Sobre o tema, eis o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO):

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MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5086037.26.2017.8.09.0000 COMARCA DE GOIÂNIA 3ª CÂMARA CÍVEL IMPETRANTE : MARCOS LIEBERNS OLIVEIRA SANTOS IMPETRADO : COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS RELATOR : Desembargador GERSON SANTANA CINTRA VOTO Consoante relatado, trata-se de mandado de segurança impetrado por MARCOS LIEBERNS OLIVEIRA SANTOS, contra suposto ato inquinado de ilegalidade atribuído ao COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS, que indeferiu sua promoção por ato de bravura. Inicialmente, não há do que se falar em inadequação da via eleita em face da necessidade de dilação probatória, eis que a prova pré-constituída se encontra devidamente inserida nos autos. Pois bem. Como é cediço, é vedado ao Poder Judiciário intervir no mérito do ato administrativo discricionário, pronunciando-se sobre o interesse público, a conveniência e oportunidade, salvo no caso de flagrante ilegalidade. Sobre o tema, eis o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do (TJGO): EMENTA: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA. DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO. 1. Hipótese em que o consignou que a promoção por bravura é ato discricionário do administrador, não configurando inobservância da legalidade, por si só, a não promoção de policial militar que participou da mesma operação que outro promovido, quando não há elementos nos autos dando conta da participação individualizada de cada um (fls. 174-177, e-stj). 2. Com efeito, o acórdão recorrido está em sintonia com o entendimento firmado no âmbito do STJ, no sentido de que a concessão da promoção por ato de bravura está adstrita à discricionariedade do administrador, estando o ato administrativo submetido exclusivamente à conveniência e à oportunidade da autoridade pública, tendo em vista que a valoração dos atos de bravura não ocorre por meio de elementos meramente objetivos. Precedente: RMS 19.829/PR, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJ 30/10/2006. 3. Agravo Regimental não provido. (STJ, 2ª Turma, AgRg no RMS 39.355/GO, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, julgado em 07/03/2013, DJe 20/03/2013, g.)

EMENTA: ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA. ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DO PODER JUDICIÁRIO ANALISAR O MÉRITO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO DE ILEGALIDADE. PODER-DEVER DA ADMINISTRAÇÃO. SÚMULA 473/STF. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. RECURSO DESPROVIDO. I A concessão da promoção por ato de bravura está adstrita à discricionariedade do administrador, estando o ato administrativo submetido exclusivamente à conveniência e oportunidade da autoridade pública, tendo em vista que a valoração dos atos de bravura não ocorrem por meio de elementos meramente objetivos. Precedentes. II Consoante entendimento desta Corte, é defeso ao Poder Judiciário adentrar ao mérito administrativo de ato discricionário, a fim de aferir sua motivação, somente sendo permitida a análise de eventual transgressão de diploma legal. III Tratando-se de revisão de ato ilegal, ancorada no poder de autotutela, poderia a Administração alterar o entendimento anteriormente proferido, denegando a promoção por ato de bravura. Aplica-se, à espécie, o entendimento consolidado na Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos. IV Recurso conhecido e desprovido. (STJ, 5ª Turma, RMS 19.829/PR, Rel. Ministro GILSON DIPP, DJ 30/10/2006, p. 335, g.) EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. QUADRO DE ACESSO. PROMOÇÃO NA CARREIRA. POLÍCIA MILITAR E BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS. VAGAS DECORRENTES NÃO COMPUTADAS. OFICIAIS E PRAÇAS. LEIS ESTADUAIS 15.704/2006 E 8.000/1975. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. DIREITO LÍQUIDO E CERTO INEXISTENTE. I O mandado de segurança qualifica-se como processo documental, em cujo âmbito não se admite dilação probatória, exigindo-se que a liquidez e certeza do direito vindicado esteja amparada em prova préconstituída. II Malgrado o art. 5º, da Lei Estadual 15.704/2006, e art. 19, da Lei Estadual 8.000/1975, preverem que serão computadas para fins de promoção no quadro de acesso as vagas decorrentes, tem-se que os art. 4º, 1º e 2º, e arts. 2º e 3º, parágrafo único, das respectivas legislações, determinam que dita providência reclama para tanto, igualmente, a presença dos requisitos do interesse público e rigoroso planejamento pessoal e financeiro para a carreira. III Por outro lado, não há dúvida que o planejamento e execução das promoções na Polícia Militar do Estado de Goiás é atribuição do seu Comandante-Geral, mediante juízo de conveniência e oportunidade, vedado, portanto, ao Poder Judiciário decidir sobre o mérito do ato administrativo discricionário, salvo flagrante ilegalidade. SEGURANÇA DENEGADA. (TJGO, 1ª Câmara Cível, Mandado de Segurança 271578-62.2013.8.09.0000, Rel. Des. LUIZ EDUARDO DE SOUSA, DJe 1499 de 10/03/2014) Seguindo tal raciocínio, nota-se que o deferimento da promoção perseguida pelo impetrante depende do reconhecimento, pelo Comandante-Geral da Corporação da PMGO, a promoção por ato de bravura é aquela que resulta do reconhecimento de ato ou atos incomuns de coragem e audácia que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever, se mostrem indispensáveis ou úteis às operações policiais e de bombeiros pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emanado (art. 9º, caput, da Lei nº 15.704/2006, g.), o que não correu na espécie. Confira-se trecho do relatório da Comissão de Promoção:

