A PRODUÇÃO DO ESPAÇO E OS PROBLEMAS AMBIENTAIS OCASIONADOS POR INUNDAÇÕES URBANAS NO RIO MARANGUAPINHO: O BAIRRO HENRIQUE JORGE, FORTALEZA- CE.



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Transcrição:

A PRODUÇÃO DO ESPAÇO E OS PROBLEMAS AMBIENTAIS OCASIONADOS POR INUNDAÇÕES URBANAS NO RIO MARANGUAPINHO: O BAIRRO HENRIQUE JORGE, FORTALEZA- CE. Karinne Wendy Santos de Menezes Universidade Estadual do Ceará UECE E-mail: karinne.menezes@aluno.uece.br Emilio Lopes de Sousa Universidade Estadual do Ceará UECE E-mail: emmilopes@gmail.com Claudia Maria Magalhães Grangeiro Universidade Estadual do Ceará UECE E-mail: claudia.mgr@gmail.com INTRODUÇÃO O rio Maranguapinho tem a sua nascente na Serra de Maranguape e desembocadura no Rio Ceará, dividindo com este a mesma foz e planície flúviomarinha. O rio Maranguapinho abrange, além da metrópole, os municípios de Maranguape, Caucaia e Maracanaú, todos inseridos na Região Metropolitana de Fortaleza, fazendo parte da Bacia Hidrográfica Metropolitana. Imagem 01: Mapa de Localização do bairro Henrique Jorge.

Fonte: Google Maps, 2014. O Henrique Jorge localiza-se na cidade de Fortaleza- CE, compondo parte da bacia hidrográfica do rio Maranguapinho, mas precisamente, na zona oeste da cidade de Fortaleza, o bairro faz limite ao norte com os bairros Dom Lustosa e Pici, ao Sul com o João XXIII, ao Leste com o Jóquei Clube e a Oeste com os bairros Autran Nunes e Genibaú. O bairro Henrique Jorge apresenta grandes desigualdades socioeconômicas, e todas essas disparidades estão inseridas no contexto de como ocorreu no Brasil à produção do espaço urbano. [...] O espaço urbano que pode ser analisado como um conjunto de pontos, linhas e áreas. Pode ser abordado a partir da percepção que seus habitantes ou alguns de seus segmentos têm do espaço urbano e de suas partes. Outro modo possível de análise considera-o como forma espacial em suas conexões com estrutura social, processos e funções urbanas. Por outro lado ainda, o espaço urbano, como qualquer outro objeto social, pode ser abordado segundo um paradigma de consenso ou de conflito. (CORRÊA, 1995) Os agentes sociais envolvidos no processo de produção do espaço urbano, reproduzem e consomem esses espaços urbanos. Segundo Corrêa (1995), a grande cidade capitalista é o lugar privilegiado de ocorrência de uma série de processos sociais, entre os quais há acumulação de capital e a reprodução social tem importância básica. As inundações são problemáticas ambientais urbanas relevantes, e o processo de revitalização de um rio, como o Maranguapinho, busca minimizar os

impactos causados pelas chuvas a partir de obras que permitem, por exemplo, ampliar as áreas de infiltração das águas das chuvas e a proteção dos mananciais, direcionando novos tipos de uso, como para o ecoturismo. Contudo, o objetivo preponderante seria a redução das ocupações de risco, apesar de todos esses elementos é preciso levar em consideração outros fatores sociais, como os que induziram a ocupação desses espaços por determinada classe social, como a valorização do solo urbano. Foi perceptível na análise, que os problemas ambientais ocasionados por inundações urbanas no Ceará, relacionam-se as diferentes formas de ocupação do espaço, sendo essas implicações mais perceptíveis na metrópole Fortaleza. De acordo com Lutiane (2011), a estruturação do território fomenta a frequencia e a magnitude dos fenômenos que são considerados naturais, por que eles não são tão naturais assim, como às inundações. As inundações são fenômenos naturais, mas as mudanças importantes nas formas de uso e ocupação nas cidades, onde a impermeabilização do solo e a retilinização de canais fluviais se configuram como ações públicas (e privadas) recorrentes, tais fenômenos são incrementados e se tornam potencialmente mais perigosos. (ALMEIDA, 2010) O Henrique Jorge apresenta um forte processo de uso e ocupação do solo urbano, o que dificulta a permeabilização da água no solo, além de fatores como a carência de infraestrutura e de equipamentos urbanos, resultando no fato de que a população ribeirinha do bairro sofre com as consequências das inundações ocasionadas por um rio urbano, em todo período chuvoso. Imagem 01: Rio Maranguapinho Trecho Henrique Jorge.

