Objetivos. Avaliar possíveis mudanças na química de águas subterrâneas na nascente do Lez entre 1973 e o presente;

Documentos relacionados
Bicalho C.C *2, Batiot-Guilhe C. 1, Seidel J.L. 1, Van Exter S., Silva-Filho E 2., Jourde H. 1

HIDROGEOLOGIA DOS AMBIENTES CÁRSTICOS DA BACIA DO SÃO FRANCISCO PARA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

Estudo da interacção água subterrânea/água superficial nos sistemas associados à Lagoa de Albufeira, em periodo de barra aberta

HIDROQUÍMICA DO SISTEMA AQUÍFERO BAURU NA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO

Gestão de Recursos Hídricos na Mineração

Hidrogeologia: Conceitos e Aplicações

Guilherme N. Santos 1, Roberto E. Kirchheim 1, Eduardo M. Lazzarotto 1, Andrea S. Franzini 1, Maria Antonieta A. Mourão 1

Serviço Geológico do Brasil

MAPEAMENTO DO NÍVEL FREÁTICO UTILIZANDO PIEZOMETRIA CONVENCIONAL MINA SUBTERRÂNEA DE VAZANTE VAZANTE MG.

Estudos de casos: Mossoró/RN

ELEMENTOS-TRAÇO NO AQUÍFERO MACACU, RIO DE JANEIRO BRASIL

XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS VIII FENÁGUA - Feira Nacional da Água XIX Encontro Nacional de Perfuradores de Poços

CAPÍTULO 2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS Clima Relevo Hidrografia Solos Vegetação... 13

DIAGNÓSTICO DOS POÇOS TUBULARES E A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

CLASSIFICAÇÃO E ENQUADRAMENTO: POR QUE ESPERAMOS O GOVERNO?

MONITORAMENTO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM MINAS GERAIS. Marília Carvalho de Melo

INTERACÇÃO ÁGUA-ROCHA O caso das rochas ígneas, sedimentares e metamórficas

CAPÍTULO VIII DISCUSSÕES E CONCLUSÕES

PHD-5004 Qualidade da Água

10.1 Caracterização hidroquímica do Sistema Aquífero Moura-Ficalho

PUA Plano de Uso da Água na Mineração. Votorantim Metais Holding Unidade Vazante - MG

ANÁLISE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO AQUÍFERO JANDAÍRA EM APOIO AO PROGRAMA ÁGUA DOCE NO RIO GRANDE DO NORTE (PAD/RN)

ESTIMATIVA DE RECARGA DO SISTEMA AQUÍFERO SERRA GERAL UTILIZANDO BALANÇO HÍDRICO

8 Conclusões e Considerações Finais

A importância da água subterrânea para o montado

DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE POÇOS PERFURADOS NO MUNICÍPIO DE ARARUNA PB

QUALIDADE DAS ÁGUAS DA GRUTA MORENA, CORDISBURGO, MG

MONITORAMENTO QUALI-QUANTITATIVO DO AQUIFERO COSTEIRO NO LITORAL NORTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Água Subterrânea 16/03/2016. Revisão: Composição do solo: Revisão: Porosidade do solo: Porosidade do solo:

ÁGUA SUBTERRÂNEA BAIXO MONDEGO

SISTEMA AQUÍFERO: MACEIRA (O18)

ESTADO DA ARTE DA BACIA HIDROGEOLÓGICA DO SISTEMA LACUSTRE BONFIM-RN, NORDESTE DO BRASIL

PRIORIZAÇÃO DE ÁREAS DE RESTAURAÇÃO PARA SEGURANÇA HÍDRICA. Edenise Garcia, Eileen Acosta, Marília Borgo, Ricardo Galeno The Nature Conservancy

