 09 0,55 março 09 0,2 abril 09 0,48 Fonte: Elaboração do GESEL-IE-UFRJ, com dados do Ipeadata 3 FINANCIAMENTO 3.1 BNDES Em abril, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social divulgou seu boletim de desempenho referente a março de 2009. De acordo com os dados, os 7

desembolsos somaram R$ 8,534 bilhões; as aprovações, R$ 4,668 bilhões; os enquadramentos, R$ 39,296 bilhões; e as consultas para novos investimentos totalizaram R$ 38,287 bilhões. Os desembolsos do FINAME em março mostram uma retomada nos financiamentos à aquisição de máquinas e equipamentos. No primeiro trimestre de 2009, os desembolsos do BNDES cresceram 13% no em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 18,67 bilhões. O bom desempenho foi impulsionado pelo setor de infraestrutura, que apresentou expansão de 21,4%, somando liberações de R$ 6,787 bilhões no trimestre. Os segmentos de transportes rodoviários e os investimentos em energia elétrica incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram os grandes destaques do setor. Na indústria, os desembolsos alcançaram R$ 7,943 bilhões no 1T09, com expansão de 4,9% em relação a igual período do ano passado. As áreas de alimentos e bebidas, papel e celulose e química e petroquímica responderam, em grande parte, pelo bom desempenho das liberações para a indústria no período. As aprovações nos primeiros três meses do ano, de R$ 20,1 bilhões, apresentaram queda de 12,2% em relação a janeiro/março de 2008. A redução ocorreu em função de uma grande operação aprovada no primeiro trimestre de 2008. De janeiro a março de 2009, os enquadramentos e as consultas atingiram, respectivamente, R$ 54,28 bilhões (variação de 41% em relação ao mesmo período de 2008) e R$ 57,325 bilhões (aumento de 29% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado). No ano, os desembolsos do BNDES voltaram a apresentar níveis recordes. Nos 12 meses encerrados em março, o Banco liberou R$ 94,4 bilhões (alta de 35% ante igual período anterior); aprovou R$ 118,6 bilhões (alta de 14%); enquadrou projetos no valor de R$ 171,1 bilhões (alta de 33%), e as consultas totalizaram R$ 188,6 bilhões, uma expansão de 33% em relação aos 12 meses anteriores. Nos últimos 12 meses até março, os desembolsos para a indústria, de R$ 39,4 bilhões, registraram crescimento de 38%, o mais elevado entre os setores do BNDES. As 8

liberações para infraestrutura somaram R$ 36,3 bilhões, com alta de 31% em relação aos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado global, apesar dos recordes apresentados, indica estabilidade na manutenção do ritmo de crescimento. Para 2009, a tendência é de expansão dos desembolsos em relação ao ano passado. O destaque permanece com infraestrutura, dado o expressivo volume de projetos em análise no BNDES. O crescimento dos desembolsos no primeiro trimestre demonstra a continuidade do papel anticíclico do banco no mercado doméstico, com suprimento de recursos e novas medidas para ampliação do crédito para concessões de financiamentos às empresas nacionais. Entre setembro de 2008 e fevereiro de 2009, o Banco foi responsável por 35 pontos percentuais do aumento total das operações de crédito na economia, de acordo com dados do Banco Central. Para o setor elétrico, foram desembolsados R$ 2,538 bilhões no acumulado do ano. Nos últimos 12 meses encerrados em março, foram liberados R$ 9,510 bilhões, o que representou alta de 22% em relação ao mesmo período anterior. Nos três primeiros meses do ano, o setor teve aprovados R$ 7,837 bilhões, enquanto que, nos últimos 12 meses findos em março, houve aumento de 78% nas aprovações, que somaram R$ 23,771 bilhões. Só em relação a PCHs, nos três primeiros meses de 2009, a direção do Banco aprovou três financiamentos, que somaram R$ 282 milhões e resultaram em investimentos de R$ 373,4 milhões e capacidade de geração de 73 MW. Já em abril, alguns projetos tiveram destaque. A retomada da construção da usina nuclear Angra 3, após 23 anos parada, em Angra dos Reis (RJ) é um exemplo. A licitação para o término da obra havia sido suspensa e, nesse período, o governo gastou o equivalente a US$ 400 milhões apenas para preservar os equipamentos e o canteiro obras. Para construir a usina, que terá capacidade para gerar até 1,35 mil MW, a Eletrobrás aguarda autorização do Conselho Monetário Nacional, que deverá aprovar o caráter de excepcionalidade da operação, para que o BNDES financie 70% do empreendimento, cujo investimento total é da ordem de R$ 7,5 bilhões. O projeto já está em fase de enquadramento no Banco. O pedido de excepcionalidade deverá ser feito pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, responsável pela operação das usinas nucleares brasileiras. Segundo Wagner Bittencourt, diretor de infra-estrutura do BNDES, não há 9

