Relatório Técnico n. 01/2010

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Transcrição:

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL CENTRO GESTOR E OPERACIONAL DO SISTEMA DE PROTEÇÃO DA AMAZÔNIA DIRETORIA DE PRODUTOS Relatório Técnico n. 01/2010 1. Introdução 1.1. Em cumprimento ao Termo de Cooperação Técnica 02/2009, celebrado entre o Censipam e o MDA, Processo n. 00012.001963/2009-38, a Coordenação-Geral de Operações do Censipam elaborou o presente documento com vistas a subsidiar tecnicamente o MDA para monitoramento do desmatamento em 45 glebas em processo de titulação, localizadas nos estados da Amazônia Legal. 2. Objetivos 2.1. Promover o suporte técnico necessário ao MDA na fase de pré-titulação das 45 (quarenta e cinco) glebas indicadas pelo MDA. 3. Metodologia empregada 3.1. Para a avaliação do desmatamento das glebas procedeu-se o levantamento de informações disponíveis dos Programas de Monitoramento do Desmatamento PRODES, DETER, Focos e Calor e de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE para o Ministério do Meio Ambiente, monitoramento do desmatamento no bioma Cerrado (Ibama, 2002 a 2008) e monitoramento do desmatamento do Instituto Imazon. 3.2. O sistema PRODES mede as taxas anuais de corte raso para os períodos de agosto do ano anterior a julho do ano corrente, considerando desmatamentos com áreas superiores a 6,25 hectares. 3.3. A análise de evolução do desmatamento na região foi realizada com dados do PRODES até o ano de 2003 e as taxas anuais entre os anos de 2004 e julho/2009, além dos monitoramentos e mapeamentos de áreas desmatadas no Bioma Cerrado, ocorridas até o ano de 2002 e entre os anos de 2003 e 2008. Os resultados obtidos com base no PRODES e Ibama tratam-se de interpretações de imagens do satélite Landsat, com resolução espacial de 30 metros, de forma que desflorestamentos inferiores a 1 km 2 são quase imperceptíveis a esse satélite. 3.4. Visando suprir a falta de informações de desmatamento com essa qualidade a partir de agosto de 2009, utilizaram-se os alertas mensais gerados pelo DETER, disponíveis entre os meses de janeiro e novembro de 2009 para complementar a análise. 3.5. Os dados do DETER apresentam resolução espacial de 250 metros, pois utilizam como fonte de informação as imagens do satélite MODIS. Os alertas gerados por esse programa são importantes porque representam valores mensais nas áreas de interesse com desmatamento mais representativo em área. Como não apresenta a mesma resolução espacial que o Landsat e o aerotransportado do R99, as comparações e interpretações com base nesses valores merecem cautela.

