Política de inclusão digital do Estado da Bahia: principais ações da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação



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Transcrição:

Política de inclusão digital do Estado da Bahia: principais ações da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação Ildes Ferreira de Oliveira A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti) tem como principal desafio contribuir para a implementação de um novo ritmo de desenvolvimento sustentável para o estado. Esta administração é marcada não só pela firme articulação com a comunidade científica, mas também pela participação da sociedade civil organizada para que o debate sobre a CT&I chegue ao interior e vá além das fronteiras do meio acadêmico e empresarial. Os rumos da CT&I estão sendo guiados com foco na melhoria da qualidade de vida dos baianos. O trabalho da Secti tem caráter transversal, contando com parcerias com outras entidades dos governos estadual, federal e municipal, empresariado, universidades, centros de pesquisas e a sociedade civil organizada. A articulação de atores com importantes papéis para o desenvolvimento científico e tecnológico, bem como a ação direta de fomentar iniciativas inovadoras ou popularizar as ciências estão entre as linhas de atuação da Secretaria. Projetos estratégicos: 1.Fortalecimento da Base Acadêmica A academia é um importante componente do sistema local de inovação. Portanto, ações para o fortalecimento da base científica, investimentos em pesquisa básica além de uma aproximação com o segmento produtivo são necessárias para o desenvolvimento do setor. Dentre as ações destacam-se a criação de cursos de ensino médio profissionalizante, o fortalecimento dos grupos de pesquisa, atraindo doutores e estabelecendo programas de pós-graduação, o apoio ao doutorado interinstitucional e o aumento da captação de recursos oriundos da Lei de Informática. Para consecução destes objetivos conta-se com o apoio direto da Fapesb Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. 2. Programa de Fortalecimento da Base Empresarial Progredir Voltado para micro, pequenas e médias empresas de diversos segmentos produtivos, organizadas em Arranjos Produtivos Locais (APLs), o Programa de Fortalecimento da Base Empresarial Progredir - conta com o aporte de US$ 16,6 milhões, ao longo de 30 meses, para ampliar a competitividade empresarial a partir da cooperação. Os recursos são oriundos de fontes próprias do Estado e de parceiros (40%) e o restante (60%), obtido através de empréstimo junto ao BID. O Programa é coordenado pela Secti, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL-BA). Os APLs são aglomerações de empresas, localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outras instituições locais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa. 1

Além de apoiar o desenvolvimento produtivo e a competitividade de micro e pequenos empresários da Bahia, o Programa de Fortalecimento da Atividade Empresarial vem contribuindo para identificar novos mecanismos de intervenção pública que aumentem a eficiência coletiva nos aglomerados. São beneficiários da iniciativa onze APLs: Tecnologia da Informação (Região Metropolitana do Salvador), Transformação Plástica (RMS), Confecções (RMS e Feira de Santana), Fruticultura (Juazeiro e Vale do São Francisco), Cadeia de Fornecedores Automotivo (RMS, Feira de Santana e Recôncavo), Turismo (Zona do Cacau), Piscicultura (Paulo Afonso), Derivados da Cana-de-Açúcar (Chapada Diamantina), Caprinovinocultura (Senhor do Bonfim e Juazeiro) e Rochas Ornamentais (Ourolândia, Jacobina e Lauro de Freitas) e Sisal (Serrinha, Valente e outros municípios da região sisaleira do Estado). 