ESTUDO DA ORIGEM DAS ÁGUAS TERMAIS NA REGIÃO DA CHAPADA DOS VEADEIROS, GO: ASPECTOS HIDROQUÍMICOS E ISOTÓPICOS

Introdução ao Ciclo hidrológico

CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS E HIDRÁULICAS DOS POÇOS TUBULARES DA APA CARSTE LAGOA SANTA E ENTORNO, MG

ÁGUA SUBTERRÂNEA E MINERAÇÃO. A mineração faz retirada planejada de água subterrânea e favorece outros usos das águas

Água Subterrânea como Manancial de Abastecimento no Rio Grande do Sul

HIDRODINÂMICA DO SISTEMA AQUÍFERO URUCUIA E SEU REBATIMENTO PARA A GESTÃO DA ÁGUA NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DA BAHIA.

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL HIDROGEOLÓGICO NA ILHA DE ITAPARICA BAHIA

II CONGRESSO INTERNACIONAL DE MEIO AMBIENTE SUBTERRÂNEO AVALIAÇÃO DE RESPOSTAS EM UM AQUIFERO KARST COM EMPREGO DE FUNÇÃO DE CORRELAÇÃO CRUZADA

MEIO FÍSICO. ÁREA DE INFLUÊNCIA Bacia de Drenagem para o Reservatório O rio Paranaíba

Microbiologia do Ambiente. Sistemas aquáticos

Manutenção de poços com ferrobactérias no Aquífero dos Ingleses, Florianópolis - SC

Projeto Coqueiral: enfrentando a degradação das águas subterrâneas em um contexto de mudanças climáticas globais em Recife

Dr. Mário Jorge de Souza Gonçalves

Liano Silva Veríssimo 1, Carlos Antonio da Luz 2 & Robério Bôto de Aguiar 1

OBJETIVO. Analisar a dinâmica dos níveis potenciométricos de aquífero aluvial intensamente monitorado, no Agreste Pernambucano; Relacionar com:

Modelo Hidrogeológico Conceitual e Matemático da Bacia Sedimentar do Tucano Central. 12 de agosto de 2014 Mauro C C M Prado Hidrogeólogo, MSc

Águas. Superficiais: Disponibilidades Hídricas. Quantidade de Água disponível no Planeta. Dependem de:

Características de regiões cárstica

7 Cenários simulados de bombeamento

RECARGA ARTIFICAL Uma oportunidade de solução de conflitos

Resultados dos Estudos Hidrogeológicos para Definição de Estratégias de Manejo das Águas Subterrâneas na Região Metropolitana de Natal- RMN

Outorga de direito de uso das águas subterrâneas na Bahia

*Módulo 1 - IDENTIFICAÇÃO

VARIABILIDADE DA PRECIPITAÇÃO EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL

Serviço Geológico do Brasil CPRM. Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas

Palavras-chave: BTEX, água subterrânea, qualidade de água

MONITORAMENTO HIDROLÓGICO

ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA RH-VIII BACIAS HIDROGRÁFICAS DOS RIOS MACAÉ, DAS OSTRAS E LAGOA DE IMBOASSICA ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NA RH-VIII

XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS HIDROGEOLOGIA DO SASG NO MUNICÍPIO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)

SISTEMA AQUÍFERO: TORRES VEDRAS (O25)

REGULAÇÃO E MONITORAMENTO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DE MINAS GERAIS

AVALIAÇÃO DE RESERVAS, POTENCIALIDADE E DISPONIBILIDADE DE AQÜÍFEROS. Waldir Duarte Costa 1

Alterações observadas e cenários futuros

Chuvas Intensas e Cidades

José Cláudio Viégas Campos 1 ; Paulo Roberto Callegaro Morais 1 & Jaime Estevão Scandolara 1

Sistema Aquífero Guarani: de conhecimento à governança

Riscos de Cheias e Secas: O papel regulador dos aquíferos

Factores climáticos e pressões antropogénicas efeitos na qualidade da água da Ria de Aveiro

ÁGUA SUBTERRÂNEA E OBRAS DE CAPTAÇÃO

Caracterização de anos secos e chuvosos no Alto do Bacia Ipanema utilizando o método dos quantis.