3.6. Os dados do Programa de Monitoramento do Instituto Imazon disponíveis até o momento apresentam a mesma periodicidade que os dados do DETER. 4. Análise 4.1. As tabelas 1 e 2, a seguir apresentam a relação das 45 glebas indicadas pelo MDA para a análise que foram ordenadas segundo a proporção de desflorestamento na gleba. Tabela 1 Tabela com os níveis de desflorestamento nas glebas, apresentadas em ordem de porcentagem de desmatamento nas glebas. Nome Área da Gleba (ha) Desflorestamento 2004- até 2003 2009 Total (ha) até 2003 (ha) (ha) 2 % da gleba desflorestada 2004-2009 MOJÚ - PARTE 2 36.706 32.637 1.134 33.771 88,9% 3,1% 92,0% CORACI-PARANÁ 127.453 108.190 5.388 113.578 84,9% 4,2% 89,1% ALCOBAÇA 62.676 50.426 4.301 54.728 80,5% 6,9% 87,3% BUJARU 109.848 82.424 6.408 88.832 75,0% 5,8% 80,9% COLONE 846.653 672.259 10.114 682.373 79,4% 1,2% 80,6% MOJÚ - PARTE 1 70.126 48.904 5.443 54.347 69,7% 7,8% 77,5% CONCÓRDIA 123.647 79.468 14.582 94.050 64,3% 11,8% 76,1% TOCANTINS 42.795 25.192 5.873 31.064 58,9% 13,7% 72,6% BURITIRAMA - PARTE I e II 123.762 58.657 30.263 88.921 47,4% 24,5% 71,8% CONCESSÃO DE BELTERRA 169.610 103.471 9.811 113.281 61,0% 5,8% 66,8% PITINGA - PARTE 1 91.004 43.542 9.388 52.930 47,8% 10,3% 58,2% MOJUÍ DOS CAMPOS 111.845 58.056 5.742 63.798 51,9% 5,1% 57,0% TAPIRAPÉ 108.941 39.367 21.002 60.368 36,1% 19,3% 55,4% Manaquiri 82.087 35.989 962 36.951 43,8% 1,2% 45,0% NOVO DESTINO 403.858 149.020 14.314 163.334 36,9% 3,5% 40,4% Janauacá 50.077 18.793 1.071 19.864 37,5% 2,1% 39,7% BAIXO CANDEIAS E IG. TRES CASAS 151.171 39.052 18.875 57.927 25,8% 12,5% 38,3% TAPARÁ 286.436 91.221 17.326 108.547 31,8% 6,0% 37,9% IQUIRI 36.993 6.956 5.333 12.288 18,8% 14,4% 33,2% Mamori 74.160 21.533 2.799 24.332 29,0% 3,8% 32,8% TERRA FIRME 766.014 148.109 64.338 212.447 19,3% 8,4% 27,7% ITUQUI 174.705 39.790 4.806 44.595 22,8% 2,8% 25,5% MATAPI 229.930 31.592 10.089 41.681 13,7% 4,4% 18,1% IMBAUBA 838.534 31.895 48.750 80.646 3,8% 5,8% 9,6% SANTARÉM NOVO MUNDO 15.821 653 701 1.354 4,1% 4,4% 8,6% JAMANXIM 496.932 26.347 14.407 40.754 5,3% 2,9% 8,2% SAMAUMA 969.611 26.403 17.286 43.690 2,7% 1,8% 4,5% LEITE 1.097.922 19.845 16.204 36.049 1,8% 1,5% 3,3% PENETECAUA 261.337 3.657 4.578 8.235 1,4% 1,8% 3,2% Castanho 264.399 6.562 468 7.030 2,5% 0,2% 2,7% AFLUENTE 189.089 3.552 212 3.764 1,9% 0,1% 2,0% CURUQUETÊ 812.565 461 9.204 9.666 0,1% 1,1% 1,2% TUPANA 619.495 3.439 159 3.598 0,6% 0,0% 0,6% TOTAL 9.846.200 2.107.462 381.334 2.488.796 21% 4% 25% Total

Tabela 2 Tabela com os níveis de desflorestamento nas glebas situadas em região de Cerrado ou transição, apresentadas em ordem de porcentagem de desmatamento nas glebas. Área da Desflorestamento % da gleba desflorestada Nome Gleba 2003-2003- (ha) até 2002 Total até 2002 2008 2008 Total BAUS * 574 542 0 542 94,4% 0,0% 94,4% TAQUARA * 8.008 6.052 362 6.414 75,6% 4,5% 80,1% VAZANTE 10.221 1.868 2.065 3.933 18,3% 20,2% 38,5% CONCEIÇÃO** 157.298 40.715 9.987 50.701 25,9% 6,3% 32,2% SÃO BARTOLOMEU 24.631 4.561 774 5.335 18,5% 3,1% 21,7% BEM ESTAR 12.540 1.390 881 2.271 11,1% 7,0% 18,1% FURNAS II 162.146 16.741 11.537 28.278 10,3% 7,1% 17,4% STA TEREZA 13.830 1.058 562 1.620 7,7% 4,1% 11,7% PALMEIRANTE 78.276 1.776 4.637 6.413 2,3% 5,9% 8,2% MANGABAL E BEM ESTAR 18.214 1.029 151 1.180 5,7% 0,8% 6,5% TABOCA 20.575 464 738 1.202 2,3% 3,6% 5,8% FLEIXEIRA 8.274 145 0 145 1,8% 0,0% 1,8% TOTAL 514.586 76.341 31.694 108.035 15% 6% 21% 4.2. O levantamento dos dados de desmatamento pelo programa PRODES apresentou uma evolução discreta nas suas taxas de desmatamento, de 2004 a 2009, conforme apresentado na Figura 1. O desmatamento acumulado até agosto de 2009 é de 2.596.831 ha, distribuídas, na maior parte, em toda a área das glebas geralmente condicionadas pelos eixos viários da região. 3