3. Pólos Regionais de Tecnologia da Informação Cidades como Vitória da Conquista, Feira de Santana e Jequié estão estruturando pólos de informática com foco no desenvolvimento de softwares. Os pólos reunirão empresas de Tecnologia da Informação (TI), centros de pesquisa e instituições de fomento numa articulação com foco no desenvolvimento do setor no interior do estado. Um dos pólos de informática já estruturado é localizado em Ilhéus, respondendo por 20% da produção nacional de computadores. Para fomentar o fortalecimento das unidades, a Secti está atuando na capacitação técnico-empresarial em parceria com o Sebrae-Ba e mobilizando a articulação entre os empresários. Em Vitória da Conquista, está sendo estruturado o Pólo Digital do Sertão, previsto para reunir empresas de TIC de 60 municípios da região. Em Jequié, foi lançado o Jequié Cidade Software, que é formado por empresários e empreendedores locais e contribuirá para o desenvolvimento do setor na região. Através da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesb), órgão vinculado, a secretaria lançou o Edital para Desenvolvimento de Soluções Inovadoras no Campo das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), no valor de R$ 1 milhão em recursos para financiar projetos de pesquisa que resultem na criação de produtos, processos, métodos ou sistemas que ainda não existam no mercado ou que apresentem características novas em relação aos atualmente usados. 4. Melhoria da Infra-estrutura de transmissão de dados REMESSA Uma rede de transmissão de dados de velocidade quatro mil vezes superior à conexão de banda larga utilizada comercialmente vai interligar cerca de 20 instituições localizadas na Região Metropolitana de Salvador. A Rede Metropolitana de Educação e Pesquisa de Salvador (Remessa) começa a ser implantada e será um importante vetor para o desenvolvimento da pesquisa na Bahia. A rede terá inicialmente 120 km de extensão e 70 pontos, inclusive no local onde será implantado o Parque Tecnológico. Quando estiver operando, a Remessa vai permitir diversas aplicações, a exemplo de ensino à distância, telemedicina, convergência de voz e multimídia entre os pontos de presença. O projeto está sendo coordenado pela Secti, em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), Prefeitura de Salvador e Rede Nacional de Pesquisa (RNP). 2

5. Cidade Digital O Cidade Digital, nesta primeira etapa, vai promover a infra-estrutura de comunicação por uma rede de alto desempenho, em 24 municípios. Essa rede deve suportar serviços de internet, intranet e aplicações corporativas, e poderá ainda ser expandida abrigando novas ferramentas como VoIP, videoconferências e até mesmo aplicações em telemedicina. A prioridade, nesta fase inicial, serão escolas, estabelecimentos de saúde, prédios da administração pública e nos Centros Digitais de Cidadania (CDCs). O projeto terá recursos federais, vindo de orçamento dos ministérios, verbas de emendas de bancadas e também recursos próprios do Governo da Bahia. 6. Os Centros Vocacionais Tecnológicos Territoriais (CVTTs) Os CVTTs são unidades de ensino e de profissionalização, voltadas para a difusão do acesso ao conhecimento científico e tecnológico, conhecimentos práticos na área de serviços técnicos, além da transferência de conhecimentos tecnológico na área de processo produtivo. Os CVTTs estão direcionados para a capacitação tecnológica da população, como unidades de formação profissional básica, de experimentação científica, de investigação da realidade e prestação de serviços especializados, levando-se em conta a vocação do território onde se insere, promovendo a melhoria dos processos. O primeiro Centro Vocacional Tecnológico Territorial (CVTT) foi inaugurado em Feira de Santana. No total, a Bahia vai receber 37 CVTTs, cada um ligado à vocação do território instalado, como turismo e tecnologia da informação e comunicação, dentre outros. 7. Plano Setorial de Qualificação em TI Mais de 20 mil jovens da rede pública de ensino poderão participar, até 2010, de um curso gratuito de capacitação em Tecnologia da Informação. Serão 300 horas de aulas de programação e os alunos que se destacarem serão contratados por empresas baianas de Tecnologia da Informação (TI). Uma parceria com a Assespro (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet) e a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Software e Serviços para Exportação) vai facilitar o contato dos jovens com as empresas, que aproveitam a oportunidade para encontrar novos talentos em programação. O Programa é uma ação das Secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), Educação (Sec) e da Assessoria de Gestão Estratégica de TIC (Agetic) da