DECRETO JUDICIÁRIO Nº 135/2009 Dispõe sobre o registro e controle da freqüência dos servidores do Poder Judiciário. PUBLICADO NO DIÁRIO DO PODER JUDICIÁRIO NO DIA 24 DE AGOSTO DE 2009. A PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições, e, CONSIDERANDO a necessidade de uniformização das normas que regem a jornada e o horário de trabalho, o registro, a apuração e o controle de freqüência dos servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia, RESOLVE CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Todos os servidores ativos do Poder Judiciário estão sujeitos ao registro, controle e apuração da freqüência, na forma deste Decreto. Parágrafo único. Incluem-se no disposto no caput deste artigo: I- ocupantes de cargo de provimento permanente; II- ocupantes de cargo de provimento temporário; III- contratados sob o Regime Especial de Direito Administrativo (REDA); IV- servidores ou empregados cedidos por outros órgãos ou à disposição deste Poder; e V- estágiários, no que couber. CAPÍTULO II DA JORNADA E DO HORÁRIO DE TRABALHO
Art. 2ºOs servidores do Poder Judiciário do Estado da Bahia cumprirão jornada básica de trabalho de 30 (trinta) horas semanais, em turnos ininterruptos de 6 (seis) horas, no período compreendido entre 7 e 20 horas. 1º Os servidores que percebem a gratificação de adicional de função e os ocupantes de cargos de provimento em comissão cumprirão jornada mínima de 40 horas semanais, no período compreendido entre 7 e 20 horas, observando-se o intervalo mínimo de 1 hora e máximo de 2 horas para descanso e alimentação, não computado na duração do trabalho. 2º Os turnos de trabalho, no período indicado no caput e no 1º deste artigo, serão estabelecidos pelo servidor de maior nível hierárquico da unidade lotação do servidor, prevalecendo sempre o interesse público e a conveniência da Administração. Art. 3º Será assegurado à servidora lactante para amamentação do próprio filho, até a idade de 6 (seis) meses, o direito a 1 (uma) hora de descanso por dia, durante a jornada de trabalho, que poderá ser parcelada em 2 (dois) períodos de meia hora, ou a antecipação no horário de saída em até uma hora. Art. 4º Será concedido horário especial ao servidor estudante, sem prejuízo do exercício do cargo, sempre que houver incompatibilidade entre o horário escolar e o estabelecido na unidade judiciária, mediante compensação, respeitada a duração semanal do trabalho. 1º Considera-se servidor estudante, para fins deste Decreto, aquele matriculado em cursos regulares de ensino médio e superior devidamente reconhecidos pelo órgão governamental competente. 2º Na fruição do benefício de que trata este artigo, o servidor deverá: I - compensar os minutos correspondentes aos da concessão, respeitada a duração semanal do trabalho, considerando, para todos os efeitos, apenas os dias úteis; e II - cumprir o horário normal de trabalho durante as férias escolares. 3º O requerimento deverá ser dirigido à chefia imediata e aprovado pelo dirigente máximo do órgão ao qual esteja vinculado o servidor. 4º O servidor estudante informará, imediatamente, a eventual desistência do benefício à chefia imediata, que, por seu turno, expedirá comunicado ao dirigente máximo do órgão ao qual esteja aquele vinculado. CAPÍTULO III DA FREQÜÊNCIA
Art. 5º O servidor deverá efetuar o registro de presença duas vezes ao dia, no início e no final de sua jornada de trabalho, quando em regime de 30 (trinta) horas semanais, e quatro vezes ao dia, no início e no final de cada turno de trabalho, quando submetido ao regime de 40 (quarenta) horas semanais. 1ºO registro de que trata este artigo será efetuado em relógio eletrônico de ponto controlado por sistema informatizado, ou por registro dos dados de freqüência em sistema informatizado, ou ainda, nas localidades onde não estiver implantado o referido sistema, por anotação em folha de presença, conforme modelo do ANEXO ÚNICO. 