Figura 1: Evolução do desmatamento nas 45 Glebas até julho de 2009. 4.3. Visto que a Lei 11.952/2009 estabelece como limite a data de 01/12/2004 para ocupações regularizáveis, as análises da série histórica dos dados dos PRODES foram divididas em dois períodos, um até o relatório do ano de 2003 e outro a partir do relatório de 2004. 4.4. Ao associar os dados do DETER (janeiro-novembro/2009) aos dados do PRODES (2004 a 2009) foi possível avaliar a evolução do desflorestamento. Foram ordenadas as glebas que possuem maior índice de prioridade - IP. 4.5. O Índice de prioridade foi calculado como sendo a relação entre o indicador dos últimos alertas observados e o indicador do impacto mais recente do desmatamento sobre o desmatamento acumulado até 2003. O indicador dos últimos alertas observados foi obtido pelo DETER entre janeiro e novembro/2009 e o indicador do impacto pela razão entre o total desmatado PRODES entre 2004 e 2009 e o desmatamento acumulado PRODES até 2003. O produto de ambos indicadores define o Índice de Prioridade - IP 4.6. Na tabela a seguir estão ordenadas as 19 glebas que apresentam maior IP. A Figura 2 apresenta a evolução do desmatamento nessas glebas com destaque para a gleba Colone que apresenta a maior superfície desflorestada com 682.373 ha, conforme ilustra a Figura 3. Tabela 3 Tabela com ordenamento das glebas em função do IP. Ordem Nome Indicador de impacto (2004-2009)/2003 N. Alertas (DETER até Novembro) IP 4

1 IMBAUBA 152,84% 40 61,14 2 CURUQUETÊ 1.994,71% 2 39,89 3 SAMAUMA 65,47% 36 23,57 4 LEITE 81,65% 16 13,06 5 PENETECAUA 125,17% 4 5,01 6 JAMANXIM 54,68% 9 4,92 7 IQUIRI 76,67% 5 3,83 8 BURITIRAMA - PARTE I e II 51,59% 7 3,61 9 TERRA FIRME 43,44% 8 3,48 10 TAPIRAPÉ 53,35% 4 2,13 11 BAIXO CANDEIAS E IG. TRÊS CASAS 48,33% 4 1,93 12 TAPARÁ 18,99% 8 1,52 13 MOJÚ - PARTE 1 11,13% 10 1,11 14 TOCANTINS 23,31% 3 0,70 15 PITINGA - PARTE 1 21,56% 2 0,43 16 MOJUÍ DOS CAMPOS 9,89% 1 0,10 17 AFLUENTE 5,97% 1 0,06 18 COLONE 1,50% 2 0,03 19 ALCOBAÇA 8,53% 0 0,00 Figura 2: Evolução do desmatamento acumulado nas 19 glebas. 5

Figura 3: Situação do desflorestamento na gleba Colone. 4.7. Considerando os desflorestamentos ocorridos, em valores absolutos, entre os anos de 2004 e 2009, cabe registrar que as glebas TERRA FIRME, IMBAUBA e BURITIRAMA - PARTE I e II, conforme apresentado nas Figuras 4, 5 e 6, correspondem a mais de 1/3 do desflorestamento ocorrido no total das 45 glebas no período, e a gleba CURUQUETÊ apresenta uma evolução da ordem de 1.994% passando de 461 ha desflorestada até 2003 para 9.204 ha no período de 2004 a 2009, tendo como referência os monitoramentos do PRODES e Ibama (bioma Cerrado) e o total desmatado nas 45 glebas no mesmo período que foi de aproximadamente 413.000 km² (Figura 7). 6

