Roberta Monique da Silva Santos 1 RESUMO

Documentos relacionados
de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

ANEXO-UNDER 2 ESTADO DE MATO GROSSO

ANÁLISE ESPACIAL DO DESFLORESTAMENTO E DA TRANSMISSÃO DA MALÁRIA

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

Indicadores demográficos e dados de sensoriamento remoto para estudos do desmatamento na Várzea Amazônica

USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO XIDARINI NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AM.

HIDROGRÁFICA DO MAUAZINHO, MANAUS-AM.

Nome: Nº: Turma: Este caderno contém questões de: Português Matemática História Geografia Ciências - Inglês

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

CARACTERIZAÇÃO DAS APP S DOS CÓRREGOS INSERIDOS NO PERÍMETRO URBANO DA CIDADE DE GURUPI TO

Reunião Banco do Brasil

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES. AVALIAÇÃO TRIMESTRAL DO DETER Novembro de 2008 a Janeiro de

Mapeamento espaço-temporal da ocupação das áreas de manguezais no município de Aracaju-SE


MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

O PROJETO MUTIRÃO DE REFLORESTAMENTO E SEUS EFEITOS AMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.

ANÁLISE DA PRESSÃO ANTRÓPICA SOBRE A COBERTURA VEGETAL DA ÁREA VERDE DO CAMPUS DA UFAM UTILIZANDO SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG)

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO ORAL - GEOPROCESSAMENTO

VARIABILIDADE ESPACIAL DE PRECIPITAÇÕES NO MUNICÍPIO DE CARUARU PE, BRASIL.

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES. Fevereiro. ro/feverei

O planejamento das áreas protegidas integradas à paisagem

CANA-DE-AÇÚCAR X PASTAGEM O USO DA TERRA E A CONSERVAÇÃO DOS REMANESCENTES DE CERRADO NO ESTADO DE SÃO PAULO

USO DE IMAGENS DO SATÉLITE RESOURCESAT 1 (IRS-P6) PARA ESTUDO DO DESMATAMENTO NO ASSENTAMENTO VALE VERDE, GURUPI-TO

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES. AVALIAÇÃO BIMESTRAL DO DETER Novembro/Dezembro

Geografia. Aspectos Físicos e Geográficos - CE. Professor Luciano Teixeira.

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - MONITORAMENTO AMBIENTAL

Sociedade & Natureza ISSN: Universidade Federal de Uberlândia Brasil

DESMATAMENTO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ATRAVÉS DO PRODES NO ESTADO DO PARÁ

Maria Fernanda de Lima Ribeiro Marques Estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental da UCDB

Quais são os principais drivers do desflorestamento na Amazônia? Um exemplo de interdisciplinaridade.

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER OUTUBRO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

SER300 Introdução ao geoprocessamento

Risco de Desmatamento

Dinâmica da paisagem e seus impactos em uma Floresta Urbana no Nordeste do Brasil

Informa. Questões fundiárias e o desmatamento na Amazônia. Analista Socioambiental e Coordenador de Capacitação em Gestão Ambiental - PQGA

ANÁLISE DA VARIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DE PIRANHAS PB: SÉRIE HISTÓRICA DE 1911 À 2016

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

FRAGMENTOS FLORESTAIS

Região Norte: Apresentação e aspectos físicos

Distribuição espacial de serrarias legalizadas no Estado do Amapá, Brasil

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER JULHO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

TerraClass Mapeamento de Uso e Cobertura da Terra na Amazônia Legal Brasileira

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA POR SATÉLITES AVALIAÇÃO DETER JUNHO DE 2009 INPE COORDENAÇÃO GERAL DE OBSERVAÇÃO DA TERRA

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

REGIONALIZAÇÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO (conceitos)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO (X) PARCIAL ( ) FINAL

ANÁLISE DA DENSIDADE DE EVENTOS DE DEGRADAÇÃO FLORESTAL E DESFLORESTAMENTO E SUA RELAÇÃO COM OS POLOS MADEIREIROS NO ESTADO DO PARÁ