problema, por parte do banco, em atingir o montante, dependendo apenas de uma análise da estrutura de garantias oferecidas. Além disso, o BNDES aprovou o financiamento para a PCH Santa Fé (ES - 29 MW). Segundo a EDP Energias do Brasil, foi aprovado o montante de R$ 76 milhões, com prazo de 14 anos para amortização e com carência até 2010. A modalidade do empréstimo é indireta com repasse pelo Banco do Brasil. A usina, com 16,4 MW médios de capacidade assegurada, terá investimentos de R$ 160 milhões. O começo da operação em plena capacidade está previsto para julho deste ano. Com isso, a PCH inicia a fase de enchimento dos dois reservatórios, com previsão de término em 20 dias. Outra aprovação importante foi a do financiamento de R$ 101 milhões para a empresa Bahia PCH I. Os recursos serão destinados à construção de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH Sítio Grande), com 25 megawatts de capacidade instalada, bem como do sistema de transmissão associado. Durante a construção serão gerados 800 empregos diretos. A Bahia PCH I é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), controlada pelo grupo Neoenergia. O apoio do Banco à usina, no município de São Desidério (BA), corresponde a 74,7% do valor total do projeto, de R$ 134,8 milhões. Para aprovar o projeto, o BNDES solicitou à empresa a adoção do Sistema de Gestão Integrada aos investimentos. Na questão ambiental, o sistema envolve levantamento da situação das matas ciliares e inclusão dos investimentos relacionados ao reflorestamento das margens dos reservatórios. 4 - CÂMBIO Em março, a cotação do dólar apresentou consideráveis flutuações ao longo do período. A cotação máxima foi de R$ 2,2891 a compra e R$ 2,2899 a venda, no dia 01; enquanto a mínima ocorreu no dia 13 e foi de R$ 2,1691 a compra e R$ 2,1699 a venda. A média mensal foi de R$ 2,2065 a compra e R$ 2,2073 a venda. Gráfico nº. 1 Taxa de câmbio R$/US$ Compra e Venda. Abril de 2009 10

2,46 2,37 2,28 2,19 2,10 1/4/09 3/4/09 5/4/09 7/4/09 9/4/09 11/4/09 13/4/09 15/4/09 17/4/09 19/4/09 21/4/09 23/4/09 25/4/09 27/4/09 29/4/09 Compra Venda Fonte: Elaborado pelo GESEL-IE-UFRJ, com dados do Ipeadata 5 - JUROS No fim do mês de abril, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reuniu e decidiu, por unanimidade, promover um corte de um ponto percentual na taxa básica de juros, que passou de 11,25% para 10,25% ao ano, taxa mais baixa na série estatística da Selic, que começa em 1986. Os motivos da decisão ainda não são conhecidos, pois a ata do encontro só será divulgada pelo Bacen no início de maio. Uma nota do Banco apenas afirmou que avaliando o cenário macroeconômico e visando a ampliar o processo de distensão monetária, o Copom decidiu reduzir a taxa, sem reparos e por unanimidade. Apesar da desaceleração em relação aos cortes anteriores, a redução era a esperada pelos analistas, que reviram suas projeções de queda da Selic de 1,75 para 1 p.p. 11

