Orientações e Impactos na gestão dos RPPS frente a Lei nº 13.135/2015 e as aposentadorias especiais



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Transcrição:

MTPS - Ministério do Trabalho e Previdência Social SPPS - Secretaria de Políticas de Previdência Social DRPSP - Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público Orientações e Impactos na gestão dos RPPS frente a Lei nº 13.135/2015 e as aposentadorias especiais 3º Encontro de Gestores de RPPS do estado de MT Cuiabá/MT - 22 DE OUTUBRO DE 2015 1

DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO DOS ENTES EQUILÍBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL DOS RPPS PRESENTE FUTURO 2

Transição Demográfica e Previdência Social Forte mudança na estrutura demográfica brasileira: Rápido envelhecimento populacional. Diminuição da população em idade ativa em relação aos aposentados. A Previdência Social contará com número menor de contribuintes e aumento na quantidade de beneficiários, o que irá pressionar de modo considerável sua despesa e necessidade de financiamento. 3

COMPARAÇÃO DAS ESTRUTURAS DEMOGRÁFICAS NO BRASIL: 1980, 2010, 2030 E 2060 Fonte: IBGE. Projeções demográficas de 2008 e 2013. Elaboração: SPPS/MPS. 4

EXPECTATIVA DE SOBREVIDA PARA DIFERENTES IDADES BRASIL - 1998-2013 + 4,6 anos + 4,2 anos Em média, entre 1998 e 2013 houve um incremento da sobrevida de 4,6 anos. Para os brasileiros com 60 anos de idade, a expectativa de sobrevida é hoje de 21,8 anos. 5

FÓRUM DE DEBATES SOBRE POLÍTICAS DE EMPREGO, TRABALHO E RENDA E DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Decreto nº 8.443, de 30 de abril de 2015 Composição: Governo, Empregadores, Trabalhadores, Aposentados e Pensionistas. Coordenação: Secretaria Geral da Presidência da República. São objetivos do Fórum debater, analisar e propor, entre outras, ações sobre os seguintes temas: sustentabilidade do sistema; ampliação da cobertura; fortalecimento dos mecanismos de financiamento; regras de acesso, idade mínima, tempo de contribuição e fator previdenciário. Primeira reunião do Fórum ocorreu no dia 02/09. Grupo de trabalho sobre previdência debaterá os temas Sustentabilidade e Políticas para Aposentados. Deverá ser instalada mesa para discutir a situação dos RPPS, com indicação de representantes pelo CONAPREV. 6

Alterações nas Regras de Concessão do Benefício de Pensão por Morte Lei nº 13.135/2015 - (conversão MP 664/2014) 7

OBJETIVOS DA MP 664 1 - Aperfeiçoar as regras de concessão do benefício de pensão por morte. 2 - Eliminar distorções que resultavam em ônus excessivo para a sociedade. 3 - Adequar o acesso ao benefício aos padrões internacionais. 8

DISTORÇÕES NA CONCESSÃO DA PENSÃO POR MORTE EXEMPLOS REAIS NO RGPS 9

Caso 1 Homem nascido em 1920 que se aposentou em 1969. Faleceu em 2014 com 94 anos e deixou pensão para mulher de 29 anos (única dependente), que tem uma expectativa de sobrevida de 51 anos - seria cessada em 2065. Considerando aposentadoria e pensão, o benefício deve durar cerca de 96 anos. 10

Caso 2 Mulher nascida em 1935 que se aposentou em 1993. Faleceu em 2014 com 78 anos e deixou pensão para homem de 22 anos (único dependente), que tem uma expectativa de sobrevida de 51 anos - seria cessada em 2065. Considerando aposentadoria e pensão, o benefício deve durar cerca de 72 anos. 11

Caso 3 Mulher com 49 anos e sem nenhuma contribuição fez a inscrição no INSS em 2012. Em março de 2014 teve um requerimento de auxílio-doença indeferido por não ter nenhuma contribuição. Na competência de maio de 2014, que deveria ter sido paga em junho, foi feita uma contribuição no teto do RGPS no dia 29/05/2014*. Mulher faleceu em 1/06/2014, com 51 anos e deixou pensão vitalícia no teto do RGPS para o marido (R$ 4.663). (*) Em 2014 foram concedidas 365 pensões por morte nessa situação: não precedidas de aposentadoria e com uma única contribuição no valor do teto. 12

