Influência dos Rebocos no Comportamento das Alvenarias de Tijolo

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Transcrição:

Influência dos Rebocos no Comportamento das Alvenarias de Tijolo Tiago Nunes Escola de Ciências e Tecnologia da UTAD Portugal tiagojorgenunes@hotmail.com Anabela Paiva Escola de Ciências e Tecnologia da UTAD Portugal apaiva@utad.pt Sérgio Madeira Escola de Ciências e Tecnologia da UTAD Portugal smadeira@utad.pt José Barbosa Vieira Escola de Ciências e Tecnologia da UTAD Portugal jbvieira@utad.pt Resumo: O presente trabalho descreve os resultados observados ao longo do tempo, da deformação verificada em paredes de alvenaria de tijolo rebocadas numa face, com diferentes traços de argamassa e diferentes espessuras, comparativamente a uma parede sem reboco, de forma a perceber a influência da espessura/composição dos rebocos nas deformações das paredes de alvenaria de tijolo. Para o efeito, foram construídas 8 paredes de alvenaria de tijolo, com 3,00m de largura por 1,00m de altura, assentes numa superfície plana não aderente, permitindo assim o livre movimento. Posteriormente foram rebocadas 7 das 8 paredes. O objectivo desta comunicação é dar um contributo para a avaliação da susceptibilidade à fendilhação de algumas composições e espessuras de reboco. Em todas as paredes se verificou deformação. Palavras chave: Argamassas de Rebocos, Espessura do Reboco, Traço da Argamassa, Deformação. 1. INTRODUÇÃO A fendilhação e fissuração são das principais anomalias que se verificam nos rebocos tradicionais de ligantes hidráulicos. Porque a aplicação dos rebocos tem expressão nos edifícios, é importante compreender onde se pode actuar para mitigar este problema. Os revestimentos desempenham um papel relevante na durabilidade das alvenarias dos edifícios, porque constituem a sua pele que assegura a protecção contra as acções agressivas de natureza física, química ou biológica. Isto justifica a importância que tem a compreensão das anomalias mais correntes nos revestimentos, já que por estarem expostos, são elementos mais susceptíveis à degradação, requerendo frequentes intervenções de conservação e reabilitação. No caso de revestimentos tradicionais de ligantes hidráulicos, a fissuração/fendilhação traduz habitualmente a ocorrência de retracções exageradas nos próprios revestimentos em resultado de argamassas demasiado ricas em ligante, rebocos com espessuras exageradas ou executados sem atender às boas práticas de construção, tornando susceptível o aparecimento de anomalias.

O respeito por determinados intervalos de tempo entre aplicações das várias camadas e o uso de argamassas com traços em ligante sucessivamente decrescentes, contribuem para que as camadas mais exteriores fiquem sujeitas a menores retracções, evitando assim, significativamente, fenómenos de fissuração e fendilhação [1][2][3][4]. Como todas as estruturas, os revestimentos estão sujeitos a acções que aceleram o seu envelhecimento e consequente degradação. Contudo tem-se observado uma degradação muito precoce neste tipo de revestimentos, muitas vezes por falta da interligação entre projectistas e aplicadores, pela incompatibilidade entre o tempo do processo de construção e respectivos tempos de cura, pelo uso de mão-de-obra pouco qualificada e ausência dos projectistas. É importante criar uma uniformização de aplicação, atendendo à zona do País (devido às diferentes condições climatéricas, exposição, amplitude térmica, etc.). É necessário realizar uma base de dados, que contenha toda a informação relativa à aplicação dos revestimentos, o traço de argamassa, a espessura, o número de camadas, o tipo de areia, a água de amassadura, o tipo de ligante, as proporções de cada um deles, a temperatura e humidade relativa verificada na altura de aplicação, para que a informação possa ser cruzada com os estudos que se realizam em laboratórios e melhor compreendida. Pois só assim, se poderá contribuir para uma melhor compreensão dos revestimentos tradicionais, aconselhando o seu uso e tornando mais prático o processo de aplicação [5]. 2. METODOLOGIA A metodologia adoptada para o desenvolvimento deste trabalho, consistiu em construir três plataformas planas e niveladas. Posteriormente construíram-se, na plataforma 1, as paredes A, B e C, na plataforma 2 as paredes D, E e F, por fim na plataforma 3 as paredes G e H. As paredes foram realizadas com tijolo 30 x 20 x 11, assente ao cutelo. Têm 3,00m de comprimento por 1,00m de altura (Fig.1). Fig.1- Plataforma e construção de 3 paredes (D, E e F)