diante dos sinais de retomada da atividade econômica. Hoje, o consenso do mercado futuro é que, após promover mais um corte de juros de 0,5 p.p. em junho, o Copom irá interromper o processo de distensão até o fim do ano. O consenso é que, com uma queda total estimada de 4 p.p. na Selic, dos 13,75% vigentes até janeiro aos 9,75% esperados para junho, o BC terá produzido estímulos monetários suficientes para provocar a retomada da atividade. Se o BC confirmar as expectativas do mercado financeiro nas reuniões do Copom de junho e julho, o Brasil terá, pela primeira vez desde a estabilização econômica, em 1994, taxas de juros de um dígito. Mas o piso histórico não deverá durar mais que um ano. De acordo com as expectativas do mercado financeiro, a Selic voltará a subir em 2010, ano eleitoral. O BC, que no último relatório fez questão de enfatizar o baixo risco de pressões inflacionárias em 2009, considera haver uma chance de 30% de a inflação chegar ao final do primeiro trimestre de 2011 em um patamar maior que 4,6%, acima do centro da meta fixada pelo governo. A premissa que sustenta a provável elevação da Selic no ano que vem é a de que a economia brasileira estará se recuperando em 2011 amparada pela melhora no resto do mundo e pelo aumento nos preços das commodities. Como há uma defasagem de quase um ano entre o aumento de juros pelo BC e o impacto na economia, a elevação na taxa de juros teria que ser feita em 2010. 6 - BALANÇA COMERCIAL No mês, a exportação alcançou US$ 12,322 bilhões. Sobre abril de 2008, as exportações registraram retração de 7,97%, pela média diária. As importações totalizaram US$ 8,610 bilhões, registrando, igualmente, sobre igual período anterior, queda de 26,63%, pela média diária. No período, a corrente de comércio alcançou a cifra de US$ 20,932 bilhões. Sobre igual período do ano anterior, a queda da corrente de comércio foi de 16,68%, pela média diária. 12

O saldo comercial do mês registrou superávit de US$ 6,722 bilhões. Sobre abril de 2008, houve aumento de 124,39% em relação à média diária. Na primeira semana do mês, que contou com 3 dias úteis, houve saldo positivo de US$ 588 milhões. Na segunda semana, o Brasil apresentou saldo positivo de US$ 749 milhões. A semana contou com 4 dias úteis. Na terceira semana de março, a balança registrou superávit de US$ 328 milhões, com 5 dias úteis (13 a 19). Na quarta semana, o saldo foi positivo novamente em US$ 880 milhões, contando com 4 dias úteis. Na quinta semana do mês, o saldo foi mais uma vez positivo, registrando US$ 1,167 bilhões. A última semana de abril contou com 4 dias úteis. Em março de 2009, com 22 dias úteis, o total de exportações foi de US$ 11,809 bi, e o de importações, US$ 10,037 bi. O superávit do mês, portanto, foi de US$ 1,772 bilhões. No acumulado do ano, o superávit da balança comercial registrou saldo de US$ 6,722 bi. Enquanto isso, no acumulado de 12 meses (maio de 2008 a abril de 2009), o saldo ficou positivo em US$ 27,059 bi contra US$ 31,621 bi de igual período anterior (maio de 2007 a abril de 2008), registrando uma variação negativa de 15,11% na média. Tabela nº. 4 Brasil. Balança Comercial. Abril de 2009. (em US$ milhões) Período Dias Úteis EXPORTAÇÃO IMPORTAÇÃO CORR. COMÉRCIO SALDO Valor Média p/dia útil Valor Média p/dia útil Valor Média p/dia útil Valor Média p/dia úti Acumulado no ano 81 43.499 537,02 36.777 454,04 80276 991,06 6722 82,99 Janeiro 21 9782 465,81 10309 490,90 20091 956,71-527 -25,10 13

