QUANTIFICAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE E DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES NO QUIPÁ Tacinga Inamoena (K. Schum) NPTaylor & Stuppy A.C.P. Sousa 1, M.P. Pinto 2, M.E.M. Cavalcante 3, M.M. Sousa 4, S.R.A. Medeiros 5, A. Lima 6 1-Departamento de Nutrição Universidade Federal do Piauí, CEP: 64049-550 Campus Universitário Ministro Petrônio Portella - Bairro Ininga - Teresina - PI Brasil, e-mail: (cibelepsousa@hotmail.com) 2- Departamento de Gastronomia e Alimentos- Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí, (myhpereira1@gmail.com) 3 - Departamento: Hospitalidade e Lazer - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí, (mauricio-edu@hotmail.com) 4 - Departamento: Hospitalidade e Lazer - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí, (mariana_msousa@yahoo.com.br) 5- Departamento de nutrição- Universidade federal do Piauí - Campus Senador Helvidio Nunes de Barros. - Picos/PI - Rua Cícero Eduardo, S/N - Bairro Junco - Picos/PI, Brasil. CEP: 64600-000. e-mail: (stellaarcanjo@ufpi.edu.br) 6- Departamento: Hospitalidade e Lazer - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Piauí, (alessandro@ifpi.edu.br) RESUMO Cactáceas são espécies nativas de climas seco, o Brasil possui uma relevante diversidade dessa espécie e dentre estas tem-se o quipá Tacinga Inamoena (K. Schum) NPTaylor & Stuppy, conhecido popularmente como cumbeba ou gogóia, essa espécie é pouco difundida apesar de seu fruto ser consumível. Esse trabalho teve por objetivo quantificar o teor de fenólicos totais da casca e polpa dessa espécie bem como sua atividade antioxidante pelo método ABTS. Verificou-se um considerável teor desses compostos nos extratos avaliados, apresentando o fruto como uma espécie promissora e que necessita de mais estudos para explorar sua capacidade de utilização e difundir seu uso e exploração. ABSTRACT The Cacti are native species of dry climates, Brazil has a significant diversity of the species and among these there is the yarmulke Tacinga inamoena (K. Schum) NPTaylor & Stuppy, popularly known as cumbeba or gogóia, this species is little known despite its fruit is edible. This study aimed to quantify the total phenolic content of the peel and pulp of this species and its antioxidant activity by ABTS method. There was a considerable level of these compounds in the extracts evaluated, presenting the result as a promising species that need more studies to explore their capacity utilization and spread its use and exploitation. PALAVRAS-CHAVE: cactáceas; antioxidante; compostos bioativos. KEYWORDS: cactaceous; antioxidant; bioactive compounds.
1. INTRODUÇÃO A região Nordeste brasileira, em virtude de suas condições climáticas favoráveis, apresenta-se como um grande produtor de frutos, nativos e cultivados, com vasta pluralidade de sabor e aromas exóticos, características estas que angariam um relevante potencial agroindustrial representando assim uma importante e promissora fonte econômica para os produtores. No entanto, alguns frutos ainda não têm exploração comercial gerando assim grandes desperdícios que se perpetua para além da perda da matéria-prima, mas também renda e mão de obra que poderia ser agregada. Dentre esses frutos pouco explorados, pertencentes ao bioma caatinga, tem-se os frutos da família das cactáceas (ALMEIDA., 2011; PAZ et al., 2015). Dentre os frutos dessa família tem-se o fruto do quipá Tacinga Inamoena (K. Schum) NP Taylor & Stuppy, espécie popularmente conhecida como cumbeba ou gogóia, seus frutos são do tipo baga ovóide a subgloboso, 3,0-4,0 x 2,4-3,5 cm de diâmetro longitudinal e transversal, a cor de sua casca varia do amarelo ao laranja fosco, com porção basal avermelhada ou toda vermelha fosca; câmara seminífera ocupando quase todo o espaço interno, preenchido por massa carnosa, cor de pêssego clara, constituída pelos funículos das sementes (figura 9) (ANDRADE LIMA, 1989). Apesar de comestível essa espécie é sub utilizadas, além dessa, outras espécies de cacto são utilizadas como forragem para criações de caprinos, ovinos e bovinos (LUCENA et al., 2012). Esse trabalho teve como objetivo, quantificar o teor de compostos fenólico totais e compostos antioxidantes pelo método ABTS da casca e polpa do quipá. 2. MATERIAL E MÉTODOS Os frutos do quipá foram coletatos manualmente e os mesmos foram obtidos na zona rural da cidade de Caldeirão Grande do Piauí, e foram conduzidas ao Laboratórios de Análise de Alimentos do Instituto Federal do Piauí (IFPI) Campus Teresina Zona Sul onde foram realizadas as analises. Os extratos das polpas e cascas foram obtidos em agitação continua em ultrassom em banhomaria por 1h, utilizando solventes de diferentes polaridades: extratos aquoso, etanólico e acetônico, utilizando-se água destilada, álcool etílico absoluto (PA) e acetona (PA), respectivamente. A quantificação de compostos bioativos constitui-se de quantificação dos compostos fenólicos a qual seguiu a metodologia descrita por Swain e Hills (1959), adaptada por (SOUSA, VIEIRA e LIMA, 2011), utilizou-se o reagente Folin Ciocalteu e as leituras foram realizadas em triplicata das absorbâncias em espectrofotômetro a 720 nm. A capacidade antioxidante foi determinada pelo método de captura do radical ABTS + utilizado foi o descrito por Re et al. (1999) adaptado por (SOUSA; VIEIRA e LIMA, 2011). Foram adicionados 40 μl dos extratos, diluídos em etanol, a 1960 μl do radical, determinando-se a absorbância em espectrofotômetro a 734 nm, e avaliado 30 minutos apos o inicio da reação. Os resultados foram calculados por meio do cálculo de médias e desvio-padrão, e aplicado do teste de Tukey considerou-se como diferença significativa p<0,05 utilizou-se o software GraphPad Prism 6.0.