Econom ico. corrupção. Brasil. Orçamento. impositivo é. porta aberta para a. Presidente indicada está sob pressão. Genoino pede prisão domiciliar



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Brasil Econom ico INDICADORES Ações da Ibovespa (em pontos) 53.451 52.623 52.230 52.248 51.804 www.brasileconomico.com.br 07/11 11/11 12/11 13/11 14/11 Glaucio Dettmar PUBLISHER RAMIRO ALVES. CHEFE DE REDAÇÃO OCTÁVIO COSTA. EDITORA CHEFE SONIA SOARES. EDITORA CHEFE (SP) ADRIANA TEIXEIRA. SEGUNDA-FEIRA 18 DE NOVEMBRO DE 2013. ANO 5. Nº 1.061. R$ 3,00 O economista Gil Castello Branco, criador da ONG Contas Abertas, alerta para o risco da lei que torna compulsória a liberação das emendas do Congresso: Agora, o parlamentar tem um valor de R$ 13 milhões nas mãos. O financiador de campanha sabe que, se ele propuser projetos nesse valor, os recursos serão liberados. Ele ressalta que está se referindo a deputados e empresários mal-intencionados. O risco de desvios e de relação promíscua aumenta. Vai afetar gravemente as contas do país? Não. P4a7 FED E JUROS Presidente indicada está sob pressão Janet Yellen, indicada por Barack Obama, está sob fogo cruzado: os republicanos cobram o aumento das taxas de juros, enquanto democratas querem medidas de estímulo à economia. P20 MENSALÃO Genoino pede prisão domiciliar Orçamento impositivo é porta aberta para a corrupção A família do deputado, um dos presos na sexta-feira, entregou o pedido ontem à Justiça alegando problemas de saúde. Ministros do STF questionam a prisão durante feriado. P2,9e32 CRÉDITO Juros para pessoas físicas devem bater 80% no fim deste ano. P22 INFORME NY Desde a morte de Kennedy, órgãos de segurança falham contra atentados. P29 ELEIÇÃO 2014 Senador petista Delcídio Amaral lidera pesquisas no MS e pode se aliar ao PSDB. P3 TELEFONIA Operadoras de celular usam wi-fi para ampliar cobertura de dados. P12

2 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 MOSAICO POLÍTICO GILBERTO NASCIMENTO gilberto.nascimento@brasileconomico.com.br GENOINO: FAMÍLIA VÊ VINGANÇA Afamília do deputado José Genoino (PT-SP), um dos condenados no caso do mensalão preso na sexta-feira 15, pede à Justiça o direito de ele cumprir a pena em prisão domiciliar. A solicitação foi encaminhada ontem pelo advogado Luiz Fernando Pacheco. Mas a família não está nada otimista. Avalia que existe um sentimento de vingança e, se depender de juízes do STF, Genoino pode até morrer. Segundo familiares, o estado de saúde do deputado inspira cuidados e ele não poderia permanecer em cela comum. Por orientação médica, não pode passar por situações de stress e toma vários medicamentos. No sábado, durante deslocamento de avião de São Paulo para Minas Gerais, Genoino teve uma crise de pressão alta. Passou mal devido à despressurização da aeronave. Esse é apenas um começo, uma intervenção de curto prazo para o Brasil desenvolver suas equipes médicas Genoino viajou pela primeira vez de avião depois de uma cirurgia, em julho. Foi operado após a constatação de um aneurisma dissecante da aorta (quando a parede interna passa a abrir em camadas e provoca hemorragias). A cirurgia foi realizada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Dois dias depois da operação, ele teve um derrame. Deixou o hospital em agosto. De acordo com um médico ouvido, Genoino foi orientado a se afastar das atividades no Congresso e de qualquer contenda política. Quem conseguiu sua internação no Sírio-Libanês foi o ex-presidente Lula. Ele ligou imediatamente para o seu médico particular, Roberto Kalil, e pediu para atender o deputado. Lula visitou o deputado e telefonou várias vezes. Genoino se considera um injustiçado. Diz que, como presidente do PT, não se interessava pela área financeira e só assinava documentos. Votos de fé As igrejas evangélicas terão um papel de destaque na eleição ao governo do Rio. Dois candidatos, Garotinho (PR) e Marcelo Crivela (PRB), são evangélicos o primeiro presbiteriano e, o segundo, bispo da Universal do Reino de Deus. O senador Lindbergh Farias (PT) terá o apoio da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do pastor Silas Malafaia. O vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) deve contar com a ajuda da Sara Nossa Terra igreja a qual o líder peemedebista na Câmara Eduardo Cunha é ligado e da Convenção Nacional das Assembleias de Deus, do bispo e ex-deputado Manoel Ferreira. Pezão e Cunha têm participado de eventos da entidade. Eduardo Knapp/Folhapress Muito cacique Indicado pelo PRB para a Secretaria de Desenvolvimento do governo Alckmin, o empresário Rogério Hamam não vive um bom momento com o seu partido, segundo aliados do governo tucano. Hamam tem reclamado a pessoas próximas por não ter autonomia na pasta. Dúvida angustiante Deputado decide assumir, mesmo diante de risco O problema é que a prefeita, o vice e o presidente da Câmara de Sumaré recorreram da cassação ao TSE. Momentaneamente, a decisão está suspensa. O mérito deve ser julgado até 2014. E Tito tem de renunciar ao mandato de deputado para assumir. Se houver uma reviravolta, ele pode ficar sem as duas funções. Ainda assim, já decidiu que assumirá a prefeitura. Marie Paule Kieny Diretora-geral assistente da Organização Mundial de Saúde (OMS), ao defender o Mais Médicos como solução temporária O deputado estadual paulista Tito do PT viveu um dilema. Suplente nas eleições de 2010, ele assumiu o mandato no início deste ano. Em 2012, disputou a eleição para prefeito em sua cidade, Sumaré, e ficou em segundo lugar. Agora, a prefeita Cristina Carrara (PSDB) foi cassada, junto com o seu vice e o presidente da Câmara. Tito deve ser nomeado prefeito. Fotos: divulgação CARTAS Cartas para a redação: Rua dos Inválidos, 198, 1º andar, CEP 20231-048, Lapa, Rio de Janeiro (RJ). E-mail: redacao@brasileconomico.com.br As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, Brasil Econômico reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Operadoras oferecem serviços de Terceiro Mundo O serviço de telefonia no Brasil é tão caro e proporcionalmente tão ruim. Moro na Alemanha e pago 65 euros por mês e tenho 16 horas de ligações para o Brasil com banda larga. Além de ser barato, quase não sofro com interrupções na prestação de serviços, é raro cair a conexão. Primeiro Mundo é outra coisa. Camila Alemanha, via site Imposição nas vendas fere direito do consumidor É uma pena que agora carro quatro portas tenha virado uma ditadura. O consumidor é quase forçado a comprar algo do qual não precisa. E, é claro, que a mídia defende esta estratégia de marketing. Isto também é um processo de venda casada, proibida por lei, mas que nenhum órgão de defesa do consumidor toma alguma providência contra. Ermes Lucas Niterói, RJ CORREÇÃO Na matéria Empresas e pessoas físicas fogem dabolsa, os estudos sobre medidas de estímulo a ingresso de empresas de menor porte no mercado começaram em 2011 e não em 2001 como foi publicado. E os valores médios das ofertas de ações nobrasil são de R$ 800milhões a R$ 1,2 bilhões e não como publicado de US$ 800 milhões a US$ 1,2 bilhão. INDICADORES O dólar fechou em queda na quinta-feira, em linha com o cenário externo, após declarações da futura chairwoman do Federal Reserve alimentarem expectativas de continuidade do estímulo monetário. TAXAS DE CÂMBIO COMPRA VENDA Dólar comercial (R$ / US$) 2,3200 2,3216 Euro (R$ / E) 3,1385 3,1410 JUROS META EFETIVA Selic (ao ano) 9,5% 9,4% BOLSAS VAR. % ÍNDICES Bovespa - São Paulo 2,34 53.451,00 Dow Jones - Nova York 0,33 15.872,14 FTSE 100 - Londres 0,54 6.666,13

BRASIL Editor: Paulo Henrique de Noronha paulo.noronha@brasileconomico.com.br Natasha Prado INDÚSTRIA Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 3 Cresce o consumo de importados A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou estudo que mostra que a participação das importações no consumo continua crescendo. O coeficiente de entrada de importados foi de 21,8%, o que representa um crescimento de 0,7 ponto percentual em relação ao segundo trimestre deste ano. Já a participação dos insumos importados na produção aumentou 0,6 ponto percentual. ABr Senador petista lidera pesquisas no MS e pode se aliar ao PSDB Patrycia Monteiro Rizzotto pmonteiro@brasileconomico.com.br São Paulo O senador petista Delcídio do Amaral é o favorito nas pesquisas de intenção de voto para o governo do estado do Mato Grosso do Sul. De acordo com sondagem do Instituto Brasileiro de Pesquisa de Opinião Pública (Ibrape), o ex-ministro de Minas e Energia do governo Itamar Franco desponta com 51% da preferência do eleitorado. Em seguida vem o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, do PMDB, com 20% dos votos, e o deputado federal Reinaldo Azambuja, do PSDB, com 11%. Mas, a um ano da eleição, tudo pode acontecer no cenário sulmato-grossense, afirma o cientista político Tito Machado, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Tradicionalmente, as eleições para o governo do estado têm sido polarizadas entre PT e PMDB, adversários políticos históricos. Mas, dessa vez, três candidaturas de peso serão apresentadas para os eleitores, o que considero muito positivo para ampliar o debate, destaca. De acordo com Machado, o ponto forte de Amaral é o seu capital político e a boa imagem que desfruta perante o eleitorado. Ele é tido como um senador atuante e tem baixos índices de rejeição. Seu nome é forte tanto na capital como no interior. Nas eleições de 2010 ele foi o senador mais bem votado e recebeu mais votos do que o próprio governador eleito. Para ser bem sucedido no pleito de 2014 é necessário evitar o clima de já ganhou e estar preparado para ser alvo de críticas dos demais adversários, analisa, mencionando que embora o senador petista não tenha exercido ainda nenhum cargo no executivo, pode usar sua experiência como empresário e executivo da Petrobras e da Eletrosul a seu favor. Ele participou da construção e montagem da Usina de Tucuruí, no Pará, cita. É possível que o PT e o PSDB se aproximem e firmem uma aliança, segundo o recém-eleito presidente estadual do PT, Paulo Duarte, prefeito de Corumbá. E a aproximação com o PT é confirmada pelo presidente estadual do PSDB, Marcio Monteiro. Para o cientista político, a grande vantagem do candidato Reinaldo Azambuja, filho de agropecuaristas, é sua identificação com o setor pecuário que, embora tenha perdido espaço na atividade econômica do estado, ainda desfruta de grande poder político. O grupo detém grande eleitorado no interior e capital para investir em campanha. Além disso, ele cumpriu dois mandatos como prefeito de Maracaju, onde fez uma gestão competente, adotando medidas que dinamizaram a economia da região, analisa. Já o candidato Nelson Trad Filho tem a seu favor uma boa imagem deixada depois de ter exercido dois mandatos como prefeito de Campo Grande, no período de 2005 a 2012, e o legado político do pai, que foi deputado federal em cinco mandatos. Seu ponto fraco Moreira Mariz/Ag. Senado XNELSON TRAD FILHO (PMDB) Ex-prefeito de Campo Grande O atual secretário de estado de Articulação com Municípios não é unanimidade em seu partido. A sua candidatura Depende da decisão do atual governador. Delcídio do Amaral desponta no cenário pré-eleitoral do Mato Grosso do Sul e deve enfrentar Nelson Trad Filho, ex-prefeito de Campo Grande, em 2014. Tucanos podem se apresentar como terceira via, com Reinaldo Azambuja DELCÍDIO AMARAL (PT) Senador Concorreu ao governo do Mato Grosso do Sul em 2006, mas perdeu para o atual governador André Puccinelli. Em 2010, foi o senador mais bem votado do Estado, com 826,8 mil votos, mais que o total recebido por Puccinelli na sua reeleição, 704,4 mil votos. Opontofortede Delcídio Amaral é seu capital político e a boa imagem de senador atuante, com baixos índices de rejeição. Seu nome é forte, tanto na capital quanto no interior Fotos Divulgação REINALDO AZAMBUJA (PSDB) Deputado federal Filho de agropecuaristas e ex-prefeito de Maracaju, o pré-candidato tucano é identificado com o setor pecuarista, que detém poder político e econômico. Apesar da boa popularidade do atual governo do PMDB, o eleitorado do estado tem demonstrado desejo por mudanças. O partido ainda não definiu o seu candidato é a falta de habilidade em fazer alianças e o fato de não ser uma unanimidade em seu partido, explica Tito Machado. Segundo o cientista político, o PMDB vive um impasse no momento, que é a falta de definição do atual governador André Puccinelli, que ainda não anunciou se vai deixar o cargo para concorrer ao Senado. Se ele concorrer, a sua vice-governadora vai cumprir os oito meses de governo, abrindo espaço para Trad. Se não, Simone Tebet passa a ser um nome na disputa pelo governo, diz. Mas, para Machado, um certo sentimento de mudança desfavorece a candidatura peemedebista no ano que vem. O atual governador desfruta de boa popularidade, entretanto, após 30 anos de poder, o eleitorado do Mato Grosso do Sul tem demonstrado desejo por mudanças. Tanto que na eleição passada, o candidato do PMDB perdeu as eleições da prefeitura de Campo Grande para Alcides Bernal, do PP. De acordo com o deputado estadual Júnior Mochi, presidente do PMDB no Mato Grosso do Sul, o partido pretende lançar candidatura própria para o governo do Mato Grosso do Sul no ano que vem e o seu pré-candidato é Nelson Trad Filho. Não há, segundo ele, outros nomes sendo cogitados. Temos um grupo de partidos que são aliados administrativos do governo atual do PMDB e esperamos repetir a aliança administrativanaesferaeleitoral,como com o PR, PSB, PTdoB, PDT, DEM, PSDB e outros, diz. Para Mochi, a candidatura de Amaral está consolidada há mais de quatro anos, mas tem suas fragilidades e não é imbatível.