Carência - A não exigência de carência permite que seja concedida pensão vitalícia com apenas uma contribuição, inclusive benefício no teto do RGPS, enquanto um trabalhador que contribui a vida toda pelo salário mínimo gera uma pensão no piso. - Considerando as concessões de 2014, houve 6.676 pensões urbanas não precedidas de aposentadoria com menos de 2 anos de contribuição (patamar anual de concessão é de mais de 400 mil). - Estudo feito com 132 países mostra que 78% deles exigem carência, sendo que em alguns países pode chegar a 5 anos. 13

Tempo Mínimo para Casamento ou União Estável - Ausência de tempo mínimo de casamento favorece comportamentos oportunistas: pessoas com idade avançada ou em estado terminal podem casar apenas para gerar pensão. - Estudo feito com 132 países mostra que 77% colocam requisitos e restrições para cônjuges. 14

Duração da Pensão por Morte - A duração média das pensões cessadas aumentou 22,4% comparando o ano de 2013 com 1995, o que corresponde a 3 anos adicionais de pagamento do benefício (duração média passou de 13 para 16 anos). - Parte desse aumento decorre do aumento da longevidade da população. - Medida proposta busca reduzir a duração das pensões antes vitalícias concedidas a cônjuges jovens e com isso reduzir o crescimento das pensões com durações extremamente longas. 15

PENSÃO POR MORTE - DISTORÇÕES - SÍNTESE Ausência de carência: Permitia a concessão de benefício com período mínimo de contribuição (no RGPS eram frequentes pensões no valor do teto com uma única contribuição). Ausência de tempo mínimo de casamento ou união estável: Possibilitava o casamento de pessoas com idade avançada ou em estado terminal apenas para gerar pensão. Pensão vitalícia para cônjuge: Recebimento de pensão com duração extremamente longa por cônjuges jovens, com capacidade laborativa e sem dependência econômica. 16

PRÁTICAS INTERNACIONAIS PARA CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE 17

Carência Alemanha - exige 5 anos de contribuição. Irlanda - exige 260 semanas de contribuição. Itália - 5 anos de contribuição, sendo 3 nos últimos 5 anos antes do óbito. Espanha - 500 dias de contribuição nos últimos 5 anos. 18

Condicionalidades para Cônjuges França - paga para viúva(o) com 55 anos ou mais. Grécia - 3 anos de casamento se não aposentado e 5 anos se aposentado para casais sem filhos. Rússia - viúva(o) com mais de 55 anos de idade ou desempregado ou filhos de até 18 anos ou 23 anos se estudante. Eslovênia - viúva(o) de 58 anos de idade ou mais e filhos de até 15 anos. 19

Valor do Benefício França - 54% do valor da aposentadoria. Bulgária - varia de 50% a 100%, dependendo do número de dependentes. Grécia - 70% da aposentadoria. Itália - 60% a 100% da aposentadoria, dependendo do número de filhos. 20

GASTOS COM PENSÃO POR MORTE X PIB (COMPARATIVO BANCO MUNDIAL) 21

GASTOS COM PENSÃO POR MORTE X PIB (COMPARATIVO BANCO MUNDIAL) 45 PAÍSES - BRASIL: 40º EM RAZÃO DE DEPENDÊNCIA (IDOSOS / PEA). 1º EM GASTOS COM PENSÃO POR MORTE / PIB 22

Medida Provisória 664/2014 23

Regramento anterior à MP Regramento durante vigência da MP 664 Pensão por morte não exigia carência (tempo mínimo de contribuição), apenas a qualidade de segurado. Ausência de exigência de tempo mínimo de casamento ou união estável. No RPPS da União relaciona pessoa designada e menor sob guarda como dependentes. O RGPS não permite tais situações como dependentes. Carência por 24 meses para pensão por morte previdenciária. Exigência de 2 anos de casamento ou união estável. Adequa o rol de dependentes do RPPS da União, excluindo a pessoa designada e menor sob guarda do rol de beneficiários. 24

Regramento anterior à MP Regramento durante vigência da MP 664 Pensão vitalícia independente da idade do cônjuge e mesmo para viúvas(os) jovens sem filhos e com plena capacidade laboral. Pensão do cônjuge com duração variável de acordo com a expectativa de sobrevida de forma a evitar que seja vitalícia para viúvas(os) jovens. Expectativa de sobrevida à idade x do Duração do benefício de pensão cônjuge, companheiro ou companheira, em por morte (em anos) anos (E(x)) 55 < E(x) 3 50 < E(x) 55 6 45 < E(x) 50 9 40 < E(x) 45 12 35 < E(x) 40 15 E(x) 35 vitalícia 25

