AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO PELO MÉTODO DE INFILTRÔMETRO DE ANÉIS

Documentos relacionados
VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA EM ÁREAS COM DIFERENTES USOS E MANEJOS

VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DE ÁGUA EM LATOSSOLO VERMELHO- AMARELO DISTRÓFICO SOB DIFERENTES CULTIVOS

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO E INFILTRAÇÃO ACUMULADA EM SOLO SEM COBERTURA VEGETAL, UTILIZANDO ANÉIS CONCÊNTRICOS

Ruana Aretha Farias Santiago Beckman 1 *; Lucas Sodré do Amaral Fernandes 2 ; Ramon Luis Vilhena Nascimento 3 ;Maurício Castro da Costa 4

INFILTRATION SPEED BY THE METHOD OF CONCENTRIC RINGS IN DISTROPHIC RED LATOSOL WITH AND WITHOUT VEGETABLE COVERAGE

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DO ANEL DETERMINATION OF THE SPEED OF INFILTRATION METHOD INFILTROMETER RING

OTIMIZAÇÃO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS EM LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO, ASSOCIADAS A COBERTURA VEGETAL.

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO PELO MÉTODO DE INFILTRÔMETRO DE ANEL

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO ARENOSO E ARGILOSO UTILIZANDO O MÉTODO DE ANEL SIMPLES NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA - PA.

Avaliação da infiltração de água no solo pelo método de infiltrômetro de anel no agreste alagoano

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE ANEL EM SOLO ARENOSO NO MUNICÍPIO DE CODÓ- MA

DETERMINAÇÃO DA INFILTRAÇÃO E VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO

ANÁLISE DA CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA EM UM ARGISSOLO VERMELHO AMARELO NO CULTIVO DE MILHO E COBERTURA DE MILHETO

DESEMPENHO DO MÉTODO DAS PESAGENS EM GARRAFA PET PARA A DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO UNIDADE PRODUTIVA DE GOIABA IFCE 1

ANÁLISE DA CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA EM UM ARGISSOLO VERMELHO AMARELO NO CULTIVO DE MILHO E COBERTURA DE CROTALÁRIA

DETERMINATION OF WATER INFILTRATION GROUND SPEED IN PLANTING SYSTEMS DIRECT AND CONVENTIONAL

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA EM ÁREAS CULTIVADAS SOB REGIME DE IRRIGAÇÃO

AVALIAÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA ESCOADO EM DIFERENTES DECLIVES SOB CHUVA SIMULADA 1

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA DA ÁGUA NO NEOSSOLO POR MEIO DE ANÉIS DE CONCÊNTRICOS NA ÁREA EXPERIMENTAL DA UFS

Estimativa da infiltração de água no solo através de pedofunções em área de floresta plantada

VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DO CULTIVO DO TOMATEIRO IRRIGADO *

Padrão: água pura isenta de sais, submetida a condições normais de pressão (pressão relativa = 0) e sobre a superfície do solo.

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO EM AGROECOSSISTEMAS NA PROPRIEDADE PIRACICABA, UPANEMA-RN

INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO

AVALIAÇÃO DO MANEJO DE IRRIGAÇÃO NA CULTURA DA ATEMOIA (ANNONA SSP.) NO MUNICÍPIO DE IGUATU-CE

ESTIMATIVA DA PRECIPITAÇÃO EFETIVA PARA A REGIÃO DO MUNICÍPIO DE IBOTIRAMA, BA Apresentação: Pôster

HIDROLOGIA INFILTRAÇÃO

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO PELO MÉTODO DO INFILTRÔMETRO DE ANEL NA ÁREA EXPERIMENTAL DO IFMA CAMPUS CODÓ - MA. Apresentação: Pôster

6 - Infiltração. Diâmetro (mm) 0,0002 a 0,002 0,002 a 0,02. 0,02 a 0,2 Areia fina 0,2 a 2,0 Areia grossa

MUDANÇAS DA TEMPERATURA E PODER DE INFILTRAÇÃO DO SOLO NA FAZENDA OLHO D ÁGUA/AMERICANO-PA.