4 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 BRASIL ENTREVISTA GIL CASTELLO BRANCO Secretário-geral da ONG Contas Abertas A QUEM O GOVERNO ESTÁ TENTANDO ENGANAR COM ESSA CONTABILIDADE? O economista Gil Castello Branco comanda desde 2005 a Contas Abertas, uma organização não-governamental (ONG) dedicada a acompanhar as contas públicas nos três poderes. Suas pesquisas sobre como o dinheiro público é gasto já deram muita dor de cabeça aos governtantes. Em entrevista exclusiva ao Brasil Econômico, Castello Branco conta que a transparência dos governos no Brasil e no mundo aumentou significativamente nos últimos anos, mas faz ressalvas. Segundo ele, mudanças recentes reduziram o a transparência orçamentária do Executivo. Também vê com desconfiança o chamado orçamento impositivo, que obrigará o governo a executar emendas individuais dos parlamentares incluídas no Orçamento. Receio que essas emendas se tornem um foco ainda maior de desvios, pois o parlamentar terá em torno de R$ 13 milhões para liberar, diz. Para ele, as estatais precisam de mais controle: A transparência delas é infinitamente menor que a da administração direta. Gil afirma que a contabilidade criativa corrói a credibilidade do Planalto e revela que vem sendo procurado por empresários e representantes de governos estrangeiros que pedem ajuda para entender as contas da gestão Dilma Rousseff. Mariana Mainenti mariana.mainenti@brasileconomico.com.br Sonia Filgueiras sonia.filgueiras@brasileconomico.com.br Brasília A transparência tem aumentado no Brasil? Houveumgrandeavançonosúltimos 20 anos. Aumentou significativamente no Brasil e no mundo, até por causa da internet e da evolução dos recursos tecnológicos. Também foram ampliados os instrumentos legais como, por exemplo, a Lei de Acesso à Informação o que é extremamente positivo. Mas no caso específico da transparência orçamentária, houve um retrocesso com as mudanças introduzidas no último Plano Plurianual (PPA), para 2012-2015. Caiu a transparência do orçamentocomonovoppa? Mudarama estruturado PPAe reduziram drasticamente a quantidade de programas e ações. Com isso, diminuiu muito a transparência do orçamento, perdemos informações relevantes. O PPA, hoje, muitas vezes não guarda umarelaçãodiretacom osprogramas e ações governamentais. O novo modelo impõe grande dificuldadeemseacompanhardeformadireta seosrecursos orçamentários alocados no Projeto de Lei OrçamentáriaAnualsãocompatíveiscomos programas emetas estabelecidos para 2013. O objetivo foi simplificar a vida do Executivo, mas dificultaram avida da sociedadecivilqueacompanhaoorçamento. Antigamente, o Executivo aprovava no Congresso um orçamento com diversas ações e qualquermudançanessasáreastinha que submeter ao Congresso. Agora, aprovandoumtítuloguardachuva com diversas ações, faz modificações orçamentárias nas áreas com mais facilidade e não precisa submeter ao Congresso. De que forma a nova sistemática dificulta o acompanhamento? Antes, era possível pinçar as ações nos ministérios e fazer, por exemplo, o orçamento indígena, o orçamento da criança como nós fizemos por um bom tempo para o Unicef. O Centro Feminista de Estudos e Assessoria fazia um ótimo trabalho com o orçamento mulher há mais de dez anos. Neste ano, ainda não conseguiu. As próprias consultorias de orçamento da Câmara e do Senado conversaram com o governo, que nos disse que iria fornecer essas informações por meio de planos orçamentários. Mas até hoje é uma promessa. Foi um grande retrocesso? Acho que retroagimos uns dez anos com essa novasistemática. Meu receio é que ela caia como uma luva para qualquer Executivo e se reproduzaemestadosemunicípios. E você acabe perdendo uma clareza orçamentária que se tinha, em prol

Divulgação CONCESSÕES Leilão de 4 rodovias ainda em 2013 O governo deve realizar até o fim de 2013 mais quatro leilões de concessão de rodovias federais e acredita no sucesso de todos eles, disse o ministro dos Transportes, César Borges. Dois já estão agendados: dia 27 ocorrerá o leilão da BR-163 no Mato Grosso e em 4 de dezembro será a vez da licitação do lote que envolve trechos das BRs 060/153/262 entre Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Reuters Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 5 GlaucioDettmar Faltam informações sobre as execuções físicas das obras e programas. Você acaba fazendo uma análise tipo elevador: diz que o gasto subiu ou desceu, mas não se melhorou ou piorou de facilitar a vida do Executivo. O controle social, que a meu ver é tão eficaz hoje quanto o controle interno (exercido pela Controladoria Geral da União, por exemplo), fica diminuído. Esperamos que pelo menos os planos orçamentários sejam realmente implantados e disponibilizados no Siafi (Sistema IntegradodeAdministração Financeira, que registra todos os gastos realizados pelos três poderes da União). Comparando os poderes, qual é mais transparente: Executivo, Judiciário ou Legislativo? Todosostrêspreenchemdados no Siafi. A deficiência do acompanhamento não está na questão das informações orçamentárias; está na ausência de informações físicas. Nós não temos dados sobre quantidades, número de funcionários treinados, quilômetros construídos. Nos falta informações sobre as execuções físicas das obras ou dos programas de capacitações de qualquer área. Você acaba fazendo uma análise do tipo elevador: diz que o gasto subiu ou desceu, mas você não sabe se melhorou, ou piorou. Não se consegue aferir se aquele recurso previsto foi bem usado. Mas o governo faz esse acompanhamento, não? Sim, existe o Sigplan, sistema de gestão e planejamento. Os gestores a cada três meses preenchem os dados físicos. Mas ele não tem acesso liberado. É uma discussão que já dura décadas. Há casos em que os dados sãopreenchidos no chute, têm problemas de consistência. Hoje a corrente de opinião que prevalece no governo é a de só divulgar quando todos os dados estiverem corretos. Só que não estão corretos há muitos anos. Deveria haver um prazo para os gestores se ajustarem. O orçamento ainda é peça de ficção? A ficção hoje em dia aumentou. Não me refiro apenas aos parâmetros econômicos. Uma das grandes distorções na elaboração do orçamento está surgindo na receita. Atualmente, o orçamento é encaminhado pelo Executivo com um nível de receitas superestimadas. O orçamento real acaba sendo o decreto de contingenciamento. Antigamente, os contingenciamentos eram de R$ 6 bilhões, R$ 8 bilhões; agora se cogita chegar a R$ 40 bilhões ou R$ 50 bilhões, justamente porque a receita está completamente superestimada. E o orçamento impositivo? O que temos, na verdade, são emendas individuais impositivas. Essas emendas passarão a ter um caráter de despesa obrigatória. E sempre que há emenda, o critério de liberação costuma ser mais benevolente, porque obedece muito mais ao critério político do que técnico. Eu até receio que essas emendas, pelo histórico de irregularidades em suas execuções, se tornem um foco ainda maior de desvios, porque os parlamentares agora têm um preço. Eles sabem que aquela verba no orçamento, em torno de R$ 13 milhões para cada um, será liberada. Não quero dizer que o parlamentar vá vender, mas ele tem um valor de R$ 13 milhões em mãos. Ele pode passar a barganhar... Exatamente. Antigamente, o empresário podia financiar o candidato, mas ficava na expectativa se aquela emenda mais tarde seria ou não aprovada. Agora, o parlamentar tem um valor de R$ 13 milhões nas mãos. O financiador de campanha sabe que, se ele propuser projetos nesse valor, os recursos serão liberados. Criou-se uma relação muito clara. Claro, eu estou falando em tese, de parlamentares e empresários mal-intencionados. Abre uma porta à corrupção? Abre uma porta, ainda mais quando as emendas se tornaram obrigatórias, porque o governo tem que liberar. Acho que o risco de desvios aumenta. O risco da relação promíscua também aumenta. Vai afetar gravemente A contabilidade criativa está fazendo o governo perder a credibilidade. As mágicas podem até iludir as crianças, mas não convencem os adultos as contas do país? Não. Os empresários mal-intencionados sabem qual é esse valor e podem tentar influenciar aqueles que não são muito corretos. O governo está gastando mais. Onde cortar? O mais difícil é que o aumento aconteceu nas despesas correntes, como Bolsa Família e aposentadorias. É um dilema difícil, porque são despesas sociais, que você tem dificuldade de retroagir. Tudo leva a crer que, se hoje já temos dificuldade nas contas públicas, no próximo ano elas tenderão a aumentar. Nada leva a crer que, às vésperas de um ano eleitoral, o governo vá tomar medidas saneadoras e o Congresso vá deixar de aprovar projetos de interesse popular. E sem a receita necessária... Por causa do baixo crescimento e das desonerações, que ainda deixarão resquícios nos próximos anos. Com a receita limitada e a despesa subindo, a tendência é de que haja um desequilíbrio maior. Vai ser necessário um ajuste lá na frente. Qual a sua avaliação sobre a chamada contabilidade criativa? A minha pergunta é: a quem o governo tenta enganar? Você acha que um grande fundo de investimentos decide as suas aplicações com base em um release do Ministério da Fazenda? Nós não éramos muitoprocurados por investidores internacionais. Há dois meses, o adido econômico de uma embaixada nos procurou. Também recebemos parlamentares da União Europeia e da Inglaterra para conversar. Eles querem entender como funcionam os restos a pagar, se os preços administrados não estivessem represados qual seria a inflação real, e quanto seria o superávit se você não tivesse incluindo um valor tão expressivodedividendosdas estatais. É um sintoma, uma consequência da perda de credibilidade do governo. Isso, a meu ver, é algo gravíssimo. As mágicas podem até iludir as crianças, mas não convencem os adultos.

