QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA

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Transcrição:

0 UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Odontologia GILBERTO BORTOLETTO JUNIOR LARISSA JOSELI AVELINO QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Bragança Paulista 2012

1 UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Odontologia GILBERTO BORTOLETTO JUNIOR - 001200800031 LARISSA JOSELI AVELINO - 001200800971 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE BUCAL DOS ALUNOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Odontologia da Universidade São Francisco como requisito parcial para a obtenção do título de cirurgião dentista. Orientador Temático: Prof. Dr. Leonardo Caldas Vieira Orientadora Metodológica: Profª. Valdinéia Maria Tognetti. Bragança Paulista 2012

2 Dedico esse Trabalho aos meus queridos pais, Gilberto e Yolanda, as minhas irmãs, professores e amigos que sempre estiveram próximos me apoiando, ensinando, incentivando e estimulando para a realização deste tão sonhado momento da minha vida, que foi alcançado através de muitos obstáculos e muito trabalho, me tornando uma pessoa respeitada como homem e profissional.

3 Dedico este trabalho aos meus queridos pais, Antonio e Lourdes, por todo apoio para que este meu sonho se concretizasse; Ao Daniel, pelo companheirismo, dedicação, e por me trazer serenidade.

4 AGRADECIMENTOS Agradecemos a Deus por nos dar forças para cumprir mais uma etapa das nossas vidas, dando-nos saúde e tranquilidade. Aos nossos pais, amigos e familiares, por acreditar em nossa capacidade e hedonismo. Ao Prof. Dr. Leonardo Caldas Vieira, não somente pela orientação no TCC, mas pela calma e por acreditar que conseguiríamos vencer mais esta etapa da nossa jornada, apostando em nosso potencial. Insistindo em novas ideias, proporcionando aprendizado constante. A Profª. Valdinéia Maria Tognetti, por toda orientação metodológica, e explicações minuciosas. Aos alunos do Curso de Odontologia da Universidade São Francisco, que aceitaram responder um ao questionário pessoal, possibilitando o desenvolvimento de nossa pesquisa. Ao Daniel Villar Florindo, pela ajuda no trabalho, pelas discussões científicas e apoio técnico que engrandeceram nosso trabalho.

5 Se, a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela. Albert Einstein

6 RESUMO A qualidade de vida (QV) refere-se à percepção do indivíduo em relação a sua posição na vida, nos inúmeros contextos. A Universidade é um local de tensão, pois cada estudante traz de seu contexto pessoal conflitos, dificuldades e problemas familiares, somado a sobrecarga da vida estudantil. O objetivo do cuidado de saúde hoje, para a maioria dos pacientes, é obter uma vida mais efetiva, com maior qualidade, preservando a capacidade funcional e o bem-estar. Os indivíduos pesquisados foram os alunos do curso de odontologia da Universidade São Francisco, entre 18 e 30 anos de idade, sem restrição quanto a gênero, etnia ou religião, dividido em quatro grupos (Grupo 1- alunos do 1º semestre; Grupo 2- alunos do 3º semestre; Grupo 3- alunos do 5º semestre e Grupo 4 alunos do 7º e 9º semestres). Foram excluídos apenas indivíduos com doenças sistêmicas ou psiquiátricas relatadas, mas não tratadas. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram não paramétricos, sendo eles o Oral Health Impact Profile-14 Brasil, OHIP e o Questionário de Impacto Psicossocial de Estética Dental PIDAQ-Brasil/UNIFESP. Os dados obtidos foram submetidos à análise estatística, e interpretados. Concluiu-se que todos os grupos apresentaram bons resultados relacionados à qualidade de vida, estética e saúde bucal, porém, o Grupo 2 obteve uma diferença estatisticamente significante. Palavra Chave: Qualidade de Vida. Odontologia. Alunos.

7 ABSTRACT Quality of life (QoL) refers to the individual's perception regarding their position in life in many contexts. University is a place of tension, as each student brings his/her personal conflicts, difficulties and family problems, plus the burden of student life. The aim of health care today, for most patients, is to obtain a more effective life, with higher quality and preserving the functional capacity and well-being. The individuals surveyed in this study were students of dentistry at the Universidade São Francisco, between 18 and 30 years of age, without restriction as to gender, ethnicity or religion, divided into four groups (Group 1-1st half of the students, Group 2 - students in the third semester, Group 3 - students of 5th semester and Group 4 students of 7th and 9th semesters). Only individuals with systemic diseases or psychiatricdisorders reported, but not treated, were excluded. The instruments used in the research were the Oral Health Impact Profile-14 Brasil, OHIP and the Psychosocial Impact of Dental Aesthetics Questionnaire - PIDAQ-Brasil/UNIFESP. Data were statistically analyzed and interpreted. It was concluded that all groups showed good results related to quality of life, aesthetics and oral health, however, the second group had a statistically significant difference. Key words: Quality of life. Dentistry. Students.

8 LISTA DE TABELA Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Numero de indivíduo de cada um dos quatro grupos formados com divisão entre gêneros e porcentagens correspondentes... Divisão dos grupos ½ e ¾ por gênero indicando o seu n, gênero e média de idade... Valores das medianas obtidas com o OHIP-14 para cada um dos 4 grupos... Valores das medianas obtidas com o PIDAQ para o total e para cada uma das dimensões para cada um dos 4 grupos... 26 27 28 32

9 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Gráfico 2 Gráfico 3 Gráfico 4 Gráfico 5 Gráfico 6 Valores dos escores obtidos com o OHIP-14 para cada indivíduo para cada um dos quatro grupos... Valores dos escores totais obtidos com o PIDAQ- Brasil/Unifesp para cada indivíduo de cada um dos quatro grupos... Valores dos escores da dimensão Autoconfiança obtidos com o PIDAQ- Brasil/Unifesp para cada indivíduo de cada um dos quatro grupos... Valores dos escores da dimensão Impacto Social obtido com o PIDAQ- Brasil/Unifesp para cada indivíduo de cada um dos quatro grupos... Valores dos escores da dimensão Impacto Psicológico obtido com o PIDAQ- Brasil/Unifesp para cada indivíduo de cada um dos quatro grupos. Valores dos escores da dimensão Aspectos Estéticos obtidos com o PIDAQ- Brasil/Unifesp para cada indivíduo de cada um dos quatro grupos. 27 28 29 30 31 32