O sindicado agiu estritamente dentro dos limites legais esperados, portando-se de forma minimamente exigível ao tomar conhecimento dos fatos. Uma vez que, mesmo em horário de folga, subsistem as obrigações legais decorrentes da profissão de policial militar. Assim suas ações são incapazes de caracterizar a situação prevista no art. 9º da Lei n. 15.704/2006, uma vez que dos fatos, em momento algum, depreendem-se atos incomuns de coragem e audácia ensejadores do enquadramento legal. Premiar com promoção uma ação esperada de profissional que labore com senso de cumprimento de seu dever seria desprestigiar os atos realmente extraordinários, que surgem no seio da corporação e que merecem o devido destaque e recompensa. De tudo exposto, após análise dos fatos e demais documentos apensados, além dos dispositivos legais pertinentes, não ficaram demonstrados os requisitos necessários para que o mesmo seja promovido por ato de bravura. Isto posto, manifesto-me pelo indeferimento da promoção por ato de bravura do CB QPPM 31406 MARCOS LIEBERNS OLIVEIRA SANTOS. Nada obstante, reconheço a ação meritória praticada pelo sindicado, devendo os autos ser encaminhados a comissão permanente de medalhas para conhecimento e análise. É o parecer, salvo melhor juízo. A promoção por ato de bravura de Praças da Polícia Militar do Estado de Goiás está sujeita à análise absolutamente discricionária da autoridade administrativa, o que veda a interferência do Poder Judiciário, desde que, por óbvio, não tenha havido nenhuma transgressão à legislação atinente à espécie. ato de bravura: Reportemos ao teor do disposto na Lei nº 15.704/2006, no que tange à promoção por Art. 6º As promoções de Praças dar-se-ão: I por antiguidade; II por merecimento; III por ato de bravura; IV por ocasião da passagem para a reserva remunerada; V post mortem; VI extraordinariamente, em ressarcimento de preterição. Art. 9º A promoção por ato de bravura é aquela que resulta do reconhecimento de ato ou atos incomuns de coragem e audácia que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever, se mostrem indispensáveis ou úteis às operações policiais e de bombeiros pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emanado.