6 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 BRASIL ENTREVISTA GIL CASTELLO BRANCOSecretário-geral da ONG Contas Abertas POLÍTICOS GOSTAM DE TRANSPARÊNCIA NOS GOVERNOS DOS ADVERSÁRIOS O governo federal gasta mal? A meu ver, gasta mal, há desperdícios e há também escolhas e prioridades discutíveis. As manifestações populares de junho teriam sido motivadas por esses problemas? As manifestações foram uma reação ao descompasso entre o que se pretendia investir e o que se realizou na prática. Algumas comparações podem ser feitas. Por exemplo, o trem bala que saiu de moda depois das manifestações envolvia R$ 38 bilhões. Por outro lado, tudo o que foi aplicado em saneamentopelogovernofederal,do Orçamento da União (excluindo estados e municípios), em 10 anos (de 2001 a 2012) somou R$ 9,8 bilhões. Apenas pouco mais da metade dos municípios brasileiros, segundo o último Censo, possui coleta de esgoto. Então, nós pensamos em um trem-bala de R$ 38 bilhões e só conseguimos gastar R$ 9,8 bilhões com saneamento. Outro exemplo: no caso dos estádios padrão FIFA, são R$ 7,1 bilhões a serem aplicados em pouco mais de dois anos, enquanto na obra de transposição do São Francisco, desde que foi retomada, em 2005, foram gastos efetivamente R$ 5,3 bilhões. Aliás, sobre os estádios, a presidente Dilma foi cirúrgica ao dizer que não havia recursos do orçamento federal nos estádios. Mas tem financiamento do BNDES uma linha especial, tem dinheiro dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. Tem recurso público sim, tem recurso orçamentário sim. Não tem é do orçamento federal. Como o senhor avalia os investimentos do Executivo? O governo anuncia os meganúmeros do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Nós fizemos o levantamento: as aplicações do PAC desde que foi lançado, em 2007, somam R$ 1,3 trilhão. É muito dinheiro. Se tudo tivesse sido aplicado em obras de infraestrutura, mudaria a realidade o país. Mas o item de maior peso são os empréstimos habitacionais à pessoa física: R$ 434 bilhões, equivalentes a 34% do total, seguidos dos investimentos das estatais (30%) e de recursos do setor privado (30%) e do Orçamento Geral da União, são 10%. Dentro dessa lógica, se uma pessoa comprar um apartamento (pode ser usado) utilizando um empréstimo da Caixa Econômica Federal, o recurso é considerado aplicação do PAC. Isso inclui reformas financiadas pela Caixa. Foi uma maneira de tornar o número trilionário, quando na realidade, do orçamento geral da união mesmo, são míseros 10%. De outro lado, quando olhamos as ações concluídas, o programa Minha Casa Minha Vida representa 53% do total, mais que as áreas de Transporte, Energia, e os programas Água e Luz para Todos e Comunidade Cidadã somados. Por isso é que essas obras não impactam economicamente como se desejaria. O Legislativo regulamentou a Lei de Acesso à Informação mal e porcamente. É uma meia transparência. A forma como eles divulgam dificulta o acesso à informação Como está a aplicação da Lei de Acesso à Informação? A lei brasileira foi criada há pouco tempo e ainda passa por dificuldades. A mais séria: o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não a regulamentou, no âmbito do judiciário. Nós temos cobrado isso do Supremo. Eles dizem que estão atolados com o julgamento do Mensalão e que têm uma minuta pronta, mas até hoje ela não saiu. O Supremo entendeu que precisava regulamentar o Executivo já fez a sua regra, ela existe, prevê até o recurso no caso de a informação ser negada. Agora, se você fizer uma consulta a um tribunal e ele negar o acesso à informação, você recorre a quem? Não está regulamentado. O Legislativo também regulamentou... Mal e porcamente. Porque a forma como eles definiram a realização da consulta é assim: por exemplo, para consultar o salário de um funcionário, o interessado se identifica, insere seus dados em um cadastro, e recebe a informação a respeito daquele funcionário. Se for consultar um segundo funcionário, você entra novamente, faz um novo cadastro, e consulta. Não é possível baixar as informações por download, não é possível comparar categorias. É uma transparência opaca, uma meia transparência. Eu queria comparar quanto ganha uma taquígrafa do Senado e uma taquígrafa de um tribunal ou de uma grande empresa privada. A forma como eles divulgam dificulta o acesso à informação. Ainda há muito que caminhar nos estados e municípios? Muito. Fizemos um trabalho no ano passado avaliando a transparência de 124 municípios paulistas com população acima de 50 mil habitantes. A nota média foi 3,97 em uma escala de 0 a 10. Também fizemos um ranking dos estados de acordo com a transparência. Junto com várias outras entidades da sociedade civil, e tendo em mente o que nós, da sociedade civil, gostaríamos que os portais dos estados (na internet) tivessem, discutimos e criamos diversos parâmetros são 105 parâmetros que resultaram em um índice de transparência. Na edição do ranking de 2012, São Paulo ficou em primeiro lugar. O Rio de Janeiro está em quarto. Mas nós vamos fazer uma reavaliação dos critérios e é possível que São Paulo caia posições. São muitas as informações que São Paulo disponibiliza, mas a usabilidade do portal, a meu ver, é muito ruim. Nós vamos aumentar o valor da usabilidade. Estamos incluindo em nossos parâmetros a seguinte pergunta: Com quantos cliques o usuário chega a um determinado dado relevante no portal do estado?. E vamos pontuar conforme o número de cliques. Portais como o do Espírito Santo e o de Pernambuco têm maior preocupação com este aspecto. A questão não é apenas ter um portal, mas também tornar as informações acessíveis a qualquer cidadão. Osenhorachaqueainiciativa privada deve sercobrada damesma forma que o setor público no que se refere à transparência? Essa é uma grande discussão, atual e internacional. A meu

Uanderson Fernandes INFLAÇÃO IGP-10 cresce menos em novembro O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10/FGV) registrou elevação de 0,44% em novembro, após alta de 1,11% em outubro, em meio à desaceleração da alta dos preços no atacado. No acumulado do ano, o índice registra alta de 4,93% e, em 12 meses até novembro, avanço de 5,59%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo-10 (IPA-10), que responde por 60% do índice geral, subiu 0,40%. Reuters Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 7 GlaucioDettmar ter). E isso pode acontecer mesmo aqui no Brasil. Por exemplo, nós aqui (o Contas Abertas) divulgamos informações sobre um determinado gasto e somos ameaçados de ser processados por isso. Temos contratos com diversas entidades, algumas multilaterais. E se um integrante do governo dá um telefonema para pedir a interrupção do contato? Eu tenho receio. Porque se nós não pudermos fazer isso (divulgar gastos), vamos ter que admitir que estamos virando uma Cuba ou uma Venezuela, e isso só pode ser feito por grandes veículos, que têm um poder. Em nossa estrutura, não temos advogado. Quanto teríamos que pagar por um advogado se decidissem nos processar? São riscos. No evento que eu citei, a discussão era exatamente sobre isso: até que ponto ir, qual é o limite? E mesmo nas empresas privadas, há uma discussão sobre até que ponto, ao prestar informações, elas perdem competitividade em relação aos concorrentes. Então, não é uma discussão fácil... Não. Agora, no caso das estatais brasileiras, elas conseguiram ficar fora da Lei de Acesso à Informação e cometem, a meu ver, barbaridades em nome da lei. Outro dia estávamos pedindo o Programa de Dispêndios Globais (PDG) da Petrobras. Todo mês ela envia essa informação ao Ministério do Planejamento. Pedimos porque o PDG traz um pouco mais de detalhe além dos gastos com investimentos. Ela negou. Nós pedimos também ao Ministério do Planejamento e eles nos mandaram. Há situações ridículas, que chegam a esse ponto. A meu ver, não é por acaso que ocorreram vários escândalos em que estatais foram envolvidas. Hoje a transparência das estatais é infinitamente menor que a da administração direta. Jamais eu conseguirei chegar a uma nota de empenho de pagamento de uma estatal para uma determinada empresa. Além disso, o volume de investimentos das estatais é superior ao da União, seus dirigentes muitas vezes são designados politicamente. Sempre, em qualquer pedido, elas alegam que, ao fornecer informações, terão a competitividade no mercado reduzida, mas eu avalio que essa situação está absolutamente fora do espírito da transparência e dá margem para que haja corrupção, a meu ver, crescente no universo das estatais. Elas são obrigadas a prestar contas. Inclusive, grande parte da faxina que a presidente Dilma fez em vários ministérios, por conta de repasses a ONGs, foi o Sistema de Convênios do governo (Siconv), que permitiu chegar às informações, porque ele trazia os dados sobre quanto foi repassado à ONG, por qual órgão, e a quem a ONG repassou o dinheiro. Mas o Siconv (que registra convênios e contratos de repasse da administração pública) ainda não é um sistema perfeito. Buscamos recentemente dados sobre um instituto que recebeu recursos públicos e não havia quase informação disponível. Que tipo de informaçãoos governos mais escondem? Os políticos gostam muito de transparência nos governos dos adversários. Os governos falo de forma geral, não me refiro a nenhum específico são assim: tentam divulgar qualquer tipo de realização, mas quando são questionados sobre gastos mais delicados, que mostrem desperdício ou luxo, se retraem. Clubes de futebol e igrejas devem ser mais transparentes? Tanto os clubes quanto as igrejas. O clube mexe com a paixão popular e envolve recursos que não são orçamentários da União, mas são públicos no sentido, por exemplo, da isenção fiscal, há vários projetos de lei. Além disso, cada vez mais eles arrecadam por intermédio do sócio torcedor, eles têm uma dívida fiscal pendente em negociação, parece haver um movimento para amenizar a situação dos times por meio de patrocínio por exemplo, a Caixa Econômica Federal tornou-se uma grande patrocinadora de clubes do Rio de São Paulo. E tudo isso precisa ficar mais transparente. No caso das igrejas, algumas se tornaram enormes, donas de prédios caríssimos. É preciso evitar o risco de haver a exploração da fé ou da ingenuidade dos participantes. Os fiéis, assim como os torcedores, têm o direito de saber como os recursos estão sendo aplicados. A discussão sobre transparência já extrapolou o setor público, aqui e no mundo inteiro. ver, conceitualmente, deve-se cobrar transparência das instituições privadas e das ONGs de forma geral, mas há situações específicas. Por exemplo, ON- Gs da Venezuela estão passando por dificuldades. A Transparência Venezuela diz que o governo chega a sufocar as possibilidades de financiamento. Dependendo do regime político em vigor em um país, se ficar muito claro quem está financiando aquela entidade, aquilo pode ser o fim da própria entidade. Presenciei recentemente uma discussão acalorada sobre isso no Peru em um evento organizado pela Carter Center (organização sem fins lucrativos, fundada pelo ex-presidente dosestadosunidosjimmycar- Sabemos que a Contas Abertas, por princípio, não recebe recursos públicos, mas, no caso das ONGs que têm convênios com governos e recebem esses recursos, a transparência existente é suficiente? No caso das estatais brasileiras, elas conseguiram ficar fora da Lei de Acesso à Informação e cometem, a meu ver, barbaridades em nome da lei Tanto os clubes de futebol quanto as igrejas devem ser mais transparentes. Os fiéis, assim como os torcedores, têm o direito de saber como os recursos estão sendo aplicados