Casa Civil, em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Softwares e Serviços para Exportação (Brasscom), a Associação das Empresas Brasileiras de Software e Serviços de Informática (Assespro) e Instituto Brasil para Convergência Digital (IBCD). Projetos especiais: 1. Parque Tecnológico O Parque Tecnológico começa a ser instalado na Avenida Paralela, em Salvador, e abrigará um consórcio de pesquisas universitárias, incubadoras e empresas de base tecnológica. Será também um centro de convergência do sistema estadual de Inovação na Bahia, nas esferas pública, acadêmica e empresarial. Ele está sendo concebido em três eixos ou vias: a da inovação (como instrumento de atração de empresas), a da tecnologia (esfera institucional de suporte à interação entre universidades e empresas) e a da ciência (estratégia de fortalecimento da produção científica local). 3

As três áreas escolhidas como prioritárias para o Parque Tecnológico Biotecnologia e Saúde; Energia e Ambiente; e Tecnologia da Informação e da Comunicação estão no foco de quase todos os parques tecnológicos do mundo, mas cada lugar prioriza as subáreas nas quais tenha mais potencial. A gestão do Parque Tecnológico de Salvador seguirá o modelo predominante no Brasil, por meio de uma organização social (OS), com representação dos três segmentos: governo, empresariado e academia. 2. Inserção no Projeto Computadores para Inclusão CRC Bahia Em função de sua experiência com ações na área de inclusão digital e visando a ampliação do programa Cidadania Digital, a SECTI justifica sua inserção na rede nacional de recondicionamento e doação de computadores do Projeto Computadores para Inclusão, que representa uma das ações prioritárias do Governo Federal. O CRC-Bahia está implantado em espaço cedido pela Prefeitura de Lauro de Freitas, conforme projeto arquitetônico em anexo, que conta com uma área total de 1600 m2, sendo 540 m2 de área construída. Sua localização é de fácil acesso aos jovens aprendizes que atuarão no CRC, por estar localizado próximo ao centro da cidade, contando com linhas de ônibus municipais e intermunicipais. O Município de Lauro de Freitas faz parte da região metropolitana de Salvador, fazendo limite com a Zona norte da capital baiana, com acesso pela Linha Verde. Tem apenas o distrito sede. As demais localidades são consideradas bairros: Itinga com mais de 70 mil habitantes, mas da metade da população do município, está localizado a cinco quilômetros do Centro de Lauro de Freitas; Portão É o segundo em população, separado de Lauro de Freitas apenas pela estrada do Coco; Vilas do Atlântico - condomínio que se tornou um bairro; Areia branca o distrito mais distante, a 30 km da sede, é o que mais preserva costumes de uma área rural. Além de jambeiro e Cali que são considerados áreas rurais. Em parceria com a Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação e a Universidade do Estado da Bahia, a Prefeitura de Lauro de Freitas implantou um projeto voltado para jovens, na área de manutenção de computadores. Já foram capacitados mais 60 jovens que além do certificado, ao final do curso, receberam um Kit ferramentas para o exercício de atividades como profissionais autônomos. O Centro de Recondicionamento de Computadores do Estado da Bahia, no âmbito da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, está inserido na estrutura do Programa Cidadania Digital. Para execução desta ação, a SECTI-Ba estabeleceu parceria com a Prefeitura de Lauro de Freitas e a instituição não-governamental o Centro de Estudos Socioambientais PANGEA de reconhecida Utilidade Pública Federal que possibilitará a doação de computadores para todo o território nacional, conforme indicações do Projeto CI. Ambas as instituições são parceiras da SECTI, através do Programa Cidadania Digital, ou seja, já possuem experiência na área de inclusão digital, além de possuírem renomada experiência no desenvolvimento de projetos sociais, voltados para as diversas comunidades. Serão beneficiados, nesta primeira etapa, em 2009, 60 jovens em situação de vulnerabilidade social, em atividades de formação para inserção no mercado de trabalho. 4