Fonte: Os autores, 2012. OBJETIVOS Para a construção da pesquisa surgiram as seguintes indagações: Como ocorreu a produção do espaço urbano em Fortaleza? Quais os principais problemas ambientais urbanos evidenciados na metrópole? Como o bairro Henrique Jorge está inserido nesse contexto? A partir desses questionamentos foi definido como o objetivo dessa pesquisa, analisar os problemas ambientais ocasionados por inundações urbanas no rio Maranguapinho, a partir da produção do espaço, especificamente no Bairro Henrique Jorge, em Fortaleza CE. METODOLOGIA O arcabouço teórico metodológico desta pesquisa deu-se a partir da utilização de livros, artigos acadêmicos, monografias, dissertações e teses, em um levantamento de dados realizado em mídias eletrônicas e trabalhos acadêmicos; pesquisa documental; trabalhos em campo e análise de dados coletados no decorrer da pesquisa. O estudo da Ecodinâmica da Paisagem de Jean Tricart (1977) é fundamental para a ampliação do conhecimento da área de estudo, pois o conceito de unidades ecodinâmicas nos permite compreender a relação entre a morfogênese e a pedogênese do ambiente. Ressaltamos também as contribuições de Bertand (2004) ao estudo da paisagem, para compreender tanto os aspectos naturais, quanto os aspectos sociais existentes no bairro Henrique Jorge. A presente pesquisa encontra-se em estágio inicial. RESULTADOS PRELIMINARES A população necessita de medidas preventivas e de soluções emergenciais para esta problemática, a remoção da população ribeirinha é uma possibilidade a ser analisada, entretanto, a forma que obra de revitalização do rio Maranguapinho, que faz

parte do pacote de obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), vem se efetivando na área de estudo tem graves consequências para os moradores do bairro, haja vista, que nem todos os moradores concordam com as remoções, por conta dos valores ínfimos ofertados em sua moradia ou mesmo pelo fato de que as residências disponibilizadas pelo Estado estão localizadas longe das centralidades. Deste modo, a possível solução das problemáticas das enchentes no bairro, apresenta falhas significativas em sua execução, logo, os conflitos ocasionados pelas remoções têm grandes consequências para a população, como por exemplo, deixarem as suas casas sem moradia garantida pelo Estado; perder relações de vizinhança, de afetividade e de condições de trabalho. BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Lutiane Queiroz de. Vulnerabilidades Socioambientais De Rios Urbanos: Bacia Hidrográfica Do Rio Maranguapinho, Região Metropolitana De Fortaleza, Ceará/. Rio Claro, 2010. Tese (doutorado), Universidade Estadual Paulista. Instituto de Geociência e Ciência Exatas. BERTRAND, Georg. Paisagens e Geografia Física Global: Esboço Metodológico. Caderno de Ciências da Terra, 13: 1-21.1972. CASSETI, Valter. Elementos de Geomorfologia. Goiânia: Editora da UFG, p.137, 1994. CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1995. DESCHAMPS, Marley Vanice. Vulnerabilidade Socioambiental na Região Metropolitana de Curitiba. Curitiba, 2004. GRANGEIRO, Claudia Maria Magalhães. Meio ambiente litorâneo e urbanização: o ambiente produzido na costa leste da cidade de Fortaleza Ceará. Tese (doutorado)

Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências e Tecnologia, Curso de Doutorado em Geografia, Fortaleza, 2012. SILVA, José Borzacchiello da; DANTAS, Eustógio Wanderley Correia; Zanella, Maria Elisa Zanella; MEIRELES, Antônio Jeovah de Andrade (orgs.). Litoral e Sertão, natureza e sociedade no nordeste brasileiro - José Borzacchiello da Silva et al. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2006. SOUZA, M.J.N. Compartimentação Territorial e Gestão Regional do Ceará. Editora FUCEME, Fortaleza, 98p. 2000. SOUZA, M. J. N. de. Compartimentação geoambiental do Ceará. In. SILVA, J. B. da, CAVALCANTE, T. C. e DANTAS, E.W. C. Ceará: um novo olhar geográfico. 2. ed. Atual Fortaleza : edições Demócrito Rocha, 2007. TRICART, Jean. Ecodinâmica. Rio de Janeiro,IBGE, Diretoria Técnica, SUPREN, 1977.