Programa de Prevenção de Queimadas

ANÁLISE DA ACURÁCIA DO MAPEAMENTO DAS CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS NO ÂMBITO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL NO MUNICÍPIO DE CURAÇÁ BA

MONITORAMENTO DA COBERTURA FLORESTAL DA AMAZÔNIA BRASILEIRA POR SATÉLITES

Adriano Venturieri. Chefe Geral Embrapa Amazônia Oriental

Pressões antrópicas no Baixo Sertão Alagoano, mapeamento das áreas remanescentes de Caatinga no município de Dois Riachos, Alagoas.

ESTRUTURA E CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE DOSSEL NA AMAZÔNIA ORIENTAL

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO USO E OCUPAÇÃO DA TERRA DO CÓRREGO SEM NOME EM ILHA SOLTEIRA/SP.

VERIFICAÇÃO DAS ÁREAS VERDES POR BAIRROS E SUA RELAÇÃO COM AS CLASSES SOCIAIS DE ANÁPOLIS-GO

AS FAVELAS DA GRANDE ARACAJU

LISTA DE EXERCÍCICIOS 2 REGIONALIZAÇÃO DO BRASIL

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

ESPÉCIES ARBÓREAS DA BACIA DO RIO MAUÉS-MIRI, MAUÉS AMAZONAS

SER-457 População, Espaço e Ambiente - Proposta de artigo para apresentação

Metodologia adotada pelas iniciativas de monitoramento do Atlas da Mata Atlântica e do MapBiomas

Nº. 2 BOLETIM DO. Terra Indígena Área total (ha) Área de floresta (ha) Floresta População

DIVISÃO REGIONAL BRASILEIRA

Nº. 3 BOLETIM DO. Terra Indígena Área total (ha) Área de floresta (ha) Floresta População

Retrospectiva sobre regimes hidrológicos e importância do planejamento urbano na prevenção quanto a eventos extremos

Apresentação. Figura 1. Localização da APA Triunfo do Xingu, Pará.

Estimativa Populacional a Partir de Superfícies Impermeabilizadas: Uma análise exploratória para Amazônia e Vale do Paraíba

A regionalização do território brasileiro

Ensino Fundamental II

Densidade populacional e degradação florestal em fronteiras agrícolas na Amazônia: o caso de Sinop, Mato Grosso. Danilo Avancini Rodrigues

Campanha da Fraternidade Tema Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida. Lema Cultivar e guardar a Criação

EXPANSÃO URBANA E CRIMES AMBIENTAIS EM MANAUS (AM)

O CRESCIMENTO URBANO E OS IMPACTOS SÓCIOAMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS:

PORTARIA N o 29 DE 21 DE SETEMBRO DE 2006 (publicada no DOU de 22/09/2006, seção I, página 105) ARIOSTO ANTUNES CULAU

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

Operação do Ibama na Amazônia luta contra o desmatamento; veja imagens

Programa Amazônia do INPE: Monitoramento de desmatamento e outros impactos na Floresta Amazônica

SEMINÁRIO PAN- AMAZÔNICO DE PROTEÇÃO SOCIAL

USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE ITUIUTABA- MG ATRAVÉS DAS TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO

Fragmentos florestais urbanos e crescimento demográfico da cidade de Manaus

Desastres Naturais e Vulnerabilidade: Caso do Município de Petrópolis

RELAÇÃO DO CONTEÚDO PARA A RECUPERAÇÃO FINAL

Carlos Souza Jr., Adalberto Veríssimo & Sanae Hayashi (Imazon) Resumo

DPI: Realizações e Desafios

- Programa Água para a Vida -

METODOLOGIA PARA EXECUÇÃO DE SERVIÇO DE GEORREFERENCIAMENTO DE IMÓVEIS RURAIS EM ÁREAS DO PROJETO AMAZÔNIA LEGAL Antonio Erivando Bezerra 1

Palavras-chave: águas subterrâneas; aquífero; população;

Técnicas de Sensoriamento Remoto na análise temporal para a gestão territorial do município de Timon-MA

/ ORIENTAÇÃO DE ESTUDOS - RECUPERAÇÃO

MAPEAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA MICROBACIA DO CÓRREGO DO KARAMACY - ITAPEVA/SP.