O público beneficiário dos equipamentos recondicionados pelo CRC serão instituições responsáveis por iniciativas de inclusão digital como telecentros/ centros públicos de acesso à Internet, Associações comunitárias, sindicatos rurais, escolas e bibliotecas públicas, proporcionalmente ao número de equipamentos recondicionados, conforme critérios estabelecidos pelo Projeto Computadores para Inclusão. Os computadores serão utilizados, nestas instituições beneficiárias, por populações de comunidades carentes e em situação de exclusão, entre elas estudantes dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas. A iniciativa servirá como modelo para a implantação de outras unidades de CRC. 3. Cidadania Digital Programa de Inclusão Sociodigital O objetivo do Programa é desenvolver ações que potencializem as oportunidades de desenvolvimento espacial equilibrado e de inclusão social, através da promoção do acesso qualificado da população aos recursos da informática e da Internet, em todas as regiões do Estado. Para a consecução deste objetivo foram estabelecidas diversas linhas de atuação, dentre as quais se destacam as três principais a seguir: Implantação e Operação de CDC Centros Digitais de Cidadania. Implantação do Centro de Recondicionamento da Bahia CRC-Ba. Programas de Capacitação e Ações de Gestão Colaborativa. Desenvolvimento Tecnológico - Software Livre e Conteúdos Digitais para Inclusão Digital. Os CDCs são salas equipadas com 10 microcomputadores, 01 impressora e 01 servidor de rede, com softwares livres instalados e conectados à Internet banda larga, disponibilizadas para o acesso livre e gratuito da população e para a participação em variadas atividades, como as Oficinas de Inclusão Digital - ID (informática básica) e de Mobilização Social. Os usuários são constantemente estimulados a utilizar os recursos disponíveis em benefício da melhoria da sua condição de vida e da sua comunidade. Por isso, as atividades desenvolvidas nos CDC devem estar contextualizadas com a realidade sócio-econômica local, possibilitando assim não só o acesso qualificado aos recursos tecnológicos da comunicação e informação, mas também a promoção de ações que ampliam o termo Inclusão digital para Inclusão sociodigital. O Programa de Inclusão Sociodigital do Estado da Bahia Cidadania Digital avança rapidamente no desafio de promover a inclusão digital da população menos favorecida, destacando-se entre os programas estaduais de inclusão digital em curso no país, seja em termos de dimensão ou qualidade. Com abrangência estadual, o Cidadania Digital beneficia atualmente 408 municípios baianos, cerca 98% do total, contando com 688 unidades implantadas em diversos locais, como escolas, bibliotecas, universidades, centros sociais, associações comunitárias, sindicatos, entre outros. Atualmente o programa encontra-se em fase de implantação de mais unidades, ampliando sua rede para 1000 CDCs até dezembro de 2009, garantindo a inclusão sociodigital de significativa parcela da população baiana. Com mais de 17 milhões de acessos pelos quase 600 mil usuários cadastrados, o Programa tem grandes desafios a enfrentar, tanto no que diz respeito à ampliação da rede de CDC, quanto no desenvolvimento de ações que possibilitem a inclusão sociodigital dos usuários que freqüentam os centros públicos de acesso à informática. que permitem a implementação de um conjunto de informações e serviços para a comunidade, promovendo o acesso gratuito às tecnologias como meio para o alcance da inclusão social. 5

Contabiliza mais de 600.000 mil pessoas cadastradas nos 706 centros implantados, sendo que 57% dos usuários são menores de 16 anos (172.732) e jovens entre 16 a 21 anos (160.516); 55,31% são estudantes do ensino fundamental e 38,52% são estudantes do ensino médio. Abrange 409 municípios baianos e soma desde a sua criação (2003) mais de 17.789.570 milhões de acesso. Os Computadores dos CDC funcionam com uma solução em software livre, personalizada do sistema operacional Debian BR-CDD (GNU/Linux), chamada Berimbau Linux, constituída de um conjunto de programas livres, como o OpenOffice.org, navegador Iceweasel (baseado no FireFox), dentre outros. O Centro foi projetado para ser operado sob uma solução de hardware de baixo custo e tem o