INFORME 022/2017 da FENTECT - Brasília, 05 de maio de 2017. AOS SINDICATOS FILIADOS, Companheiros e Companheiras, Desde o dia 26, após a deflagração da greve, os esforços foram despendidos para se chegar a uma resolução dos temas que geraram a deflagração da greve. Excepcionalmente, não trata de uma greve de teor financeiro, mas contra o desmonte da ECT, contra a privatização, Contra as demissões, por contratação, por segurança e contra o fechamento de agências, pelo retorno da entrega diária, pelo retorno das férias, em defesa do nosso plano de saúde e pela abertura dos livros contábeis da empresa. Com uma mobilização significativa na maioria dos sindicatos de Correios, com certeza fez a empresa avaliar a força dos trabalhadores de Correios, que dignamente não recuaram da luta. Somando a luta dos grevistas, muitas agendas foram abertas na Câmara Federal, através da Frente parlamentar, e também no TST, na mediação com o Vice-presidente Emanoel Pereira, para buscar alternativas para os problemas enfrentados. Ontem, após uma reunião muito difícil e extensa no Tribunal Superior do Trabalho, não se alcançou o encaminhamento necessário para avançar nas propostas para a categoria, ficando encaminhado pelo Ministro do TST, uma nova reunião no dia de hoje com a empresa, para tratar somente os dias parados de greve, não se preocupando com os motivos da greve. Desta maneira, retomada a reunião, no dia de hoje (04/05), após cinco horas de reunião, e após muita resistência pela ECT, colocamos nosso posicionamento na defesa da pauta. Todos os 1
pontos foram expostos, contrariando a limitação de discutir somente dias parados, demonstrando nossa preocupação com a empresa, em defesa de uma empresa pública, sustentável, mas também na defesa dos seus direitos. Após muitas interrupções na reunião, a empresa, por fim, apresentou uma nova proposta, que segue na integra em anexo, e em resumo segue nossas considerações: Quanto a Demissão motivada: Foi proposta a reabertura do PDI, para fins de evitar a possibilidade de demissão em massa; Quanto à suspensão das férias: Retorno normalmente das férias, sem nenhum parcelamento dos valores, no mês de maio e junho, e com reavaliação em 30 e 60 dias. Desta maneira, não prejudica as ações judiciais dos sindicatos que já constam com 8 liminares, até o momento. Quanto do retorno da entrega diária: A suspensão do DDA, OAI, CDD CENTRALIZADOR. Criação de uma comissão para avaliar os casos já implantados, buscando solução dos temas. Qualquer implantação somente com acordo entre as partes; Quanto a segurança das agências: Os assuntos referentes a segurança nas agências e também na distribuição irão fazer parte da discussão na comissão criada com a participação das entidades; Quanto a entrega matutina e redistritamento (SD/SDE): Será debatido na comissão com a participação dos trabalhadores (as) Quanto ao plano de saúde: A empresa se comprometeu a não judicializar o assunto, enquanto não houver encerramento da mediação no TST; Quanto aos dias parados de greve: Os representantes sindicais buscaram o abono dos dias, porém sem sucesso, pois o Presidente se posicionou pelos descontos integralmente de todos os dias efetivamente paralisados, mas recuou após muitos debates, apresentando a proposta de compensação, e após 60 dias, aqueles que não atenderem as convocações terão os dias descontados. 2
Apesar de não haver acordo pelo Presidente no sentido de registrar a suspensão do fechamento das agências, é preciso registrar que em reunião o mesmo afirmou que cada caso poderá ser avaliado conforme a situação de cada unidade. Sobre a situação financeira da empresa, após questionamento pelas representações sindicais, sobre rever os novos lançamentos contábeis (que fica claro que geraram o déficit); sobre a devolução de dividendos repassados a mais para Governo Federal, sobre o projeto de fidelização de serviços públicos nos correios e atuar como balcão de negócios, o Presidente informou que a Frente parlamentar em defesa dos Correios reforçou este pedido dos trabalhadores. Informou que já tem agendado com os parlamentares no dia 17/05, na ECT, uma reunião para encaminhar estes assuntos e deixou registrado o convite às representações sindicais. Diante do quadro apresentado, sem perspectiva de avanços para este momento, e considerando que temos uma campanha salarial que começa dentro de dois meses, SUGERIMOS A APROVAÇÃO DA PROPOSTA, com a manutenção do estado de greve, continuidade das mobilizações e audiências públicas para afastar a privatização dos Correios. Desde já informamos que já se encontram aprovadas duas audiências na Câmara Federal para tratar sobre a situação da empresa e sobre a privatização. Agora é hora de debater e provar que não há prejuízo, e que o problema dos Correios é gestão, e que ela pode se manter no mercado com qualidade e altamente lucrativa, sem deixar de exercer o seu papel social. Parabenizamos a todos os grevistas que mostraram o verdadeiro comprometimento com a empresa e com os seus direitos, e que todas as decisões serão respeitadas. As Assembleias são soberanas! 3
José Rivaldo da Silva Secretário Geral - FENTECT Suzy Cristiny da Costa Sec. de Imprensa e Comunicação Amanda Gomes Corcino Sec. de Assuntos Previdênciários - FENTECT Antônio Manuel Mendes SINTECT/URA Somos pela recusa da proposta e pela continuidade da greve pelos motivos expostos: a) Nenhum dos pontos apresentados em nossa pauta de reivindicação foi efetivamente atingida. b) As propostas apresentadas como PDI para suspender uma possível demissão motivada, traz dois problemas. Primeiro reconhece o PDI (Processo de Demissão Incentivada) reduzindo ainda mais o quadro de funcionários, bem como reconhecer a demissão de trabalhadores, coisa que não aceitamos. Nossa luta sempre foi contra demissões de qualquer maneira. c) No ponto suspensão de DDA (Distribuição Domiciliar Alternada) cabe lembrar que o Presidente havia assinado a suspensão em dezembro de 2016. Assim esta proposta nada mais é do que a mesma assinada anteriormente. Não abandona a ideia de entrega alternada e inclusive redação piorada comparada a proposta anterior, onde somente propõe busca de soluções onde estiver havendo problema, na proposta anterior havia reavaliação com possibilidade de reversão. d) No ponto plano de saúde, iniciamos dizendo que exigiríamos a retirada da mediação no TST. Agora na proposta não só coloca a mediação como coloca regras para judicialização no final da mediação. f) Nos itens, Segurança, contratação, privatização, fechamento de agências nada foi tratado. 4
Apesar das ameaças feitas pela direção da empresa, entendemos que manter a greve forte é necessário para efetivamente avançarmos rumos as nossas reivindicações. Saudações Sindicais, Rogério Ubine Diretor - FENTECT José Gonçalves de Almeida Diretor - FENTECT José Maria Pimenta SINTECT/AM Antônio Avelino da Silva Rocha SINTECT/CE Luciano Batista da Silva SINTECT/PE Mauro Aparecido Ramos SINTECT/CAS Ernani silveira de Menezes SINTECT/SMA 5