Regramento anterior à MP Regramento durante vigência da MP 664 No RGPS o valor da pensão é de 100% da aposentadoria ou 100% do salário-de-benefício e com reversão de cotas. Valor da pensão passa a 50% (cota familiar) + 10% por dependente, com fim da reversão das cotas individuais. No RPPS corresponde à totalidade dos proventos ou remuneração até o teto do RGPS, acrescido de 70% do que exceder esse teto. Sem alteração, pois trata-se de uma regra constitucional prevista no art. 40 da CF. 26

Lei nº 13.135/2015 - Conversão da MP 664 do Congresso Nacional 27

REGRAMENTO ANTERIOR À MP 664 Pensão por morte não exigia carência (tempo mínimo de contribuição), mas apenas a qualidade de segurado. Ausência de exigência de tempo mínimo de casamento ou união estável. RPPS da União relacionava pessoa designada e menor sob guarda como dependentes. O RGPS não permitia tais situações como dependentes. REGRAMENTO A PARTIR DA LEI 13.135/2015 Se não atingido o mínimo de 18 meses de contribuição, cônjuge receberá pensão temporária de apenas 4 meses. Se não atingido o mínimo de 2 anos de casamento ou união estável, cônjuge receberá pensão temporária de apenas 4 meses. Adequado o rol de dependentes do RPPS da União, excluindo a pessoa designada e o menor sob guarda do rol de beneficiários. 28

REGRAMENTO ANTERIOR À MP 664 Pensão vitalícia independente da idade do cônjuge e mesmo para viúvas(os) jovens sem filhos e com plena capacidade laboral. IDADE DO CÔNJUGE REGRAMENTO A PARTIR DA LEI 13.135/2015 Pensão do cônjuge com duração variável de acordo com a expectativa de sobrevida de forma a evitar que seja vitalícia para viúvas(os) jovens. DURAÇÃO DA PENSÃO (EM ANOS) Menor que 21 anos 3 21 a 26 anos 6 27 a 29 anos 10 30 a 40 anos 15 41 a 43 anos 44 anos ou mais 20 Vitalícia 29

MP 664/2014 LEI 13.135/2015 Expectativa de sobrevida à idade x do cônjuge, companheiro ou companheira, em anos (E(x)) Duração do benefício de pensão por morte (em anos) Idade do cônjuge Duração da pensão (em anos) 55 < E(x) 3 Menor que 21 anos 3 50 < E(x) 55 6 21 a 26 anos 6 45 < E(x) 50 9 27 a 29 anos 10 40 < E(x) 45 12 30 a 40 anos 15 35 < E(x) 40 15 41 a 43 anos 20 E(x) 35 Vitalícia 44 anos ou mais Vitalícia Revisão a cada 3 anos, desde que incremente 1 ano inteiro na média. 30

I - o cônjuge; Dependentes II - o cônjuge divorciado, separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão alimentícia estabelecida judicialmente; III - o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar; 31

IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos: a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; b) seja inválido; c) tenha deficiência grave ou; d) tenha deficiência intelectual ou mental nos termos do regulamento; 32

V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a um dos requisitos previstos no inciso IV. 33

Crime, Simulação ou Fraude Perde o direito à pensão: Beneficiário condenado por crime doloso que resulte na morte do servidor segurado. Cônjuge ou companheiro(a), se comprovada a simulação ou fraude do casamento ou união estável ou a formalização deste com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário. 34

Cessação do benefício Implemento de 21 anos pelo filho ou irmão. Cessação da invalidez, afastamento da deficiência ou levantamento da interdição, respeitados os prazos. Decurso de 4 meses se o servidor não tiver vertido 18 contribuições mensais ou se o casamento ou união estável tiver sido iniciado em menos de 2 anos do óbito. Decurso dos períodos estabelecidos de acordo com a idade do pensionista na data de óbito do servidor, se preenchidos os requisitos de 18 contribuições mensais e 2 anos de casamento ou união estável. 35

Exceção Em caso de óbito decorrente de acidente de qualquer natureza ou doença profissional ou do trabalho, não se exige as 18 contribuições mensais ou comprovação de 2 anos de casamento ou união estável, sendo aplicados os períodos de idade do beneficiário ou cessação da invalidez, afastamento da deficiência ou levantamento da interdição. 36

O tempo de contribuição a RPPS ou ao RGPS será considerado na contagem das 18 contribuições mensais. 37