10 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 11 1 REVISÃO DE LITERATURA... 14 1.1 Saúde e Qualidade de Vida... 14 1.2 Indicadores de QV relacionados à Saúde e à Saúde Bucal... 18 2 METODOLOGIA... 24 2.1 Casuística... 24 2.2 Métodos... 25 2.3 Estatística... 26 3 RESULTADOS... 27 3.1 Dados Gerais... 27 3.2 OHIP-14... 27 3.3 PIDAQ-Brasil/UNIFESP... 29 4 DISCUSSÃO... 34 CONCLUSÃO... 42 REFERÊNCIAS... 43 ANEXOS... 48 APÊNDICES... 56

11 INTRODUÇÃO O conceito de Qualidade de Vida (QV) está em voga. Há poucas décadas, tal noção era delegada aos filósofos e poetas. Os pesquisadores da área de saúde começaram a estudar este conceito de várias maneiras tentando transformá-lo em medidas quantitativas para serem usadas em ensaios clínicos e modelos econômicos (CICONELLI et al., 1999). Qualidade de vida refere-se à percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores no qual ele vive e em relação aos objetivos, expectativas padrões e preocupações (THE WHOQOL GROUP, 1998). Tem relação com conhecimento, experiências e valores individuais e coletivos e reflete o momento histórico, a classe social e a cultura, à qual pertence o indivíduo (DANTAS, et al., 2003). A pesquisa em qualidade de vida em saúde é atualmente imprescindível, contribuindo tanto para a avaliação da relação custo/benefício dos cuidados prestados como para melhoria no tratamento oferecido (ALDERMAN et al., 2000; DANTAS, ET AL., 2003). É importante que os pesquisadores sejam capazes de medir a percepção de saúde do indivíduo para avaliar os benefícios de suas intervenções. O objetivo do cuidado de saúde hoje, para a maioria dos pacientes, é obter uma vida mais efetiva, com maior qualidade, e preservar a capacidade funcional e o bem-estar (WARE e SHERBOURNE, 1992). Medidas tradicionais de morbidade e mortalidade são consideradas insuficientes para medir os benefícios de tratamentos, que podem influenciar um grande número de variáveis, como o bem estar físico, bem estar emocional e vida social, e a avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde, tem sido progressivamente reconhecida como uma importante medida de resultados. A preocupação em conhecer a QV do estudante universitário é bastante recente em nosso país e, já tem merecido atenção em outros países desde a década de 80. A Universidade pode ser um local de tensão. Cada estudante já traz o seu contexto pessoal, como conflitos, dificuldades de aprendizagem e distanciamento familiar. Também se deve levar em consideração a sobrecarga causada pela vida estudantil devido à diversidade e

12 complexidade de conteúdos, prazos e avaliações. Isso pode fazer com que o aluno não consiga adaptar-se a novas situações (CERCHIARI, 2004). É evidente a importância da avaliação da qualidade de vida no ambiente acadêmico, pois todo o estresse causado pelo forte ritmo imposto aos alunos universitários e as condições às quais se submetem, podem causar problemas de aprendizagem, motivação e adaptação. Além disso, o conhecimento da qualidade de vida dos alunos universitários pode ser usado como referência para ações que facilitem a integração à vida acadêmica e otimize o bem-estar físico, mental e social (TEIXEIRA, et al., 2007). O estudo da QV na população é muito importante para o desenvolvimento contínuo de indicadores sociais, para o conhecimento dos fatores de condição, modo e estilo de vida, para o desenvolvimento de padrões normativos de comparação e como componente focal de esforços para promoção da educação/formação do aluno. De tal forma que, esses estudos já mostram alguns reflexos em Universidades que se preocupam com os espaços de convivência e melhores condições de salas de aulas para seus alunos. Na odontologia, de acordo com Vieira (2010), a ausência de patologias e disfunções orais não indica saúde bucal. Devido este fator e a necessidade de avaliar a repercussão de alterações buco faciais foram desenvolvidos instrumentos de avaliação de QV relacionada à saúde bucal. Diversos instrumentos para avaliação da QV têm sido desenvolvidos, geralmente, para comparar resultados de tratamentos no contexto de estudos clínicos. Porém, tais questionários devem estar associados ao objetivo do estudo e também a sua disponibilidade no idioma e no contexto cultural, no qual possa ser empregado (PAGANI T.C.S. e PAGANI Jr C.R., 2005). Tendo em vista estas considerações, foram selecionados dois questionários, o Oral Health Impact Profile-14 Brasil (OHIP-14) e o Questionário de Impacto Psicossocial da Estética Dental Brasil/UNIFESP (PIDAQ). O OHIP-14 é um questionário genérico de qualidade de vida relacionado à saúde bucal, com 14 questões, que avalia como problemas com os dentes, boca ou próteses dentárias podem interferir na vida diária. A versão brasileira foi feita por Oliveira e Nadanovsky (2005).

13 O Questionário de Impacto Psicossocial da Estética Dental Brasil/UNIFESP, PIDAQ-Brasil/UNIFESP, é um questionário específico, para avaliar a influência da estética dentária na qualidade de vida dos indivíduos. É composto por 23 itens abrangendo quatro dimensões: autoconfiança dental, impacto social, impacto psicológico e impacto estético. A versão brasileira foi feita por Vieira (2010). Oliveira (2006), no campo da educação superior, mais especificamente sobre o estudante universitário, constatou que, dentre os aspectos positivos encontrados, essas pessoas constituem famílias menores, e, há maior preocupação com a educação dos filhos; mostramse, mais cuidadosas em seus investimentos econômicos e fazem poupanças a longo prazo. No campo do trabalho se mostram mais estáveis em seus empregos e são mais cuidadosas com sua saúde e tempo de lazer. Apesar de esses indicativos serem positivos, esses profissionais nem sempre se avaliam dessa maneira. Isso leva a perceber que o processo avaliativo escolar/universitário ainda é feito de forma incompleta, pois o aluno raramente é chamado a se auto-avaliar, e quando é solicitado, mostra não ter parâmetros adequados para tanto. É, portanto, necessário cada vez mais saber quem são os alunos, suas características pessoais, suas condições de vida, seu modo de vida, seu estilo de vida, suas habilidades cognitivas e preceitos morais, seus anseios e suas necessidades. Enfim, realmente saber quem está sob os cuidados da instituição, quem procurou seus estímulos educacionais e quais as mudanças a ser empreendidas para poder formar profissionais competentes e realizados, ou seja, se preocupar com a qualidade de vida dos alunos. Então, visando avaliar a qualidade de vida que os alunos do Curso de Odontologia da Universidade São Francisco apresentam, idealizou-se este estudo.