Depois das paredes construídas, realizou-se o crespido (traço 1:1, cimento e areia média) em todas as paredes, à excepção da parede H (ver Fig.2). Fig.2- Realização do crespido nas paredes Realizou-se uma marcação de pontos nas paredes, num total de 12 pontos por parede (ver Fig.3), para posterior observação das deformações verificadas nas paredes, através do método de Intersecção Directa, utilizando uma estação total. Fig.3 Disposição dos pontos nas paredes (A a H) Na Fig.4 e 5 ilustra-se o método utilizado [6] para a determinação da variação dos pontos ao longo do período de observação. Definiram-se dois pontos estação para cada uma das plataformas. Seguidamente determinou-se a distância média entre os pontos estação, e os ângulos no limbo horizontal, dos pontos marcados nas paredes. Por fim determinou-se a distância (Y) dos diferentes pontos ao eixo X. Sendo Y igual a:

se α.cos LH1 Y ( Ai) = dhp1p 2 sen(200g α β ) en (exemplo: parede A) Fig.4- Representação da geometria no plano Fig.5- Representação da geometria tridimensional do método Na fase seguinte realizou-se a camada de base (primeira camada) nas paredes A, B, C e G, e nas restantes paredes (D, E e F), realizou-se o reboco em camada única. Na Tabela 1 apresenta-se a calendarização e constituição do reboco nas diferentes paredes. Os ligantes usados foram o cimento tipo CEM II / A-L- 42,5 R (Cimpor), e cal hidráulica NHL 5 (Secil).

Tabela1 Constituição e calendarização da execução do reboco Crespido 1ªcamada 2ªcamada 3ªcamada Parede traço espessura (cm) traço espessura (cm) traço espessura (cm) traço data de execução data de execução data de execução data de execução A 11-04-2009 1:1 20-04-2009 1,0 1:2 27-04-2009 1,0 1:4 B 11-04-2009 1:1 20-04-2009 1,0 1:2 27-04-2009 1,5 1:4 04-05-2009 0,5 7:1:1 ( areia fina) C 11-04-2009 1:1 20-04-2009 1,0 1:2 27-04-2009 1,5 1:1:7 D 11-04-2009 1:1 20-04-2009 1,5 1:4 E 11-04-2009 1:1 20-04-2009 2,0 1:4 F 11-04-2009 1:1 20-04-2009 2,5 1:4 G 11-04-2009 1:1 20-04-2009 1,5 1:1:7 27-04-2009 0,5 1:1:7 ( areia fina) H Na Fig. 6 apresenta-se a disposição das paredes e das plataformas, assim como o aspecto final depois da aplicação do reboco. Fig. 6- Numeração das paredes e das plataformas