Os atos praticados na vigência da MP 664/2014 serão revisados, para adaptação às alterações que a Lei 13.135/2015 trouxe ao texto original. Vigência da Lei 180 dias para inclusão de pessoas com deficiência grave no RGPS e RPPS da União; 2 anos para nova redação do inciso IV do art. 217; imediato demais dispositivos. 38

Requerimento da Compensação Previdenciária Deixou de existir o prazo para envio dos requerimentos de compensação previdenciária do período do estoque (benefícios concedidos entre 05/10/1988 e 05/05/1999). 39

APLICAÇÃO DA LEI 13.135/2015 AOS DEMAIS RPPS Alterações da Lei nº 8.213/1991 não revogam disposições de lei local que não sejam contrárias à Lei nº 9.717/1998. Alterações da Lei nº 8.112/1990 não se estendem de forma automática aos demais RPPS Portanto, há necessidade de alteração da lei estadual ou municipal, por projeto de lei de iniciativa do Poder Executivo. Aplicação direta da Lei nº 8.213/1991 ou da Lei nº 8.112/1990, sem alteração da lei local, apresenta risco de questionamento judicial. 40

ALTERAÇÕES DA LEI 13.135/2015 QUE PODEM SER APLICADAS, MEDIANTE ALTERAÇÃO DE LEI LOCAL: 1. Exigência de tempo mínimo de contribuição (18 meses) para pensão com duração superior a 4 meses. 2. Previsão de tempo mínimo de casamento ou união estável de 2 anos. 3. Pensão com duração variável conforme expectativa de vida, para cônjuges jovens. 41

RECOMENDAÇÃO AOS RPPS DE ADEQUAREM SUAS REGRAS DE PENSÃO POR MORTE À LEI Nº 13.135/2015 Nota Técnica CGNAL/DRPSP/SPPS/MPS nº 11/2015, de 14/08/2015. Resolução CONAPREV nº 03/2015, de 21/08/2015. 42

MEDIDA PROVISÓRIA 676/2015 RGPS - Fator Previdenciário - Regra 85/95 Progressiva 43

O texto aprovado pelo Congresso institui a regra 85/95 pontos para cálculo do valor da aposentadoria por tempo de contribuição. Como são calculados os pontos? Soma de idade com o tempo de contribuição, em anos, no momento da aposentadoria. Exemplo 1: 57 anos de idade e 36 anos de contribuição somam 93 pontos. Exemplo 2: 58 anos de idade e 37 anos de contribuição somam 95 pontos. 44

A MP 676, editada em 17 de junho de 2015, incorpora a regra 85/95 aprovada pelo Congresso Nacional e introduz a progressividade para alinhamento à evolução demográfica do Brasil. O que é Progressividade? O número de pontos necessários previsto para afastar a aplicação do fator previdenciário começa em 85/95 e evolui gradualmente a partir de 2017 até 2022. 45

REGRA 85/95 PROGRESSIVA O fator previdenciário não será aplicado quando o resultado da soma de idade e tempo de contribuição for igual ou maior que: Mulher Homem até dez/16 85 95 de jan/17 a dez/18 86 96 de jan/19 a dez/19 87 97 de jan/20 a dez/20 88 98 de jan/21 a dez/21 89 99 de jan/22 em diante 90 100 46

Aposentadorias Especiais 47

Previsão Constitucional Em sua redação original, o 1º do art. 40 da Constituição previa a possibilidade de aposentadoria especial no caso de exercício de atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas, conforme estabelecido em lei complementar. Com a Emenda nº 20/1998 passou a ser admitida, conforme 4º do art. 40, a aposentadoria especial apenas para as atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 48

Previsão Constitucional A redação atual, dada pela Emenda nº 47/2005, contempla três espécies de aposentadoria especial para os servidores públicos vinculados a RPPS: 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I - portadores de deficiência; II - que exerçam atividades de risco; III - cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. 49

Disciplina Legislativa Aposentadoria especial do servidor com deficiência: Foi aprovado no Senado o PLS nº 250/2005, que adapta a Lei Complementar nº 142/2013 (RGPS) às peculiaridades do RPPS. Tempo de contribuição e idade são reduzidos conforme grau de deficiência: leve (H- 33/58; M-28/55) (menos 2 anos); moderada (H-29/54; M-24/49) (menos 6 anos); grave (H-25/50; M-20/45) (menos 10 anos). O relator do PLP nº 154/2014 apresentou Substitutivo em abril/2015 eliminando a gradação de leve/moderada/grave substituindo por avaliação de junta médica oficial: Art. 4º A avaliação da deficiência para reconhecimento do direito à aposentadoria de que trata esta Lei Complementar será realizada pela junta médica oficial do órgão ou entidade a qual o servidor esteja vinculado. 50