14 1 REVISÃO DE LITERATURA 1.1 Saúde e Qualidade de Vida O conceito de saúde para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1946) é o completo estado de bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade. De acordo com Santos (2007) a estética é estudada desde a Grécia Antiga por filósofos como Platão e Aristóteles, que associavam a essência do belo a do bom. A estética facial gera expectativas positivas, sendo o fator mais importante: o sorriso. De acordo com Buss (2000), estudos feitos com uma variedade de autores e relatórios relacionados com a saúde mundial, a expectativa de vida que era de 50 anos após a segunda guerra mundial, passou a ser de 69 anos em 1995 na América Latina. A variedade de conceitos para a promoção da saúde esta ligada em dois grandes grupos, um deles é a mudança do comportamento do indivíduo com foco no estilo de vida, relacionamento familiar e comunitário. O outro está ligado à alimentação, nutrição, saneamento, condições de trabalho, ambiente, apoio social, um espectro adequado para qualidade de vida. Coelho e Almeida Filho (2004) relataram com uma análise das práticas e políticas de saúde, que os sistemas de saúde do ocidente - incluindo o Brasil - têm sido questionados, por sua dependência em relação a um modelo assistencial individualista, com ênfase na dimensão curativa da doença, além de altos custos e pouca efetividade. Aumentou, então, a ideia de promover a saúde, e não se baseando apenas em curar doença, emergindo daí os conceitos de vigilância da saúde, políticas públicas e cidades saudáveis, estabelecendo à noção de promoção da saúde pela mudança das condições de vida e de trabalho da população. Segundo Castro, et al., (2007) a mensuração da saúde, não pode mais restringir-se à ausência de doenças ou agravos e passa a ser importante considerar as diversas dimensões envolvidas, bem como as repercussões dos problemas de saúde na vida diária dos indivíduos.

15 Sendo assim, para ser saudável não precisa apenas ser livre de patologias ou alterações sistêmicas, mas sim, viver com qualidade. De acordo com a OMS (1998) qualidade de vida foi definida como a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores, no qual ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. De acordo com Kluthcovsky e Takayanagui (2007), o termo qualidade de vida foi mencionado pela primeira vez em 1920, em um livro sobre economia e bem estar escrito por Pigou, mas não foi dado importância, e o tema caiu no esquecimento. Porém, este dado é contestado, afirmando-se, que o termo fora utilizado pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, Lyndon Johnson, em 1964, quando o mesmo declarou: (...) os objetivos não podem ser medidos através do balanço dos bancos. Eles só podem ser medidos através da qualidade de vida que proporcionam às pessoas. Segundo Paschoal (2001), desde seu aparecimento, o termo qualidade de vida foi utilizado de diversas maneiras, inclusive em críticas políticas, cujo objetivo era o crescimento econômico sem limites. O conceito foi, com o tempo, ampliado a fim de medir o quanto uma sociedade havia se desenvolvido economicamente. Após isto, tomou-se como definição, também, o desenvolvimento social como: educação, saúde e lazer. A QV tem sido cada vez mais discutida, tornando-se, um tema importante para a sociedade em geral na literatura científica, e, especialmente, no campo da saúde, pois a progressiva desumanização em face do desenvolvimento tecnológico das ciências da saúde trouxe uma maior preocupação com o tema (KLUTHCOVSKY e TAKAYANAGUI 2007). Segundo Rocha (2010), a cavidade bucal é o centro da comunicação interpessoal, sendo assim, o sorriso desempenha um papel importante tanto na expressão como na aparência facial, levando ao aumento da procura por tratamentos estéticos e ortodônticos para aprimorar seu sorriso, pois este se encontra no ponto central da autoestima e da imagem social. Além de ser considerado um instrumento valioso na comunicação não verbal. Os problemas bucais, geralmente, não causam ameaça à vida, em geral sendo composto, de alguns episódios agudos e prontamente tratáveis. Desta maneira, seus impactos no bem estar podem não ser óbvios e, muitas vezes, minimizados pelo contexto de outras condições crônicas mais sérias (MIOTTO et al., 2012). Levando em consideração o tratamento ortodôntico durante a infância e a préadolescência Rocha (2010), justifica sua importância, ressaltando, primeiramente o aspecto

16 psicológico, pois a má oclusão pode causar baixa autoestima, e uma importante desvantagem social. Consequentemente, uma diminuição da QV. Analisando, por meio de questionários, o impacto da má oclusão na QV de crianças entre 11 e 14 anos, Agou et al. (2008) concluíram que, em crianças com baixa autoestima este impacto é mais intenso. Em um trabalho realizado por Shaw, et al. (1975), que determinou de que forma a sociabilidade de uma criança pode ser influenciada por sua aparência dento facial. A partir de fotografias em preto e branco de quatro crianças com 11 anos, um menino e uma menina atraentes e os outros dois não atraentes, com cinco diferentes versões fotográficas com alterações faciais foram feitas para cada fotografia. Quarenta e dois adultos e quarenta e duas crianças, divididos igualmente entre os gêneros, avaliaram as fotografias. A conclusão foi de que crianças com aspecto dental normal foram julgadas como tendo melhor aparência e consideradas mais inteligentes, mais aceitas pelos amigos e com comportamento menos agressivo, representando para as crianças menos atraentes uma importante desvantagem social, justificando assim, o desejo de muitos pais em corrigir anomalias dento faciais de suas crianças precocemente. Em um estudo feito por Barbato (2007), no Brasil as pessoas associam a saúde bucal com as condições sócio econômicas do indivíduo. De acordo com o estudo realizado, ser morador de zona rural, ter renda inferior a um salário mínimo e idade acima de sessenta anos, são as principais características de pessoas com perdas dentárias. Segundo Santos (2007) estudos realizados no Brasil mostram que a saúde bucal dos idosos é precária, com extensas perdas dentais, muitas infecções e com uma péssima higienização. Todos estes problemas levam a uma dificuldade mastigatória, problemas nutricionais e consequentemente, a uma diminuição na QV. Segundo Miotto et al (2011), a quebra de paradigmas médicos favorece para o desenvolvimento de novas maneiras para se medir a percepção, sentimentos e comportamentos de idosos e adultos, sendo isso uma experiência para interpretar seu bem estar funcional, social, psicológico e saúde bucal. Montandon et al. (2008), concluíram que o conceito QV entre os idosos está em uma crescente valoração, sendo um grande indicador para a Odontologia. De acordo com a OHIP- 14 o resultado de maior abrangência foi de dor, desconforto psicológico e inabilidade psicológica.