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DAS DEFORMAÇÕES Foram efectuadas 5 observações com uma Estação Total, ao longo do tempo, nos dias 21-04-09; 28-04-09; 05-05-09; 13-06-09 e 06-07-09, dos pontos marcados nas diferentes paredes. Em seguida apresentam-se os resultados dessas observações e as diferenças entre elas, o que traduz as deformações ao longo do tempo (Tabela 2 a 9), em que a primeira observação serve de ponto de partida para o cálculo da deformação. A parede H, por não estar rebocada, funciona como a parede padrão para comparar com as restantes. Nas Tabelas quando a variação da coordenada Y dá negativa significa que a parede se aproxima dos pontos de estação, ou seja, aproxima-se do ponto fixo onde se realizam as observações com a Estação Total. A diferença entre Y1, Y2,. e Y0 (Def (Yi-Y0)), representa a diferença entre as várias medições, realizadas ao longo do tempo. Tabela 2- Deformação da parede A ao longo do tempo Parede A A1 5.889 5.887 5.883 5.892 5.908-0.003-0.003 0.009 0.016-0.006 0.003 0.019 A2 5.885 5.879 5.880 5.889 5.907-0.005 0.001 0.009 0.018-0.004 0.005 0.022 A3 5.887 5.884 5.882 5.891 5.909-0.003-0.002 0.009 0.018-0.004 0.004 0.023 A4 5.891 5.889 5.886 5.896 5.912-0.003-0.002 0.010 0.016-0.005 0.005 0.021 A5 5.882 5.879 5.877 5.882 5.896-0.002-0.003 0.006 0.014-0.005 0.001 0.015 A6 5.882 5.881 5.880 5.886 5.902-0.001-0.001 0.006 0.016-0.002 0.004 0.020 A7 5.881 5.880 5.879 5.885 5.901-0.002-0.001 0.006 0.016-0.002 0.003 0.020 A8 5.885 5.883 5.882 5.889 5.903-0.002-0.002 0.007 0.015-0.003 0.004 0.018 A9 5.877 5.876 5.875 5.876 5.889-0.001-0.001 0.001 0.013-0.002-0.001 0.012 A10 5.877 5.876 5.876 5.879 5.893 0.000 0.000 0.003 0.014-0.001 0.002 0.016 A11 5.879 5.878 5.878 5.881 5.895-0.001 0.000 0.003 0.013-0.001 0.002 0.016 A12 5.880 5.880 5.879 5.882 5.895 0.000-0.001 0.003 0.013-0.001 0.002 0.015 Analisando as Tabelas 2 e 9 verifica-se que nos primeiros 15 dias de cura a parede A apresenta maiores variações do que a parede H, no entanto ao fim de 54 dias de cura as deformações na parede H ultrapassam as da parede A. Ao fim de 77 dias de cura as deformações na parede A sofrem um forte acréscimo, ultrapassando novamente as deformações da parede H. Verifica-se ainda que existem ao nível da base da parede A deformações da ordem dos 14,7mm, pelo contrário na base da parede H não se verificam movimentos.

Tabela 3- Deformação da parede B ao longo do tempo Parede B B1 5.886 5.881 5.877 5.873 5.885-0.005-0.004-0.004 0.012-0.009-0.013-0.001 B2 5.879 5.874 5.870 5.868 5.882-0.005-0.004-0.002 0.014-0.009-0.011 0.003 B3 5.884 5.880 5.875 5.873 5.887-0.004-0.005-0.002 0.014-0.009-0.011 0.003 B4 5.875 5.870 5.865 5.862 5.874-0.005-0.005-0.003 0.011-0.010-0.012-0.001 B5 5.883 5.880 5.878 5.877 5.888-0.003-0.002-0.001 0.011-0.005-0.006 0.005 B6 5.881 5.878 5.876 5.876 5.890-0.003-0.003 0.000 0.013-0.005-0.005 0.008 B7 5.884 5.882 5.879 5.879 5.893-0.002-0.003 0.000 0.014-0.005-0.005 0.009 B8 5.886 5.883 5.879 5.880 5.890-0.003-0.003 0.000 0.011-0.006-0.006 0.005 B9 5.886 5.885 5.884 5.886 5.896-0.001-0.001 0.002 0.010-0.002 0.000 0.010 B10 5.882 5.882 5.881 5.884 5.896-0.001-0.001 0.003 0.012-0.002 0.001 0.013 B11 5.883 5.883 5.882 5.885 5.897 0.000-0.001 0.003 0.012-0.001 0.001 0.014 B12 5.888 5.886 5.885 5.887 5.897-0.001-0.002 0.002 0.010-0.003-0.001 0.009 Analisando as Tabelas 2, 3 e 9, verifica-se que as deformações na parede B, de uma forma geral, são sempre superiores às que se verificam na parede H, mas menores que as da parede A. Talvez devido ao reboco ser mais forte e ter menor espessura na parede A. Tabela 4- Deformação da parede C ao longo do tempo Parede C C1 5.878 5.873 5.865 5.863 5.870-0.005-0.008-0.003 0.008-0.013-0.016-0.008 C2 5.880 5.876 5.869 5.866 5.875-0.004-0.007-0.003 0.009-0.011-0.014-0.005 C3 5.881 5.876 5.869 5.866 5.875-0.005-0.007-0.003 0.009-0.012-0.015-0.005 C4 5.879 5.874 5.866 5.862 5.868-0.005-0.008-0.004 0.006-0.013-0.017-0.011 C5 5.883 5.880 5.875 5.876 5.885-0.003-0.005 0.000 0.009-0.008-0.007 0.002 C6 5.884 5.882 5.878 5.877 5.888-0.002-0.004 0.000 0.011-0.007-0.007 0.004 C7 5.882 5.880 5.876 5.875 5.886-0.003-0.004 0.000 0.011-0.006-0.007 0.004 C8 5.884 5.881 5.876 5.876 5.883-0.003-0.005-0.001 0.007-0.007-0.008-0.001 C9 5.885 5.884 5.882 5.885 5.896-0.001-0.002 0.003 0.011-0.003 0.000 0.011 C10 5.885 5.885 5.883 5.886 5.898 0.000-0.002 0.003 0.012-0.002 0.001 0.013 C11 5.880 5.879 5.878 5.881 5.893 0.000-0.002 0.003 0.012-0.002 0.001 0.013 C12 5.878 5.877 5.875 5.877 5.885-0.001-0.002 0.002 0.009-0.003-0.001 0.008