Uso do balanço hídrico simplificado em sistemas de conservação em um solo classificado como Argissolo Vermelho Amarelo

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM IRRIGAÇÃO E DRENAGEM

CULTIVATION OF CUSTOMS CRESPA IN THE FUNCTION OF DIFFERENT WATER LEVELS

ANÁLISE DE POSSÍVEL VULNERABILIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA DA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE BENEVIDES NO ESTADO DO PARÁ.

Um Estudo Preliminar Sobre a Infiltrabilidade Vertical de Alguns Solos da Cidade de Salvador-BA

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O ALHO IRRIGADO

Var. Mar. Mar = massa de ar Var = volume de ar Ma = massa de água Va = volume de água Ms = massa de sólidos Vv = volume de poros (vazios) = Var + Va

AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO POR MEIO DE ANÉIS CONCENTRICOS: TESTANDO UM PROTÓTIPO DE MENOR DIÂMETRO

HIDROLOGIA AULA 06 e semestre - Engenharia Civil INFILTRAÇÃO. Profª. Priscila Pini

CURVA DE RETENÇÃO DE ÁGUA NO SOLO NO MUNICÍPIO DE PARICONHA NO SEMIÁRIDO ALAGOANO

Avaliação de uniformidades de distribuição de água em um sistema fechado de irrigação

Determinação da umidade de solo argiloso pelo método do forno de micro-ondas

VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA DA ÁGUA SOB DIFERENTES USOS DO SOLO VELOCITY OF WATER INFILTRATION UNDER DIFFERENT SOIL USES

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DEPARTAMENTO DE PESQUISA

APOSTILA DE EXERCÍCIOS PARTE I

INFILTRÔMETRO DE CARGA CONSTANTE NA DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES HIDROLÓGICAS DO SOLO

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Infiltração e água no solo. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

COMPORTAMENTO DA TAXA DE INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO EM ÁREA DE FLORESTA TROPICAL.

Erosão potencial laminar hídrica sob três formas de cultivo no município de Coronel Pacheco, Minas Gerais, Brasil

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃO ANTES E APÓS A COLHEITA DO MILHO (Zea mays L.) CULTIVADO EM SOLO HIDROMÓRFICO 1

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇAO EM MANEJO DE SOLO E ÁGUA

DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DO MAMOEIRO SUNRISE SOLO IRRIGADO POR MICROASPERSÃO

RESPOSTA DO MILHO A NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DE ÁGUA NO SOLO E DOSES DE CÁLCIO*

Cap. 5. PDF created with pdffactory trial version Generalidades

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM. Prof. Fernando Campos Mendonça. Aula 11 Drenagem Subterrânea

CAPÍTULO 5. INFILTRAÇÃO

CARACTERÍSTICAS DE INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NOS SOLOS AGRICULTÁVEIS DO LITORAL OESTE CEARENSE

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

EFEITO DA ADUBAÇÃO BORATADA NO DESEMPENHO PRODUTIVO DE GIRASSOL

Variabilidade espacial da produtividade de milho cultivado em um LATOSSOLO VERMELHO

BALANÇO DE ÁGUA NO SOLO EM CULTIVO DE MILHO IRRIGADO

Resistência à penetração do solo em plantio de castanha dobrasil(bertholletia excelsa Bonpl.) em Machadinho d Oeste, RO

EVOLUÇÃO DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA, EM DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL

PROGRAMA ANALÍTICO DE DISCIPLINA

INFLUÊNCIA DE BORDADURA NAS LATERAIS E NAS EXTREMIDADES DE FILEIRAS DE MILHO NA PRECISÃO EXPERIMENTAL 1

IRRIGAÇÃO POR GOTEJO EM MORANGO*

CORRELAÇÕES ESPACIAIS DE CONDUTIVIDADE HIDRAULICA E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA EM UM NITOSSOLO.