1º A promoção prevista neste artigo independe de vaga, interstício, curso, bem como qualquer outro requisito, devendo contudo, ser precedida de sindicância específica. 2º A promoção por ato de bravura poderá ser requerida pelo interessado ao comandante da Organização Policial Militar OPM ou Organização Bombeiro Militar OBM a que servir, cabendo a este, após análise prévia do pedido, determinar ou não a apuração de suposta prática de ação meritória por meio da sindicância prevista no 1º. 3º Os Comandantes-Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar poderão baixar, conjuntamente, normas complementares estabelecendo critérios que possibilitem a caracterização e avaliação do alegado ato de bravura, observadas as peculiaridades dos serviços prestados pela Corporação. Desse modo, diante da visível discricionariedade do administrador na promoção por ato de bravura, a apreciação do Poder Judiciário limita-se à observância de sua legalidade, não podendo ele imiscuir-se no exame do mérito administrativo quanto à existência ou não do ato de bravura, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes. Nesse sentido é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA. DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO. 1. Hipótese em que o consignou que a promoção por bravura é ato discricionário do administrador, não configurando inobservância da legalidade, por si só, a não promoção de policial militar que participou da mesma operação que outro promovido, quando não há elementos nos autos dando conta da participação individualizada de cada um (fls. 174-177, e-stj). 2. Com efeito, o acórdão recorrido está em sintonia com o entendimento firmado no âmbito do STJ, no sentido de que a concessão da promoção por ato de bravura está adstrita à discricionariedade do administrador, estando o ato administrativo submetido exclusivamente à conveniência e à oportunidade da autoridade pública, tendo em vista que a valoração dos atos de bravura não ocorre por meio de elementos meramente objetivos. Precedente: RMS 19.829/PR, Rel. Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJ 30/10/2006. ( ) (STJ, 2ª Turma, AgRg no RMS 39.355/GO, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, julgado em 07/03/2013, Dje 20/03/2013, g.) PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ART. 535 DO CPC. AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS. EFEITO INFRINGENTE. EXCEPCIONALIDADE. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA. ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DO PODER JUDICIÁRIO ANALISAR O MÉRITO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO DE ILEGALIDADE. PODER DEVER DA ADMINISTRAÇÃO. SÚMULA 473/STF. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. RECURSO DESPROVIDO. EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO REJEITADOS. ( ) A concessão da promoção por ato de bravura está adstrita à discricionariedade do administrador, estando o ato administrativo submetido exclusivamente à conveniência e oportunidade da autoridade pública, tendo em vista que a valoração dos atos de bravura não ocorrem por meio de elementos meramente objetivos. Precedentes. IV Consoante entendimento desta Corte, é defeso ao Poder Judiciário adentrar ao mérito administrativo de ato discricionário, a fim de aferir sua motivação, somente sendo permitida a análise de eventual transgressão de diploma legal. V Omissis. VI Omissis. VII Embargos de declaração rejeitados. (STJ, 5ª Turma, Edcl no RMS 19.829/PR. Rel. MINISTRO GILSON DIPP, DJ 18/12/2006, g.) No mesmo sentido, julgados desta Corte Goiana de Justiça: APELAÇÃO CÍVEL. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA. INDEFERIMENTO PELA COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS. ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. MÉRITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE PELO PODER JUDICIÁRIO. I Nos termos do Decreto Estadual n. 2464/85, a promoção de policiais militares por ato de bravura constitui verdadeiro ato administrativo complexo, consubstanciado na conjugação de vontades da Comissão Sindicante, da Comissão para Promoção de Praças e, ao final, do Governador do Estado, não havendo vinculação das respectivas valorações. II A concessão da promoção por ato de bravura está adstrita à discricionariedade do administrador, ficando o ato submetido exclusivamente à conveniência e oportunidade da autoridade pública, tendo em vista que a valoração dos atos de bravura não ocorrem por meios de elementos meramente objetivos. Precedentes do STJ. III É vedado ao Poder Judiciário imiscuir-se no mérito administrativo de ato discricionário, a fim de aferir sua motivação, sendo cabível apenas a análise de eventual transgressão de diploma legal. APELAÇÃO CONHECIDA e DESPROVIDA. (TJGO, 5ª Câmara Cível, Apelação Cível 370075-94.2009.8.09.0051, Rel. Juiz DELINTRO BELO DE ALMEIDA FILHO, julgado em 13/06/2013, DJe 1330 de 26/06/2013) MANDADO DE SEGURANÇA. POLICIAL MILITAR. PROMOÇÃO POR ATO DE BRAVURA. INDEFERIMENTO PELA COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS. ATO DISCRICIONÁRIO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ATO ADMINISTRATIVO COMPLEXO. MÉRITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE PELO PODER JUDICIÁRIO. ILEGALIDADE E ARBITRARIEDADE DO ATO COATOR. AUSÊNCIA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. INEXISTÊNCIA. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA. I Nos termos do Decreto Estadual n. 2464/85, a promoção de policiais militares por ato de bravura constitui verdadeiro ato administrativo complexo, consubstanciado na conjugação de vontades da Comissão Sindicante, da Comissão para Promoção de Praças e, ao final, do Governador do Estado, não havendo vinculação das respectivas valorações. II A concessão da promoção por ato de bravura está adstrita à discricionariedade do administrador, ficando o ato submetido exclusivamente à conveniência e oportunidade da autoridade pública, tendo em vista que a valoração dos atos de bravura não ocorrem por meios de elementos meramente objetivos. Precedentes do STJ. III É vedado ao Poder Judiciário imiscuir-se no mérito administrativo de ato discricionário, a fim de aferir sua motivação, sendo cabível apenas a análise de eventual transgressão de diploma