Disciplina Legislativa Aposentadoria especial do servidor com deficiência: A eliminação dos graus de deficiência que estão previstos no PLP nº 454/2014 representa uma opção contrária à linha de ação internacional e mais atual da Organização Mundial de Saúde; As obrigações contidas no texto da CDPD constam do tratado internacional a respeito dos direitos humanos incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro O modelo da CIF em relação a pessoas com deficiência que exercem atividade laboral, permite a análise de diferentes níveis de funcionalidade humana, é importante para determinar a elegibilidade para receber benefícios da previdência social, inclusive, no âmbito da Administração Pública A exclusão das previsões expressas de aplicação das regras de cálculo e reajustamento dos benefícios, vai gerar inúmeras discussões administrativas e jurisprudenciais a respeito do tema 51

Disciplina Legislativa Aposentadoria especial do servidor que exerce atividade de risco: Câmara dos Deputados (CTASP): PLP nº 330/2006, ao qual foi apensado o PLP nº 554/2010, de autoria do Poder Executivo. Problema: Extensão a inúmeras categorias, além de policiais e sistema prisional. Em 08/09/2015 foi apresentado Parecer pelo atual relator na CTASP (Câmara) Dep. Laerte Bessa (PR-DF), pela rejeição do PLP 330/2006, dos PLPs. nºs. 554/10 e 86/15, e pela aprovação dos PLPs. nºs. 80/11, 399/14, 64/15 e 82/15, apensados, na forma do substitutivo. 52

Disciplina Legislativa Aposentadoria especial do servidor que exerce atividade de risco: Além da atividade policial (já tratada na LC 51/1985) classifica como atividade de risco I - a exercida no controle prisional, carcerário ou penitenciário, e na escolta de preso; II - a exercida em guarda municipal; III - a exercida pelos servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público que desempenham, por previsão legal na descrição das atribuições do cargo, função de segurança; IV a exercida pelos servidores do Poder Judiciário que desempenham a função de execução das ordens judiciais. 53

Disciplina Legislativa Aposentadoria especial do servidor que exerce atividade de risco: Para os não policiais prevê: Aposentadoria sem idade mínima depois de 30/25 anos de contribuição e 20/15 de atividade de risco (H/M) Regras gerais de cálculo de reajustamento do art. 40, exceto para os que ingressaram antes da EC 41 (confirma expressamente que para os abrangidos pela LC 51, a integralidade e paridade é eterna) 54

Disciplina Legislativa Aposentadoria especial do servidor exposto a agentes nocivos: Câmara dos Deputados (CSSF): PLP nº 472/2009, ao qual foi apensado o PLP nº 555/2010, de autoria do Poder Executivo. PLS nº 68/2003 Agentes nocivos e risco - Senado Requisitos I - vinte e cinco anos de exercício de atividades sob condições especiais que lhe prejudiquem a saúde ou a integridade física; I I - dez anos de efetivo exercício no serviço público; III - cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria especial. 55

Disciplina Legislativa Aposentadoria especial do servidor exposto a agentes nocivos: Adoção da relação de agentes nocivos existente no âmbito do Regime Geral de Previdência Social. A efetiva e permanente exposição a agentes nocivos será comprovada, na forma definida em ato do Poder Executivo Federal, mediante documento que informe o histórico laboral do servidor, emitido pelo órgão ou entidade competente em que as atividades do servidor foram desempenhadas. Não será admitida a comprovação de tempo de serviço público sob condições especiais por meio de prova exclusivamente testemunhal ou com base no mero recebimento de adicional de insalubridade ou equivalente. Prevê contagem recíproca Não prevê regras de cálculo e reajustamento. 56

Mandados de Injunção Art. 5º. LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; De início, as decisões nos Mandados de Injunção se limitavam a declarar a mora do Poder Legislativo em editar a norma regulamentadora, sem efeitos práticos. A partir de 2007 (MI 721-30/08/2007) o STF mudou a sua orientação, passando a conceder aos Mandados de Injunção eficácia concreta, individual e direta, ou seja, a estabelecer qual norma a ser aplicada ao caso concreto (no caso, o art. 57 da Lei nº 8.213/1991), enquanto não editada a lei complementar específica da aposentadoria especial dos servidores públicos. 57