Fevereiro 18 9586 532,56 7821 434,50 17407 967,06 1765 98,06 Março 22 11809 536,77 10037 456,23 21846 993 1772 80,55 Abril 20 12322 616,10 8610 430,50 20932 1046,60 3712 185,60 Abril/2008 21 14058 669,43 12321 586,71 26379 1256,14 1737 82,71 Março/2009 22 11809 536,77 10037 456,23 21846 993 1772 80,55 Var. % Abril-2009/Abril-2008-7,97-26,63-16,68 124,39 Var. % Abril-2009/Março-2009 14,78-5,64 5,40 130,43 Jan-Abril/2009 81 43499 537,02 36777 454,04 80276 991,06 6722 82,99 Jan-Abril/2008 82 52748 643,27 48250 588,41 100998 1231,68 4498 54,85 Var. % Jan/Abr - 2009/2008-16,52-22,84-20,52-19,54 49,44 51,29 Acumulado de doze meses Maio/2008-Abril/2009 252 188693 748,78 161634 641,40 350327 1390,19 27059 107,38 Maio/2007-Abril/2008 250 166948 667,79 135327 541,31 302275 1209,10 31621 126,48 Var. % Maio/Abril - 2009/2008 12,13 18,49 14,98-15,11 Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 7 - PRODUÇÃO INDUSTRIAL 7.1 CNI Os efeitos da crise internacional foram mais intensos no primeiro trimestre de 2009 e mais empresas registraram queda nos indicadores de produção. De acordo com a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria, o indicador de evolução da produção caiu de 40,8 pontos no último trimestre de 2008 para 36,1 pontos no primeiro trimestre de 2009. De acordo com a CNI, este é o menor indicador da série histórica, iniciada em 1999. Os indicadores podem variar de zero a cem. Números abaixo de 50 indicam evolução ou perspectivas negativas. A Sondagem consultou 1.329 empresas em todo País, sendo 740 pequenas, 386 médias e 203 grandes, no período de 1º a 27 de abril. A pesquisa revela que, com exceção da indústria farmacêutica, todas as demais atividades industriais tiveram queda na produção. Os setores com maiores quedas foram 14

os de madeira, em que indicador recuou para 21,2 pontos, e o de metalurgia básica, em que o indicador caiu para 21,7 pontos. A queda na produção se refletiu na evolução negativa também do número de empregados na indústria durante o primeiro trimestre. Todos os 27 setores da indústria de transformação pesquisados e a indústria extrativa diminuíram o número de empregados. Os dados da CNI mostram que, pelo segundo trimestre seguido, este indicador situa-se abaixo dos 50 pontos. O indicador ficou em 39,2 pontos no primeiro trimestre, ante 44 pontos do último trimestre do ano passado. O nível de utilização da capacidade instalada da indústria caiu de 74% no último trimestre de 2008 para 68% no primeiro trimestre deste ano. De acordo com os dados da confederação, o índice é mais um recorde negativo apesar de, tradicionalmente, a utilização da capacidade instalada no primeiro trimestre ser menor que no quarto trimestre. Entretanto, é necessário ressaltar que apenas um efeito sazonal não é suficiente para explicar uma queda tão significativa. Segundo o levantamento, o porcentual de empresas que registrou um nível de uso da capacidade acima de 80% no primeiro trimestre foi de apenas 26,6%, um porcentual bastante inferior ao registrado no mesmo trimestre de 2008, que foi de 42,5%. A Sondagem mostra ainda que as empresas continuam encontrando dificuldades com os financiamentos. O indicador de acesso ao crédito ficou em 32,4 pontos no primeiro trimestre do ano e acumula uma queda de 15,2 pontos em relação ao mesmo período de 2008. As dificuldades de acesso ao crédito e os estoques altos comprometeram a situação financeira das empresas. O índice de satisfação com a situação financeira registrou o terceiro recuo consecutivo e situou-se em 43,3 pontos. O valor é 3,1 pontos inferior ao registrado no trimestre anterior, informa a pesquisa. A retração do consumo também é um problema para as empresas. A falta de demanda foi escolhida como um dos três principais problemas por 56,4% dos empresários de pequenas indústrias, 49,7% de médias e 48,3% de grandes empresas, afirma o estudo. Os outros obstáculos à expansão dos negócios citados pelos industriais são a elevada carga tributária e o acirramento da competição. 15