intuito de facilitar a utilização do computador pelo cidadão. Construindo a Sustentabilidade para as Políticas Territoriais de Inclusão Sociodigital Sabemos que o sistema de produção capitalista é e sempre será excludente. Segmentos sociais, em maior ou menor dimensão, estarão excluídos do sistema de produção e dos benefícios sociais por ele gerados. Cabe aos segmentos organizados da sociedade brasileira e de todo o mundo construir as transformações necessárias e, ao Estado, enquanto instituição macro-reguladora da convivência social, adotar medidas para que a exclusão social seja minimizada, reduzida a números que permitam a convivência pacífica da sociedade. No mundo de economia globalizada, onde a tecnologia ocupa, cada vez mais, lugar de destaque, o acesso ao conhecimento passa a ser condição sine qua non para a inclusão social. Para as pessoas sem ou com pouco acesso ao conhecimento, a punição pode ser dupla: podem essas pessoas ficar excluídas do mercado de trabalho pelas limitações do próprio sistema de produção, que por natureza não pode universalizar o emprego, ou pela falta do conhecimento necessário que é exigido pelo mercado trabalho. O acesso às tecnologias da informação, no mundo atual, passa a ser requisito importante para a inclusão social. Jovens e adultos que não tenham conhecimentos básicos de informática, que não saibam manipular minimamente programas de computadores, que não tenham acesso à internet estarão, inevitavelmente, excluídos das oportunidades de emprego. Até algum tempo acreditava-se que o combate à pobreza se daria pela distribuição de bens materiais. Programas de distribuição de alimentos, a exemplo do PMA (Programa Mundial de Alimentos), das Nações Unidas, foram estabelecidos. Esta primeira década do século XXI revela que programas dessa natureza só fazem sentido em situações excepcionais de crise (enchente, seca, terremotos, guerra etc.). Um processo efetivo de combate à pobreza inclui, necessariamente, o acesso ao conhecimento inclusive às tecnologias da informação que passam a ocupar, no mundo contemporâneo, posição de destaque para a superação da pobreza. Deve ficar claro que existe o analfabetismo educacional em larga escala e que deve ser erradicado de nosso meio, assim como existe o analfabetismo tecnológico, mas nem por isso uma política pública de inclusão social deve priorizar uma em detrimento da outra. Nesse caso, em especial, buscamos sempre promover a inclusão digital aliada à inclusão social, envolvida com a educação, com a saúde, com a cultura e com o acesso a documentos e a serviços que se pode fazer muito bem com a inclusão digital. 6

Apesar da importância estratégica da inclusão digital, dados da pesquisa IBGE/PNAD (2007) indicam que a Bahia é o 20º estado da federação em inclusão digital apesar de ocupar a 6ª. posição no ranking da economia e o 3º em população. Apenas 13% dos baianos têm acesso a computador e à internet. Mudar essa realidade é uma obrigação do governo e da sociedade, com políticas públicas conseqüentes. O equipamento, CDC, possui um caráter revolucionário no sentido de buscar a criação de canais de acesso para os trabalhadores, desempregados, comunidades quilombolas, afrodescendentes, povos indígenas etc. ao conhecimento e às tecnologias da informação e da comunicação. O programa se volta, assim, para uma classe social determinada. É por isso que cada espaço de máquinas não é uma mera lan house ou um Infocentro. É um Centro Digital de Cidadania, voltado para a formação dos trabalhadores e de seus familiares, para a produção e apropriação de conhecimento. É um espaço democrático, de participação, de busca de conhecimento, de informação, de cidadania. É do interesse do atual governo que cada unidade esteja inserida na vida da comunidade e seja assumido por ela; que faça parte de uma estratégia de desenvolvimento sustentável. É um lugar onde as pessoas fazem pesquisas escolares, constroem relacionamento, podem se informar do que está ocorrendo pelo mundo afora; além de se constituírem também num instrumento de serviço às comunidades: as pessoas podem fazer suas críticas e sugestões ao governo, através da Ouvidoria do Estado; podem declarar imposto de rendas; obter certidões