XXII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS 26 de novembro a 01 de dezembro de 2017 Florianópolis- SC

UNIFORMIDADE DE APLICAÇÃO DE ÁGUA E EFICIENCIA DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO EM ÁREA CULTIVADA COM MELANCIA

PRODUTIVIDADE DA BATATA, VARIEDADE ASTERIX, EM RESPOSTA A DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ-SC

REGIÃO DE PELOTAS-RS 1. INTRODUÇÃO

SISTEMA DE CULTIVO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-HÍDRICAS EM LATOSSOLO DISTROCOESO SOB CERRADO NO MARANHÃO (1)

Desempenho Operacional de Máquinas Agrícolas na Implantação da Cultura do Sorgo Forrageiro

AVALIAÇÃO DA UNIFORMIDADE EM UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAENTO EM CAMPO COM A CULTURA DO MILHO E FAVA. Apresentação: Pôster

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM DOIS VIZINHOS/PR

TEORES DE AMIDO EM GENÓTIPOS DE BATATA-DOCE EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO POTÁSSICA

Ciclo Hidrológico AUGUSTO HEINE

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA- PESCA E AQUICULTURA FUNDAÇÃO AGRISUS RELATÓRIO PARCIAL-01/10/2016

EFICIÊNCIA E UNIFORMIDADE DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO NA CULTURA DO MILHO (Zea mays).

Redistribuição da água em Latossolo Amarelo Distrocoeso de Tabuleiro Costeiro totalmente exposto (1).

Avaliação da eficiência do sistema de pivô central e sua uniformidade de aplicação de lâmina d água

EFFICIENCY OF WATER APPLICATION IN A DRIP IRRIGATION SYSTEM

verificar a progressão da voçoroca. Nessa ocasião percebe-se um avanço de 30 centímetros da

ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO COENTRO EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE NA LÂMINA DE IRRIGAÇÃO

CRESCIMENTO DA CULTURA DO PINHÃO MANSO EM DIFERENTES DENSIDADES DE PLANTAS.

Caraterísticas agronômicas de híbridos experimentais e comerciais de milho em diferentes densidades populacionais.

1. DEFINIÇÕES 1. DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DA ÁGUA

CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DA MAMONEIRA FERTIRRIGADA EM MOSSORÓ RN

Manejo da adubação nitrogenada na cultura do milho

COEFICIENTES DE CULTURA PARA O TOMATEIRO IRRIGADO *

DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁGUA DE SOLO PELO MÉTODO DA FRIGIDEIRA EM UM LATOSSOLO VERMELHO ESCURO

COMPARAÇÃO DOS MÉTODOS DE ESTIMATIVA DE ETc PARA O FEIJÃO- COMUM EM UNAÍ - MG

ADAPTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE PROCEDIMENTO SIMPLIFICADO PARA DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO PARA FINS DE IRRIGAÇÃO DE HORTALIÇAS

Termos para indexação: nitrogênio, matéria seca, Brachiaria decumbens, recuperação, acúmulo

AVALIAÇÃO DOS COEFICIENTES DE UNIFORMIDADE E EFICIÊNCIA DE APLICAÇÃO EM UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO LOCALIZADO POR GOTEJAMENTO

AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA ÁGUA NO SOLO SOB DIFERENTES METODOLOGIAS

Transcrição:

AVALIAÇÃO DA INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO PELO MÉTODO DE INFILTRÔMETRO DE ANÉIS P. M. R. Santos 1, A. P. C Silva 2, J. J. G. Silva 3, M. A. L. Santos 4 RESUMO: Avaliar a velocidade de infiltração de um solo do tipo Argissolo em duas condições: um solo com cobertura e outro sem cobertura na zona rural de São Sebastião, Agreste de Alagoas. Para determinar a infiltração de água no solo, foi utilizado o método do infiltrômetro de anéis. É um método considerado simples, composto por um anel metálico maior, com 50 cm de diâmetro e 30 cm de altura e um anel menor, com 25 cm de diâmetro e 30 cm de altura, cravados ao solo de maneira concêntrica. Verificou-se que o solo com cobertura vegetal teve a infiltração acumulada (Ia) e a velocidade de infiltração (VI) maior que o solo sem cobertura vegetal. PALAVRAS-CHAVE: Infiltração, Argissolo, Irrigação. EVALUATION OF WATER INFILTRATION IN SOIL BY RING INFILTROMETER METHOD ABSTRACT: To evaluate the velocity of infiltration of a soil of the Argisol type in two conditions: a soil with cover and another without cover in the rural area of São Sebastião, agreste of Alagoas. In order to determine the infiltration of water into the soil, the ring infiltrator method was used. It is a simple method, composed of a larger metal ring, 50 cm in diameter and 30 cm in height and a smaller ring, 25 cm in diameter and 30 cm in height, grounded in a concentric manner. It was verified that the soil with vegetal cover had the accumulated infiltration (Ia) and the velocity of infiltration (VI) greater than the soil without vegetal cover. KEYWORDS: Infiltration, Argisol, Irrigation. INTRODUÇÃO 1 Acadêmico de Engenharia Agronômica, UFAL, CEP: 57275-000, São Sebastião, AL, Fone(82) 996197217. E-mail: paulomattheus2@gmail.com 2 Acadêmico de Engenharia Agronômica, UFAL, Arapiraca, AL 3 Acadêmico de Engenharia Agronômica, UFAL, Arapiraca, AL. 4 Doutor, Pesquisador da UFAL, departamento de Irrigação e Drenagem, Arapiraca, A

P. M. R. Santos et al. Saber o quanto que um solo tem de capacidade para infiltrar tem grande importância para a hidrologia e para a engenharia de água e solo. Em um contexto simplificado, a infiltração é um processo desacelerado. Inicia-se em uma rápida velocidade a qual vai diminuindo gradativamente com o tempo até atingir um determinado nível constante. Essa desaceleração é em função do decrescimento do gradiente potencial total da água no solo na superfície. Depois de um determinado tempo, quando o gradiente tende a uma estabilidade, a velocidade torna-se praticamente constante. Esta velocidade em tempos muito longos, converge para o valor da condutividade hidráulica saturada do solo superficial (PHILIP, 1957; KUNZE e KAR-KURI, 1983; REICHARDT, 1990). Segundo PRUSKI et al., 1997, a infiltração da água no solo deve ser determinada por métodos simples e capazes de representar, adequadamente, as condições em que se encontra o solo. De acordo com os princípios utilizados, os métodos são bastante diferenciados em forma, teoria e aplicação, sendo considerados os mais simples aqueles que envolvem o princípio de inundação e, dentre estes, se destaca o do infiltrômetro de duplo anel. KATCHINSKY (1934), citado por FRANCO (1980), foi o primeiro a sugerir o uso de duplo-cilindros para determinação da infiltração da água nos solos, o mesmo é constituído por dois pequenos cilindros, aos quais são cravados no solo. É um método considerado simples, de fácil manuseio no campo, além de oferecer menores possibilidades de erro amostral. Porém, segundo PARR e BERTRAND (1960) e GHILDYAL e TRIPATHI (1987), apresenta significativas limitações como, por exemplo, a perturbação provocada na superfície do terreno, ao tempo em que os cilindros são cravados, pois eles causam um certo grau de deformação nas condições naturais da estrutura do solo, quebrando ou compactando o terreno, podendo causar grande variação na taxa de infiltração entre as diversas repetições feitas. Quanto à análise de solo, é vista como a única forma que nos permite conhecer, antes do plantio, a capacidade que um determinado solo tem para fornecer nutrientes para as plantas. É o método mais simples, econômico e eficiente para diagnosticar a fertilidade das terras e constitui base imprescindível para a recomendação de quantidades adequadas de corretivos e fertilizantes a fim de aumentar a produtividade das culturas e, como consequência a produção e a lucratividade das lavouras. (FURTINI NETO et al., 2001) O objetivo do trabalho foi avaliar a velocidade de infiltração de um solo do tipo argissolo amarelo em duas condições: um solo com cobertura e outro sem cobertura. Foram realizadas análises do solo em ambas as condições, determinando assim, suas condições químicas, físicas e hídricas.