legal. ( ) (TJGO, 1ª Câmara Cível, Mandado de Segurança 489245-48.2011.8.09.0000, Rel. Juiz ROBERTO HORÁCIO DE REZENDE, julgado em 27/03/2012, DJe 1043 de 16/04/2012, g.) Como bem destacado pela Comissão de Promoção, o impetrante agiu dentro daquilo que é esperado de sua profissão, atuando de forma minimamente exigível diante da situação de perigo, pois ainda que em horário de folga, subsistem as obrigações legais decorrentes da profissão de policial militar. A conduta do policial militar albergado por esta modalidade de promoção consiste na prática de atos incomuns de coragem e audácia, que, ultrapassando os limites comuns, normais do cumprimento do dever legal, caracterizam feitos indispensáveis às atividades policiais militares. Trata-se, na verdade, de atos que superem e muito aqueles praticados pelo policial militar nas suas atividades cotidianas, a ponto de destacá-lo dos demais. Nesse aspecto, a expressão atos incomuns de coragem e audácia traduz conceito jurídico indeterminado que torna extremamente difícil a sua delimitação por parte do intérprete, pois o administrador que aplicar a regra em alusão deve estar adstrito aos institutos da oportunidade e conveniência da Administração Pública, ou seja, do mérito administrativo, portanto, de ato discricionário. Por conseguinte, a ação praticada pelo impetrante é incapaz de caracterizar a situação prevista no art. 9º da Lei n. 15.704/2006, visto que não revelam a coragem e a audácia previstas legalmente. Noutro giro, cabe ressalvar que a ação praticada pelo impetrante teve seu reconhecimento pela Comissão de Promoção, pois determinou o encaminhamento dos autos à comissão permanente de medalhas para conhecimento e análise. Ademais, o entendimento desta egrégia Corte de Justiça é no sentido de que nem mesmo o fato de a Administração ter contemplado com a promoção apenas um soldado que participou da mesma operação com a promoção almejada é capaz de limitar a sua ampla discricionariedade para a concessão do benefício aos demais. Vejamos: ( ) A promoção por bravura é ato discricionário do administrador, cabendo ao Poder Judiciário velar pela legalidade, não caracterizando afronta à lei a não promoção de militar que participou de mesma operação policial que outro promovido, quando inexistentes elementos individualizando a conduta de cada um, sendo o caso de denegação da segurança, vez que inexistente direito líquido e certo a ser amparado pelo mandamus. SEGURANÇA DENEGADA. (TJGO, 4ª Câmara Cível, Mandado de Segurança 427111-82.2011.8.09.0000, Rel. Des. CARLOS ESCHER, julgado em 15/03/2012, DJe 1054 de 03/05/2012) Por fim, ressalta-se que não restou demonstrada qualquer ilegalidade no procedimento para a concessão da promoção por ato de bravura, ou mesmo no ato administrativo que a indeferiu ao impetrante, sendo imperativa, por conseguinte, a denegação da ordem.

Neste desiderato, diante do que restou alegado e sobejamente comprovado nos autos, evidencia-se, de forma inequívoca, a licitude do ato administrativo inquinado de invalidade. Ao teor do exposto, acolhendo o parecer ministerial de cúpula e, face à ausência de direito líquido e certo a ser amparado por mandado de segurança, denego a ordem requestada. Sem condenação em honorários advocatícios, por serem incabíveis, na espécie, consoante previsão do art. 25 da Lei nº 12.016/2009, bem como Súmulas nº 512 do STF e nº 105 do STJ. legais. Após o transcurso do prazo recursal, arquivem-se estes autos mediante as cautelas É como voto. Goiânia, 18 de julho de 2017. Desembargador GERSON SANTANA CINTRA Relator ACÓRDÃO VISTOS, relatados e discutidos os presentes autos de Mandado de Segurança nº 5086037.26.2017.8.09.0000, Comarca de Goiânia. ACORDAM os integrantes da 3ª Câmara Cível da terceira turma julgadora do Egrégio, à unanimidade de votos, em denegar a segurança, nos termos do voto do Relator. VOTARAM, além do Relator, que presidiu a sessão, o Des. Itamar de Lima e a Desa. Beatriz Figueiredo Franco. Presente a ilustre Procuradora de Justiça, Dr. José Eduardo Veiga Braga. Goiânia, 18 de Julho de 2017. Desembargador GERSON SANTANA CINTRA

Relator