17 Segundo Feu, et al. (2010), cinquenta por cento da população que procura atendimento ortodôntico, tem impacto negativo com a QV relacionada à saúde oral, dentre essas pessoas mais da metade possuíam má oclusões graves, porém a grande quantidade está relacionada, não pela má oclusão funcional e sim pelo fator estético. A QV tem sido mais estudada nos últimos anos, inclusive no Brasil, e apesar de ser complexo, trata-se de um tema atual, interdisciplinar e muito relevante, principalmente quando relacionado à promoção da saúde (KLUTHCOVSKY E TAKAYANAGUI 2007). Teixeira et al. (2007) diz que o ingresso na Universidade, as experiências vividas por jovens estudantes, e o impacto neles causado, podem influenciar na adaptação dos mesmos, positiva ou negativamente, e também, no desenvolvimento psicológico e profissional. Este tema tem sido foco de atenção recente em pesquisas brasileiras. Contudo, em outros países os estudos nessa área já existem há algumas décadas, e têm buscado identificar diversos fatores que concorrem para a integração dos estudantes à universidade, para o seu desenvolvimento psicológico e, também, para a sua persistência nos cursos. O motivo para se estudar grupos de estudantes universitários e suas experiências, se dá devido ao grande aumento desta população no Brasil e no mundo. Conhecer melhor esta realidade pode auxiliar, e muito, os gestores em educação a identificar fatores associados não apenas à evasão escolar, mas também a outros aspectos do desenvolvimento psicossocial dos estudantes. Estes dados, por sua vez, podem ser usados como referência para a implementação de programas dentro das universidades, que visem à facilitação da integração do estudante à vida acadêmica, e à otimização do seu bem-estar psicológico (TEIXEIRA et al., 2007). Outro fator importante é conhecer até onde este novo ambiente pode influenciar na saúde e QV do aluno. Beyers E Goossens (2003) estudaram a separação psicológica dos jovens em relação a seus pais e a adaptação à Universidade. Os resultados indicaram que a independência em relação aos pais associada a sentimentos positivos, foi boa para a adaptação do aluno. Isso nos mostra que a autonomia do jovem facilita a sua adaptação, porém apenas quando essa autonomia não está associada a conflitos com os pais. Ou melhor, a autonomia só parece ser positiva para o desenvolvimento dos jovens, quando associado aos pais como uma espécie de apoio, ou seja, pessoas com que o aluno pode contar em caso de dificuldade.

18 1.2 Indicadores de Qualidade de Vida relacionados à Saúde e à Saúde Bucal Castro, et al (2007) relataram a importância das diversas dimensões envolvidas na qualidade de vida. Tal preocupação levou então à procura por indicadores que possam mensurar a qualidade de vida relacionada à saúde. Kishner e Guyatt (1985) classificaram os questionários de qualidade de vida em três tipos. Os genéricos seriam aqueles a serem utilizados em comparações entre diferentes tipos de doenças e tratamentos, vários graus de gravidade de doenças e entre grupos demográficos diferentes. Os específicos avaliariam grupos com o mesmo diagnóstico ou populações específicas para a detecção de variações clínicas. Os modulares agrupariam características genéricas e específicas, mantendo um módulo central de perguntas aplicáveis a diversos doentes e populações. Questões mais relevantes à determinada doença ou tratamento seriam inseridas quando necessárias. A OMS (1998) desenvolveu primeiramente um instrumento para avaliar a qualidade de vida sob a perspectiva transcultural em âmbito internacional. O instrumento foi denominado World Health Organization Quality of Life (WHOQOL-100). Após isso, houve a necessidade da criação de um instrumento mais curto com preenchimento mais rápido. Em português denominado Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da OMS, abreviado, WHOQOL-BREF contendo 26 questões. Os instrumentos são genéricos, sem direcionamento para avaliar um problema de saúde específico. Segundo Vieira (2010), os indicadores desenvolvidos sobre qualidade de vida relacionada à saúde, na grande maioria, são feitos na língua inglesa e direcionados para países que falam inglês. Porém, a necessidade dos indicadores fez com que os instrumentos fossem traduzidos ou até mesmo adaptados de acordo com o país e a sua cultura, para que assim, seus dados fossem o mais real possível.

19 Segundo Castro, et al (2007) após os primeiros instrumentos de avaliação começaram a desenvolver instrumentos mais específicos, como é o caso de problemas que acometem a cavidade bucal e interferem, ou não, na qualidade de vida do indivíduo. Allen et al. (1999) compararam instrumentos de avaliação de qualidade de vida genéricos e específicos para avaliação de qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Os instrumentos utilizados foram o OHIP e o SF-36 (short-form health survey com 36 questões). Três grupos de pacientes, com total de 88 indivíduos foram formados: edentados, submetidos a implantes dentários e pacientes dentados. Todos responderam ambos os questionários. Analisando os resultados, os autores concluíram que o instrumento específico mostrou-se mais preciso nas mensurações e de maior valia, que um instrumento genérico quando o objetivo é avaliar os resultados de uma intervenção clínica. Segundo Miotto (2011), O OHIP 14 é o instrumento mais utilizado para avaliar o impacto adverso provocado por condições bucais no bem estar e na qualidade de vida dos indivíduos. Segundo Pinto (2000), há poucas décadas, não existiam métodos para avaliar as implicações dos problemas bucais na vida diária dos indivíduos. Com o entendimento da importância de tais dados, alguns indicadores foram desenvolvidos, entre eles o Oral Health Impact Profile OHIP-49 (Perfil do Impacto da Saúde Bucal), o Geriatric Oral Health Assessment Index GOHAI (Índice de Determinação da Saúde Bucal Geriátrica) e o Oral Impacts on Daily Performances OIDP (Índice de Impactos Odontológicos no Desempenho Diário). Slade (1997) desenvolveu a versão simplificada do questionário Oral Health Impact Profile (OHIP). O questionário original constitui-se de 49 itens para avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde bucal. O estudo foi realizado na Austrália e envolveu 1217 idosos com mais de 60 anos de idade. Seguindo método de regressão linear, os 49 itens originais foram reduzidos a 14. O então Oral Health Impact Profile-14 (OHIP14) foi desenvolvido. Testes demonstraram consistência, confiabilidade e validade para a versão simplificada do OHIP14. Locker e Allen (2002) desenvolveram a versão curta do OHIP a partir da versão original aplicada em canadenses adultos. Os resultados obtidos pela administração da versão original foram analisados pelo método chamado item-impact method e então foram