IV INOVAGRI International Meeting, 2017 MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido na chácara dois irmãos, situada na Estrada Alto Bela Vista, em São Sebastião, AL, no dia 17 de julho de 2016, com as seguintes coordenadas geográficas: 9 56 51.0 de latitude Sul, 36 32 30.9 de longitude Oeste do meridiano de Greenwich e 233 metros de altitude, com o solo plano e uma boa drenagem. Segundo a classificação de Köppen o clima é do tipo tropical quente e úmido. O cultivo anteriormente cultivada no local do experimento foi a cultura do milho (Zea mays), o solo foi classificado como argissolo amarelo, segundo (EMBRAPA SOLOS). As características químicas na profundidade de 0-20 cm foi apresentadas na Tabela 1. Tabela 1: Resultado da análise química do solo realizada antes da instalação do experimento no município de São Sebastião, Alagoas. Para determina a infiltração de água no solo, foi utilizado o método do infiltrômetro de anéis concêntricos, composto por um anel metálico maior, com 50 cm de diâmetro e 30 cm de altura e um anel menor, com 25 cm de diâmetro e 30 cm de altura, cravados ao solo de maneira concêntrica, de acordo com a metodologia de BERNARDO et al. (2006). Primeiramente foi feita a limpeza superficial do solo, onde logo após cravou-se no solo os cilindros externo e interno (Figura 1A), em seguida foi colocado um filme plástico para evitar a infiltração da água no solo antes da realização da leitura inicial (Figura 1B). Inicialmente colocou-se água no cilindro interno e depois no externo (Figura 1C), as leituras foram realizadas somente no cilindro interno (Figura 1D), pois o externo foi utilizado apenas para que fosse neutralizado o efeito da infiltração lateral. Figura 1. Cravação dos anéis no solo (A), ajustamento do filme plástico para evitar a infiltração da água no solo antes da realização das leituras (B), adição da água ao anel interno (D), realização das leituras (D).

P. M. R. Santos et al. As análise de infiltração foram obtidas através do anel interno, o anel externo tem como utilidade impedir a infiltração da água no sentido lateral do solo. Após a colocação dos anéis, enterrando-os no solo até aproximadamente metade de sua altura, onde foi feito o alinhamento dos dois anéis, o anel interno foi revestido com um plástico, colocando-se água no mesmo, e adicionando ao mesmo tempo água também ao anel externo. Logo após, foi Retirado plástico do anel interno, e com uma régua adicionada dentro do anel, acompanhou se a infiltração vertical, a cada 5 centímetro de água infiltrada, era contabilizado o tempo com o auxilio de um cronômetro, esse tempo foi aumentando com o acumulo de água no solo. Todo esse processo foi realizado também com o solo que possuía cobertura vegetal, a fim de comparar as duas situações (Figura 2). Figura 2. Cravação dos anéis no solo (A), adição da água ao anel interno (B), retirada do plástico (C), realização das leituras (D). A determinação da infiltração acumulada (Ia) e da velocidade de infiltração (VI) do solo pelo método do infiltrômetro de anel foram obtidas pelo Excel: Infiltração Acumulada (Ia): Ia = Diferença Atual + Diferença Anterior Velocidade de infiltração (VI): VI = (Ia/ Tempo) x 60 Por fim foi coletadas amostra de solo nas duas situações, para se avaliada o acumulo de água existente tanto no solo sem cobertura vegetal (Figura3), como no solo com cobertura vegetal.