pessoais; notas fiscais avulsas; documentos para acessar o PRONAF etc. O Cidadania Digital substitui o Programa Identidade Digital do governo anterior, estruturado de forma a manter a dependência com o governo do Estado, deixando com este, total controle sobre o Programa. Como foi concebido, não tem viabilidade porque o governo do Estado já não tinha e não terá condições de assumir a paternidade de todos com um padrão mínimo de qualidade. Dos 362 infocentros implantados no governo anterior, apenas 302 estavam em funcionamento, 60 já não funcionavam (17% do total). O plano do governo Terra de Todos Nós é implantar, até 2010, 1.200 CDCs em todos os Municípios baianos. Ao lado disso, construir, em parceria com as coordenações territoriais e com as comunidades locais, as condições de sustentabilidade e de gestão autônoma e democrática. Destacamos que, com a valiosa participação das emendas parlamentares e dos recursos do Fundo de Combate à Pobreza (FUNCEP) conseguimos acelerar a universalização da política de inclusão sociodigital, na Bahia, e ainda em 2008, teremos, no mínimo, um CDC em cada um dos 417 municípios do estado da Bahia. Há comunidades que além do combate à exclusão social, apóia projetos de capacitação, de geração de renda etc. fazendo com que o CDC seja reconhecido como um poderoso instrumento de combate à pobreza e de geração e distribuição de renda. Outra mudança na concepção do programa foi a escolha dos parceiros locais. No passado, a parceria era feita quase somente com as Prefeituras; hoje, as parcerias são feitas preferencialmente com organizações da sociedade civil com capacidade de gestão: Associações, Sindicatos, Cooperativas, Maçonarias, Assentamentos Rurais, Comunidades Afrodescendentes, Comunidades Indígenas, Igrejas, Comunidades Quilombolas etc., permitindo que o benefício chegue na ponta, junto àqueles que mais necessitam: 7

Os principais desafios a serem enfrentados para a sustentabilidade do PISD são: 1. Desconstruir a relação de dependência dos parceiros e dos usuários em relação ao Estado, construindo uma cultura de autonomia e independência dos CDCs, 2. Capacitar os usuários a partir dos gestores e monitores para que assumam um papel protagonista, de atores do processo. Fazer de cada CDC um espaço de geração de conhecimentos e de formação para a cidadania, 3. Criar condições para que os próprios CDCs solucionem problemas técnicos mais simples (treinamento de monitores e gestores para o reparo dos equipamentos), 4. Inserir o CDC na agenda política de grupos sociais como a economia solidária, agricultura familiar, grupos culturais, etc, 5. Construir alternativas de sustentabilidade econômica e social construir uma cultura de coresponsabilidade das comunidades locais, 6. Ampliar o acesso para zona rural, distritos e povoados, enfrentando uma herança de total exclusão de acesso á banda larga, 7. Fazer com que o executivo municipal crie uma estrutura de gestão (secretaria, departamento, núcleo) para cuidar da política de inclusão sociodigital, 8. Superar as deficiências que são gritantes com a falta de estrutura para internet banda larga nos Municípios e nas comunidades. Os contratos que a SECTI assina com os parceiros locais já traduzem essa nova visão. Neles estão definidas as responsabilidades do governo do Estado e dos parceiros. Para os parceiros, além de outras responsabilidades, estão definidos que são da sua competência o link da internet; a manutenção da infra-estrutura do espaço físico; as adequações para a acessibilidade; o custeio de energia elétrica e ponto de internet; a manutenção dos equipamentos e os gestores e monitores. O parceiro local, embora tenha assinado esse contrato, não o assume ainda, recorrendo ao governo do Estado para muitas coisas que são da sua responsabilidade, inclusive coisas quase insignificantes, como a simples substituição de um mause. Essa proposta acompanha a orientação conceitual e de parceria que o Governo Lula desenvolve no Brasil, onde o objetivo é universalizar o uso dos recursos da tecnologia da informação e da comunicação, mas com a contrapartida do parceiro, no caso, o Estado. Essa postura não é apenas um ato de dividir a conta, mas de comprometer o parceiro, de