A PAN-AMAZÔNIA E A COOPERAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO

MUNICÍPIO DE LONDRINA Plano Municipal de Saneamento Básico Relatório de Diagnóstico da Situação do Saneamento

LISTA DE EXERCÍCIOS CIÊNCIAS

Jussara Rafael Angelo ENSP/Fiocruz

GEOGRAFIA 7 0 ANO UNIDADE 4 REGIÃO NORTE. Slides X SAIR. Atividades integradas. Alfabetização cartográfica. Inforresumo CADERNO 2

GEOTECNOLOGIAS APLICADAS AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

BIOMAS BRASILEIROS BRASIL

Solos do Município de Alenquer, Estado do Pará

Projeto TERRACLASS Cerrado. Mapeamento do Uso e Cobertura Vegetal do Cerrado

Transcrição:

ESTUDO DA DINÂMICA DE OCUPAÇÃO DO MUNICÍPIO DE IRANDUBA, CARACTERÍSTICAS E TIPOS DAS INTERFERÊNCIAS HUMANAS RESULTANTES DO PROCESSO DE EXPANSÃO URBANA E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE AMBIENTAL Roberta Monique da Silva Santos 1 RESUMO Esta pesquisa analisou, a partir de imagens de satélite e índices ambientais, de que forma o processo de expansão urbana tem contribuído para a perda de vegetação e qualidade ambiental no município de Iranduba, Amazonas. A área de estudo da pesquisa abrange o município de Iranduba, localizado no Estado do Amazonas, e que ocupa uma área de 2.214,250km 2 cujos limites abrangem os municípios de Careiro, Manaquiri, Manacapuru, Novo Airão e Manaus (IBGE, 2012), e de acordo com o censo IBGE (2010), possui 41.947 habitantes. A metodologia para a caracterização dos impactos na área estudada seguiram Marcelino (2000) e consistiu em: a) Fase de levantamento bibliográfico; b) Fase de visitas in loco à área de estudo: Coleta de dados primários através de listagem dos impactos, registros fotográficos e preenchimento de formulários preparados para obtenção dos dados sobre feições fisiográficas e interferências humanas. c) Fase de tratamento estatístico dos dados coletados: A partir de informações coletadas em campo, calculou-se o Índice de Qualidade Ambiental, que variou entre 0,60 e 0,43, indicando que a área apresenta níveis críticos de qualidade ambiental. De forma geral, os resultados obtidos mostraram-se satisfatórios, dentro da proposta de trabalho. Palavras-Chave: Landsat-5, Vegetação, Qualidade ambiental. 1 Mestre em Ciências Florestais e Ambientais. Professora na Faculdade Salesiana Dom Bosco. Robertamonicke@gmail.com