Ciências do Ambiente

O MONITORAMENTO DO AQUÍFERO CAIUÁ NO PARANÁ PELA REDE RIMAS/CPRM.

REDE BÁSICA NACIONAL DE MONITORAMENTO INTEGRADO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS-RIMAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

BOLETIM DE ANÁLISES LABORATORIAIS DADOS REFERENTES À AMOSTRA RESULTADOS ANALÍTICOS DA AMOSTRA

IV INDICADORES HIDROQUÍMICOS OBTIDOS A PARTIR DA CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM ALGUNS POÇOS DO CEARÁ

CÓDIGO NITRATO NAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO ESTADO DE SÃO PAULO: COMO DESARMAR ESSA BOMBA RELÓGIO?

Mini - curso Monitoramento de Águas Subterrâneas

ENCHENTE DE 2015 NO RIO ACRE: AQUISIÇÃO DE DADOS E MONITORAMENTO FLOOD OF 2015 IN ACRE RIVER: DATA ACQUISITION AND MONITORING

Previsão de vazões na bacia do rio Doce. Eber José de Andrade Pinto 21 de setembro de 2007

Sociedade de Geografia 15 de Novembro de 2012

15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental

Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica. Prof. D.Sc Enoque Pereira da Silva

BALANÇO HIDRICO DAS ÁREAS DE RECARGA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO POXIM EM SERGIPE

Rafael Zielke Schio. Caracterização catiônica e aniônica de águas subterrâneas do médio curso do rio São Francisco, oeste do estado da Bahia

AS ALTERAÇÕES HIDROQUÍMICAS DAS ÁGUAS DOS AQUÍFEROS CABO E BEBERIBE NA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE PE

3 Caracterização do Sítio Experimental

XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS SEMA

Manejo de bacias hidrográficas Jogando água

Agua Subterrânea no Semiárido Nordestino

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS DE CISTERNAS NA COMUNIDADE RURAL DE SANTA LUZIA, EM PICUÍ-PB

Balanço Hídrico e Estimativa de Reservas

ANÁLISE DA VARIAÇÃO DO NÍVEL DA ÁGUA EM POÇOS TUBULARES NO CAMPUS DA UFSM, RS

DIAGNÓSTICO DOS POÇOS E QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO MUNICÍPIO DE QUIXERÉ, ESTADO DO CEARÁ

ÁGUA SUBTERRÂNEA: USO E PROTEÇÃO

ANÁLISE COMPARATIVA DA ATUAÇÃO DO FENÔMENO EL NIÑO /OSCILAÇÃO SUL ENTRE AS CIDADES DE RIO GRANDE E PELOTAS-RS PARA O PERÍODO DE

Transcrição:

XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - XVIII Encontro Nacional de Perfuradores de Poços VII FENÁGUA - Feira Nacional da Água De 23 a 26 de outubro de 2012, Bonito MS. Mudanças hidrodinâmicas e suas consequências na hidroquímica da agua induzida apos três décadas de explotação intensa em um aquífero cárstico Mediterrânico. Bicalho C.C.*, Silva-Filho E., Batiot-Guilhe C., Seidel J.L., Van-Exter S., Jourde H.

Objetivos Avaliar possíveis mudanças na química de águas subterrâneas na nascente do Lez entre 1973 e o presente; Determinar como a alteração das condições hidrodinâmicas, antes e após o início do bombeamento intenso pôde afetar a química das águas subterrâneas. Este estudo foi realizado através: Do monitoramento das características químicas e fisicoquímicas das águas, Comparando as características atuais com as de 1973, antes e depois da instalação da estação de bombeamento 2