garantir o envolvimento, dividindo responsabilidade, mas acima de tudo inserindo as pessoas no processo de desenvolvimento sustentável que só pode ser viabilizado com participação, com corresponsabilidades. Na busca de inserir o processo de inclusão social de forma sustentável, na Bahia, a SECTI firmou um convênio com as universidades estaduais (UEFS, UNEB, UESC e UESB) para dinamizar e enriquecer o processo de capacitação, visando uma maior participação da comunidade, inclusive com a formação do Núcleo de Gestão Colaborativa NUGEC e maior qualificação dos usuários (questão de conteúdos). Um outro destaque a ser feito é que, no modelo pré-existente da política estadual de inclusão digital, a dependência técnica é igualmente grave. Qualquer defeito nas máquinas ou nos periféricos, por mais simples que seja, recorre-se à SECTI. Iniciou-se um processo de capacitação técnica onde, em cada CDC, no mínimo, duas pessoas aprendem a consertar os computadores e tenham, ao final da capacitação, a certificação e um Kit Ferramenta. 8

Essas pessoas poderão, também, atuar na sua própria comunidade como prestadores de serviços (oportunidade de geração de renda). A idéia é ampliar este projeto numa parceria com a SEDES, SETRE e a SEC (Secretarias de Desenvolvimento Social; do Trabalho, Emprego e Renda e da Educação) através da superintendência de educação profissional, para fortalecer o TTRILHA (Programa de Juventude) e se consolidar como uma verdadeira política publica de Estado. A sustentabilidade econômica e social, como tudo no mundo capitalista, tem custo (pouca coisa ainda resta, a exemplo do ar que respiramos, a luz solar, a chuva etc.). A questão é saber quem paga a conta. Na casa da gente, se paga energia elétrica, o uso do telefone, da água etc. Mas não temos a cultura de pagar pelo uso de serviços, quando esses são prestados comunitariamente. O raciocínio de cada um é que alguém deve assumir, menos ele. Nesse início de século XXI, muitas das famílias cujos filhos estão se beneficiando dos CDCs, gastam dinheiro nas lan house s, mas têm dificuldade de entender que o CDC precisa ser mantido e carece da sua colaboração. Uma mãe, trabalhadora rural e residente num distrito de Feira de Santana, na inauguração de um CDC, disse publicamente que todo mês gastava entre R$ 30,00 e R$ 40,00 para os filhos fazerem pesquisas na internet requisitadas pela escola, utilizando os serviços de uma lan house. Mas quando se busca um meio de participação coletiva para sustentar um bem de todos, a coisa muda. Por que o governo do Estado não assume os CDCs, com todas as responsabilidades de recursos financeiros, de pessoal, administrativo, etc. como um projeto do governo, como uma escola ou um centro de saúde, por exemplo? O acesso ao CDC tem que ser gratuito, ou seja, ninguém deve pagar pelo uso. Entretanto, a comunidade precisa criar instrumentos que permitam pagar a conta, sem negar àqueles que não contribuírem o direito de usufruir do benefício. Eis alguns exemplos, que vem sendo desenvolvido em alguns CDC s no estado da Bahia e já em uso: a) O CDC criou o site da cidade, veiculando nele as informações mais importantes da comunidade. A população acessa constantemente, quer ficar informada das notícias. O CDC começou a buscar anúncios de comerciantes locais que fazem a divulgação de seus produtos, certamente a partir de critérios previamente definidos, e contribuem para a manutenção do CDC, b) Noutro município, a entidade que coordena o CDC fez uma lista de comerciantes que contribui mensalmente com uma quantia para a manutenção do CDC e em troca divulga, em seus materiais de comunicação, c) Em pelo menos um local, todo mês há um sorteio de um brinde doado por um comerciante (um ferro elétrico, um liquidificador etc.), d) Existem CDCs que funcionam às oito horas por dia obrigatórias, mas que desenvolvem outras atividades às noites e finais de semana, a exemplo de mini-cursos de iniciação à informática, de modo que os participantes contribuem para a manutenção do CDC. Isso de forma planejada, discutida, transparente, com a participação da comunidade, e) Em outro local, recolhe-se dos usuários do CDC material de plástico PET, que depois é doado ao grupo de artesanato para gerar renda e ou é vendido á cooperativa de reciclagem. E ainda tem aula de educação ambiental e arte em PET. São apenas algumas iniciativas já em curso, em alguns municípios da Bahia. A solução a ser dada depende do compromisso e da criatividade de cada grupo. 9

