CONFERÊNCIA INTERNACIONAL COOPERAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E GLOBALIZAÇÃO OS DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO

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Transcrição:

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL COOPERAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E GLOBALIZAÇÃO OS DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO Conclusões Em 15 e 16 de Novembro de 2000 realizou-se na cidade de Maputo uma Conferência Internacional subordinada ao tema Cooperação, Desenvolvimento e Globalização Os Desafios para a Educação e a Formação que contou com a presença de dirigentes das Centrais Sindicais membros da Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa, de Timor Loro Sae e de Macau e de vários convidados. Para além de dirigentes das diversas Centrais Sindicais, fizeram Comunicações à Conferência o Dr. Francisco Monteiro, da direcção das actividades para os trabalhadores da Organização Internacional do Trabalho (ACTRAV/OIT), o Secretário Geral da Federação Internacional de Educação dos Trabalhadores (FIAET), Jan Mehlum, o Secretário Geral da Regional Africana da Confederação Internacional dos Sindicatos Livres (CISL/ORAF), Andrew Kailembo, o Presidente do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional de Moçambique, Dr. Félix Manhique e o Dr. Francisco Madelino membro da Comissão Executiva do Instituto de Emprego e Formação Profissional de Portugal. Na sessão de abertura da Conferência o Vice Ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Dr. Hipólito Patrício saudou os participantes recordando que urge alterar o actual curso do sistema económico internacional e criar um que traga justiça, igualdade de oportunidades e benefícios a todos os povos do mundo. Joaquim Fanheiro, presidente da OTM, deu as boas vindas a todos os sindicalistas e convidados afirmando que esta conferência constitui uma importante oportunidade para analisar de que forma e que mecanismos de cooperação os países da CPLP podem promover para o desenvolvimento económico no ambiente da globalização. O presidente da CPLP Sindical, João Proença, enquadrou o tema da Conferência recordando que a globalização que enfrentamos em vez de ser um instrumento ao serviço 1

de um desenvolvimento equilibrado tem contribuído para o acentuar das desigualdades entre Países e dentro de cada um dos Países. Tal constatação apela a uma resposta consciente, responsável e firme do Movimento Sindical, nomeadamente através da negociação colectiva, da participação a nível das empresas e pela participação na definição das políticas económicas e sociais a nível nacional no quadro de um reforço permanente do diálogo social. Das intervenções realizadas podem tirar-se as seguintes conclusões : 1. A globalização é uma realidade objectiva que põe de manifesto a nossa condição de passageiros do mesmo navio não podendo ignorar-se as enormes diferenças existentes entre os diferentes passageiros; de facto o potencial científico e técnico associado à globalização e a sua capacidade de gerar riqueza e bem estar encontram-se associados ao desenvolvimento de enormes assimetrias que permitem admitir que o mundo nunca terá sido mais desigual do que hoje; 2. Se é verdade que a globalização permite a apropriação dos conhecimentos técnicocientíficos e das inovações tecnológicas da Humanidade não é menos verdade que ela tem vindo acompanhada da especulação financeira, da desestrutração de muitas empresas, do aumento do desemprego e tem contribuído para o desenvolvimento de mais assimetrias entre Continentes, Regiões e no interior de cada país; 3. Esta globalização tem estado associada a ataques aos direitos dos trabalhadores e aos sistemas de protecção social; 4. Estes factos constituem-se em desafios para os países, para as classes trabalhadoras e para as suas estruturas sindicais; 5. É possível agir, mudando o sentido da globalização, fazendo dela um serviço de cooperação e de desenvolvimento, criadora de riqueza e que promova a sua melhor distribuição, combatendo a pobreza e a exclusão; 6. O movimento sindical tem de conjugar esforços conducentes à instauração de regras de conduta que controlem os efeitos negativos e tornem possível ao conjunto dos trabalhadores do mundo partilhar os frutos do desenvolvimento da humanidade; 7. Reconhece-se que se podem tirar benefícios da globalização, ao nível da segurança económica e no emprego, se à globalização económica que visa o lucro - 2

