IMPÉRIO BIZANTINO Prof. Filipe Viana da Silva
1. ORIGENS DE CONSTANTINOPLA Imperador Constantino escolhe a região de Bizâncio para construir a sede da Nova Roma; Situado em Trácia, região entre Europa e Ásia, junto ao Mar Negro e ao Mediterrâneo Oriental; Excelente posição geográfica, sendo em pouco tempo uma potência marítima e continental; Constantino trouxe arquitetos, artesãos e valiosas obras de arte das mais diversas regiões do Império Romano; Esplendor de uma cidade.
CONSTANTINOPLA
Inaugurada em 11 de maio de 330, Constantinopla foi produto da fusão de elementos latinos, gregos, orientais e cristãos.; População heterogênea, composta de maioria grega ou de habitantes helenizados, além de imigrantes; Língua grega e religião cristã constituíam a união dessa cidade, por volta do século V, devia atingir cerca de 1 milhão de pessoas.
DIVISÃO DO IMPÉRIO ROMANO EM 395 O imperador Teodósio, dividiu o Império Romano entre seus dois filhos: Honório ficou com o ocidente, e Arcádio, com o Oriente. De início divisão administrativa e não política, porém, com ao constante pressão dos povos bárbaros, acelerou a decadência do Ocidente, tornando uma divisão permanente. O Império do Oriente contava com Constantinopla e suas fronteiras iam dos Balcãs à Ásia Menor e dali ao norte da África e parte da Arábia.
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS
POLÍTICA Despotismo dos imperadores de Roma, evidenciado no poder ilimitado do soberano sobre todos os setores da vida nacional. Controle do poder temporal e espiritual, subordinando a Igreja ao Estado, o que ficou conhecido como cesaropapismo.
ECONOMIA Essencialmente agrícola e de bases escravistas; Centros comerciais: Antioquia (Síria), Alexandria (Egito) e a própria Constantinopla. Controle do Estado desestimulava investimentos particulares;
RELIGIÃO O Império Romano do Oriente, prevaleceu a cultura helênica sobre a latina (exceto no campo jurídico); Os bizantinos herdaram dos gregos o interesse por discussões teóricas, não mais ligadas à filosofia pura, mas a questões religiosas, às vezes de pouca importância; Nos primeiros séculos a religião cristã mostrou certas divergências interpretativas; Constantino convocou o Concílio de Niceia (325) com o objetivo de uniformizar a doutrina; Consolidou um corpo doutrinário, qualificando as divergências como heresias.
HERESIAS As heresias encontram adeptos fervorosos no Império Bizantino;
ARIANISMO Doutrina do bispo de Ário, de Alexandria (280-338), segundo a qual era Cristo uma criatura de natureza puramente humana.
NESTORIANISMO Defendida pelo patriarca de Constantinopla Nestório; Sustentava que se deveriam distinguir em Cristo duas naturezas: a humana e a divina; Cristo ora era homem, ora era Deus.
MONOFISISMO Doutrina que admitiam em Jesus Cristo uma só natureza; a divina.
3. JUSTINIANO (527-565): O APOGEU DO IMPÉRIO Petrus Sabatus era filho de camponeses e sobrinho do imperador bizantino Justino I; Em 502, foi levado para a Corte, sendo preparado para dar sequência à dinastia Justiniana, uma vez que o Imperador não tinha filhos; Recebeu uma educação esmerada e o aristocrático nome de Flavius Justinianus, assumindo o trono em 527; Durante seu governo controlou a diplomacia, as finanças, as leis, negócios militares, cercando-se de uma autoridade absoluta e dando ao seu poder um caráter quase sagrado;
O governo de Justiniano está diretamente associado à importância que teve sua esposa Teodora, uma das mulheres mais interessantes e mais bem dotadas da história bizantina; Apesar de sua origem humilde, filha de um domador de ursos, soube exercer profunda influência nos assuntos do Estado e nas decisões do imperador.
A OBRA LEGISLATIVA A carreira de Justiniano, como legislador, iniciou-se logo após ter assumido o trono; Resolveu fazer uma revisão e uma codificação do Direito existente para que servisse como base legal para o seu governo; Redigida por uma comissão de juristas presidida por Triboniano, a Corpus Juris Civilis, contém quase 2.000 anos de jurisprudência romana; Atender o Império Bizantino, porém estendeu-se para o Ocidente; Nos dias atuais, serve como modelo para as nações europeias e para América Latina.