A parede C (Tabela 4), apresenta um comportamento diferente do das paredes A e B, pois nos pontos 1, 2, 3 e 4, a tendência é sempre a mesma, ou seja, de aproximação ao ponto estação. Ao nível dos restantes pontos, a inversão do sentido das deformações (afasta-se em relação ao ponto estação) dá-se aos 77 dias. Tabela 5- Deformação da parede D ao longo do tempo Parede D D1 5.894 5.889 5.887 5.899 5.897-0.005-0.001 0.011-0.001-0.006 0.005 0.004 D2 5.898 5.895 5.895 5.906 5.907-0.003 0.000 0.012 0.000-0.003 0.008 0.009 D3 5.902 5.899 5.899 5.910 5.910-0.003 0.000 0.011 0.000-0.003 0.008 0.008 D4 5.902 5.898 5.895 5.911 5.910-0.005-0.002 0.015-0.001-0.007 0.008 0.008 D5 5.891 5.887 5.886 5.892 5.890-0.004-0.001 0.006-0.002-0.005 0.001-0.001 D6 5.893 5.890 5.891 5.897 5.897-0.003 0.000 0.007 0.000-0.002 0.004 0.004 D7 5.894 5.892 5.892 5.899 5.899-0.003 0.001 0.007 0.000-0.002 0.005 0.004 D8 5.897 5.893 5.891 5.902 5.900-0.004-0.002 0.011-0.001-0.006 0.004 0.003 D9 5.889 5.885 5.885 5.887 5.884-0.005 0.000 0.002-0.002-0.005-0.003-0.005 D10 5.890 5.886 5.888 5.890 5.888-0.003 0.001 0.002-0.001-0.002 0.000-0.001 D11 5.889 5.886 5.887 5.889 5.888-0.003 0.001 0.003-0.001-0.002 0.000-0.001 D12 5.894 5.890 5.889 5.895 5.893-0.004-0.001 0.006-0.002-0.005 0.001-0.002 Tabela 6- Deformação da parede E ao longo do tempo Parede E E1 5.905 5.898 5.896 5.917 5.919-0.006-0.002 0.021 0.002-0.009 0.013 0.014 E2 5.904 5.898 5.898 5.917 5.918-0.006 0.000 0.019 0.001-0.006 0.013 0.014 E3 5.906 5.900 5.900 5.918 5.920-0.006 0.000 0.019 0.002-0.006 0.013 0.014 E4 5.907 5.899 5.897 5.916 5.916-0.008-0.002 0.019-0.001-0.009 0.010 0.009 E5 5.900 5.895 5.894 5.908 5.909-0.005-0.001 0.014 0.000-0.006 0.009 0.009 E6 5.898 5.894 5.895 5.906 5.907-0.004 0.001 0.012 0.000-0.003 0.009 0.009 E7 5.898 5.894 5.894 5.906 5.906-0.004 0.001 0.012 0.000-0.003 0.009 0.009 E8 5.900 5.894 5.893 5.905 5.903-0.007-0.001 0.012-0.002-0.007 0.005 0.003 E9 5.898 5.894 5.894 5.901 5.900-0.004 0.000 0.008-0.001-0.004 0.003 0.003 E10 5.893 5.889 5.891 5.896 5.895-0.003 0.001 0.005-0.001-0.002 0.003 0.002 E11 5.897 5.894 5.896 5.901 5.900-0.003 0.002 0.005-0.001-0.001 0.004 0.003 E12 5.896 5.890 5.891 5.896 5.893-0.006 0.001 0.005-0.003-0.005 0.000-0.003