20 formuladas 14 questões que comporiam o OHIP14. Os autores concluíram que o método utilizado pode ser ideal para simplificações de questionários de qualidade de vida, relacionada à saúde bucal, quando o objetivo é descrever a saúde bucal de populações ou para detectar as alterações de sua qualidade de vida. Relataram, também, que a versão simplificada demonstrou-se fiel ao instrumento original. Porém, a redução que continuou sendo utilizada foi a realizada por Slade em 1997. Vieira (2010) descreveu as inúmeras traduções e adaptações culturais feitas do OHIP pelo mundo em diversos países. Almeida, et al. (2004), fizeram a tradução para o português, e a adaptação à cultura brasileira do questionário OHIP14, porém não validaram o questionário. A tradução e a versão foram feitas por dois tradutores. A adaptação foi realizada com entrevistas de 18 pacientes usuários de um centro de saúde para pacientes de baixa renda e escolaridade. Os autores publicaram a tradução e adaptação no mesmo ano. Mas um ano após, De Oliveira & Nadanovsky (2005), traduziram, adaptaram e então validaram para uso no Brasil do OHIP14. Foi usada a normatização proposta por Guillemin, et al. (1993). Foram avaliadas 504 mulheres em uma maternidade no Rio de Janeiro, Brasil. Os autores chegaram a altos valores de homogeneidade, confiabilidade e validade (r=0,76; ICC=0,87; α=0,91). Estes valores indicam que o instrumento tem grande confiabilidade, tornando um ótimo instrumento de avaliação. Sendo hoje é esta a tradução utilizada. Svedström-Oristo et al. (2000) enviaram questionários para 93 centros de tratamentos ortodônticos na Finlândia. Eles foram indagados sobre suas opiniões e de seus pacientes a respeito da importância da morfologia, da função, da estabilidade e da estética dental, como elementos para uma boa oclusão e resultados de um bom tratamento. Os resultados mostraram que, para os profissionais o aspecto mais importante era o restabelecimento de boa função, seguido de estabilidade e morfologia e por fim a estética. Porém, na visão dos pacientes, o mais importante era a harmonização estética de seus dentes. Tesch, et al. (2007) relataram que a qualidade de vida relacionada à saúde bucal em crianças permaneceu por mais tempo desconhecida, e foi desenvolvida mais recentemente, sendo os instrumentos, o Child Perceptions Questionnaire CPQ (Questionário de Percepção de Crianças) e o Child - Oral Impacts on Daily Performances CHILD-OIDP (Índice de Impactos Odontológicos no Desempenho das Atividades Diárias da Criança).

21 Cerchiari (2004) investigou a saúde mental e a qualidade de vida de estudantes universitários, assim como, suas características sócio demográficas, e o processo ensinoaprendizagem que poderiam estar relacionadas com o bem estar e a qualidade de vida desses estudantes. Foram avaliados em uma corte transversal, ou seja, foi avaliada por um grupo uma única vez, 558 estudantes universitários de ambos os sexos, dos cursos de Ciência da Computação, Direito, Enfermagem e Letras da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Os instrumentos utilizados foram WHOQOL-100, WHOQOL-BREF, QSG-60 e QSG-30. Os resultados mostraram baixa qualidade de vida nos estudantes, mas as variáveis, gênero, período, atividade remunerada, renda familiar e opção de escolha do curso, estão correlacionadas, significativamente (p<0,05) com a qualidade de vida do estudante universitário. Teixeira, et al. (2007) investigaram possíveis correlatos da adaptação à universidade em estudantes universitários. Cinco dimensões de adaptação (carreira, pessoal, interpessoal, estudo e institucional) foram correlacionadas com as variáveis: nível de participação em atividades extracurriculares, apoio familiar percebido em relação à escolha profissional realizada, apoio familiar emocional percebido, nível de interação extraclasse com professores, nível de comportamento exploratório vocacional e ano do curso. Participaram do estudo 342 estudantes de três cursos diferentes, Direito, Psicologia e Veterinária, na Universidade Federal de Santa Maria, PR, com média de idade de 21,2 anos. A adaptação à universidade foi avaliada através do Questionário de Vivências Acadêmicas Revisado e as demais variáveis através de instrumentos específicos. Entre os resultados principais, verificou-se que as variáveis, exploração de si e nível de interação extraclasse com professores foram as que mais se correlacionaram com todos os cinco indicadores de adaptação, enquanto a exploração do ambiente apresentou correlações mais baixas (e não se correlacionou com a dimensão do estudo). O apoio familiar emocional percebido apresentou uma relação fraca, mas significativa, com a dimensão interpessoal da adaptação. Outro conceito de grande importância psicossocial atualmente é a estética dental e facial para o sucesso do tratamento odontológico, mas apesar do consenso sobre a importância, existe apenas um instrumento disponível para avaliação do impacto da estética dental no bem estar físico e mental, o Psychosocial Impact of Dental Aesthetics Questionnaire (PIDAQ). A estética dental é difícil de ser avaliada clinicamente por se tratar de um conceito de percepção subjetiva, variando de indivíduo para indivíduo. O PIDAQ é um questionário