Figura 4: Situação do desflorestamento na gleba Terra Firme. Figura 5: Situação do desflorestamento na gleba Imbaúba. 7

Figura 6: Situação do desflorestamento nas glebas Tapirapé e Buritirama Parte I e II. Figura 7: Situação do desflorestamento na gleba Curuquetê. 8

4.8. Ressalta-se nas tabelas 4 e 5 a distribuição do desflorestamento nas glebas em relação às suas respectivas áreas, considerando os dados do acumulado até 2003 do PRODES e até 2002 do Ibama. Observa-se que entre as glebas situadas na região da floresta amazônica, 20 glebas já apresentavam mais do que 20% de área desflorestada até 2003 e atualmente são 22 glebas com mais de 20% da área desflorestada. E entre as glebas situadas na região de cerrado ou transição, apenas uma já apresentava mais do que 80% da área desflorestada até 2002 e até o ano de 2008 duas glebas possuíam mais de 80% da área desflorestada. Tabela 4 Distribuição da porcentagem de desflorestamento nas áreas das glebas. Faixas de desflorestamento, no período de 2004-2009, na área das glebas Ocorrência de glebas com desmatamento na faixa. Faixas de desflorestamento total na área das glebas Ocorrência de glebas com desmatamento na faixa. > 20,1% 1 > 80,1% 5 10,1%-20% 6 50,1%-80% 8 5,1%-10% 8 20,1%-50% 9 0,03%-5% 18 10,1%-20% 1 0,6%-10% 10 9

Tabela 5 Distribuição da porcentagem de desflorestamento nas áreas das glebas situadas em região de Cerrado ou transição. Faixas de desflorestamento, no período de 2003-2008, na área das glebas Ocorrência de glebas com desmatamento na faixa. Faixas de desflorestamento total na área das glebas Ocorrência de glebas com desmatamento na faixa. 10%-25% 1 > 80,1% 2 5,1%-10% 4 50,1%-80% 0 0,03%-5% 7 20,1%-50% 3 10,1%-20% 3 1,8%-10% 4 4.9. As figuras apresentadas no anexo a este relatório exibem a evolução dos desflorestamentos nas glebas analisadas. 5. Conclusão 5.1. Cabe ressaltar aqui que além das diferenças de resolução espacial entre os programas DETER e PRODES, os períodos de análise são distintos, mas que podem ser um indicador a ser utilizado para a programação dos futuros processos de titulação de glebas já definidas. 5.2. Cabe ressaltar que o relatório apresentado, que faz referência á situação das glebas em janeiro e fevereiro do presente ano não observa correspondência com as fontes de dados dos programas PRODES e DETER/Imazon, cujas datas de publicação referem-se aos meses julho/2009 e novembro/2009, respectivamente. 5.3. Os próximos relatórios mensais apresentarão uma defasagem maior entre essas fontes e os meses de análise por parte desse trabalho. Os dados disponíveis para as análises realizadas são insuficientes, até a presente data, para uma análise correspondente a periodicidade da elaboração do relatório. Desta forma, os resultados apresentados nesse trabalho e nos relatórios subseqüentes tem o caráter indicativo das áreas que merecem atenção especial por parte do MDA. 5.4. O Censipam concluiu recentemente o processo de registro de preços para a aquisição de imagens que poderá fornecer o subsídio necessário para ações locais e emergenciais nas glebas. No referido registro, poder-se-á selecionar e adquirir, por meio desse instrumento, imagens detalhadas, em acervo e programadas, na iniciativa privada para comprovação em campo e programação de novos processos de titulação por parte do MDA. Brasília, 10 de março de 2010 Og Arão Vieira Rubert Analista Gerencial Fernando Campagnoli Coordenador-Geral de Operações 10

ANEXO 11