Tabela 7- Deformação da parede F ao longo do tempo Parede F F1 5.911 5.903 5.902 5.917 5.915-0.008-0.001 0.016-0.003-0.009 0.006 0.004 F2 5.905 5.898 5.900 5.913 5.910-0.007 0.002 0.013-0.002-0.006 0.007 0.005 F3 5.902 5.895 5.897 5.909 5.908-0.007 0.002 0.013-0.002-0.005 0.007 0.006 F4 5.905 5.896 5.898 5.911 5.907-0.009 0.002 0.013-0.004-0.007 0.006 0.002 F5 5.903 5.897 5.896 5.908 5.904-0.006-0.001 0.012-0.003-0.007 0.004 0.001 F6 5.901 5.896 5.898 5.907 5.904-0.005 0.002 0.009-0.003-0.003 0.006 0.003 F7 5.901 5.896 5.898 5.907 5.904-0.006 0.002 0.009-0.003-0.003 0.006 0.003 F8 5.902 5.894 5.896 5.905 5.901-0.008 0.002 0.009-0.004-0.005 0.004-0.001 F9 5.896 5.891 5.891 5.898 5.895-0.005 0.000 0.007-0.004-0.005 0.002-0.002 F10 5.897 5.892 5.895 5.900 5.896-0.004 0.003 0.005-0.004-0.001 0.003-0.001 F11 5.899 5.894 5.897 5.902 5.898-0.004 0.003 0.004-0.004-0.001 0.003-0.001 F12 5.897 5.890 5.893 5.898 5.892-0.007 0.003 0.005-0.006-0.004 0.001-0.004 Analisando as paredes D, E e F (Tabelas 5, 6 e 7), pode concluir-se que ao fim de 8 dias de cura, a maior deformação (em termos médios) verifica-se na parede F. Ao final de 15 dias de cura as maiores deformações passam a ser na parede E, mantendo-se até ao fim dos ensaios. Tomando como referência os 77 dias, a parede E tem maiores deformações, seguida da parede D e por fim a parede F. O que poderá ter como causa a espessura do reboco, basta observar que a parede E tem um reboco com uma espessura de 2,00cm, a parede D 1,50cm e a parede F 2,50cm. No caso desta composição de reboco (1:4), maior ou menor espessura do reboco, não tem influência directa da deformação. Tabela.8- Deformação da parede G ao longo do tempo Parede G G1 5.910 5.909 5.906 5.918 5.917-0.001-0.003 0.012-0.001-0.004 0.008 0.008 G2 5.902 5.903 5.901 5.910 5.911 0.001-0.002 0.009 0.000-0.001 0.008 0.008 G3 5.908 5.908 5.906 5.916 5.916 0.000-0.002 0.009 0.000-0.002 0.008 0.008 G4 5.903 5.902 5.900 5.908 5.906 0.000-0.002 0.008-0.002-0.003 0.006 0.004 G5 5.898 5.900 5.897 5.905 5.905 0.001-0.003 0.008 0.000-0.002 0.006 0.007 G6 5.898 5.900 5.897 5.903 5.904 0.001-0.002 0.006 0.000-0.001 0.005 0.006 G7 5.899 5.900 5.898 5.904 5.904 0.001-0.002 0.006 0.000-0.001 0.005 0.005 G8 5.897 5.898 5.895 5.900 5.898 0.001-0.003 0.005-0.001-0.002 0.003 0.001 G9 5.894 5.895 5.892 5.896 5.896 0.002-0.003 0.004 0.000-0.002 0.002 0.002 G10 5.895 5.900 5.894 5.897 5.897 0.005-0.006 0.003 0.000-0.001 0.002 0.002 G11 5.894 5.895 5.892 5.895 5.895 0.001-0.003 0.002 0.000-0.001 0.001 0.001 G12 5.887 5.888 5.886 5.887 5.885 0.001-0.002 0.001-0.002-0.002 0.000-0.002