Aposentadoria do Professor O professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio (art. 40, 5º) tem direito a uma redução de 5 anos em relação à idade e ao tempo de contribuição exigidos para a aposentadoria comum do art. 40, 1º, III, a (homem professor: de 60 anos de idade e 35 de contribuição para 55 e 30; mulher professora: de 55 anos de idade e 30 de contribuição para 50 e 25). 58

Aposentadoria do Professor O conceito de funções de magistério sofreu variações ao longo do tempo: No passado prevalecia o entendimento de que somente se considerava como funções de magistério o tempo de professor exercido em sala de aula (Súmula STF 726, de 2003). A Lei nº 11.301/2006 alterou o art. 67 da Lei nº 9.394/1996 (LDB), estabelecendo serem funções de magistério as exercidas por professores E especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, em estabelecimento de educação básica. Esse dispositivo legal foi apreciado na ADI 3772, na qual o STF lhe conferiu interpretação conforme a Constituição, estabelecendo que as funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico são consideradas funções de magistério, desde que exercidas por professores de carreira, excluídos os especialistas em educação. 59

Aposentadoria do Professor Portanto, somente tem direito à redução de cinco anos na idade e tempo de contribuição, prevista no 5º do art. 40 da CF, o segurado que seja titular do cargo efetivo de professor, ainda que no exercício de atividades educativas de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico. Anexo da Portaria MPS nº 402/2008: 2.1. São consideradas funções de magistério as exercidas por segurado ocupante de cargo de professor no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e médio, em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício de docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico Segurado cujo cargo efetivo seja de especialista em educação (coordenador, assessor pedagógico, supervisor, diretor) não tem direito à aposentadoria com tempo reduzido. Segurado que não esteja em exercício em unidade escolar (por exemplo: Secretário Municipal de Educação) não tem direito à contagem do tempo reduzido para aposentadoria. 60

Aposentadoria do servidor com deficiência Fundamento: Impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, dificultem a participação plena e efetiva da pessoa com deficiência na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas, conforme Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (aprovada pelo Decreto nº 6.949/2009). Capacidade x Funcionalidade: A visão atual sobre a deficiência não se limita à questão da capacidade laboral, alcançando um modelo conceitual mais amplo, adotado na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde CIF (aprovada pela 54ª Assembleia Mundial de Saúde, em 2001). 61

Aposentadoria do servidor com deficiência 62

Aposentadoria do servidor com deficiência Existem algumas decisões em Mandados de Injunção de servidores públicos com deficiência determinando a aplicação da Lei Complementar nº 142/2013, que trata dessa aposentadoria especial no RGPS. A Instrução Normativa SPPS nº 02/2014, de 13/02/2014, disciplinou o cumprimento desses Mandados de Injunção. A avaliação médica e funcional da deficiência deverá observar os critérios estabelecidos em normatização específica do RGPS, definidos pela Portaria Interministerial SDH-MPS-MF-MPOG-AGU n 1, de 27/01/2014. 63

Aposentadoria do servidor com deficiência Para essa modalidade de aposentadoria admite-se a contagem recíproca do tempo especial, na condição de segurado com deficiência, entre o RGPS, os RPPS e o regime de previdência militar (soma dos tempos com deficiência entre diferentes regimes) (art. 9, II da Lei Complementar n 142/2013). A CTC deverá identificar os períodos com deficiência e seus graus, vedada a conversão do tempo especial com deficiência em tempo comum (RPS - art. 125, 1º, II e 5º, na redação do Decreto nº 8.145/2013). ADO nº 32 (Procuradoria Geral da República) Aplicação do art. 57 da Lei nº 8.213/1991 e da LC 142/2013 64

Aposentadoria do servidor em atividade de risco Fundamento: Conceder proteção diferenciada ao servidor em cuja atividade o risco de vida é inerente, buscando resguardar sua integridade física e psíquica e o desempenho adequado de sua missão perante a sociedade. Exemplo típico: atividade policial. 65

Aposentadoria do servidor em atividade de risco Mandados de Injunção: Existem várias decisões para aplicação do art. 57 da Lei nº 8.213/1991 a categorias que exercem atividades de risco, mas nesse caso a análise do requerimento administrativo possivelmente resultará no seu indeferimento, pois não há exposição aos agentes nocivos prejudiciais à saúde e integridade física. Não existe nenhum Mandado de Injunção que tenha determinado a aplicação da Lei Complementar nº 51/1985 (aposentadoria especial dos policiais) a outras categorias que se consideram no exercício de atividade de risco. Os Mandados de Injunção 833 (Sindicato dos Servidores da Justiça Federal do Rio de Janeiro - SISEJUFE/RJ) e 844 (Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal - SINDJUS/DF), que pediram a extensão da Lei Complementar nº 51/1985 aos oficiais de justiça e outros servidores do Poder Judiciário e Ministério Público, que foi negado pelo STF. 66