INTRODUÇÃO A Amazônia, reconhecida mundialmente como a maior floresta tropical existente, corresponde a cerca de 5% da superfície terrestre, o equivalente a 2/5 da América do Sul, e ocupa cerca de 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas e é o maior banco genético do planeta. A região tem cerca de 7,5 milhões de Km 2, dos quais cerca de 5,0 milhões km 2 (em torno de 60%) estão localizados no território brasileiro (CÁUPER, 2006). Apesar de sua grandiosidade e relevância econômica, social e ambiental, a Amazônia tem tido sua biodiversidade ameaçada devido ao crescente desmatamento. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE (2011), através do Prodes (Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira Por Satélite), foi registrado no ano de 2011 taxa de desmatamento na Amazônia de 6.400 km 2, uma área quatro vezes maior que a da cidade de São Paulo. Nesse sentido, monitorar os focos de desflorestamento é essencial tanto para a manutenção das áreas, quanto para contribuir para a formulação de políticas públicas que busquem minimizar as taxas de desflorestamento. Um importante instrumento no monitoramento são os indicadores ambientais, que podem auxiliar na identificação de um determinado problema e orientam os gestores públicos nas ações a serem implementadas para combater e até prevenir tais problemas. Com a construção da Ponte sobre o Rio Negro, ligando Manaus a Iranduba, o município tem sido alvo de grande desfiguração da paisagem em virtude da implantação de loteamentos, conjuntos habitacionais e ocupações irregulares. De acordo com dados do IBGE (2011), no ano de 2009 o município possuía 33.884 habitantes, passando para 40.781 habitantes no ano de 2011, denotando o significativo crescimento populacional municipal. Outro dado importante é que o desmatamento no município, no ano de 2010, ultrapassou o limite de 20% estabelecido pelo Código Florestal (CBNMANAUS, 2011), o que levou o município a ser o primeiro do Estado do Amazonas a receber o programa de Regularização Ambiental Rural e o Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Amazonas (PPCD-AM). Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo realizar o estudo da dinâmica de ocupação do Município de Iranduba,

características e tipos das interferências humanas resultantes do processo de expansão urbana e sua relação com a qualidade ambiental MATERIAL E MÉTODOS A área de estudo da pesquisa abrange o município de Iranduba, localizado no Estado do Amazonas, e que ocupa uma área de 2.214,250km 2 cujos limites abrangem os municípios de Careiro, Manaquiri, Manacapuru, Novo Airão e Manaus (IBGE, 2012), e de acordo com o censo IBGE (2010), possui 41.947 habitantes. A metodologia para a caracterização dos impactos na área estudada seguiram Marcelino (2000) e consistiu em: a) Fase de levantamento bibliográfico; b) Fase de visitas in loco à área de estudo; c) Fase de tratamento estatístico dos dados coletados. Marcelino (2000) utilizou as listagens de controle descritiva utilizadas por Caanter (1984), por facilitar a descrição geral do ambiente. Para a atribuição escalar utilizou-se como parâmetro o método do Patamar de tolerância ou Limite de interesse ( Threshold of Concern ). Os critérios de ponderação seguiram Marcelino (op. Cit.), atribuindo-se os valores 0, 1, 2 e 3 que correspondem aos conceitos de inexistência (da interferência), presença irrelevante (ou pouca interferência observada no ambiente), impactos perceptíveis (ou média presença do fator impactante), e impactos agudos (presença extrema do fator impactante no ambiente estudado), respectivamente, conforme a classificação da magnitude (escala) fornecida por Rhode (1988). Para a listagem dos impactos, compartimentalizou-se a área de estudo em duas áreas de análise: A rodovia AM 070 e a região do Cacau Pirêra, a fim de obter uma visão sintética dos diferentes tipos de impactos que vem afetando os remanescentes naturais e que vem alterando a qualidade ambiental da área e desconfigurando a paisagem. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para a listagem dos impactos, compartimentalizou-se a área de estudo em duas áreas de análise: A rodovia AM 070 e a região do Cacau Pirêra, a fim de obter uma visão sintética dos diferentes tipos de impactos que vem afetando os remanescentes