A RECONQUISTA DO OCIDENTE A política externa defendida por Justiniano consistia em restaurar as antigas fronteiras do Império Romano por meio de guerras ofensivas; O imperador estabeleceu uma paz perpétua com os persas, seus antigos inimigos do lado oriental; O expansionismo teve início com a reconquista da África, sob o domínio do vândalos; Seu êxito deveu-se por dois motivos: eficiência militar e à crise política em que se encontrava o reino bárbaro, dividido em duas facções religiosas: o arianismo e o cristianismo.
A relativa facilidade na conquista africana estimulou Justiniano a investir contra os ostrogodos, na Itália; As divisões políticas existentes no Reino Ostrogótico favoreceram a vitória dos exércitos bizantinos, comandados pelos generais Belisário e Narses; Fundou-se na Itália, o Exarcado de Ravena, centro das decisões bizantinas na Península Itálica; Mais tarde, os exércitos bizantinos conquistaram a Espanha meridional aos visigodos;
O império Bizantino chegava ao limite máximo de sua expansão geográfica e militar; Após a morte do grande imperador, as regiões conquistadas na África e na Espanha caíram sob o domínio dos árabes, que também conquistaram o Egito, a Síria, a Palestina e a Mesopotâmia; Era o fim do sono de reconstrução do Império Romano;
REVOLTA NIKA No início de seu reinado, Justiniano esteve a ponto de ser deposto por uma sublevação; Em 532, o imperador encontrava-se no hipódromo, onde, segundo o costume, os espectadores que acompanhavam as corridas de cavalos torciam para a equipe azul ou então para equipe verde; A primeira equipe estava ligada aos católicos ortodoxos, ligados a aristocracia fundiária, e a segunda, os monofisistas, representando os interesses dos artesãos e dos comerciantes;
Justiniano apoiava os azuis, e os partidários verdes estavam perturbavam os jogos com seus gritos; Ao final, Justiniano, irritado, chamava-os de bêbados, estes por sua vez, revidavam, xingando-o de asno, ignorante e idólatra; A polícia prendeu alguns, porém seus companheiros os libertaram e, a partir daí, azuis e verdes se uniram contra o imperador; Logo uma parte da cidade sublevou-se; Durou cinco dias e os sediciosos proclamaram um novo imperador ao grito de Nika, que em grego, significa vitória, acusando o governo vigente de ilegítimo;
Justiniano temeu enfrentar a multidão e muitos de seus conselheiros lhe sugeriram fugir; Teodora, no entanto, interferiu: Quem recebeu a vida não a recebeu senão para perdê-la, porém, quem foi investido do poder soberano não deve sobreviver à sua perda ; Justiniano, envergonhando de sua fraqueza, ordenou ao general Belisário que reprimisse a revolta, Com as tropas na rua, cerca de 30 mil foram mortos e a rebelião sufocada;
DECADÊNCIA E FIM DO IMPÉRIO A morte de Justiniano (562) foi festejada pela população de Constantinopla, que esperava, um período de paz e diminuição da excessiva carga tributária; Seus sucessores enfrentaram dificuldades na condução da administração, e assim o império bizantino entra em um lento processo de decadência;
MOVIMENTO ICONOCLASTA Ocorreu durante o Império Bizantino nos séculos VIII e IX, e representou um dos mais importantes conflitos políticoreligiosos contra a veneração, contemplação ou adoração de ícones e imagens de cunho religioso. O imperador proibiu a representação e o culto às imagens agradadas, ordenando sua destruição, oque provocou forte reação da população e do papado romano.
QUEDA DE CONSTANTINOPLA Além das crises de ordem interna, o Império continuava a sofrer ameaças em suas fronteiras; A crise agravou-se com o surgimento das republicas mercantis italianas que disputavam com Constantinopla o monopólio do comércio mediterrâneo; A fragilidade política permitiu uma quase completa autonomia da grandes propriedades, fragmentando cada vez mais o poder central; A invasão de Constantinopla pelos turcos otomanos, em 1453, pondo fim ao Império Romano do Oriente.
CONSTANTINOPLA
5. CRONOLOGIA 395 Divisão do Império Romano 527-565 Governo de Justiniano 532 Revolta de Nika 730-843 Movimento Iconoclasta 1054 Cisma do Oriente 1453 Queda de Constantinopla.