Aposentadoria do servidor em atividade de risco Ementa: DIREITO PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO. OFICIAIS DE JUSTIÇA. ALEGADA ATIVIDADE DE RISCO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ORDEM DENEGADA. 1. Diante do caráter aberto da expressão atividades de risco (art. 40, 4º, II, da Constituição) e da relativa liberdade de conformação do legislador, somente há omissão inconstitucional quando a periculosidade seja inequivocamente inerente ao ofício. 2. A eventual exposição a situações de risco a que podem estar sujeitos os Oficiais de Justiça e, de resto, diversas categorias de servidores públicos não garante direito subjetivo constitucional à aposentadoria especial. 3. A percepção de gratificações ou adicionais de periculosidade, assim como o porte de arma de fogo, não são, por si sós, suficientes para reconhecer o direito à aposentadoria especial, em razão da autonomia entre o vínculo funcional e o previdenciário. 4. Voto pela denegação da ordem, sem prejuízo da possibilidade, em tese, de futura lei contemplar a pretensão da categoria. 67

Aposentadoria do servidor em atividade de risco Aposentadoria Especial dos Policiais: Lei Complementar nº 51/1985: homem - 30 anos de contribuição e 20 anos de atividade policial, sem idade mínima. Com a alteração pela Lei Complementar nº 144/2014, passou a estabelecer condições diferenciadas para aposentadoria especial das mulheres policiais: 25 anos de contribuição e 15 anos de atividade policial. Aposentadoria compulsória: A LC nº 51/1985 prevê aos 65 anos de idade, porém o PLS nº 274/2015 (PLP nº 124/2015 da Câmara), encaminhado a sanção presidencial revoga a previsão da LC 51, sendo aplicável a regra geral (75 anos). ADI 5129 questionou a constitucionalidade, alegando que seria discriminatória. O Parecer nº 24/2014/CGNAL/DRPSP/SPPS/MPS, demonstra que os requisitos e critérios diferenciados previstos no 4º do art. 40 podem, desde a Emenda nº 20/1998, ser aplicados a qualquer espécie de aposentadoria do 1º, não se restringindo às aposentadorias voluntárias. 68

Aposentadoria do servidor em atividade de risco Guardas Municipais: Não exercem atividade com exposição permanente a agentes nocivos prejudiciais à saúde e integridade física. Discussão sobre direito à aposentadoria especial por atividade de risco, principalmente a partir da Lei nº 13.022/2014 (Estatuto Geral das Guardas Municipais) (ADI 5156). Considerando que foi negada a extensão a oficiais, entendemos que se aplica a decisão do STF aos guardas municipais. Leis Municipais que garantam a concessão de aposentadoria especial para guardas municipais estão sendo declaradas inconstitucionais pelo TJSP. 69

Aposentadoria do servidor exposto a agentes nocivos Fundamento: Exposição do servidor, de modo permanente, não ocasional nem intermitente, a condições especiais relativas a agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos, que prejudiquem sua saúde ou integridade física. A lógica dessa aposentadoria especial é evitar que o servidor, cuja capacidade de trabalho é reduzida de forma mais acelerada do que em outras atividades sem exposição, sofra uma situação de provável invalidez antes de atingir os requisitos da aposentadoria voluntária comum. 70

Aposentadoria do servidor exposto a agentes nocivos Mandados de Injunção: Mais de 90% dos Mandados de Injunção ajuizados no STF referem-se à aposentadoria especial por exposição a agentes nocivos que prejudicam a saúde ou integridade física do servidor. As decisões proferidas determinam que o direito ao benefício seja analisado com fundamento no art. 57 da Lei nº 8.213/1991. 71