Apesar da retração registrada no primeiro trimestre do ano, as estimativas dos industriais em relação ao desempenho da economia nos próximos seis meses são menos pessimistas. O indicador de perspectiva de demanda subiu de 39,7 pontos no último trimestre de 2008 para 48,3 pontos no início deste ano. Também melhoraram as expectativas em relação ao emprego, cujo indicador subiu de 40,5 pontos para 44,8 pontos, e as previsões de compra de matéria-prima, que passou que 38,9 pontos para 46,9 pontos entre o último trimestre de 2008 e o primeiro trimestre deste ano. Por outro lado, as previsões para as exportações continuam caindo. O indicador de expectativa de exportações recuou de 41,7 no último trimestre de 2008 pontos para 39,8 pontos agora, o menor valor desde janeiro de 2002. 7.2 IBGE De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal Produção Física do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao mês de março de 2009, os índices regionais da produção industrial ajustados sazonalmente mostraram crescimento em oito das 14 regiões sondadas em relação ao mês anterior. Os destaques foram Rio de Janeiro (5,4%), Pernambuco (5,1%) e Minas Gerais (3,4%). Pará e Ceará (ambos com 1,5%) e São Paulo (1,0%) completam o conjunto de locais com taxas acima da média nacional (0,7%). Santa Catarina (0,3%), Nordeste (0,1%), Amazonas e Bahia (ambos com 0,0%) praticamente repetiram o patamar do mês anterior. Porém, houve queda na produção de Espírito Santo (-4,2%), Paraná (-2,3%), Goiás (-1,1%) e Rio Grande do Sul (-0,9%). Em relação a março de 2008, a produção ficou menor em 13 das 14 regiões. Paraná, com expansão de 4,1%, foi o único local que apontou crescimento, impulsionada pelo desempenho do setor de edição e impressão. Todos os locais mostraram recuo no primeiro trimestre de 2009 frente ao mesmo período de 2008. Tiveram perdas mais acentuadas que a média nacional (-14,7%) o Espírito Santo (-31,6%), Minas Gerais (- 24,4%), Amazonas (-19,4), Rio Grande do Sul (-16,9%) e São Paulo (-15,1%). 16

No âmbito mais geral, a pesquisa no Brasil apontou que, de fevereiro para março, o indicador de atividade industrial ajustado sazonalmente cresceu 0,7%, a terceira alta consecutiva nessa comparação. Em relação a março de 2008, houve recuo (-10,0%). O acumulado nos últimos doze meses teve queda (-1,9%) e manteve a trajetória declinante observada desde setembro de 2008. A produção industrial brasileira fechou o primeiro trimestre de 2009 com recuo (- 14,7%) frente a igual período do ano anterior. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a taxa ficou em -7,9%. A perda acumulada nos dois últimos trimestres (-16,7%) é a mais elevada desde o segundo trimestre de 1990 (-19,8%). O aumento de 0,7% observado para o total da indústria na passagem de fevereiro para março atingiu onze das vinte e sete atividades pesquisadas. Esse movimento positivo foi liderado pelo setor de veículos automotores (7,0%), que acumula expansão de 56,5% frente a dezembro do ano passado. Vale destacar também farmacêutica (9,0%), outros produtos químicos (3,5%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar e óticos (20,8%) e indústrias extrativas (2,4%). Por outro lado, as principais pressões negativas vieram de outros equipamentos de transporte (-15,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,3%), máquinas e equipamentos (-3,3%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-5,5%). No corte por categorias de uso, os bens de consumo ostentaram as taxas mais elevadas: consumo duráveis (1,7%) e consumo semi e não duráveis (0,7%). O setor de bens intermediários (0,3%) manteve-se em patamar próximo ao do mês anterior, enquanto a produção de bens de capital (- 6,3%) foi a única que registrou queda nessa comparação pelo segundo mês consecutivo, acumulando perda de 13,0% nesse período. Com este terceiro acréscimo consecutivo frente ao mês anterior, o indicador de média móvel trimestral reverteu a queda observada em cinco meses e avançou 1,6% entre fevereiro e março. Esse movimento está presente em quase todas as categorias de uso, e é liderado por bens de consumo duráveis (13,8%). Bens intermediários (1,0%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,8%) apresentaram aumentos inferiores à média nacional. Por outro lado, o setor de bens de capital manteve taxa negativa (-2,7%), acumulando retração de - 27,1% entre março e outubro. 17