8 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 BRASIL Tuca Vieira/Folhapress ANTENAS DE CELULARES 62.186 Total de Estações Rádio-Base (ERBs) instaladas em todo o Brasil, de acordo com a Anatel. R$ 350 mil Custo médio de uma ERB instalada noalto de um prédio. Se a estação for instalada em uma estrada ou em um terreno, o custo médio sobe para R$ 500 mil, devido à necessidade de instalação de torre. Projeto, em discussão no Congresso há nove meses, é considerado fundamental pelo setor para melhoria dos serviços de telefonia Lei das antenas de celular fica para o ano que vem Polêmicas sobre licença ambiental e taxa sobre instalação retardam aprovação de regras Edla Lula elula@brasileconomico.com.br Brasília Nove meses se passaram, desde que o projeto que cria a Lei das Antenas chegou à Câmara dos Deputados, e a Comissão Especial que aprecia a matéria ainda não apresentou o relatório final. Quando o PL 5013/13 começou a tramitar na Câmara, em fevereiro, vindo do Senado, a ideia era que fosse aprovado a tempo de o país implantar a tecnologia 4G de internet móvel, em abril. Pelo andar das discussões, a Lei, que ainda voltará ao Senado, só deverá ser aprovada no ano que vem. A proposta, que define normas gerais para a instalação de infraestrutura de telecomunicações no país, sofrerá alterações no parecer do relator Edson Santos (PT-RJ). Por isso retornará à casa de origem. A aprovação do projeto é considerada crucial para que operadoras de telefonia invistam na qualidade do serviço. A dificuldade para instalação de antenas nas cidades é o maior entrave que as empresas encontram para dar mais qualidade ao serviço oferecido, afirma Carlos Duprat, diretor do Sindicato das Empresas Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil). Ele diz que o setor tem que conviver com mais de 250 tipos de legislações estaduais e municipais que restringem a implantação de antenas. O diretor afirma que a implantação do 4G na frequência de 2,5 GHz adotada pelo Brasil necessita de pelo menos o dobro do número de antenas existentes hoje. Segundo dados da Anatel, atualmente são 62.186 Estações Radio Base (ERBs) no país. A maior carência está em estados do Norte e Nordeste. Enquanto o estado de São Paulo possui 16.223 ER- Bs, em Roraima são apenas 101. Outro artigo controverso é o que trata do direito de passagem, que pode variar de R$ 3 mil até R$ 60 mil para a instalação de antenas em rodovias ou mesmo em áreas urbanas Duprat diz que a maior dificuldade está na demora, por parte dos municípios, de conceder a licença para instalação de antenas. Em algumas cidades o prazo chega a um ano e meio. O Projeto de Lei estabelece o máximo de dois meses. Caso o município não apresente o parecer, a autorização será automática. Mas este é um dos pontos do projeto contestados por membros da comissão especial. Os parlamentares do Partido Verde argumentam que a concessão de licença por decurso de prazo é vedado pela legislação ambiental. O PV também questiona o licenciamento ambiental simplificado para a instalação desses equipamentos. Os estudos sobre os efeitos da instalação dessas antenas na saúde humana ainda não são claros. Há inúmeros estudos dizendo que as radiações prejudicam a saúde. Por isso, é temerário acelerar o processo de licenciamento, diz o líder do partido, deputado Sarney Filho (MA). O deputado reclama também da pressão feita pelo governo e pelas operadoras para apressar a votação. Essa lei não pode ser tratada como algo trivial, atropelando o processo. Trata-se de uma discussão muito nova. Ele diz que a comissão precisa, por exemplo, ouvir especialistas em legislação comparada para comparar o projeto em discussão no Brasil com as regras de outros países. O relator diz que não teme riscos à saúde ou à poluição visual. Da forma como o projeto está, estou tranquilo em relação à ausência de danos à saúde ou à poluição visual. As antenas hoje são colocadas até no poste de iluminação pública sem que ninguém perceba, afirma Edson Santos. Outro artigo controverso que passará por alterações no relatório é o que trata do direito de passagem. Há prefeituras que cobram das empresas de R$ 3 mil até R$ 60 mil para o direito de instalação de antenas em rodovias ou mesmo em áreas urbanas, conforme narra o diretor do Sinditelebrasil. Segundo Duprat, a cobrança onera ainda mais a instalação de antenas, que hoje custa entre R$ 350 mil e R$ 500 mil, em média. O relator afirma que deverá manter a gratuidade no direito de passagem apenas para contratos futuros. Os contratos já celebrados têm que ser salvaguardados, justifica. Santos promete disponibilizar o substitutivo aos colegas na próxima quarta-feira. No dia 27, o texto deverá ser submetido à votação no plenário da Comissão. A esperança do presidente da Comissão, Hugo Motta (PMDB), é que seja encaminhado ao Senado antes do recesso.

Divulgação DEBATE Aproximação dos tribunais Qual o papel e o compromisso dos tribunais de contas com a sociedade civil? Essa é uma das questões que permearão o debate Tribunal de contas, esses ilustres desconhecidos, que acontece hoje, na FGV-SP. Durante o evento,serão debatidas propostas para modernizar e tornar os tribunais de contas municipais e estaduais mais transparentes e acessíveis aos cidadãos. Redação Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 9 Ministros questionam Barbosa A decisão de expedir os mandados de prisão em pleno feriado foi vista com ressalvas por alguns colegas da Corte Wilson Lima redacao@brasileconomico.com.br ig Brasília A expedição dos mandados de prisãode12réusdomensalão durante o feriado e final de semana gerou críticasdeministrosdosupremotribunal Federal (STF) ao presidente da Corteerelatordocaso,JoaquimBarbosa. Dos 12 mandados expedidos, apenasumnãofoicumprido,odoexdiretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato,quefugiuparaaItália.Outros 11 presos, entre eles oex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PTJoséGenoino,opublicitárioMarcos Valério, se entregaram à Polícia Federal (PF) em seus estados e, em seguida, foramlevados para Brasília. A medida tomada por Barbosa de expedir os mandados de prisão empleno feriadofoivistacomressalvas por alguns colegas da Corte. Eles afirmaram a pessoas próximas que não ficou claro no julgamento dequarta-feiracomoocorreriaaprisão dos réus domensalão nem mesmo se houve a proclamação oficial do resultado do julgamento. No final da sessão de quarta-feira, quando ficou decidido que as penasseriamexecutadasimediatamente, o presidente do STF começou a proclamaro resultado,masfoiinterrompido por colegas durante a discussão relacionada à execução das sentenças.nofinaldasessão,barbosa apenas disse: Eu trarei amanhã (quinta-feira),eventuaisaperfeiçoamentos à proclamação (de resultado) sugerida pelo ministro Luiz Fux. Está encerrada a sessão. No dia seguinte, Barbosa frustrouas expectativasenãocitouoresultado do julgamento do dia ante- Ministros também levantaram dúvidas sobre a determinação de Barbosa para que os 12 condenados fossem presos em Brasília antes de encaminhá-los aos seus domicílios prisionais rior,determinandoapenasaaprova- ção da ata de julgamento. Em tese, conformealgunsadvogados,essafalhana proclamaçãodoresultadopode gerar questionamentos e embasareventuais pedidos de relaxamento de prisão dos réus. Em caráter reservado, nem mesmo os ministros entenderam se houve ou não a proclamação do resultado. Ministros também admitiramqueisso épassível de questionamento futuro. Algunsministros tambémlevantaram dúvidas sobre a determinação debarbosapara queos12 condenados fossem presos em Brasília antes de encaminhá-los aos seus respectivos domicílios prisionais. Um trâmite consideradoinéditoem termos de execução penal no país, já que,normalmente,presoscondenados seguem direto para as unidades prisionais onde vão cumprir pena. Além disso, há casos como o do exministro da Casa Civil José Dirceu, que deverá inicialmente cumprir a penaemregimesemiabertoequeestáabrigado temporariamenteemregime fechado. A defesa de Dirceu classificou isso como um gravíssimo equívoco e,assimcomo oadvogado do ex-presidente do PT José Genoino, entrou com recurso. Para pessoas próximas, o ministro Ricardo Lewandowski, por exemplo, classificou a prisão e a transferência dos presos para Brasília como um meroespetáculo. Do outro lado, o ministro Gilmar Mendes se disse aliviado por finalmente chegarmos a um desfecho desse caso. Apesar de não concordarem com os métodos, ministros contrários a Barbosa admitem que é de responsabilidade dele a execução das prisões.

10 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 BRASIL Minha Casa, Minha Vida ganha nota B dos moradores ManuDias/SECOM Prévia de pesquisa inédita do Ipea mostra que custo das prestações é o mais criticado Aline Salgado aline.salgado@brasileconomico.com.br As famílias da faixa 1 (com renda mensal de até R$ 1.600), que até o ano passado conseguiram realizar o sonho da casa própria por meio do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, estão com sorriso no rosto. Mas, para elas, a satisfação poderia ser ainda mais completa não fosse o custo das parcelas do financiamento. Dados preliminares de levantamento inédito que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Ministério das Cidades, prepara com base na análise de 7.620 domicílios beneficiados pelo programa revelam que a nota média para o peso do financiamento da moradia no orçamento das famílias é de 7,9. Segundo Marcelo Neri, ministro interino da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e presidente do Ipea, a insatisfação Instituto de pesquisa quer traçar perfil completo dos moradores do programa habitacional até 2014 O PROGRAMA 3 milhões Número de moradias que serão construídas até 2014. Na primeira fase, foram contratadas mais de 1 milhão. Já na segunda fase, a previsão é de 2 milhões. 7.620 Quantidade de domicílios que participaram da pesquisa do Ipea em parceria com o Ministério das Cidades. As famílias foram ouvidas de agosto a setembro. com o custo do crédito revela um pouco do perfil dos moradores beneficiados. Famílias pobres, que mesmo contando com 90% de subsídio da casa própria, sentem o peso de custear parcelas de R$ 65 por mês para o financiamento, resume Neri, que destaca que a amostra contou com dados de famílias contempladas na região Nordeste do país. Ainda assim, para ele, os dados revelam que a satisfação das pessoas com a aquisição da casa própria é de ótima a boa. Me surpreendeu a nota 8,1 dada ao entorno das residências. Geralmente, quando consultamos a população, essa média costuma estar bem abaixo dos 8, completa Neri. O Ipea prevê aprofundar a análise sobre o perfil das famílias beneficiadas pelo programa e divulgar um estudo completo no ano que vem. Entre as perguntas a serem respondidas pela pesquisa estão onde e em que condições viviam os beneficiados pelo programa habitacional, como veem as residências em que moram agora e qual é o peso das parcelas do financiamento da casa própria sobre o orçamento doméstico, considerando a renda média das famílias e o custo de vida da população em cada região do país. Prevemos fazer recortes específicos, como o número de integrantes que vivem em cada domicílio, se têm idosos ou pessoas com deficiências físicas e mentais, explica Cleandro Krause, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea e coordenador do estudo, que diz ainda que será avaliada a penetração do programa pelas regiões do país, bem como custo das parcelas de acordo com o perfil dos empreendimentos, isto é, o número de unidades por edifício. Krause antecipa ainda que o Ipea prevê fazer cinco estudos de caso e que o Rio de Janeiro será um dos estados a serem investigados. Vamos detalhar os empreendimentos em situação social. Ou seja, que receberam famílias desabrigadas ou desalojadas, afirma. Na primeira fase do programa, foram contratadas mais de 1 milhão de moradias. Já na segunda fase, o governo prevê que sejam construídas 2 milhões de casas e apartamentos até o ano que vem. MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N 142/2012 OBJETO: AQUISIÇÃO DE GÊNEROS ALIMENTICIOS (RAÇÃO ALTERNATIVA ). EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das propostas de preços até às 10:00 horas do dia 28/11/2013, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 28/11/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0835 ou Fax (21) 2101-0815 Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N 145/2012 OBJETO: MATERIAL ODONTOLÓGICO EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das propostas de preços até às 10:00 horas do dia 28/11/2013, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 28/11/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0845 ou Fax (21) 2101-0815 Acesso ao Edital no site-www.comrj.mar.mil.br MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) AVISO DO PREGÃO ELETRÔNICO N 94/2013 OBJETO: MATERIAL MÉDICO CIRÚRGICO EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das propostas de preços até às 10:00 horas do dia 28/11/2013, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 28/11/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0845 ou Fax (21) 2101-0815 Acesso ao Edital no site - www.comrj.mar.mil.br MARINHA DO BRASIL CENTRO DE OBTENÇÃO DA MARINHA NO RIO DE JANEIRO (COMRJ) PREGÃO ELETRÔNICO N 141/2013 OBJETO: AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS. EDITAL: Disponível das 09:00hs às 11:00hs e das 14:00hs às 16:00hs, nos dias úteis, no COMRJ. a) Recebimento das propostas de preços até às 10:00 horas do dia 28/11/2013, exclusivamente por meio eletrônico, conforme formulário disponibilizado no endereço www.comprasnet.gov.br. b) Sessão pública na Internet para recebimento dos lances: aberta às 10:00 horas do dia 28/11/2013, no mesmo endereço www.comprasnet.gov.br. End. Av. Brasil 10.500/Olaria/ Rio de Janeiro, RJ - Tel. (21) 2101-0815 ou Fax (21) 2101-0835 Acesso ao Edital no site - www.comrj.mar.mil.br CURTA Aniversário da CLT é tema de mostra A exposição Trabalho, Luta e Cidadania, de comemoração dos 70 anos da entrada em vigor da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estará no Museu da República, no Rio de Janeiro, até 14 de maio. A exposição será também uma comemoração ao aniversário de 53 anos do museu. Promulgada em 1º de maio de 1943, a CLT só passou a vigorar a partir de 10 de novembro do mesmo ano, no aniversário do Estado Novo, destacou o curador da exposição, Marcus Rodrigues, historiador e pesquisador do Museu da República. Durante a mostra, o público terá a oportunidade de conhecer peças do acervo do museu, como exemplares de carteiras de trabalho da década de 1940. ABr