Aposentadoria do servidor exposto a agentes nocivos Súmula Vinculante nº 33: No dia 09/04/2014 o STF editou a Súmula Vinculante 33, com o seguinte teor: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do Regime Geral de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o art. 40, 4º III, da CF, até edição de lei complementar específica. Com a aprovação da Súmula, a Administração Pública passa a ter a obrigação de analisar todos os requerimentos de aposentadoria especial por exposição a agentes nocivos, independente do servidor estar amparado por ordem concedida em Mandado de Injunção. A Instrução Normativa SPPS nº 1/2010 foi alterada pela Instrução Normativa nº 3/2014, para atualização da disciplina relativa ao reconhecimento do tempo de serviço público exercido sob condições especiais. Foi editada a Nota Técnica nº 02/2014/CGNAL/DRPSP/SPPS/MPS, que esclarece a amplitude dos efeitos da Súmula Vinculante nº 33. 72

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1/2010 E NOTA TÉCNICA Nº 02/2014: DESTAQUES A Súmula Vinculante nº 33 aplica-se somente à aposentadoria especial por exposição a agentes nocivos que prejudique a saúde ou integridade física do servidor (art. 40, 4º, III da Constituição). Compete ao RPPS verificar a caracterização e comprovação do tempo de atividade sob condições especiais, conforme legislação em vigor na época do exercício das atribuições pelo servidor, na forma da I.N nº 1/2010, atualizada pela I.N. nº 3/2014. Aplica-se subsidiariamente a I.N. INSS/PRES nº 45/2010. O exercício de atividade especial deve ter ocorrido de modo permanente, não ocasional nem intermitente, durante todo o tempo exigido para a concessão da aposentadoria especial. Admitem-se os afastamentos previstos no art. 13 da I.N. nº 1/2010. A comprovação não pode se dar por meio de prova exclusivamente testemunhal nem pelo mero recebimento de adicional de insalubridade. Até 28/04/1995 admitia-se o enquadramento da atividade especial por categoria profissional. A partir de 29/04/1995 o enquadramento se dá pela comprovação da efetiva exposição aos agentes nocivos físicos, químicos ou biológicos, conforme relação constante dos diferentes Decretos em vigor a cada época. 73

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1/2010 E NOTA TÉCNICA Nº 02/2014: DESTAQUES O reconhecimento da atividade especial se dará por meio de parecer de Perito Médico, instruído com a análise dos seguintes documentos: Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT: Expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho, que pode ou não integrar a Administração Pública. Exigido em relação a qualquer época, para o agente físico ruído. Obrigatório a partir de 14/10/1996, para os demais agentes nocivos. Pode ser substituído por um dos laudos previstos no art. 10 da I.N. nº 1/2010. Formulários de informações sobre atividades especiais: Emitidos até 31/12/2003, conforme períodos de vigência no RGPS: SB-40, DISESBE 5235, DSS-8030, DIRBEN 8030. A partir de 01/01/2004: exclusivamente o Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP. O PPP pode ser emitido para comprovação de períodos anteriores. Há o grande desafio de dotar os órgãos responsáveis pela gestão de pessoal da Administração Pública e as unidades gestoras dos RPPS das estruturas necessárias para a execução de políticas de saúde e segurança ocupacional, visando a: Manter os documentos necessários ao reconhecimento do tempo especial. Desenvolver medidas de redução ou eliminação dos riscos ocupacionais. 74

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 1/2010 E NOTA TÉCNICA Nº 02/2014: DESTAQUES Salvo decisão judicial expressa em contrário, não se admite: Revisão de benefício de aposentadoria em fruição. A conversão de tempo especial em comum. Ainda que o tema da conversão tenha sido mencionado no julgamento da Súmula Vinculante nº 33, ela não poderia ter sido reconhecida, uma vez que: Não se trata de direito de natureza constitucional. Ausência do requisito de reiteradas decisões favoráveis ao seu reconhecimento. Caracterizar tempo de contribuição fictício, contrariando a vedação do art. 40, 10 da Constituição. O cálculo e reajustamento dos benefícios de aposentadoria especial deve observar as regras permanentes do art. 40 da Constituição ( 2º, 3º, 8º, 14, 15, 16 e 17). Portanto, as aposentadorias especiais deverão ser calculadas pela média (SEM INTEGRALIDADE) e reajustadas para manutenção de seu valor real (SEM PARIDADE). 75

MTPS - Ministério do Trabalho e Previdência Social SPPS - Secretaria de Políticas de Previdência Social DRPSP - Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público CGNAL Coordenação-Geral de Normatização e Acompanhamento Legal www.previdencia.gov.br (Serviços aos RPPS - Previdência no Serviço Público) sps.cgnal@previdencia.gov.br - (61) 2021 5555 LEONARDO DA SILVA MOTTA Coordenador-Geral de Normatização e Acompanhamento Legal 76