Na parede G (Tabela 8), nos primeiros 8 dias de cura, praticamente não houve deformação, mesmo ao fim de 15 dias a deformação tem pouca expressão. Só ao final de 54 dias é que as deformações se desenvolvem, mantendo-se até aos 77 dias. O facto de nos primeiros dias de cura não se ter desenvolvido deformações, poderá ser justificado pela composição do reboco, dado que é um reboco fraco (traço 1:1:7). Tabela.9- Deformação da parede H ao longo do tempo Parede H H1 5.896 5.897 5.895 5.902 5.903 0.001-0.002 0.008 0.001-0.001 0.007 0.008 H2 5.894 5.895 5.894 5.901 5.901 0.002-0.002 0.007 0.000 0.000 0.007 0.007 H3 5.899 5.901 5.899 5.906 5.907 0.001-0.001 0.007 0.001 0.000 0.007 0.007 H4 5.895 5.896 5.895 5.902 5.902 0.002-0.001 0.007 0.000 0.001 0.007 0.007 H5 5.891 5.893 5.890 5.895 5.895 0.002-0.003 0.004 0.001-0.001 0.004 0.004 H6 5.890 5.892 5.890 5.894 5.893 0.002-0.002 0.004 0.000 0.000 0.004 0.004 H7 5.889 5.892 5.889 5.893 5.893 0.002-0.002 0.004-0.001 0.000 0.004 0.003 H8 5.893 5.895 5.893 5.897 5.897 0.002-0.002 0.004-0.001 0.000 0.004 0.003 H9 5.893 5.895 5.892 5.893 5.893 0.002-0.003 0.001-0.001-0.001 0.001 0.000 H10 5.887 5.890 5.887 5.888 5.887 0.003-0.002 0.001-0.001 0.000 0.001 0.000 H11 5.890 5.893 5.890 5.891 5.890 0.003-0.002 0.001-0.001 0.000 0.001 0.000 H12 5.887 5.890 5.887 5.888 5.887 0.003-0.002 0.001-0.002 0.001 0.002 0.000 Relativamente à parede H (Tabela 9), verifica-se que ao fim de 54 dias as deformações sofrem um acréscimo acentuado, mantendo-se esta deformação praticamente constante até aos 77 dias. Nos dias de observação das deformações, ao final de 54 e 77 dias (13-06- 2009 e, respectivamente), estava calor, o que poderá justificar este acréscimo de deformação. 4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Analisando os dados fornecidos pelas tabelas 2 a 9, constata-se que de uma forma geral todas as paredes apresentaram a mesma tendência para se deformarem. Nos primeiros 15 dias de cura houve o mesmo sentido de deformação em quase todas as paredes, excepto na parede H, provavelmente devido à retracção que se verificou no reboco. Em algumas paredes a deformação foi mais acentuada nos primeiros 15 dias de cura, como por exemplo nas paredes A, B e C, o que pode ser justificado pelo facto destas paredes terem na constituição do seu reboco uma camada de traço mais forte, traço 1:2, e assim uma maior deformação provocada pela retracção. Ao fim de 54 dias de cura () constatou-se que se deu uma inversão do sentido da deformação das paredes, verificando-se um afastamento em relação ao ponto de estação. Esta inversão pode ser justificada pela dilatação térmica ter superado a retracção.

Ao fim de 77 dias de cura () a tendência verificada anteriormente confirma-se em todas as paredes. A maior deformação foi verificada na parede A, que sofreu deformações da ordem dos 20 mm, em termos médios. A causa poderá estar relacionada com a menor espessura do reboco e a existência de uma camada forte na ligação ao suporte. Comparando os resultados das paredes D, E e F com os da parede H, constata-se que no caso das paredes D e F, o facto de terem reboco, pouco afecta a deformação. Em termos médios, têm valores próximos da parede H. No caso da parede E apresentou maiores deformações comparativamente às paredes D, F e H. Ao fim de 54 dias, os resultados das paredes D, E e F, mostram que houve uma inversão no sentido das deformações, dá-se um afastamento. Ainda se verifica, no caso das paredes D e F, que ao nível da base (pontos 9, 10, 11 e 12) uma deformação no sentido de aproximação ao ponto de estação. Comparando as paredes H e G, o facto da parede G ser rebocada, praticamente não tem efeito ao nível das deformações [7]. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo realizado teve como objectivo a compreensão das deformações apresentadas pelas diferentes paredes. Em princípio, quando surgem mais deformações ocorrem maiores tensões no reboco. No caso das paredes estarem em serviço, impedidas de se deformarem livremente, teriam maior tendência para a fissuração. Em nenhuma das paredes se verificou fissuração. Como conclusões gerais pode observar-se que: O reboco realizado numa só camada, com o traço 1:4 e uma espessura de 1.50cm (caso da parede D), não tem influência significativa no comportamento da parede, comparativamente à parede sem reboco (parede H). O reboco mais fraco em ligante, mesmo quando aplicado em várias camadas, praticamente não tem influência na deformação. Basta comparar as deformações da parede G com a parede H. Confirma-se que o uso de reboco com argamassas fortes traduz maiores deformações, caso da parede A. As deformações na parede só de tijolo (parede H) tiveram sempre o mesmo sentido, ou seja, afastaram-se em relação ao ponto de estação, o que prova que a temperatura era mais elevada na face exposta da parede. Nas restantes paredes ao fim de 54 dias de cura assiste-se a uma inversão de sentido das deformações, mantendo-se o sentido até aos 77 dias. Em nenhuma das paredes se verificou fissuração.