Divulgação ESTÁGIO Feira da PUC tem 200 vagas em Direito Nos dias 22 e 23 a Feira de Estágio da PUC-RJ abre 200 vagas de estágio de Direito em mais de 30 grandes escritórios de advocacia do Rio de Janeiro e também na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No evento, que tem apoio da Fundação Estudar, os estudantes poderão levar seus currículos e esclarecer dúvidas a respeito da carreira com advogados de diferentes especialidades. Redação Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 11 Divulgação Em São Paulo, o prefeito anunciou o novo plano diretor da cidade, que tem o objetivo de incentivar o adensamento populacional em áreas com mais oferta de transportes Cidades brasileiras fora dos eixos Especialistas defendem a inversão do processo de espalhamento da população nas metrópoles como solução Amanda Raiter amanda.raiter@odia.com.br Nas grandes cidades brasileiras, sobretudonoriodejaneiroeem São Paulo, a população está se espalhando cada vez mais e, com isso, a questão da mobilidade urbana fica mais difícil de ser resolvida. Além dos investimentos em transportes de alta capacidade, especialistas apontam que as soluções passam por processo de maior adensamento demográfico nas regiões metropolitanas. O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Sérgio Magalhães, ressalta que, no caso da capital fluminense, esse processo de espalhamento da população é bastante acentuado. Segundo o arquiteto e urbanista, em 1870, o Rio registrava cerca de 10 mil habitantes por quilômetro quadrado e que, atualmente, há 6,5 mil habitantes por quilômetro quadrado na cidade. Magalhães explicou, durante apresentação no seminário Desafios da Mobilidade Urbana no Brasil, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que sobretudo no Rio, houve um deslocamento da população para lugares distantes, onde falta infraestrutura urbana adequada para oferecer serviços públicos de qualidade. Temos que pensar, além da mobilidade, em como ocupamos a cidade. É claro também que é necessário transporte público suficiente para a demanda, disse. O presidente do IAB ressalta que o bairro da Barra da Tijuca, uma área mais nova e menos adensada, está recebendo investimentos de R$ 8 bilhões para a construção de uma linha do metrô. Enquanto que, segundo ele, deveriam, com R$ 3 bilhões, transformar a rede ferroviária atual (que corta áreas mais povoadas) em metrô e beneficiar 70% da população. A recomendação de conter o espraiamento das cidades e estimular o adensamento demográfico para melhorar a mobilidade urbana também é da CNI. O nosso crescimento não veio acompanhado de políticas públicas e continuamos com esta tendência (de espraiamento) em alguns locais importantes. Por interesse do setor imobiliário, desloca-se as grandes concentrações de pessoas. Com isso, o Estado tem de levar mais transporte público para áreas cada vez mais distantes, afirmou o presidente do Conselho de Infraestrutura da CNI, José Mascarenhas. Ele lembra que, até 2030, o Brasil terá 91% de sua população concentrada nas cidades, especialmente nas metrópoles, de acordo com as estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU). Com essa tendência de crescimento urbano, torna-se ainda mais importante as políticas para adensamento. A CNI propõe a criação de um fundo de desenvolvimento das grandes cidades para obter recursos para, entre outras questões urgentes, financiar a mobilidade. Além do incentivo ao maior adensamento demográfico, a instituição fez outras quatro recomendações para melhorar a mobilidade no país. São elas: privilegiar o transporte público de alto rendimento em redes multimodais; oferecer condições de infraestrutura, tanto quanto possível, para os bairros se tornarem autossuficientes; urbanizar as cidades informais; e modernizar os instrumentos de governança e de planejamento das cidades brasileiras. NÚMEROS 6,5 mil Habitantes por quilômetro quadrado: é a atual densidade demográfica do Rio de Janeiro. Em 1870, essa taxa era de 10 mil por quilômetro quadrado. 91% É o percentual da população brasileira que deve viver nas cidadesdo país em 2030, segundo projeções da Organização das Nações Unidas. Planejamento urbano promove adensamento Para conter o espraiamento das cidades e estimular o adensamento, especialistas concordam que o fundamental é o planejamento urbano. O professor de Engenharia de Transportes, José Eugênio Leal, do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, lembra do exemplo de Curitiba. Quando o BRT foi criado na cidade, na década de 70, os técnicos previram o adensamento populacional nas margens dos corredores, contou, acrescentando que o poder público pode estimular o adensamento com isenção de tributos e adequando o gabarito das construções. Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad anunciou, em agosto, o novo plano diretor da cidade, que tem exatamente o objetivo de melhorar a mobilidade urbana adensando áreas que contam com boa capacidade de transporte público, aproximando as ofertas de emprego das de moradia. A ideia é conduzir esse processo por meio de incentivos fiscais, cobrança de impostos e limitação de vagas de garagem.

12 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 EMPRESAS Editora: Flavia Galembeck flaviag@brasileconomico.com.br Operadoras usam wi-fi para ampliar cobertura de dados Expansão do número de hotspots espalhados pelo Brasil auxilia companhias de telefonia celular a desafogar suas redes 3G e 4G Guenzburger, da Oi: wi-fi é outra forma de escoar dados Alexandre Brum Rodrigo Carro rodrigo.carro@brasileconomico.com.br NÚMEROS 500 mil É a meta de hotspots que a Oi pretende atingiraté o fim deste ano.no fim de outubro, a empresa tinha 319 mil. Atualmente, a companhia detém 97% de participação neste mercado. 30 mil Era o total de pontos de acesso wi-fi que a operadora tinha noinício de 2013. Na prática, a companhia não está tão interessada na receita proveniente do acesso wi-fi e sim em desafogar as redes 3G e 4G, para poder atender bem a sua base de clientes Huber Bernal Filho Diretor da consultoria Teleco As principais operadoras de telefonia celular do país estão recorrendo ao acesso wi-fi à internet como forma de complementar e otimizar sua cobertura móvel de dados. O plano mais audacioso é o da Oi, que trabalha para fechar o ano com 500 mil pontos de acesso (hotspots). A velocidade da expansão no início do ano a rede da companhia somava cerca de 30 mil hotspots é superior à das concorrentes Claro, TIM e Vivo, que, apesar da desvantagem, não deixaram de investir no acesso wi-fi à web. Temos 97% de market share (participação) no mercado brasileiro de hotspots, afirma Roberto Guenzburger, diretor de Produtos de Mobilidade da Oi. Além de reforçar a estratégia de serviços convergentes da Oi, a multiplicação dos hotspots é uma forma de atender ao crescimento explosivo no tráfego de dados. De acordo com Guenzburger, na comparação entre agosto de 2013 com o mesmo período do ano anterior, o consumo de dados pelos clientes pós-pagos da Oi subiu mais de 200%. É mais uma forma de escoar o tráfego de dados, diz Guenzburger, acrescentando que a companhia lançou recentemente um plano pré-pago com wi-fi, voltado principalmente para o público jovem. Lançado em maio deste ano, o serviço Claro Wi-Fi Max é gratuito para clientes da operadora e está disponível em mais de seis mil hotspots. A cobertura abrange dez cidades, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo a Claro, um dos objetivos do serviço é complementar a cobertura da rede 4G e otimizar a rede 3G. A TIM estendeu recentemente o serviço TIM Wi-Fi a 16 bairros da capital paulista e 22 aeroportos brasileiros. Atualmente, conta com 508 hotspots ativos no país. Redirecionamos projetos escolhendo áreas de maior concentração de demanda para que os clientes tenham uma boa experiência de navegação, conta o diretor de Redes Fixas e de Transportes da TIM Brasil, Cícero Olivieri.Por meio de posicionamento, a companhia informou ainda que sua rede de hotspots funciona em complemento à rede da operadora. Os clientes da Vivo e da Telefônica, tanto de pacotes de banda larga fixa como móvel, também podem ter acesso à internet por meio de hotspots instalados em aeroportos, shopping centers, hotéis e outros estabelecimentos. No site da operadora, o Vivo Wi-Fi é definido como um serviço que permite que o cliente economize o tráfego do seu plano de dados. O uso de redes wi-fi para transferir tráfego do 3G e do 4G é uma tendência mundial entre as operadoras. Serve para desafogar suas redes móveis, explica Huber Bernal Filho, diretor da consultoria Teleco. O especialista destaca a compra da empresa Vex, em 2011, como ponto crucial na estratégia da Oi para o mercado de hotspots. Na época, a operadora pagou R$ 27 milhões pela infraestrutura da empresa. A Oi comprou barato toda a rede de hotspots da Vex. Sairia muito mais caro montar essa infraestrutura hoje, a partir do zero, compara Bernal Filho. No fim de outubro, a rede de hotspots da Oi englobava 319 mil hotspots distribuídos pelo Brasil. Apesar de ressaltar que o preço pago pela Oi foi vantajoso, Bernal Filho acredita que a aquisição traz mais resultados no aspecto da qualidade de serviços do que em termos financeiros. Na prática, a companhia não está tão interessada na receita do acesso wi-fi e sim em desafogar as redes 3G e 4G, para poder atender bem a sua base de clientes, destaca.