2º O disposto neste artigo não se aplica aos ocupantes dos cargos e às situações a seguir especificados: I - Diretor Geral, Diretor Administrativo e Diretor Superintendente do IPRAJ; II - Chefe de Gabinete da Presidência, das Vice-Presidências, das Corregedorias e do IPRAJ; III - Consultor Jurídico da Presidência eassessor da Presidência; IV - Secretário da Presidência, das Vice-Presidências e das Corregedorias; V - Secretário Adjunto do Tribunal Pleno e Secretários de Câmaras; VI - Secretário da Diretoria Geral; VII - Servidores lotados nos Gabinetes da Presidência, das Vice-Presidências, das Corregedorias e dos Gabinetes de Desembargadores; VIII - Ajudante-de-Ordens; IX - Oficial de Gabinete; X - Assistente Militar; XI - Motorista Judiciário, quando em condução de autoridades, conforme definido em ato da Presidência; e XII - Agente de Segurança. 3º O servidor fica também excluído da obrigatoriedade do registro de ponto quando no exercício das seguintes atividades: I - cumprimento de mandados judiciais, diligências, notificações e intimações; II - fiscalização e/ou auditoria fora da unidade onde esteja lotado;
III - na condição de substituto legal, nas ausências e impedimentos dos ocupantes dos cargos referidos no 2º deste artigo; e IV - quando em viagens ou cumprimento de atividades externas. 4º Os servidores ocupantes do cargo de motorista judiciário que não se enquadrem no disposto no inciso XI do 2º deste artigo deverão efetuar o registro diário de presença no início e no fim de sua jornada de trabalho. Art. 6º A ausência de registro do início ou do término da jornada de trabalho deverá ser justificada pelo próprio servidor no relatório de ocorrências, e a falta dela decorrente poderá ser excepcionalmente abonada pelo superior de maior nível hierárquico da unidade de lotação correspondente. 1ºA falta decorrente da ausência dos registros de que trata este artigo, motivada por defeito no sistema eletrônico, será justificada mediante atestado da presença do servidor, por sua chefia imediata, e confirmação do defeito pela Gerência de Recursos Humanos. 2º As justificativas das ausências de registros de que trata este artigo deverão explicitar o horário em que se deu a entrada ou a saída não registrada. Art. 7º Fica facultada à chefia imediata autorizar, sem prejuízo do serviço: ordinárias; as frações; I - II - prorrogação da jornada de trabalho, para cumprimento de horas suplementares compensação de horas regulares não cumpridas em jornada diária anterior, incluídas III - concessão de redução da jornada diária ou folga por compensação de créditos apurados no banco de horas; IV - a ausência do servidor, inclusive saída antecipada, se devidamente justificada na forma dos dispositivos deste normativo; e V - ausência de um dos registros do ponto eletrônico, na forma do art. 6º, limitada a 2 (duas) vezes no ano. Parágrafo Único. Para deliberação, a chefia imediata observará o interesse público, a necessidade do serviço na unidade, além do expediente do órgão e da jornada de trabalho, visando à continuidade da prestação jurisdicional. Art. 8º Para fins de apuração mensal da freqüência dos servidores, considerar-se-á o período compreendido entre o primeiro e o último dia útil do mês de referência. Art. 9º O servidor perderá a remuneração dos dias em que faltar ao serviço, computados na apuração de faltas sucessivas, para efeito de desconto, os sábados, domingos e feriados intercalados. Art. 10. A apuração mensal da freqüência far-se-á por meio do sistema informatizado ou por formulário padronizado, até o quinto dia útil subseqüente ao período estabelecido no art. 8º deste Decreto. Art. 11. Todas as ocorrências e justificativas deverão ser consignadas no sistema eletrônico de controle de freqüência, ou no formulário padrão, nas localidades onde o referido sistema não estiver implantado. CAPÍTULO IV