IV INOVAGRI International Meeting, 2017 Figura 3. Coleta do solo sem cobertura vegetal (A), coleta do solo com cobertura vegetal (B), pesagem do solo nas duas situações (C), as amostra foram levadas para estufas para secagem (D), pesagem do solo seco nas duas situações (E). RESULTADOS E DISCURSSÃO Neste trabalho o solo foi avaliado em duas situações: sem cobertura (Tabela 2) e com cobertura vegetal (Tabela 3) e para determinar a infiltração acumulada e a velocidade de infiltração do solo pelo método do infiltrômetro de anel, foram utilizados alguns dados, como pode ser observado nas seguintes tabelas. Tabela 2. Dados necessários para determinação da Infiltração acumulada e Velocidade de Infiltração do solo sem cobertura. *Infiltração acumulada = (D + IA anterior) Velocidade de infiltração = ((IA/ TA)* 60))

Infiltração (cm) P. M. R. Santos et al. Tabela 3. Dados necessários para determinação da Infiltração acumulada e Velocidade de Infiltração do solo com cobertura vegetal. *Infiltração acumulada = (D + IA anterior) Velocidade de infiltração = ((IA/ TA)* 60)) Estes dados foram obtidos em campo, e a partir destes foram elaborados os gráficos de Infiltração acumulada do solo sem cobertura (Figura 4) e de Velocidade de Infiltração do solo sem cobertura (Figura 5). Verificou-se que ao decorrer do tempo a infiltração acumulada (Ia) aumenta. 10 Figura 4. Infiltração Acumulada do solo sem cobertura 8 6 4 2 Infiltração Acumulada (IA) (cm/h) 0 0 8 15 24 34 44 54 65 76 87 98 11 122 133 145 157 Tempo (minutos) A velocidade de infiltração (VI) aumenta quando o tempo está entre 8 e 10 minutos, chegando a atingir 16,5 cm/h, isso deve ter ocorrido devido as condições de umidade do solo, logo em seguida a VI diminui, até o valor se aproximar de uma constante de aproximadamente 3,7 cm/h (Figura 5).

Infiltração (cm/h Velocidade de Infiltração (cm/h) IV INOVAGRI International Meeting, 2017 Figura 5. Velocidade de Infiltração do solo sem cobertura 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 0 8 15 24 34 44 54 65 76 87 98 11 122 133 145 157 Tempo (minutos) Velocidade de Infiltração (VI) (cm/h) Esse evento pode já foi observado por Bernardo (1989) e Reichardt (1990), estes afirmam que a velocidade de infiltração de água no solo inicialmente é alta diminui gradativamente até chegar a uma constante que neste caso foi aproximadamente 3,7 cm/h (ou 37 mm/h) chamado de VIB. Este valor permite classificá-lo em um solo de VIB muito alta de acordo com classificação de BERNARDO et al. (2008) que consideram a VIB muito alta quando o valor é > 30 mm h- 1. A infiltração acumulada (IA) (Figura 6) e Velocidade de Infiltração (VI) (Figura 7) do solo com cobertura, teve um desempenho semelhante ao com solo sem cobertura. Figura 6. Infiltração acumulada do solo com cobertura vegetal 12 10 8 6 4 2 0 0 12 21 30 39 49 60 71 83 95 108 122 136 150 164 Tempo (minutos) Durante o teste a IA aumentou, entre 30 e 40 minutos permanece quase constante com infiltração entre 5,7-5,9 cm/h, mas nos minutos seguintes a IA aumenta novamente, chegando a atingir 11,1cm/h. Pode-se destacar que a infiltração acumulada nesta situação foi maior (11,1cm/h) quando comparada com solo sem cobertura (8,63 cm/h)