22 específico para avaliação da estética dental composto por 23 itens abrangendo quatro dimensões, autoconfiança dental, impacto social, impacto psicológico e impacto estético. O questionário foi desenvolvido como parte de um estudo para avaliação de questionários já existentes na literatura, como Self Confidence Scale e Orthognathic Quality of Life Questionnaire, (VIEIRA 2010). Klages, et al. (2004) desenvolveram um instrumento específico para avaliação de qualidade de vida, relacionada à saúde bucal voltado para avaliação psicossocial do impacto estético dental em jovens adultos. Foram selecionados consecutivamente 194 jovens adultos com idades entre 18 e 30 anos. Os indivíduos foram avaliados utilizando os questionários Aesthetic Component, Index of Orthodontic Treatment Need, Perception of Occlusion Scale e Dental Aesthetic Index e o questionário desenvolvido. Após as análises estatísticas, os resultados sugeriram que o instrumento proposto foi satisfatório em todos os critérios analisados. Tal instrumento recebeu o nome de Psychosocial Impact of Dental Aesthetics Questionnaire (PIDAQ). Ele é constituído por 23 itens que avaliam separadamente 4 dimensões da qualidade de vida relacionada à saúde bucal, autoconfiança, impacto social, impacto psicológico e aspectos estéticos. Para avaliação dos resultados são dados escores para cada questão em uma escala do tipo Likert, numerada de 1, representando a opção de maneira nenhuma, a 5, representando a opção muito. De Paula Jr et al. (2009) avaliaram o impacto psicossocial da estética dental utilizando o OHIP14, uma versão não adaptada e não validada do Dental Aesthetic Index (DAI), uma versão não adaptada e não validada do Body Satisfaction Scale (BSS) e finalmente uma versão não autorizada, não adaptada e não validada do PIDAQ em 301 adolescentes de Goiânia, Brasil. Os resultados comparados de todos os instrumentos mostraram que, apesar de todos os vieses do estudo, a percepção da estética dental em adolescentes foi influenciada pela condição oclusal, estado da saúde bucal e pela auto-imagem. Miotto, et al. (2012), avaliaram a prevalência de impactos dos problemas bucais na qualidade de vida e associaram com variáveis sócios demográfica, clínicas e utilização de serviços por adultos e idosos de Marechal Floriano, ES, no ano de 2011. Foram avaliados aleatoriamente 237 indivíduos. Foram utilizados roteiros para a coleta de dados incluindo OHIP-14. Os autores concluíram que a prevalência de impacto negativo de qualidade de vida relacionada à saúde bucal observada foi de 35% e associada à faixa etária e à necessidade declarada de prótese. Concluíram, também, que indicadores subjetivos devem ser utilizados

23 de forma complementar aos indicadores objetivos para determinar a necessidade de tratamento, melhorando a saúde bucal e a qualidade de vida das pessoas.

24 2 METODOLOGIA Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da USF sob o número Ref. CEP n 0461.0.142.000-11. 2.1 Casuística A casuística foi formada por 91 indivíduos matriculados no Curso de Odontologia do Campus Bragança Paulista da USF, no ano de 2012, que aceitaram participar do estudo. Todos os entrevistados foram esclarecidos sobre a pesquisa. Antes de participarem, receberam a carta de informação (Apêndice 01) e o termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice 02), que foram devidamente lidos e explicados. A carta foi dada ao participante, o termo foi assinado e datado pelo entrevistado e então arquivado. Os participantes foram alocados em 4 diferentes grupos. Grupo 01: formado por alunos do 1º semestre do Curso em 2012, com 25 alunos participantes. Grupo 02: formado por alunos do 3º semestre do Curso em 2012, com 26 alunos participantes. Grupo 03: formado por alunos do 5º semestre do Curso em 2012, com 21 alunos participantes. Grupo 04: formado por alunos do 7º semestre e do 9º semestre do Curso, com 19 alunos participantes. Para a seleção dos entrevistados foram considerados os critérios de inclusão e exclusão relacionados a seguir:

25 Critério de inclusão: Indivíduos adultos jovens, ou seja, entre 18 e 30 anos de idade, devidamente matriculados no curso de Odontologia no Campus Bragança Paulista da USF, sem restrição quanto a gênero, religião ou etnia. Critérios de exclusão: Indivíduos com menos de 18 ou mais de 30 anos de idade; Indivíduos matriculados em outros cursos da USF, que não Odontologia; Indivíduos com doenças sistêmicas (cardiopatias, nefropatias, doenças do colágeno, doenças reumáticas, etc.) ou psiquiátricas (depressões maiores, esquizofrenias, etc.) não controladas relatadas na hora da entrega dos questionários. 2.2 Métodos Os instrumentos utilizados para avaliar a qualidade de vida dos alunos foram: O Oral Health Impact Profile-14 Brasil, OHIP-14 (Anexo 01). Este questionário genérico de qualidade de vida relacionado à saúde bucal com 14 questões avalia como problemas com os dentes, boca ou próteses dentárias podem interferir na vida diária. O Questionário de Impacto Psicossocial da Estética Dental Brasil/UNIFESP, PIDAQ-Brasil/UNIFESP (Anexo 02), é um questionário específico para avaliar a influência da estética dentária na qualidade de vida dos indivíduos, composto por 23 itens, abrangendo quatro dimensões: autoconfiança dental, que avalia o quão significante é o impacto da estética dental no estado emocional e autoconfiança do indivíduo; impacto social, que avalia itens que possam ser potenciais problemas nas interações sociais do indivíduo devido à percepções subjetivas da aparência dental; impacto psicológico que analisa valores de inferioridade e infelicidade de indivíduos quando se comparam a pessoas com melhor estética dental; e impacto estético, o qual avalia aspectos de desaprovação da aparência dos dentes do próprio

26 indivíduo, relatados como sendo os maiores fatores de motivação para tratamentos estéticos dentais. Neste estudo os questionários foram entregues aos entrevistados para que fossem levados para casa e então auto aplicados e após uma semana foram recolhidos pelos pesquisadores. A entrega e o recolhimento dos questionários aconteceram entre os meses de março e abril de 2012. 2.3 Análise Estatística Os dados obtidos por meio dos questionários de qualidade de vida foram submetidos à análise estatística. O programa utilizado foi o Vassarstats 2012. Para análise estatística dos resultados foi utilizado teste não paramétrico. Aplicaramse os testes de Mann-Whitney e de Kruskal-Wallis para comparar os escores obtidos no OHIP-14 e no PIDAQ-Brasil/UNIFESP, comparando os valores obtidos entre os indivíduos dos quatro diferentes grupos. O teste de Mann-Whitney é utilizado para avaliar uma casuística formada por duas amostras independentes e que possuem seus dados em ranking ordinal. O teste de Kruskal- Wallis é utilizado quando a casuística é representada por mais de duas amostras independentes e que possuem seus dados com valores ordinais (SIEGEL e CASTELLAN, 1988). Foram realizadas também as médias e medianas dos valores obtidos entre os indivíduos de cada grupo. Fixou-se em 0,05 ou 5% o nível de rejeição da hipótese de nulidade, assinalando-se com um asterisco (*) os valores estatisticamente significantes.