soubermos responder com a globalização social e dentro desta com a intervenção sindical que é, ela mesma, intrinsecamente solidária; 8. A um crescimento e a uma competição baseados na exploração dos baixos salários e do trabalho não qualificado contrapomos um desenvolvimento sustentado pelo trabalho qualificado e melhor remunerado e por Sistemas de Protecção Social que garantam a todos uma vida com dignidade; 9. Defende-se o perdão da dívida externa aos países em desenvolvimento devendo a libertação desse peso económico ser utilizada em favor das despesas sociais, designadamente com a promoção dos seus povos; 10. Afirma-se a importância da Paz como uma aspiração universal dos povos e uma necessidade concreta para o desenvolvimento, sendo imperativo criar todas as condições para a sua realização duradoura; 11. Evidencia-se o papel importantíssimo a desempenhar pelo movimento sindical para a concretização da apropriação do progresso existente por todos nós independentemente do lugar onde vivemos; esse papel insubstituível das organizações sindicais impõe novos recursos, novos serviços a prestar e um enorme esforço de crescimento da sindicalização; 12. Entre os serviços que o Movimento Sindical pode oferecer aos trabalhadores destacase o da formação que deve responder às necessidades e expectativas dos que trabalham dando particular relevância à sua participação no processo formativo; defende-se que, de acordo com os princípios estatutários da FIAET (Federação Internacional de Associações de Educação de Trabalhadores), a formação se deve orientar por princípios de solidariedade e cooperação, justiça e igualdade, democracia e liberdade; 13. Reconhece-se que a principal arma a utilizar na luta contra vários flagelos com que os povos se confrontam, de que se evidencia o grave problema da SIDA, passa pela informação e pela formação, salientando-se o programa específico que a CISL/ORAF vai desenvolver envolvendo todas as Centrais Sindicais do Continente Africano; 14. Reivindica-se a ratificação por todos os países das Convenções fundamentais da O.I.T. considerando-as como um passaporte para o futuro; estas convenções devem 3

ser traduzidas para as diferentes línguas e serem dadas a conhecer a todos os trabalhadores que delas devem tomar consciência; 15. Declara-se que à globalização dos mercados e dos capitais, o Movimento Sindical tem que responder com a globalização dos direitos sindicais, com a globalização da Informação e do Conhecimento; as organizações sindicais, aos vários níveis da sua organização (local, regional, nacional, continental e mundial) devem mobilizar-se neste sentido; 16. Defende-se que a conjugação do desenvolvimento global da Economia com o desenvolvimento global da Sociedade passa por proporcionar a todos educação de qualidade e de verdadeiro sucesso educativo; desenvolver sistemas de formação ao longo de toda a vida e promover esquemas de partilha de trabalho dando a todos o direito ao trabalho e ao lazer; 17. Reconhece-se na negociação colectiva um instrumento primordial de defesa, promoção e concretização de melhores condições de vida e de trabalho para todos; 18. Preconiza-se uma articulação entre os vários níveis de negociação colectiva face às empresas transnacionais; 19. Defende-se a promoção e a concretização dos princípios e práticas do diálogo social bilateral e tripartido; 20. No âmbito das respostas a encontrar num mundo laboral que se globaliza, decide-se estudar a implementação de Conselhos Mundiais de Empresas transnacionais; admitese que tais conselhos tenham competências nas áreas de informação e consulta e da articulação de diferentes níveis de negociação colectiva; 21. No desenvolvimento da acção sindical futura propõe-se : a) Dar particular importância às populações mais fragilizadas (as mulheres e os jovens); b) Apoiar os trabalhadores que desenvolvem a sua actividade nos sectores informal e rural; c) Desenvolver programas de formação sindical para os trabalhadores e dirigentes sindicais; 4

d) Exigir à O.M.C., ao Banco Mundial e ao F.M.I. o desenvolvimento de políticas que tenham em conta a necessidade do crescimento económico e social de todos os países; e) Propor à O.I.T. uma maior assistência às Organizações sindicais dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, particularmente através da criação do Bureau PALOP; f) Desenvolver estratégias de alianças com as Organizações Não.Governamentais que conduzam à conjugação de esforços na consecução de objectivos partilhados com assunção plena das responsabilidades que cabem ao Movimento Sindical; g) Prosseguir e aprofundar a cooperação sindical bilateral e multilateral reivindicando que a cooperação institucional entre Países e Regiões se oriente por critérios de valorização económica e social; h) Reforçar o papel da Comunidade Sindical dos Países de Língua Portuguesa incentivando todas as Centrais Sindicais a darem-lhe o melhor do seu esforço; i) Continuar a fazer da língua portuguesa e do espaço da lusofonia um elemento relevante da nossa identidade comum. 5

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