O método de determinação das deformações revelou ser um método bastante rigoroso, podendo ser usado noutros trabalhos deste tipo. A observação das deformações, se realizadas noutras condições climatéricas, teriam certamente valores diferentes. O estudo desta temática revelou ser bastante complexo, pois muita informação tem de ser considerada. 6- Referências [1] Veiga, Mª. Rosário; Comportamento de argamassas de revestimento de paredes. Contribuição para o estudo da sua resistência à fendilhação. Tese de Doutoramento e programa de Investigação do L.N.E.C., Lisboa. 1998. [2]- LNEC-Procº 83/11/7334, Revestimentos para paramentos interiores de paredes de alvenaria de blocos de betão celular autoclavado, parte 1- classificação e descrição geral de revestimentos para paredes de alvenaria ou de betão, Lisboa. Portugal. [3]- A. de Sousa Coutinho, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Curso 120, Fabrico e Propriedades Do Betão, Volume 1, Lisboa, Setembro de 1973. [4] - LNEC-Procº 83/11/7334, Revestimentos para paramentos interiores de paredes de alvenaria de blocos de betão celular autoclavado, parte 1- classificação e descrição geral de revestimentos para paredes de alvenaria ou de betão, Lisboa. Portugal. [5] -AAVV Manual de Alvenaria de Tijolo : Associação Portuguesa da Indústria da Cerâmica. 2000. [6] Gonçalves, A. José; Madeira, Sérgio; Sousa, J. M. Joaquim Topografia - Conceitos e Aplicações, Lidel, Agosto 2008 [7] Nunes, T.; Influência dos Rebocos no Comportamento das Alvenarias de Tijolo. Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil, UTAD, Vila Real, Outubro de 2009.

Comentários-Dedução da fórmula da pág 4 A Estação Total ocupará os pontos P1 e P2. P1 será a origem do referencial plano XY, no qual se calcularão as coordenadas dos pontos. P2 estará sobre o eixo dos XX, definindo assim, completamente, a geometria do referencial. Observações Distância Horizontal entre P1 e P2 (Base). Esta observação far-se-á duas vezes, uma com a Estação em P1, outra com a Estação em P2, sendo o valor final o que resultar da média. Ângulos α e β. Estes ângulos, a medir em grados e com uma precisão de 3 casas decimais, resultarão das leituras efectuadas no limbo horizontal (LH) da Estação Total para o ponto a coordenar e para a outra estação. Várias abordagens são possíveis. Por exemplo: o Para medir α,, colocar a leitura em 100.000g para P2, e α aparecerá como 100-LH1. o Para medir β,, colocar a leitura a 0.000g para P1, e β será a própria LH2. Cálculo das coordenadas dos pontos na parede Chamemos aos pontos na parede A1, A2, A3, A4, etc. Considere-sé que o ponto observado na figura A1.

A fórmula topográfica que nos permite encontrar as coordenadas de A1 no referencial definido é: XA1=0.000 + dhp1a1 * sen (R) Fig. 7.1). YA1=0.000 + dhp1a1 * cos (R) (1) R é o rumo da direcção P1A1 (ver a Para obter dhp1a1 aplica-se a lei dos senos: senβ dhp1 A1 = dhp1p 2 (2) sendo γ = 200 g (α + β) (3) γ sen Para obter R basta fazer: R = 100 g α (4) ou R = LH1 (de P1 para A1) (5) A fórmula final para obtenção das coordenadas de A1 passa a ser: senβ. senlh1 XA1 = dhp1p 2 sen(200g α β ) senα.cos LH1 YA1 = dhp1p 2 sen(200g α β ) (6)