SimonDawson/Bloomberg TELECOM Telefónica não quer controlar Telecom Italia A Telefónica não exercerá opção de compra para aumentar a 100% sua participação na Telco, a holding que controla a Telecom Italia, disse o presidente do conselho do grupo espanhol, Cesar Alierta. O chairman afirmou esperar que outros investidores mantenham suas participações até fevereiro de 2015 e que que não há planos para combinar a TIM Participações com a Telefônica Brasil. Reuters Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 13 AndréMourão Mais mulheres no trabalho, maior consumo A rede Burguer King quer chegar a mil filiais até 2016, com foco no Nordeste, onde considera sua presença tímida. Hoje, são 352 lojas Redes de fast-food vão faturar R$ 75 bi em 2018 Estudo mostra que potencial de expansão do segmento no Brasil ainda é grande. Desafio é diminuir os preços e ampliar a presença para atrair mais consumidores das classes C, D e E Erica Ribeiro eribeiro@brasileconomico.com.br O mercado de fast-food cresce rapidamente no Brasil e neste ano deverá alcançar um faturamento de R$ 50 bilhões, alta de 82%, em valores, se comparado com o ano de 2008. Serão nada menos que 406 mil pontos de venda, informa um relatório divulgado pela Mintel, empresa britânica de pesquisa e inteligência de mercado presente em dez países e que completará, em dezembro, um ano no país. E as previsões são ainda mais animadoras, revela o levantamento. A Mintel prevê um crescimento de 47% no número de lojas de fast-food no Brasil, estimando que haverá 480 mil estabelecimentos até 2018, quando o faturamento do mercado alcançará R$ 75 bilhões. O crescimento será, em grande parte, impulsionado pelos planos das principais cadeias de restaurantes, que estão expandindo seus modelos de franquia, crescendo para cidades menores e ampliando espaço na Região Nordeste. No entanto, as empresas que pretendem investir nessas áreas do país precisam considerar os desafios em relação à distribuição e às preferências dos paladares regionais. Ao mesmo tempo que muitos consumidores melhoram o seu poder aquisitivo, ainda existe um elevado percentual de brasileiros dos grupos socioeconômicos D e E que não frequentam as cadeias de fastfood, explica Jean Manuel Gonçalves, analista sênior do setor alimentício da Mintel. A rede Burguer King é uma das que está em busca de novos mercados. Ariel Grunkraut, diretor de Marketing da marca, destaca que a presença no Nordeste ainda é tímida e que o plano da empresa é chegar a mil estabelecimentos até 2016. Atualmente são 352 pontos de venda pelo país. O aumento do emprego e da renda ajuda muito. Hoje, 30% das pessoas se alimentam fora de casa com frequência. Nos EUA, este percentual está na casa dos 40%. E devemos chegar ao número dos norte-americanos, o NÚMEROS R$ 75 bi Projeção de faturamento para o setor até 2018 no país, segundo a empresa britânica de pesquisa e inteligência de mercado Mintel. 12% Percentual de consumidores brasileiros que vão a um fast-food para jantar. Horários de funcionamento mais amplos e pratos mais leves poderão incentivar o consumo à noite. que querdizerqueexisteespaçopara expansão, diz o executivo. Já o diretor geral da marca Bob s, Marcello Farrel, afirma que o foco da empresa está nas cidades do interior. Com mil pontos de venda, a rede planeja abrir 200 unidades por ano até 2017. O foco de crescimento continua na interiorização, com a possibilidade de abertura de lojas em cidades com até 60 mil habitantes. Oconsumo de fast-food no Brasil é visto como um deleite, para muitos consumidores, assinala a pesquisa. A maioria dos brasileiros consome fast-food durante seu tempo de lazer nos fins de semana (34%) ou durante o almoço em dias da semana (33%). O jantar ainda está longe de ser uma opção em lanchonetes de fast-food (12%). Atrair clientes dos grupos socioeconômicos menos favorecidos é um desafio para as cadeias de comida rápida. O preço é questão crucial, já que 23% dos consumidores afirmam que preferem comprar em um estabelecimento tipo fast-food por ser mais barato que um restaurante comum. O consumo em cadeias de fast food no Brasil tem como principal termômetro o desempenho da economia, afirma o professor de pós-graduação da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Antonio Sá. Porém, diz ele, não é apenas esse o principal motor para o desenvolvimento desse mercado. As mudanças na vida do consumidor, cada vez mais apressado e sem tempo para refeições completas acaba sendo atraído pelos sabores e novidades das fast food. Soma-se a isso a participação cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho, o que, portanto, as afasta das atividades de preparo de comida em casa. Assim, essas redes acabam por ser uma outra opção também, diz o professor. Mas a grande mudança que visualizo neste mercado, e que por sinal pode potencializar o crescimento das redes de fast food, é a alimentação saudável, completa ele. Sá afirma que, apesar da falta de tempo, o consumidor vem aprendendo muito sobre como se alimentar melhor. Há uma preocupação crescente para o número de doenças associadas à má alimentação e o fast food ainda pode avançar muito neste sentido. Hoje, o segmento ainda está bastante associado a uma alimentação pobre em nutrientes e que, em geral, afeta a saúde dos clientes. Mas estas redes podem crescer ainda mais quando conseguirem que sua imagem esteja associada também à saudabilidade,acrescenta. Essas empresas de fast food podem ainda trazer toques de sofisticação, algo mais gourmet aos produtos, com sabores diferenciados, permitindo aos consumidores que possa degustar uma comida diferenciada e com preços justos. Comida rápida, de fácil acesso, saudável e com ótimo sabor. Esta é a receita que o professor enxerga para o fast food do futuro. Sobre a entrada de novas marcas internacionais no país, o professor destaca que o território está aberto, já que muitas das redes oferecem mais do que o bom e velho hambúrguer, carro-chefe das fast food por aqui. A canadense Pita Pit, de sanduíches no estilo libanês, abriu loja em Salvador recentemente

14 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 EMPRESAS Páscoa a todo vapor na Harald Companhia espera fechar o ano com crescimento de 16% no faturamento e de 9% no volume produzido. Barras de chocolate de 120g são a aposta da fabricante, antes focada em vendas para empresas, para chegar ao consumidor final Gabriela Murno gmurno@brasileconomico.com.br O Natal ainda nem chegou, mas a Harald uma das principais empresas de coberturas e chocolates para o mercado B2B, já está preocupada com a Páscoa, período que concentra boa parte das vendas. Como atendemos principalmente indústrias e os artesãos profissionais, antecipamos os negócios. Já vendemos uma parte da Páscoa e estamos fechando outra rodada, para distribuir de janeiro a março, diz o diretor comercial da Harald, Jacob Cremasco. Sobre o Natal, ele fala que as vendas costumam ser lineares e o feriado é responsável por 20% das vendas no período. Há muita demanda pelas fabricantes de chocotone, mas na Páscoa temos o maior pico de vendas, ressalta. No verão, há queda de vendas em alguns estados, mas que é em parte compensada pela maior procura de fabricantes de sorvetes, como a Unilever, completa. A empresa calcula fechar o ano com faturamento de R$ 540 milhões, alta de 14% em relação a 2012, além de um aumento de 9% em volume produzido. Segundo Cremasco, o crescimento é resultado da entrada de novos canais de distribuiçãoenochamado atacarejo, em que produtos são vendidos tanto no atacado como no varejo. A Harald espera ainda crescer 16% em 2014. A entrada em novos canais, além do aumento da capacidade de produção são os responsáveis por essa expectativa, explica o executivo. NÚMERO Divulgação Segundo Jacob Cremasco, a recente oscilação do dólar não ajudou e nem prejudicou as exportações R$ 540 milhões Expectativa de faturamento daharaldesteano, comalta de14% emrelação a2012. Com investimento de R$ 10 milhões em equipamentos, a companhia triplicou o volume de produção de chips (gotas de chocolate) e ainda ocupou algumas linhas que estavam ociosas. Outra novidade, aponta o executivo, é a entrada no B2C (venda direta para o consumidor final) com a venda de barras de chocolate de 120g com a marca Melken. Entramos em supermercados médios e grandes diretamente e em menores com distribuidores, diz. Asexportaçõestambém são importantes para a Harald. Apesar de nãocitarnúmeros, praticamentetodos os 400 itens são vendidos para fora do país. Segundo Cremasco, no entanto, a recente oscilação do dólar não ajudou e nem prejudicou as vendas da empresa para o exterior. Como atendemos principalmente indústrias e o mercado artesanal profissional, antecipamos os negócios. Já vendemos uma parte da Páscoa e estamos fechando a outra agora Jacob Cremasco Diretor comercial da Harald O dólar não atrapalhou porque também importamos matéria-prima e trabalhamos com contratos de médio e logo prazos. Além disso, o que não importamos também é cotado em moeda forte, como cacau, açúcar e leite comprados aqui. Ainda importamos alguns tipos de gorduras da Malásia, explica. Com sete mil clientes no Brasil, a Harald atende indústrias, food service, mercado artesanal profissional no geral, lojas de festas, que fornecem matéria prima para chocolateiros, além de padarias, confeitarias e sorveterias, através de 850 distribuidores. Os produtos mais vendidos estão na linha de coberturas e em embalagens maiores, diz Cremasco. BRF se prepara para a temporada de festas Fabricante aposta em produtos mais práticos e amplia a oferta. Entre os itens, bacalhau e salmão A BRF vai produzir 12 milhões de carnes para as festas de fim de ano. A companhia projeta crescimento de 10% nas vendas em relação a 2012. Segundo Rodolfo Torello, na percepção da companhia, o brasileiro tem se preparado mais e antecipado as compras de Natal. Então, ele consegue aumentar a opção de pratos em sua mesa e acaba consumindo mais carne nessa época, diz ele. Este ano, a BRF terá 36 itens em seu portfólio comemorativo, cinco a mais do que no ano passado. As novidades deste ano aliam praticidade, sabor e suculência. São produtos que já são temperados e vêm em um saco pronto para assar, que mantém todo o sabor da carne. Além disso, dispensam a fase do degelo e vão direto do freezer ao forno, explica o executivo. Torello afirma que as aves especiais serão o carro-chefe da temporada. Segundo ele, as apostas serão a linha Assa Fácil do Chester Perdigão, que ganha mais uma opção, e a linha Fácil da Sadia, que este ano chega com duas novidades, o Pernil e o Lombo Fácil. Como essa época inspira mesas fartas, costumamos ampliar o leque de produtos para atender a essa demanda. Este ano, estamos apostando em duas grandes novidades: o Bacalhau Fácil Sadia e o Salmão Fácil Sadia, diz o executivo. Por enquanto, os produtos estarão a venda apenas no estado de São Paulo. Também muito tradicional na ceia do Natal, o pernil é a carne mais consumida depois das aves especiais na mesa do brasileiro, acrescenta Torello. Segundo ele, pesquisas indicam que o Chester está presente em 40% das ceias de Réveillon, o que mostra que as vendas das marcas da BRF não estão restritas ao Natal. Com o aumento da demanda, principalmentedecarnes,háoredirecionamento de algumas unidades industriais e preocupação com a logística. Nossos produtos são distribuídosemtodoopaís enãopode faltar no ponto de venda. Além disso, otrabalhocomosdemaisprodutos continua. Não paramos nenhuma das linhas. Temos contratação de alguns temporários, mas no geral, há uma realocação de mão de obra, ressalta Torello. Segundo ele, a BRF tem 27 centros de distribuição em todo o país, o que permite que os produtos sejam encontrados em 98% do território nacional. Há mudanças de mix de acordo com os hábitos de cada região. Em relação aos preços, no Nordeste eles são 2% acima do Sul e Sudeste, finaliza. Gabriela Murno