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 1 observa-se os resultados encontrados referentes ao teor total de polifenois presentes nos extratos aquoso, etanolico, e acetonico da casca e polpa do quipá. Tabela 1 Teor de polifenóis totais presentes na casca e polpa do quipá Parte Extrato Polifenóis (mg EAG. 100g -1 amostra) Polpa Extrato Aquoso 40,07 b ± 0,25 Extrato Etanolico 39,92 b ± 0,86 Extrato Acetônico 69,79 a ± 1,17 Casca Extrato Aquoso 34,05 b ± 0,40 Extrato Etanolico 65,88 a ± 1,80 Extrato Acetônico 41,45 ab ± 0,20 Fonte: Autoria própria. As médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem estatisticamente entre si. Na casca o extrato etanolico obteve uma maior quantidade dos compostos, comparando esse resultado ao estudo de Viera et al., (2011) ao avaliar o teor de fenólicos em polpa de frutas observa-se um resultado superior desse estudo tanto para a casca como para a polpa do quipá com relação as polpas de frutos como tamarino e bacuri, e inferior aos de polpas como acerola e caju. Dentre os fatores que podem afetar a extração das substancias tem-se a polaridade e hidrofobicidade dos compostos (WU et al., 2007). Os menores valores de substancias extraíveis no extrato aquoso em comparação aos demais extratos demonstram uma menor polaridade dos compostos fenólicos da casca e polpa do quipá, sendo portanto menos hidrossolúveis. Salienta-se, no entanto que se refere a polpa não houve diferença estatística entre os extratos aquoso e etanolico Tabela 2-Capacidade Antioxidante Total (TEAC) dos extratos aquoso, alcoólico e acetônico da polpa, da casca do quipá pelo método ABTS + expressos em μmol de trolox/ g de amostra fresca. Parte Extrato Valor de TEAC (μmol trolox/g amostra fresca) Polpa Casca Extrato Aquoso 2,69 a ± 0,10 Extrato Etanolico 2,43 a ± 0,08 Extrato Acetônico 2,22 a ± 0,04 Extrato Aquoso 2,57 a ± 0,14 Extrato Etanolico 2,80 a ± 0,12 Extrato Acetônico 2,72 a ± 0,25
Fonte: Autoria própria. As médias seguidas pela mesma letra na mesma coluna não diferem estatisticamente entre si. Conforme mostra a figura 2, não houve diferença estatística entre os extratos analisados para as diferentes partes da Fruta. Observa-se que os resultados encontrados são significativamente superiores ao encontrado por Costa et al., (2013), ao avaliarem através do extrato aquoso, alcoólico e acetônico a polpa, a casca e a semente do Noni (Morinda citrifolia Linn), demonstrando assim um significativo potencial do aproveitamento desse fruto levando em conta os compostos estudados. 4. CONCLUSÕES Através dos resultados obtidos pode-se demonstrar que através dos resultados de compostos bioativos e atividade antioxidante o quipá Tacinga Inamoena (K. Schum) NPTaylor & Stuppy, pode ser apontada como uma promissora fonte de compostos antioxidantes naturais. 5. AGRADECIMENTOS A CAPES pela bolsa concedida a primeira autora, e ao Programa de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnologógica (ProAGRUPAR INFRA) IFPI, pelo financiamento do projeto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, M. M. B., Sousa, P. H. M., Arriaga, A. M. C., Prado, G. M., Magalhães, C. E. C., Maia, G. A.; Lemos, T.L.G. (2011). Bioactive compounds and antioxidant activity of fresh exotic fruits from northeastern Brazil. Food Research International, 44(7), 2155-2149. Andrade Lima, D. (1989) Plantas das caatingas. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências. Costa. A.B.; Oliveira, A.M.C.; A.M.O E Silva; Mancini-Filho, J.; Lima. A. (2013) Atividade antioxidante da polpa, casca e sementes do noni (Morinda citrifolia Linn). Revista Brasileira de Fruticultura, 35(2), 345-354. Paz, M.; Gúllon, P.; Barroso, M. F.; Carvalho, A. P.; Domingues, V. F.; Gomes, A. M.; Becker, H.; Longhinotti, E.; Delerue-Matos, C. (2015). Brazilian fruit pulps as functional foods and additives: Evaluation of bioactive compounds. Food Chemistry, 172 (1), 462 468. Swain, T.; Hills, W. E. (1959). The phenolic constituints of Punnusdomestica. I- quantitative analysis of phenolics constituintes. Journal of the science of food and agriculture, 19, 63-68. Vieira, L. M.; Sousa, M. S. B.; Mancini-Filho, J.; Lima, A. (2011). Fenólicos totais e
capacidade antioxidante in vitro de polpas de frutos tropicais. Revista Brasileira de Fruticultura, 33(3), 888-8. Wu, C.-R.; Huang, M.-Y.; Lin, Y.-T.; Ju, H.-Y.; Ching. H. (2007). Antioxidant properties of Cortex fraxini and its simple coumarins, Food Chemistry, 104, 1464 1471.