27 3 RESULTADOS 3.1 Dados Gerais O total de alunos matriculados no Curso de Odontologia do Campus Bragança Paulista da USF no ano de 2012 é de 257, sendo 71 homens, 27,6%, e 186 mulheres, 72,4%. Deste total, foram avaliados 91 indivíduos, que aceitaram participar do estudo. Este número corresponde a 35,4% do total de matriculados. O total de homens avaliados correspondeu a 19,7% (18) dos indivíduos e de mulheres 80,2% (73). Os entrevistados foram divididos em quatro grupos, como mostrado a Tabela 01, abaixo: Tabela 01 Número de indivíduos de cada um dos 4 grupos formados com divisão entre gêneros e porcentagens correspondentes. Indivíduos Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Total Homens 3 12% 5 19,2% 4 19% 6 31,6% 18 19,7% Mulheres 22 88% 21 80,7% 17 81% 13 68,4% 73 80,2% Total 25 100% 26 100% 21 100% 19 100% 91 100% 3.2 OHIP-14 Os dados obtidos das respostas ao questionário de qualidade de vida OHIP-14 foram analisados pelo método estatístico proposto.

28 Gráfico 01 Valores dos escores obtidos com o OHIP-14 para cada indivíduo de cada um dos 4 grupos. Teste de Kruskal-Wallis H = 16,01 P = 0.001* Foram feitas também comparações entre os Grupos 1 e 2 agrupados, representando os alunos que ainda não chegaram à metade do Curso, e os Grupos 3 e 4 agrupados que representam os alunos que já passaram pela metade do tempo de Curso. Os dados estatísticos obtidos estão representados na Tabela 02, abaixo. Tabela 02 Divisão dos grupos ½ e ¾ por gênero indicando o seu n, gênero e média de idade. Grupo ½ Grupo ¾ n 51 40 Homens 8 10 Mulheres 43 30 Idade média 20 anos e 6 meses 22 anos e 5 meses Teste de Mann-Whitney Z crit = 2.28 P = 0.022*

29 Tabela 03 - Valores das medianas obtidas com o OHIP-14 para cada um dos 4 grupos. OHIP14 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Mediana 7 7,5 1 4,6 3.3 PIDAQ-Brasil/UNIFESP Os dados obtidos das respostas ao questionário de qualidade de vida PIDAQ- Brasil/UNIFESP foram analisados pelo método estatístico proposto para avaliação entre os grupos. Também foram feitas comparações entre os Grupos 1 e 2 agrupados, representando os alunos, que ainda não chegaram à metade do Curso, e os Grupos 3 e 4 agrupados que representam os alunos que já passaram por pela metade do tempo de Curso. Gráfico 02 Valores dos escores totais obtidos com o PIDAQ-Brasil/UNIFESP para cada indivíduo de cada um dos 4 grupos, suas médias e medianas. Teste de Kruskal-Wallis H = 10,49 P = 0.014*

30 Resultado com os grupos Grupo 1/2 e Grupo 3/4. Teste de Mann-Whitney Z crit = 2.33 P = 0.019* Gráfico 03 Valores dos escores da dimensão Autoconfiança obtidos com o PIDAQ-Brasil/UNIFESP para cada indivíduo de cada um dos 4 grupos, suas médias e medianas. Teste de Kruskal-Wallis H = 11,72 P = 0.008* Resultado com os grupos Grupo 1/2 e Grupo 3/4 Teste de Mann-Whitney Z crit = 2,7 P = 0.006*

31 Gráfico 04 Valores dos escores da dimensão Impacto Social, obtidos com o PIDAQ- Brasil/UNIFESP para cada indivíduo de cada um dos 4 grupos, suas médias e medianas. Teste de Kruskal-Wallis H = 2,67 P = 0.445 Resultado com os grupos Grupo 1/2 e Grupo 3/4 Teste de Mann-Whitney Z crit = 0,82 P = 0.412

32 Gráfico 05 Valores dos escores da dimensão Impacto Psicológico obtidos com o PIDAQ- Brasil/UNIFESP para cada indivíduo de cada um dos 4 grupos, suas médias e medianas. Teste de Kruskal-Wallis H = 8,14 P = 0.043* Resultado com os grupos Grupo 1/2 e Grupo 3/4 Teste de Mann-Whitney Z crit = 1.46 P = 0.144

33 Gráfico 06 Valores dos escores da dimensão Aspectos Estéticos obtidos com o PIDAQ- Brasil/UNIFESP para cada indivíduo de cada um dos 4 grupos, suas médias e medianas. Teste de Kruskal-Wallis H = 13.03 P = 0.004* Resultado com os grupos Grupo 1/2 e Grupo 3/4 Teste de Mann-Whitney Z crit = 2.19 P = 0.028* Tabela 04 - Valores das medianas obtidas com o PIDAQ para o total e para cada uma das dimensões para cada um dos 4 grupos. Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 PIDAQ Total 14 21,5 13 13 Autoconfiança 10 12 7 7 Impacto Social 2 2,5 2 3 Impacto Psicológico 2 5 2 3 Aspectos Estéticos 0 2,5 0 0

34 6 DISCUSSÃO Em busca de um conhecimento mais amplo e específico sobre a qualidade de vida relacionada à saúde bucal dos alunos do curso de odontologia da USF, idealizou-se este trabalho, com o intuito de conhecer, o quanto, pessoas não leigas se sentem incomodadas e tem sua qualidade de vida alterada em razão de problemas bucais. Este tema, ainda pouco discutido, é de grande interesse dos pesquisadores nos dias atuais. Em uma pesquisa realizada por Kluthcovsky e Takayanagui (2007) os mesmos citaram que apesar de ser complexo, tratase de um tema atual, interdisciplinar e muito relevante, principalmente quando relacionado à promoção da saúde. Dinakel (2003), relatou que a odontologia, tradicionalmente, priorizava a utilização de recursos clínicos para diagnosticar as condições de saúde bucal e que esses recursos eram limitados por não informarem o impacto que a condição bucal gera na qualidade de vida dos indivíduos. Coelho et al (2002) foram mais específico ao relatar que os problemas associados à saúde bucal têm sido cada vez mais reconhecidos como importantes causadores de impacto negativo no desempenho diário e na qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade. A casuística foi escolhida com o intuito de avaliar a saúde e qualidade de vida dos futuros profissionais, que hoje ainda são estudantes, mas que dentro de alguns meses ou poucos anos serão cirurgiões dentistas formados, tendo que avaliar a saúde bucal, geral e estética de seus pacientes. Porém, muitas vezes estes não avaliam suas próprias condições de saúde e não estão satisfeitos com sua estética. Coelho et al (2002) relatou que a maioria das pessoas não procuram atendimento odontológico por não perceber a necessidade, ou até mesmo por não conhecer as alterações. Quando elas percebem sua condição bucal, o fazem com certa precisão, entretanto usando critérios diferentes dos empregados pelo profissional. Enquanto o cirurgião dentista avalia a condição com base na ausência ou na presença de doença, o paciente dá mais importância aos sintomas e aos problemas funcionais e sociais que são ocasionados pela presença da doença. Com base nestas informações, como relacioná-las com o fato de que futuros cirurgiões dentistas apresentam sua qualidade de vida prejudicada por problemas odontológicos.