Paulo Fridman/BloombergNews FRIGORÍFICO Foco da JBS em 2014 será reduzir dívida Após a compra da Seara Brasil, o foco da JBS, maior produtora global de carnes, estará na redução dos níveis de endividamento. Sua relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) incluindo a assunção de R$ 5,85 bilhões em dívidas da Seara encerrou o terceiro trimestre em 4,03 vezes. A projeção é reduzir a alavancagem para 3 em 2014. Reuters Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 15 Carlos Moraes Programa de sócio-torcedor do Flamengo ganha 18 mil sócios nos últimos dois meses, ultrapassando Corinthians e Santos, e é o terceiro maior programa do Brasil Sócio-torcedor é a bola da vez nos clubes do país Times despertam para programas de fidelidade, que já são a segunda maior fonte de receita Douglas Nunes douglas.nunes@brasileconomico.com.br Em franca ascensão, os programas de sócio-torcedor já desbancam o valor dos contratos com os patrocinadores, transformando-se na maior fonte de receita dos times depois dos direitos de transmissão dos jogos. Oferecendo principalmente descontos e prioridade na compra de ingressos aos associados, cada clube adota uma tabela de preços e vantagens diferenciadas, como descontos em parceiros e até assentos em estádios. Muitos clubes perceberam que os sócios-torcedores são importantes. Que é necessário conhecer seu público e fidelizá-lo, disse José Gabriel Leiva, pesquisador do Centro de Pesquisas Aplicadas ao Esporte da Trevisan Escola de Negócios. Segundo o estudo realizado pelos pesquisadores da Trevisan Gestão do Esporte, Gabriel Leiva e Bruno Luiz Cosenza, os programas mantidos pelos clubes brasileiros receberam 88.405 novos associados no terceiro trimestre de 2013, o que representa um crescimento de 17,34% no período. O clube que não tiver um bom programa vai ficar muito atrás. O Flamengo agora está ganhando muito, disse Leiva. Os dirigentes precisariam se desvencilhar dessa questão de resultados de partidas e aplicar vantagens mais regionais, de acordo com o perfil de seu torcedor José Gabriel Leiva Pesquisador da Trevisan Escola de Negócios Otime carioca, colhendoos frutos de sua campanha na Copa do Brasil, viuo seu programa de sóciotorcedor saltar de 37.664 membros do fim de setembro para 55.069 até quinta-feira da semana passada. Segundoo diretor de marketing do rubro-negro, Fred Luz, esse número traz uma receita brutal mensal de aproximadamente R$ 3 milhões, podendo resultar em R$ 36 milhões no ano se mantiver a média. O sócio-torcedor é nossa segunda maior fonte de receita, perdendo apenas pelos direitos de transmissão dos jogos, disse Luz. Mesmo com o crescimento, o diretor acredita que ainda é possível alcançar resultados melhores no futuro. Segundo Leiva, agora éahora de trazer novas ideias para o time não ficar refém dos resultados em campo. A maioria dos clubes cria vantagens ligadas ao ingresso. Com isso, muitos torcedores se associam, mas depois deixam o programa. Colocar outros benefícios é uma saída. Líder no ranking Movimento por um Futebol Melhor, o Internacional, com mais de 101 mil sócios, afirma ter um faturamento médio mensal de R$ 3,4 milhões, masambiciona números maiores, principalmente após a reabertura do Beira-Rio, fechado para se preparar para a Copa do Mundo. Pelo nosso planejamento, em 2019 devemos chegar a 200 mil sócios, disse o vice-presidente de comunicação do clube, Norberto Guimarães. O Grêmio, apesar de ter um número menor de sócios (72 mil), tem um faturamento ainda maior que seu conterrâneo, de quase R$ 4,5 milhões. Por trás desse montante está o plano em que o sócio é locatário de uma cadeira na Arena do Grêmio, que custa R$ 169. Além disso, o clube busca parcerias para oferecer descontos em vários estabelecimentos. O sócio do Grêmio tem 108 empresas conveniadas em que ele tem desconto. Temos ainda o Goleada Tricolor, em que cada jogo que o torcedor comparece se converte em pontos para troca nas lojas do clube, disse o executivo de marketing do Grêmio, Beto Carvalho. O Flamengo, na terceira colocação, tem uma meta ousada para o futuro, que é atingir a proporção de torcedores/sócios do Benfica, de 4%. Isso significa alcançar 1,6 milhão de sócios. Para isso, seria necessário investir nos torcedores de outros estados, onde estão cerca de 80% adeptos do clube e que hoje representam 33% dos associados. Pretendemos criar ações para os torcedores que estão fora do Rio, em que o foco não sejam partidas, e criar uma espécie de fidelidade rubro-negra, disse Luz. Os dirigentes precisariam se desvencilhar dessa questão de resultados e aplicar vantagens mais regionais, de acordo com o perfil do seu cliente, recomenda Leiva. Depois de perder mais de 3 mil associados, o Corinthians planeja um novo plano de fidelidade, com os cartões de identificação e relacionamento Caixa Corinthians. Com esses cartões, os sócios que comprarem produtos do clube, como ingressos, camisas e pacotes de viagens, ganham Corinthios, moeda virtual que poderá ser trocada por outros produtos, serviços e experiências no clube. Temos uma limitação operacional e de demanda para os programas que são vinculados ao dia de jogo. Por isso, estamos criando outros benefícios, descontos e vantagens, disse o gerente de novos projetos do Corinthians, Pedro Ivo Campos.

16 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 EMPRESAS Azul fecha parceria com Santander para fidelidade Banco é o novo parceiro no programa TudoAzul, com 3 milhões de clientes ativos O programa de vantagens da Azul Linhas Aéreas, o TudoAzul, amplia a parceria com instituições financeiras e acaba de fechar acordo com o banco Santander. Durante o período promocional de lançamento, que vale para resgates até 13 de dezembro, os clientes que transferirem os pontos acumulados no programa Superbônus dos cartões de crédito do Santander para o TudoAzul, recebem em dobro. Até o final do ano, a empresa fecha acordo com mais um banco. Segundo fontes, o Bradesco. Hoje, além do Santander, o TudoAzul tem ainda o Itaú, HSBC, BB Financeira e American Express trabalhando no novo formato do programa, que passou do sistema de voucher para o de pontos em julho último. Hoje, temos mais de três milhões de clientes. E para alavancar um programa de vantagens como o nosso é preciso ter parceiros financeiros importantes. Optamos por ser um modeloemqueospontossão trocados exclusivamente por bilhetes. Em breve o mesmo serviço estará disponível também para a nossa agência de turismo, a Azul Viagens, diz Giselle Camargo, gerente de Produto e Parceria da Azul. Ela diz que, apesar de a empresa ter optado pela troca de pontos somente por passagens aéreas, o modelo de coalização usado pelas concorrentes não é totalmente descartado pela Azul. Mas, diz Giselle, tudo depende de estudos. Os programas de coalizão das empresas concorrentes incluem diferentes produtos e serviços para os clientes. É tudo mais pulverizado. É, sim, um modelo interessante. Mas, no momento, não é o nosso interesse seguir por esse caminho, acrescenta. Segundo ela, hoje, o cliente tem dois anos para trocar seus pontos por bilhetes para qualquer destino onde a Azul Linhas Aéreas opera no Brasil. Uma tarifa padrão da companhia equivale a cinco mil pontos. O programa foi criado em 2009 para estreitar o relacionamento com os clientes.

Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 17 AUTOMÓVEIS VW convoca recall de 1,7 milhão de carros A Volkswagen enfrenta um grande recall de veículos, num momento em que amplia esforços para superar a Toyota e a GM na liderança em vendas. São cerca de 1,7 milhão de veículos no mundo todo metade deles na China. O recall foi anunciado um dia depois da agência de supervisão de qualidade da China divulgar que 207.778 SUVs compactos Tiguan seriam retirados do mercado chinês. Reuters Redes inteligentes de água são a aposta da CAS Brasileira investe para levar conceito de smart grids de energia para a distribuição do líquido Depois de se especializar na oferta de softwares e equipamentos de medição para o setor de energia elétrica, a brasileira CAS Tecnologia está abrindoumanovafrentedenegócios. Na esteira do avanço recente das chamadas redes inteligentes de energia, a companhia planeja agora levar essa mesma abordagem para o segmento de distribuição de água, sob o conceito conhecido no exterior como smart water. Assim como acontece na oferta de redes inteligentes, o novo pacote inclui equipamentos que monitoram os medidores e sistemas que analisam as informações coletadas na ponta. Entre outras aplicações, esses recursos permitem detectar, em tempo real, vazamentos e perdas, sejam elas causadas por furtos, fraudes ou problemas técnicos. Hoje, a perda média de água no Brasil é de 40% a cada 100 litros. Isso implica em custos que, por sua vez, são repassados para os consumidores, observa Odair Marcondes, diretor de serviços da CAS Tecnologia. Para desenvolver o novo portfólio, a CAS aproveitou a infraestrutura criada para o setor de energia. A partir dessa plataforma que concentrou um investimento de R$ 30 milhões nos últimos dez anos foram criados módulos específicos para a distribuição de água. No plano para levar essa tecnologia ao mercado, um dos pilares é a associação com a americana Sensus, que desenvolve medidores inteligentes de água. A multinacional comprou 15% de participação na CAS Tecnologia em 2012. A ideia é aproveitar a capilaridade da Sensus, tanto no Brasil como na Europa e nos Estados Unidos. Já estamos participando de projetos com eles no exterior, explica Marcondes. No mercado brasileiro, a CAS já está desenvolvendo dois projetos pilotos no segmento. A expectativa é que essa vertente represente 10% do nosso faturamento em dois anos, diz Marcondes. A CAS Tecnologia encerrou 2012 com uma receita de R$ 48 milhões.

18 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 EMPRESAS Amazon amplia foco na nuvem Empresa americana projeta que serviços de infraestrutura de cloud serão seu principal negócio em pouco tempo Daniel Carmona dcarmona@brasileconomico.com.br Las Vegas, EUA São nove data centers espalhados pelo mundo um deles no Brasil que rodam mais de 1.100 ferramentas através de 9 mil parceiros em um negócio com potencial para alcançara casa dos trilhões de dólares. Se no passado recente a subida das empresas à nuvem computacional era vista com certa desconfiança, o tamanho hoje da Amazon Web Services (AWS), braço de infraestrutura da Amazon, ajuda a entender o movimento de quebra de paradigmas protagonizado tanto por grandes companhias quanto por startups. E gerar confiança para fortalecer essa migração é o principal objetivo do Re:Invent, encontro técnico anual que reúne em Las Vegas a comunidade de engenheiros e técnicos para compartilhar informações e avaliar o potencial de novas ferramentas apresentadas pela gigante americana de TI baseada em Seattle. Conhecida pelas plataformas de e-commerce somadas aos gadgets e e-books da linha Kindle em um negócio de US$ 61 bilhões, a Amazon avalia com naturalidade a ampliação de seu core business depois de uma década de investimentos na nuvem que, enfim, desponta como terreno fértil. O Jeff (Bezos, CEO da companhia) está bem animado com a evolução da AWS.NãohádúvidaqueaAWSdeve ser o nosso grande negócio, o principal produto, em pouco tempo, avalia Andy Jassy, principal executivo da área de infraestrutura em nuvem da companhia. Embora já movimente alguns bilhões de dólares globalmente a nuvem da empresa rendeu faturamento de US$ 5 bilhões em 2012, a AWS ainda não registra grandes lucros, já que as receitas, até o momento, são diretamente aplicadas na renovação e ampliação da estrutura. Uma lógica que reforça o tripé de atuação que está na essência do negócio: economia, segurança e eficiência. O custo é sempre o começo da conversa quando se fala em cloud. A economia para quem decide caminhar pela nuvem pode sair de 40% e chegar até 70% na comparação com as estruturas tradicionais. Temos obsessão por economizar o dinheiro de nossos clientes. Em relação à eficiência das aplicações, Jassy disse ontem para uma plateia de 9 mil pessoas de 27 países diferentes que, em média, a AWS é 32% mais rápida que os métodos tradicionais. Mas será seguro levar as informações de uma empresa para a nuvem? O assunto que gera ampla discussão é respondido de maneira direta. O primeiro e principal motivo do nosso trabalho é a segurança. Além de responder por eventuais falhas operacionais, a AWS abre aos clientes uma infinidade de ferramentas de criptografia e chaves de acesso de terceiros na qual apenas os donos das informações podem acessá-las, ainda que tudo esteja misturado no ar. Como mais recente resultado desse ciclo expansionista, a companhia apresentou nesta semana ao público três novas ferramentas que serão incorporadas ao portfólio de soluções. E algumas delas, muito em breve, devem chegar às NÚMEROS US$ 5 bi Foi a receita da Amazon Web Services em 2012. No mesmo período, a Amazon faturou US$ 61 bilhões. US$ 100 milhões É a economia gerada pela AWS aos seus clientes no último ano, segundo estimativas da companhia. ScottRolfson Jassy: economia na nuvem pode chegar até 70% na comparação com as estruturas tradicionais telas dos smartphones e tablets, ainda que possam passar desapercebidas do grande público. A primeira delas é a AWS CloudTrail. Voltada às grandes corporações, ela vai permitir um melhor mapeamento e auditoria das informações que passam pelos servidores da Amazon. Já a WorkSpaces permitirá a criação de desktops em nuvem acessíveis de qualquer plataforma, de laptops à smartphones, o que em tese facilita o gerenciamento da rotina tanto para empresas pequenas quanto companhias transnacionais. Por fim, o AppStream promete universalizar o streaming de vídeo e áudio. É uma solução que todo o mercado busca. Hoje nem sempre um streaming que é feito em um desktop Companhia amplia leque de serviços Chefe técnico da AWS, Werner Vogels diz que a meta é investir para gerar economia aos clientes. O CFO apresentou um serviço de streaming em big data batizado de Kinesis, que permite o monitoramento integrado dos dados que trafegam na nuvem, além de uma ferramenta de backup capaz de operar em mais de um servidor em diferentes localidades. Esta é cada vez mais uma necessidade de nossos grandes clientes para superar momentos críticos. Segundo José Papo, principal engenheiro da AWS para a América Latina, a ferramenta permite que o cliente que opera no servidor brasileiro da Amazon, por exemplo, tenha seus dados simultaneamente espalhados por um data center do outro lado do mundo. Vogels introduziu ainda o I2 e C3, ferramentas voltadas a clientes com grande demanda de processamento de dados, como empresas do ramo de medicina (com códigos genéticos) e informações do espaço colhidas pela Nasa e demais clientes que trabalham com big data. E, por fim, o PostgreSQL, solução para suprir as ferramentas de terceiros que dialogam com bancos de dados Oracle, o modelo mais utilizado pelas grandes empresas brasileiras. funciona nos smartphones e tablets. Ele vai permitir com que isso ocorra de forma integrada, justifica José Papo, principal engenheiro da AWS para a América Latina. Já disponíveis nos EUA, essas ferramentas devem ser integradas ao portfólio da AWS no Brasil apenas nos próximos meses. Nosso objetivo é ainda migrar 75% dos nossos data centers para a AWS nos próximos três anos. Por isso acreditamos em nossas ferramentas e ecossistema, finaliza Andy Jassy. A estimativa é de que a AWS tenha gerado no último ano economia de US$ 100 milhões para seus clientes, que vão desde as mais jovens startups a bancos, companhias aéreas, empresas de telefonia e grupos de mídia.

Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 Brasil Econômico 19 PLANO DE NEGÓCIOS ÉRICA RIBEIRO eribeiro@brasileconomico.com.br Patricia Stavis BergSilva TEMPERO ASIÁTICO GANHA ESCALA Achamada invasão chinesa e também japonesa, tailandesa, asiática, enfim aqui no Brasil está pegando o consumidor também pelo estômago. E a prova disso está nos dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). As redes voltadas para a gastronomia internacional já representam 20% do faturamento total do setor de franquias. No ano passado, a receita desses restaurantes foi de quase R$ 20 bilhões e as lojas próprias, mais as franqueadas, passaram de 12.015 unidades, em 2010, para 16.029 no último ano. Redes como China in Box, LigLig, Guendai e Jin Jin, entre outras estão entre as dez maiores que atuam no segmento de comida oriental. Todas com os olhos bem abertos para as possibilidades do mercado. Uma das redes que vem crescendo a olhos vistos é a China in House. A empresa faturou R$ 12 milhões no ano passado e deve crescer o caixa em 10% em 2013. Presente nos estados de São Paulo, Maranhão e Distrito Federal, a expectativa é chegar ao Rio e nas demais cidades que receberão a Copa de 2014. Temos a expectativa de aumentar nossa participação nacional nos próximos anos e aproveitar todo o potencial econômico e turístico que os eventos esportivos oferecem no segmento de alimentação. Nosso crescimento sempre será pé no chão. Não temos interesse em ser a maior rede de comida chinesa, mas de estar entre as melhores, diz Jorge Torres, diretor de Franquias da China in House, no melhor estilo de sabedoria oriental. Para ele, o segmento tem muito a crescer, assim como sua empresa, especialmente fora da região Sudeste, onde o consumo é menor. Devassa tipo mignon vai acelerar expansão Com 27 unidades instaladas pelo país, o Bar Devassa segue em expansão. Além dos formatos já conhecidos, a rede está investindo em lojas menores. A primeira Mini Cervejaria Devassa foi aberta em Curitiba. A Devassa é administrada pela Sonar, empresa de franquias da Brasil Kirin, criada em 2009, após a aquisição da marca. Fotos Divulgação Comida mexicana para agradar turistas A Natortilha, rede de franquias de comida mexicana, quer fincar a bandeira no Rio para aproveitar os grande eventos e o fluxo de turistas que deverão desembarcar na cidade. Nos planos, a abertura de seis lojas na capital até o final de 2014. Mas o sócio-franqueador, Ricardo de Léon, diz que a cidade pode abrigar até 15 lojas da rede. SOLUÇÕES & OPORTUNIDADES De28/11 a1/12, oriosediará afeira doempreendedor, considerado omaior evento presencialde empreendedorismodomundo. Decidimos trazer oeventode voltaao Riodepoisde 10 anos porquea cidade vive um momento muitoespecial, com boasoportunidades tantopara empresas existentes como para novos negócios, dizcezar Vasquez,diretor-superintenden te dosebrae/rj. O evento terá comofocoprincipalmente produtos e serviços demandados pela novaclasse C. Divulgação A confiança dos donos de micro e pequenas empresas se manteve alta em outubro e deve continuar até o final do ano. Pelo segundo mês consecutivo, o Índice de Confiança dos Pequenos Negócios (ICPN), feito mensalmente pelo Sebrae, atingiu 121 pontos o mais alto desde o início do ano. Metade dos que procuramuma franquiabuscamaexperiênciado franqueadorparainiciar oseu próprio negócioe 19% dos interessados queremumbom parceiro, diz a pesquisa quea RizzoFranchise apresentoudurante aexpomoney. Hoje, mulherese jovensde até 25anos estãoentre os maisinteressados. No embalo da vaidade masculina Para ser diferente, vale investir em nichos de mercado. E como os homens estão mais vaidosos, um salão só para eles faz sentido. A rede Red Salon Homem abriu a quinta loja este mês com mimos para eles, como um espaço para jogos e tablets com acesso à internet. Coluna publicada às segundas-feiras

20 Brasil Econômico Segunda-feira, 18 de novembro, 2013 FINANÇAS Editora: Eliane Velloso eliane.velloso@brasileconomico.com.br Yellen enfrenta o fogo cruzado de democratas e republicanos Enquanto os republicanos querem subir os juros para conter a inflação, os democratas querem crescimento via manutenção da política de estímulos e a indicada de Obama precisou se equilibrar durante a sabatina no Senado Liana Verdini liana.verdini@brasileconomico.com.br Janet Yellen, indicada pelo presidente Barack Obama para a presidência do Federal Reserve (Fed), enfrenta um verdadeiro fogo cruzado para ser aprovada para o cargo. De um lado, os republicanos, preocupados com a inflação, cobram o aumento das taxas de juros com a retirada dos estímulos à economia. De outro, os democratas, defensores de mais medidas que impulsionem o crescimento do país. No fio da navalha, Yellen encarou a sabatina de quinta-feira no Comitê de Mercado Aberto do Senado dos Estados Unidos. Visivelmente nervosa, tentando não contrariar os republicanos, de quem depende para ser nomeada, Yellen defendeu a atual política do Fed, mas declarou ser favorável ao aumentos dos juros em momentos mais apropriados. Agora, segundo ela, ainda é cedo. Alívio no Brasil, onde o real vem sofrendo desvalorização acentuada em parte pela possibilidade de retirada dos estímulos do Fed. O discurso dela não surpreendeu. Mas foi um alívio ouvir o seu posicionamento de maneira explícita, disse José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre). A percepção que ficou é que adiando por mais tempo a retirada dos estímulos haverá um incentivo aos investimentos de risco e menos remessa de dólares para os Estados Unidos, o que favorece a bolsa brasileira, avaliou Alexandre Espírito Santo, economista da Simplific Pavarini e professor do Ibmec-RJ. Por isso o Ibovespa fechou a quinta-feira em alta (ver matéria ao lado). Respondendo a perguntas perante o Comitê do Senado dos EUA, Yellen deixou claro que vai continuar com a política monetária extremamente expansionista até que as autoridades estejam confiantes de que uma recuperação econômica é sustentada e capaz de criar empregos. Eu considero imperativo que façamos o que pudermos para promover uma recuperação bem forte, disse Yellen, atualmente vice-presidente do banco central dos EUA. Ela disse que as compras de título pelo Fed, que alguns republicanos temem possa acelerar a inflação ou criar bolhas de ativos, não podem durar para sempre. Mas deixou claro que qualquer decisão de reduzir as compras, atualmente de US$ 85 bilhões por mês, será definida por dados econômicos. Investidores de ações e títulos receberam positivamente o compromisso de Yellen para conduzir uma recuperação mais forte. As ações norte-americanas atingiram as máximas do pregão enquanto ela falava, com o S&P 500 registrando máxima recorde. Jason Reed/Reuters Joshua Roberts/Reuters Ela foi coerente com o que vem escrevendo sobre o assunto. Se mostrou preocupada com oemprego e disse que não contemporizaria com a inflação José Júlio Senna Chefe do CEM da FGV-Ibre Joshua Roberts/Reuters Joshua Roberts/Reuters Yellen: é imperativo fazer o possível para promover uma recuperação bem forte dos EUA Ela foi coerente com o que vem escrevendo sobre o assunto. Se mostrou preocupada com o emprego e disse que não contemporizaria com a inflação, disse Senna. Podemos ter algum suspense, mas ela será aprovada com certeza, avaliou Espírito Santo. Ainda não está claro quando os parlamentares irão debater e votar a aprovação de Yellen. No comitê, os democratas de Obama ocupam 12 dos 22 assentos. No Senado, ela precisa de 60 votos e os democratas ocupam 55 cadeiras. O mandato de Ben Bernanke termina em 31 de janeiro. Com agências Investidores se empolgam com posicionamento A fala de Janet Yellen, em especial defendendo a manutenção das medidas de estímulo à economia norte-americana, mexeu com as bolsas no mundo todo. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 subiram a níveis recordes. Dow Jones valorizou 0,35%, fechando a 15.876, e o S&P subiu 0,48%, a 1.790. O Ibovespa teve alta de 2,34%, ficando em 53.451 pontos. Durante a sabatina, Yellen disse que o mercado de ações dos Estados Unidos não parece estar em uma bolha financeira, apesar da forte alta dos preços. Os preços das ações aumentaram fortemente, mas pelas medidas tradicionais de avaliação (...), não consideraria que os preços das ações sugiram as condições de uma bolha financeira, declarou à comissão do Senado. Em referência ao setor bancário, Yellen considerou como um dos objetivos mais importantes da época posterior à crise evitar oferecer ajuda pública aos gigantes bancários que ainda apresentavam problemas. E acrescentou: o conceito de ser muito importante para quebrar provoca danos. Isso cria um risco moral e corrói a disciplina dos mercados. O posicionamento da indicada do presidente Barack Obama para presidir do Federal Reserve (Fed) também repercutiu na Europa. A Bolsa de Londres fechou a quinta-feira com o índice FTSE em alta de 0,54%, aos 6.666 pontos. A de Frankfurt terminou com o Dax em alta de 1,05%, aos 9.149 pontos. E a de Paris fechou com o CAC avançando 1,04%, para 4.283 pontos. O índice japonês Nikkei saltou 2,12%, atingindo a máxima em seis meses, também influenciado por dados positivos da economia.