DO SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO Art. 12. A prestação de serviço extraordinário deverá ser previamente requerida pelo superior de maior nível hierárquico da unidade de lotação do servidor e autorizada pela autoridade máxima do órgão ao qual o servidor esteja vinculado, devendo constar, na referida autorização, a indicação sobre se haverá pagamento, condicionado este à prévia disponibilidade orçamentária, ou compensação, na forma deste Decreto. Art. 13. Os ocupantes de função de confiança e cargo comissionado estão sujeitos ao regime integral de dedicação ao serviço, podendo ser convocados sempre que houver interesse da Administração. Parágrafo único. Os servidores de que trata o caput deste artigo não farão jus ao recebimento de horas extras, podendo, entretanto, beneficiar-se da compensação das horas laboradas em finais de semana, feriados, férias ou licença-prêmio. Art. 14. Na impossibilidade de pagamento, ou atendendo à conveniência administrativa, desde que expressa a anuência da chefia imediata, será permitida a compensação integral ou parcial das horas extras realizadas pelo servidor. Art. 15. Para fins de compensação ou pagamento, só serão consideradas as horas extras efetivamente autorizadas. CAPÍTULO V DA COMPENSAÇÃO Art. 16. Terá direito a afastamento, mediante compensação, o servidor: I - que desempenhar as suas atividades em regime de plantão; II - convocado para trabalhar em feriados, recessos, finais de semana, férias ou licença-prêmio; III - que realizar horas extras e não obtiver o respectivo pagamento, em razão do disposto no art. 14 deste Decreto; e IV - em situações excepcionais, expressamente reconhecidas pelo Presidente do Tribunal de Justiça, pelo Corregedor Geral de Justiça, pelo Corregedor das Comarcas do Interior ou pelo Juiz Diretor do Fórum ou pelo Diretor Superintendente do IPRAJ, nos limites de suas respectivas competências. Parágrafo único. A compensação de que trata este artigo exclui a possibilidade de remuneração a título de horas extras ou de indenização e será autorizada, visando ao bom andamento do serviço, pela chefia imediata do servidor, considerando, para cada hora trabalhada, uma hora de afastamento. Art. 17. A compensação de que trata o artigo anterior deverá, sempre que possível, ser realizada dentro do mês de referência, não ultrapassando o final do exercício. CAPÍTULO VI DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 18. Compete à chefia imediata do servidor adotar as medidas necessárias para garantir o fiel cumprimento das normas contidas neste Decreto, observados o interesse público e a conveniência administrativa, sob pena de responsabilização disciplinar. Art. 19. O uso do crachá de identificação e registro de freqüência é obrigatório para acesso e permanência em todas as dependências dos órgãos do Poder Judiciário do Estado da Bahia, devendo ser portado em local visível. 1º O crachá de identificação e registro de freqüência é pessoal e intransferível, e sua utilização por terceiros será considerada falta grave. 2º Os crachás utilizados para o controle eletrônico da freqüência são de propriedade do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, devendo ser devolvidos no ato do desligamento do servidor, seja qual for o motivo. 3º No caso de extravio ou deterioração do crachá decorrente do mau uso, o servidor, ao requerer a segunda via do documento, arcará com os custos da sua impressão, valor esse que será descontado em folha. Art. 20. O sistema eletrônico de registro de freqüência será implantado de forma gradual, observadas as condições técnicas e operacionais, bem como a conveniência administrativa e a disponibilidade orçamentária e financeira. Art. 21. Os casos omissos ou duvidosos serão resolvidos pelo dirigente máximo do órgão ao qual se encontre vinculado o servidor. Art. 22. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial do Decreto Judiciário nº 43, de 23 de julho de 2008, republicado no Diário do Poder Judiciário de 4 de agosto de 2008. GABINETE DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA BAHIA, em 21 agosto de 2009. Desª. SILVIA CARNEIRO SANTOS ZARIF Presidente