35 Poucos estudos relacionados à qualidade de vida do universitário são encontrados na literatura, porém em 2003, foi realizado um estudo por Beyers e Goossens (2003), no qual o foco era separação psicológica dos jovens em relação a seus pais e a adaptação à universidade, os resultados indicaram que a independência em relação aos pais associada a sentimentos positivos foi boa para a adaptação do aluno. Ajudando tanto positivamente na sua adaptação, quanto no desempenho estudantil e, consequentemente uma melhor qualidade de vida acadêmica. Mas, esta ajuda não os excluiu de ter uma piora inicial na qualidade de vida. Outro estudo realizado por Teixeira, et al. (2007), o objetivo fora investigar a adaptação dos ingressantes na universidade, no que as mudanças poderiam ou não interferir na sua qualidade de vida e saúde geral, ele avaliou cinco dimensões através de questionários. O estudo teve o intuito de realizar melhorias e direcionamentos para os estudantes, o que ajudou na adaptação e direcionamento dos professores e da instituição para com os ingressantes, pois a pesquisa demostrou uma piora na qualidade de vida destes. Ao todo participaram do estudo 342 estudantes de três cursos distintos, com média de 21,2 anos, o que é bem próximo da média de idade do presente estudo realizado. Observando os estudos citados, surgiu o interesse em direcionar e avaliar a saúde bucal dos alunos do curso de odontologia, ato que os alunos são direcionados a fazer nas outras pessoas desde o primeiro semestre, porém muitas vezes não se perguntam como está a própria saúde bucal. Trata-se de um grupo com diferentes níveis de conhecimento em relação à saúde bucal, levando em consideração que alunos do primeiro semestre têm uma bagagem de conhecimento específico, inúmeras vezes inferior aos alunos dos últimos semestres. Até que ponto o conhecimento influencia no cuidado e na preocupação com a própria saúde bucal. Como já citado, foram selecionados dois questionários para a presente pesquisa, o Oral Health Impact Profile-14 (OHIP-14), e o Psychosocial Impact of Dental Aesthetics Questionnaire (PIDAQ). Os alunos foram separados pelos semestres, conforme já descrito, em 4 grupos distintos. Durante a separação dos grupos, foi notado que as salas do 7º e do 9º semestres eram muito menores quando comparados com os outros semestres, aproximadamente a metade de integrantes, em razão a isto, para que as amostras ficassem mais homogêneas, a alternativa que pareceu mais cabível, foi a junção das duas turmas, que mesmo assim ficou com um número menor de alunos participantes, mas se aproximou mais dos outros grupos,

36 evitando uma discrepância maior, lembrando que as turmas que foram agrupadas são dos últimos semestre, apresentando uma realidade e bagagem acadêmica bem semelhantes. Os critérios de inclusão e exclusão foram determinados de acordo com a realidade da presente pesquisa, levando em consideração que a maior população universitária se dá por adultos jovens, obtivemos por informações vindas de definições da que estes se restringiam a adultos entre 18 e 30 anos (KLAGES et al., 2006), levando em consideração que pessoas que entram na universidade com menos de 18 anos, trata-se de alunos precoces, que são minoria, e que após os 30 anos, muitas vezes, o adulto já está em sua segunda graduação, ou até mesmo já trabalha na área, apresentando uma perspectiva de vida diferenciada. Para a aplicação do OHIP, não existiam limitações, porém o PIDAQ exigia que os indivíduos fossem compostos por adultos jovens, por isso o presente estudo avaliou apenas alunos de 18 a 30 anos. Os alunos de outros cursos foram excluídos, pois o intuito da pesquisa é determinar a qualidade de vida apenas dos alunos de odontologia, e os portadores de patologias não tratadas foram excluídos por se tratar de um estudo com participantes saudáveis, pois a patologia pode ser um precursor na piora na qualidade de vida, sem ter relação com a universidade. O questionário OHIP-14 avalia como problemas como os dentes ou a cavidade oral podem causar problemas na vida diária dos indivíduos. Para a análise do OHIP14, as respostas ordinais foram graduadas de 0 a 4, sendo 0 correspondente a nunca e o 4 sempre. Após aplicado o questionário, todas as respostas foram somadas, sendo que o valor final poderia variar de 0 a 56. Quanto maior o escore, maior o impacto sobre a saúde oral do indivíduo (OLIVEIRA e NADANOVSKY, 2005). No presente estudo, o resultado do questionário OHIP-14, quando comparados os 4 grupos foi o seguinte: o grupo 3 apresentando melhor qualidade de vida relacionada a saúde bucal, seguido do grupo 4, após o grupo 1, sendo que o grupo 2 apresentou os maiores escores, significando o grupo com mais problemas bucais, ou seja o grupo com pior qualidade de vida relacionada a saúde bucal, sendo que este estudo foi estatisticamente significante. Feu et al (2008), realizaram uma pesquisa para saber qual a percepção dos indivíduos quanto aos seus problemas bucais, de estética e oclusão. Utilizando uma amostra com 325 adolescentes sendo que 201 procuraram tratamento ortodôntico, e 124 não. Utilizando o OHIP-14 para avaliar a necessidade de tratamento ortodôntico, concluiu-se que os indivíduos que procuraram tratamento ortodôntico apresentaram más oclusões mais graves, pior impacto