Area de estudo 3

Bacia de recarga: Afloramentos de calcarios do Jurassico (~150km²) NW SE

1Km (aprox.) Perfil geológico simplificado Sistema carstico do Lez : Parcialmente confinado Principais eventos tectônicos: Orogenia do Hercynian/Variscan Formaçao dos Pirineus Abertura do golfo de Lion A crise salina do Messiniano: Carstificaçao intensa que alcançou varias centenas de metros de profundidade 5

Pluviometria Estaçao pluviométrica Valflaunès (MétéoFrance) Chuva anual média ( Ultimos 40 anos): 942 mm Início do bombeamento intensivo na nascente do Lez 2006-2007: 810mm 2007-2008: 849mm Distribuiçao sazonal das 2008-2009: chuvas(1970-2010): 1,266mm 2009-2010 : 666mm Outono: 37% Inverno: 27% Primavera: 22% Verao: 13% Primeiros eventos de recarga (ciclo hidrologico): Setembro / Outubro 6

O bombeamento intensivo na nascente do Lez: desde 1981 Estaçao de bombeamento subterrânea escavada Conroux, 2007 Desvio parcial da vazao bombeada: Manutençao da vazao ecologica do rio Lez durante o verao. O bombeamento intensivo retira agua diretamente de uma estaçao subterrânea Vazao maxima de bombeamento: 1,700 l/s 7

Metodos 8

Monitoramento horario continuo: Mediçoes Pluviomêtros: in situ: Temperatura T, ph and EC Dados Turbidez chuvas (Lez somente) Analises em laboratorio: CE Elementos maiores e traço Nivel piezométrico 9

Resultados 10

A hidrodinâmica do aquifero e a quimica das aguas subterrâneas Nascente do Lez High waters Dropping waters Low waters Piston-flow waters Dilution waters Tipos de agua: Resultado da mistura de aguas de diferentes origens (end-members) A participaçao relativa dos Endmembers na mistura: em funçao da hidrodinâmica 11

Caracterização dos tipos de água na nascente do Lez usando Análise Fatorial Discriminante - DFA Dropping Dilution waters e High Piston-flow waters: Altas waters: Low concentrações: waters: Difícil caracterização NO Muito 3, bacteria elevadas e química Elevadas concentrações: TOC. concentrações: As águas menos Cl, Mg, Notável Cl, Mg, variabilidade HCO SO mineralizadas 4, Na, Br, 3 and Ca temporal B, Li Misturas Low waters Dropping waters High waters Piston-flow waters Dilution waters 12

Comparando as variações químicas durante cheias de outono: 1973 e 2008 1973: 1973: 2008: 2008: Chuva: 50mm Cl: 120 mg/l Chuva: 110mm Cl: 90 mg/l 13

Comparando a química das águas: 1973-1974, 2006-2007, 2007-2008 and 2008-2009 (DFA) Após início do bombeamento intensivo Antes do bombeamento intensivo Após início do bombeamento intensivo Antes do bombeamento intensivo 14

O impacto de 28 anos de explotação intensiva sobre a química da água na nascente do Lez Intense water exploitation New hydrodynamics Mudanças nas participações dos compartimentos no fluxo da nascente e consequentemente mudanças na química da água Aumento do Ca-HCO 3 : Aumento da participação das águas do aquífero principal Redução do Na-Cl : Redução da participação do aquífero profundo Aumento do pco 2 : Redução do tempo de residência 15

OBJECTIVES PHYSICAL SETTINGS METHODES RESULTS CONCLUSIONS Modelo conceitual da circulação de água no aquífer do Lez antes e depois do bombeamento intensivo

Conclusoes 17

Principais conclusoes Os resultados denotam as consequências diretas da intervenção antropogênica sobre o funcionamento global do aquífero Consequências: Aumento da vulnerabilidade do aquífero; Aumento da carstificação do aquífero à longo prazo. 18

Obrigado!! Em breve: Carste em carbonatos do Proterozoico : Rio Corrente, Bacia do São Francisco, Oeste da Bahia, Brasil. 19