naturais e que vem alterando a qualidade ambiental da área e desconfigurando a paisagem. Os impactos nas áreas de estudo foram classificados em diretos (D) e indiretos (I) e dentre estes destaca-se: novos loteamentos, retirada de vegetação e processos erosivos. De acordo com as suas intensidade (0= inexistência da interferência, 1= presença irrelevante ou pouca interferência; 2=impacto perceptível ou média presença do fator impaciente e 3= impactos agudos, ou presença maciça, critérios esses sugeridos por Rode, 1988), os resultados mostraram que a área que abrange a Rodovia AM 070, apresentou-se mais impactada (23 pontos). Esse resultado pode ser explicado devido à preferência de estabelecimento de propriedades em torno de estradas (o que ocasiona no padrão espacial conhecido como espinha de peixe ), devido principalmente à facilidade de acesso. Os principais impactos presentes como um todo, calculados e hierarquizados pela sua magnitude, conforme sugere Duinker (1986), foram: novos loteamentos/condomínios/residências, retirada de vegetação, retirada de barro para construção, processos erosivos, lixo nos remanescentes florestais, lixo em terrenos baldios, Geração de particulados na atmosfera (polo cerâmico), entulho da construção civil, agricultura extensiva, são as atividades que mais se destacam na área. Os índices de qualidade ambiental (IQA) foram calculados para cada um dos setores estudados, tomando-se como base a equação fornecida por Marcelino (2000), com algumas modificações: A modificação consistiu no fato de que no lugar de Pt usou-se Ph (visto que os impactos totais sugeridos por Marcelino são, de fato, hipotéticos), e Pr no lugar de Pi, visto que o que o autor sugere como Peso dos impactos é o Peso real dos impactos observados. Os índices assim obtidos variam entre 0 e 1 (ou 0 e 100%), sendo que zero 0 indica a máxima degradação ambiental e 1 a máxima qualidade ambiental. Para a área da AM 070, identificou-se IQA de 0,60 e para o Cacau Pirêra, 0,43, que são níveis críticos de qualidade ambiental. A situação ambiental do município de Iranduba encontra-se em estado de vulnerabilidade. Dentre as causas, pode se citar o acentuado processo de expansão urbana, a retirada de lenha e argila para abastecimento do polo cerâmico e a expansão da agricultura e pecuária. Cada um dos processos impactantes citados acarreta em desflorestamento. A facilidade de acesso através de obras como a construção da rodovia AM 070 e, mais atualmente, a construção da Ponte sobre o Rio Negro, que teve

como objetivo descentralizar a expansão urbana do município de Manaus, incentivaram a ocupação da região, trazendo com isso mudanças na configuração da paisagem. CONCLUSÃO A situação ambiental do município de Iranduba encontra-se em estado de vulnerabilidade. Dentre as causas, pode se citar o acentuado processo de expansão urbana, a retirada de lenha e argila para abastecimento do polo cerâmico e a expansão da agricultura e pecuária. Cada um dos processos impactantes citados acarreta em desflorestamento. Com base nos dados da pesquisa, observa-se que uma forte intervenção por parte dos gestores públicos locais deve ser realizada e as políticas públicas ambientais que já vem sendo aplicadas, bem como a fiscalização por parte dos órgãos ambientais devem ser estendidas. REFERÊNCIAS CAANTER, L. W. et al.; Impact of growth a guide for socio-economic assessment and planning. Chelsea, Michigan: Lewis Publisher, 1984. CAUPER, G. C. B. Biodiversidade Amazônica Flora Amazônica. Vol III. Centro Cultural dos Povos da Amazônia. Manaus, Amazonas. 2006. CEUC - Centro Estadual de Unidades de Conservação. Disponível em: http://www.ceuc.sds.am.gov.br/. Acesso em: 25/05/2016. CBNMANAUS. Plano de Desmatamento reforçará fiscalização ambiental nos municípios da Região Metropolitana. Disponível em: http://www.cbnmanaus.com.br/site/noticia.php?cod=2778. Acesso em 29/06/2011. GOMES, L. Ponte Rio Negro impulsiona setor imobiliário em Iranduba. Jornal Acritica. 22 de Agosto. 2012. Manaus. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 20/01/2011.. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Biblioteca. Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/amazonas/iranduba.pdf. Acesso em 10/02/2012. MARCELINO, R. L. Diagnóstico sócio-ambiental do estuário do Rio Paraíba do Norte-PB, com ênfase nos conflitos de uso e interferências humanas em sua área de influência direta. João Pessoa 2000. 99f. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente)

Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA, Universidade Federal da Paraíba. ROHDE. G. M. Estudos de impacto ambiental. Porto Alegre. Cientec, 42p. Boletim Técnico. 1988. N 4.