O que vai definir e fortalecer a política de inclusão sociodigital é a compreensão do problema, o entendimento da importância do serviço, a criatividade e a capacidade de organização de cada comunidade. Se a comunidade entender um programa como seu, vai encontrar meios para mantê-lo. Nesses dois anos o PISD recebeu duas importantes premiações: em 2007, o Top Social Nordeste; em 2008, o prêmio da revista AREDE, de São Paulo, como o melhor programa de inclusão digital desenvolvimento por um governo estadual. O governo deseja que o PISD se consolide como o maior e o melhor programa de inclusão digital do país, porque isso ocorrendo, quem ganha é a população. Mas para isso ocorrer, precisa de participação, de controle social e da parceria com as comunidades locais, como toda política pública de caráter promotor do desenvolvimento e do fortalecimento da Cidadania. Considerações Finais Tivemos, no passado, o Estado do Bem-Estar, onde o Estado assumia quase tudo, de forma muito precária, interrompendo, quase sempre, muitos dos programas que planejava e iniciava; mais recentemente, experimentamos o Estado Mínimo onde eram repassadas para a sociedade responsabilidades que deveriam pertencer ao Estado. Acontecimentos recentes a crise do neoliberalismo, as experiências de articulação e de ação conjunta entre organizações da sociedade civil e governos, e, mais recentemente, a crise do capitalismo mundial - nos obriga a pensar e a buscar novas estratégias de relacionamento com o Estado. O que se propõe aqui, em escala minúscula, tem um significado emblemático: uma parceria entre a sociedade organizada em seus próprios instrumentos (Associações, Cooperativas, Sindicatos etc.), e o governo, para a geração de um serviço à população, garantindo a continuidade desse serviço de forma autônoma e sustentável, sob a direção das próprias comunidades. O Programa de Inclusão Sociodigital (PISD) tem outra concepção: uma parceria entre a sociedade e o Estado para a prestação de um serviço onde os beneficiários não são, apenas, usuários, clientes, mas atores, partícipes, protagonistas de um processo. As regras do jogo são definidas e assumidas coletivamente. Não há, nessa relação, aquele que define e outro que obedece. É uma relação dialética e dialógica, de participação, de democracia, de construção coletiva. Isso, numa sociedade individualista, paternalista, é uma árdua tarefa, porém necessária para ser enfrentada. Mas só o será com a decisão clara e independente das partes envolvidas: governo e sociedade organizada. Resenha biográfica Ildes Ferreira de Oliveira Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia Av. Tancredo Neves, 450, 23º andar, Ed. Suarez Trade CEP 41.820-020 Salvador/BA, Brasil Tel: +55-71-3117-3728/ 3116-5812 Fax : +55-71-3117-3728 ildes@secti.ba.gov.br 10

Sociólogo formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e mestre em sociologia pela Universidade Federal de Campina Grande, o atual secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, Ildes Ferreira, nasceu no município de Valente em 1948. É professor titular da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e dirigente do Movimento de Organização Comunitária (MOC). Entre 1989 e 1992, assumiu a Secretaria Municipal de Habitação Popular de Feira de Santana, acumulando, por um ano, as funções de secretário Municipal da Agricultura. Dirigiu o Plano Municipal de Habitação Popular, experiência inovadora à época que beneficiou cerca de quatro mil famílias de sem-teto. De 1997 a 2000 foi o vereador que mais apresentou Projetos de Lei na Câmara Municipal: mais de 90, sendo que mais de 60 foram aprovados e transformaram-se em Leis Municipais. Além do MOC, colaborou com a constituição e consolidação de várias organizações sociais da região: Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Movimentos de Mulheres, APAEB s, Movimento Água é Vida, Cooperativas e várias Associações Comunitárias. 11