Velociade de infiltração (cm/m) P. M. R. Santos et al. Figura7. Velocidade de Infiltração do solo com cobertura vegetal 30 25 20 15 10 5 0 0 12 21 30 39 49 60 71 83 95 108 122 136 150 164 Tempo (minutos) A VI do solo com cobertura vegetal teve um comportamento semelhante ao do sem cobertura, com pequenas diferenças: a velocidade máxima foi de 24,7 cm/h e foi obtida aos 12 minutos após o início do teste, e foi diminuído até chegar a uma constante de aproximadamente 4,4 cm/h (ou 44 mm/h) este valor é considerado como a velocidade básica de infiltração (VIB) que é classificada como muito alta, segundo a classificação de BERNARDO et al. (2008). Quanto à amostra, depois de feita a pesagem de todas (Tabela 4), foi gerado uma média de cada situação, onde se obteve que o solo com cobertura retém mais água que o solo sem cobertura (Tabela 5). Tabela 4: Pesagem dos solos nas duas situações (A1= Amostra úmida, A2=Amostra seca). Solo sem cobertura Solo com cobertura A1(úmida) A2(seca) A1(úmida) A2(seca) 109,02 99,45 134,76 122,80 112.88 101,520 135,65 126,60 108,32 95,350 130,02 120,94 Tabela 5: Média das pesagens. MÉDIA Profundidade Massa Úmida do Solo (g) Massa Seca do Solo (g) Solo sem cobertura 0-20 cm 108,67 98,77 Solo com cobertura 0-20 cm 133,48 123,45 Portanto foi observado que para os parâmetros de Infiltração Acumulada e Velocidade de Infiltração o solo com cobertura teve resultados maiores, o que pode ser explicado pela presença do sistema radicular que facilita a infiltração da água no solo, devido os caminhos formados pelas raízes, possibilitando uma maior velocidade de infiltração.

IV INOVAGRI International Meeting, 2017 CONCLUSÃO Conclui-se que a parti de todas as avaliações feitas, tanto físicas, hídricas e químicas, o solo com cobertura vegetal teve a infiltração acumulada (Ia) e a velocidade de infiltração (VI) maior que o solo sem cobertura vegetal, pois a presença do sistema radicular facilita a infiltração da água no solo possibilitando uma maior velocidade de infiltração e também um maior acumulo de água. REFERÊNCIAS BERNARDO, S; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8. Ed. Atual. e Ampl. Viçosa: UFV, 2006. 625p BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8. ed. Atual. e Ampl. Viçosa: UFV, 2008. 625 p. EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Brasília: Embrapa SPI, 2006. 306p FRANCO, M.R., 1980. Estudos de Correlação entre Determinações da Capacidade de Infiltração de Solos, com Auxílio de um Simulador-de-chuva-infiltrômetro e, Infiltrômetro de Anéis Concêntricos. Dissertação de Mestrado, USP, Piracicaba, SP. FURTINI NETO, A. E.; VALE, F. R.; RESENDE, A. V.; GUILHERME, L. R. G.; GUEDES, G.A.A. Fertilidade do solo. 2001. 252f. Trabalho de conclusão de curso (Especialização em Solos e Meio Ambiente) Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão, Universidade Federal de Lavras, Lavras. GHILDYAL, B.P.; TRIPATHI, R.P., 1987. Soil Physics. New York: John Wiley & Sons, 656. PARR, J.F.; BERTRAND, A.R., 1960. Water Infiltration into Soils. Advances in Agronomy, San Diego, v. 12, p. 311-363. PHILIP, J.R., 1957. The Theory of Infiltration: 1. The Infiltration Equation and Its Solution. Soil Science, Baltimore, v. 83, p. 345-357. PRUSKI, F.F; VENDRAME, V.; OLIVEIRA, E.F.; et al., 1997. Infiltração de Água no Solo. (Caderno didático,25) 26p. REICHARDT, K., 1990. A água em Sistemas Agrícolas. 1 Ed., Manole, São Paulo, 188 pp.