Em relação a março de 2008 a produção industrial recuou (-10,0%), completando seqüência de cinco meses de taxas negativas consecutivas. Ressalte-se que março de 2009 teve dois dias úteis a mais que março de 2008. Nessa comparação, 20 dos vinte e sete ramos pesquisados recuaram, e os principais impactos negativos sobre o índice global vieram de: máquinas e equipamentos (-27,2%), veículos automotores (-18,5%), metalurgia básica (-29,2%), material eletrônico e equipamentos de comunicações (- 38,9%). Nessas atividades, os itens que mais contribuíram negativamente foram, respectivamente: carregadoras/ transportadoras e aparelhos elevadores/transportadores para mercadorias; autopeças e eixo/semi-eixo; lingotes, blocos e tarugos de aço e relaminados de aço; e telefones celulares e televisores. Entre as categorias de uso, o segmento de bens de capital registrou a taxa mais negativa (-23,0%), influenciado pelo recuo na produção de bens de capital de uso misto (- 24,1%), para fins industriais (-29,8%), para energia elétrica (-51,8%) e para construção (- 68,9%). Em bens de consumo duráveis (-13,4%) as pressões negativas mais relevantes vieram dos itens telefones celulares (-40,8%) e eletrodomésticos (-14,5%). Cabe destacar que a fabricação de automóveis permaneceu em queda (-3,2%), mas em ritmo menos acentuado que nos meses anteriores (-29,6% em janeiro e - 19,6% em fevereiro). O desempenho do setor de bens intermediários (-13,3%) foi influenciado, principalmente, pelos produtos associados às atividades de metalurgia básica (-29,3%), veículos automotores (-34,9%), indústrias extrativas (-10,5%) e outros produtos químicos (-9,6%). Único com taxa positiva, o setor de bens de consumo semi e não duráveis cresceu 2,9%, interrompendo quatro meses de queda. Esse resultado foi sustentado por todos subsetores, exceto semiduráveis (-13,4%). No grupamento de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (5,8%), os destaques foram para os itens cervejas, chopes e refrigerantes, enquanto o subsetor de outros não duráveis (4,6%) foi impulsionado pelas vacinas para medicina veterinária e medicamentos. Em bases trimestrais, observou-se significativa perda de ritmo de crescimento da atividade industrial na passagem do último trimestre do ano passado (-6,3%) para o primeiro de 2009 (-14,7%), ambas as comparações contra igual período. Esse movimento foi disseminado entre os setores, alcançando vinte e dois dos vinte e sete ramos pesquisados. As maiores contribuições negativas vieram de máquinas e equipamentos, 18

que passa de -6,6% para -28,3%, metalurgia básica (de -9,7% para -30,8%) e veículos automotores (de -18,9% para -27,2%). Todas as categorias de uso também acompanharam a perda de ritmo entre esses dois trimestres, com destaque para o segmento de bens de capital que passou de uma taxa positiva de 2,5% no período outubro-dezembro para um recuo de 20,8% no trimestre seguinte, interrompendo 22 trimestres consecutivos de taxas positivas. O recuo (-14,7%) na produção fabril neste primeiro trimestre, relativamente a igual período do ano anterior, atingiu 24 dos vinte e sete segmentos pesquisados. O segmento de veículos automotores (-27,2%) manteve a liderança em termos de impacto sobre o índice geral, cabendo à produção de automóveis e suas peças os maiores destaques. Outros impactos negativos relevantes vieram de máquinas e equipamentos (- 28,3%), metalurgia básica (-30,8%) e outros produtos químicos (-21,1%). Por outro lado, os três ramos que registraram aumento de produção neste período, foram: outros equipamentos de transporte (26,2%), farmacêutica (13,7%) e bebidas (5,6%). No corte por categorias de uso, o indicador acumulado para o primeiro trimestre revelou quedas intensas em bens de consumo duráveis (-22,5%), bens de capital (-20,8%) e bens intermediários (-18,1%), enquanto bens de consumo semi e não duráveis (-3,0%) recuou de forma mais moderada. O índice dos primeiros três meses de 2009 em relação ao trimestre imediatamente anterior (série com ajuste sazonal) recuou (-7,9%) pelo segundo trimestre consecutivo, acumulando uma perda de 16,7% nos dois trimestres. Ainda que reduzindo a velocidade de sua queda, o setor industrial voltou a operar em patamar muito próximo ao do segundo trimestre de 2004. Entre as categorias de uso, bens de consumo duráveis foi a única que reverteu o sinal negativo do quarto trimestre de 2008 (-24,8%), fechando o primeiro trimestre do ano com avanço de 0,7%, beneficiando-se, principalmente, da recuperação das vendas domésticas de automóveis. O setor de bens de capital acentua a queda, ao registrar -19,3% no trimestre janeiro-março, frente aos - 9,4% do período anterior, refletindo a retração generalizada nos seus subsetores. Após três meses de suave acréscimo mensal no nível de produção, acumulando alta de 4,8% entre dezembro e março, houve uma inversão na trajetória do índice de 19

média móvel trimestral, que cresceu 1,6% em março frente ao mês anterior, após perda acumulada de 18,0% nos últimos cinco meses. Tabela n. 5 Brasil. Indicadores Conjunturais da Indústria Segundo Categoria de Uso. Março de 2009. Categorias de Uso Mês/Mês* Variação (%) Acumulado Mensal No Ano 12 meses Bens de Capital -6,3-23,0-20,8 4,9 Bens Intermediários 0,3-13,3-18,1-4,3 Bens de Consumo 1,3-1,5-8,0-0,9 Duráveis 1,7-13,4-22,5-4,9 Semiduráveis e não Duráveis 0,8 2,9-3,0 0,4 Indústria Geral 0,7-10,0-14,7-1,9 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria (*) Série com ajuste sazonal 8 PIB Em abril, o Fundo Monetário Internacional fez uma previsão de que o Brasil encerrará 2009 com uma contração de 1,3% em sua economia. O FMI justificou a projeção afirmando que o país sofrerá mais neste ano os impactos da desaceleração global, principalmente por conta da queda nos preços das commodities que exporta. Para o Fundo, a economia brasileira só se recuperará em 2010, ano em que será eleito o sucessor do presidente Lula, quando o país poderá crescer 2,2%. O FMI vê a economia mundial se contraindo 1,3% neste ano, quase dois pontos percentuais a mais do que 20

previsão feita em janeiro. Já o corte na projeção anterior para o Brasil foi de 3,1%. A boa notícia para o Brasil é que o Fundo afirma que o mercado financeiro tem feito uma "diferenciação" entre os tomadores de empréstimos. Apesar de estar menos apreensivo com os rumos da economia brasileira, o setor produtivo, pela primeira vez este ano, tem expectativa de crescimento do PIB abaixo de 1,5%. É o que indica a pesquisa Sensor Econômico referente ao mês de março, divulgada pelo Ipea. No estudo apresentado no mês passado, a expectativa ainda estava na faixa de 1,6% a 4,0%. Na pesquisa, as entidades consultadas podiam ainda optar pelas alternativas de 0 a -1,5% ou decréscimo maior do que -1,5, além de crescimento acima de 4%. Segundo o Ipea, a avaliação mensal revela que o indicador geral para a atividade econômica passou de 4,36 pontos, na pesquisa feita em fevereiro, para 4,57 pontos, em março, o que "aponta pequena melhora". Em janeiro, esse indicador ficou em 6,78 pontos. A pesquisa do Ipea projeta crescimento da economia até 1,5%, enquanto analistas de mercado consultados pelo BC estimam retração do PIB. Enquanto isso, os economistas esperam uma queda do PIB de 0,39% neste ano, de acordo com a última pesquisa Focus de abril. Além disso, prevêem uma recuperação para 3,5% em 2010. Com base nessas informações, o governo decidiu reduzir as projeções de crescimento da economia para este ano e para 2010, aproximando as expectativas oficiais do que é esperado pelo mercado financeiro. No próximo mês, quando será obrigada a fazer uma nova estimativa de receitas e despesas, a equipe econômica diminuirá de 4,5% para 4% a perspectiva de crescimento do PIB de 2010. A revisão dos parâmetros oficiais foi discutida em março, quando o governo avaliou o comportamento da economia no primeiro bimestre. Prevaleceu, no entanto, a visão de que a equipe econômica deveria manter um discurso mais otimista para evitar expectativas ainda mais pessimistas no setor privado. Com um PIB de 2%, a equipe econômica concluiu que precisava cortar R$ 25,4 bilhões ao longo de 2009. 21

9 - EMPREGO E RENDA 9.1 IBGE Em abril, o IBGE divulgou a Pesquisa Mensal de Emprego referente ao mês de março de 2009. De acordo com os dados, a taxa de atividade, que é a percentagem de pessoas economicamente ativas na semana de referência em relação às pessoas em idade ativa, ficou em 56,7% em março, apresentando estabilidade por ter apenas uma leve variação de 0,4 pp em relação ao mês anterior. Já a taxa de desocupação, que representa a percentagem de pessoas desocupadas na semana de referência em relação às pessoas economicamente ativas nessa semana, ficou em 9%. A nova taxa apresenta um aumento em relação a fevereiro de 2009 de 0,5 pp. Em comparação com março de 2008, ambas as taxas se mantiveram estáveis. A pesquisa apontou que, no período estudado, haviam 40,661 milhões de pessoas em idade ativa, número estável em relação a fevereiro, mas com aumento de 1,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A população economicamente ativa (ocupados mais desocupados) foi estimada em 23,035 milhões de pessoas, ficando estável na comparação mensal e crescendo 1,4% frente a março do ano passado. A população ocupada foi estimada em 20,953 milhões e não registrou variação estatisticamente significativa para o total das seis regiões metropolitanas investigadas nos períodos em análise. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado foi estimado em 9,332 milhões; sem carteira assinada, 2,629 milhões; militares ou funcionários 22

públicos estatutários, 1,655 milhões; por conta própria, 3,944 milhões; e empregadores 961 mil. Em relação à população ocupada, os números representam, respectivamente, 44,5%; 12,5%; 7,9%; 18,8%; e 4,6%. Na comparação com fevereiro, todos os grupos se mantiveram estáveis, com exceção dos militares ou funcionários públicos estatutários, que sofreram um aumento de 4,2%. Já na comparação com março de 2008, o único grupo a ter uma variação relevante foi o de empregados com carteira assinada no setor privado, que apresentou uma elevação de 2,5%. Entre os grupamentos de atividade, os trabalhadores foram divididos em: indústria extrativa e de transformação e produção e distribuição de eletricidade, gás e água (3,433 milhões); construção (1,542 milhões); comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos (4,034 milhões); serviços prestados a empresas e intermediação financeira, atividades imobiliárias (3,18 milhões); educação, saúde e serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (3,208 milhões); serviços domésticos (1,641 milhões); e outros serviços como alojamento e alimentação, transporte, armazenagem e comunicações, limpeza urbana, atividades associativas, recreativas, culturais e desportivas, serviços pessoais (3,613 milhões). Em relação à população ocupada, os grupamentos representam, respectivamente, 16,4%; 7,4%; 19,3%; 15,2%; 16,3%; 7,8%; e 17,2%. Na comparação com fevereiro, todos os grupamentos permaneceram estáveis, enquanto em março, o único a apresentar variação significativa foi o de educação, saúde e serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social, com aumento de 3,6%. O contingente estimado de desocupados em março de 2009, 2,1 milhão, apresentou acréscimo de 7,3% em relação a fevereiro e de 6,7% em relação a março do ano passado. Sobre o rendimento médio real da população ocupada, a estimativa ficou em R$ 1.321,40: estável em relação a fevereiro, mas com aumento de 5% em relação a março do ano passado. 23

Para os empregados do setor privado com carteira assinada, o rendimento médio real ficou em R$ 1.261,80 (queda de 1,2% em relação a fevereiro de 2009 e alta de 4,7% em relação a março de 2008); para os sem carteira assinada, R$ 867,10 (aumento de 1,1% em relação a fevereiro e de 8% em relação a março do ano passado); para os militares ou funcionários públicos estatutários, R$ 2.288,30 (diminuição de 0,6% em relação a fevereiro e elevação de 7% em relação a março do ano anterior); e para os trabalhadores por conta própria, R$ 1.102,10 (altas de 0,7% e 2,9% para fevereiro e março anterior, respectivamente). 24