SAÚDE, MEIO AMBIENTE E RISCO AMBIENTAL: UM DESAFIO PARA A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ENFERMEIRO Artigos de Revisão HEALTH, ENVIRONMENT AND ENVIRONMENTAL RISK: A CHALLENGE TO THE NURSING PROFESSIONAL PRACTICE SALUD, MEDIO AMBIENTE Y RIESGO AMBIENTAL: UN DESAFÍO PARA LA PRÁCTICA PROFESIONAL DEL ENFERMERO Liliana Angel Vargas I Thaís Fonseca Veloso de Oliveira II RESUMO: Trata-se de um artigo de revisão que tem como objetivo estimular a reflexão sobre o impacto do risco ambiental na ocorrência do processo saúde/doença, destacando a importância da atuação do profissional de enfermagem como um ator essencial da equipe de saúde, capaz de ter um olhar sensível e crítico perante a dimensão ambiental. Foi feita uma pesquisa bibliográfica e eletrônica de produções publicadas no período de 1972 a 2006. Conclui-se que os riscos ambientais são hoje um problema de saúde coletiva, razão pela qual o enfermeiro deve estar atento à valorização dos mesmos em sua prática profissional. Só dessa forma serão alcançadas práticas integrais que visem diminuir os efeitos colaterais desses riscos nas relações meio ambiente/saúde e, portanto, promover a qualidade de vida da população. Palavras-chave: Risco ambiental; saúde pública; enfermagem; qualidade de vida. ABSTRACT: This article aims at reviewing and debating environmental risk impacts on health/illness. It highlights the importance of the nursing professional as an essential actor on the health team, capable of having a sensitive and critical perspective over environmental issues. Bibliographic and internet research has been done on material published between 1972 and 2006. We conclude that, as a collective health problem today, environmental risks require special attention from nurses in their wide-range professional practice to decrease side effects of those risks on health, and therefore, to promote the population s life quality. Keywords: Environmental risk; public health; nursing; life quality. RESUMEN: Se trata de un artículo de revisión que tiene como objetivo estimular la reflexión sobre el impacto del riesgo ambiental en la ocurrencia del proceso salud/enfermedad, resaltando la importancia de la actuación del profesional de enfermería como un actor esencial del equipo de salud, capaz de tener una visión sensible y crítica de la dimensión ambiental. Fue realizada una investigacióon bibliográfica y electrónica de artículos publicados en el período de 1972 hasta 2006. Se concluye que los riesgos ambientales son un problema de salud colectiva, razón por la qual el enfermero debe estar atento a la valorización de los mismos en su práctica profesional. Solamente de esa forma serán alcanzadas prácticas integrales que se propongan a reducir los efectos colaterales de esos riesgos en las relaciones medio ambiente/salud y, por consiguiente, promover la calidad de vida de la población. Palabras Clave: Riesgo ambiental; salud pública; enfermería; calidad de vida. INTRODUÇÃO O modelo de desenvolvimento adotado no Brasil tem dado origem a uma rede de relações negativas entre saúde e meio ambiente, principalmente por se constituir numa fonte de riscos ambientais que podem vir a impactar a situação de saúde da população, em praticamente todas as regiões que compõem seu território. Desse modo, tratar da questão ambiental assume relevância fundamental na atualidade, principalmen-te para os trabalhadores de saúde, pois o viver saudável depende intrinsecamente da qualidade de vida humana e ambiental. É preciso destacar que: [...] a saúde possui uma dimensão ética, social e I Doutora em Saúde Coletiva pelo IMS/UERJ; Professora adjunta do Departamento de Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto/UNIRIO. II Bolsista PIBIC - Acadêmica de Enfermagem da UNIRIO. Av. Pasteur, nº 184, apto 703, Botafogo, Rio de Janeiro, RJ. CEP:22290-240. Email: tfvo@hotmail.com R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):451-5. p.451
Saúde, meio ambiente e risco ambiental cultural irredutível, sendo objeto de negociação e luta permanente dentro da sociedade, dependendo de como os valores, interesses e conflitos se relacio-nam dentro das estruturas de poder existentes [...] a saúde também depende e se expressa em função dos recursos existentes no mundo material, físico e biológico, sendo impossível pensar a noção de saúde sem incorporar a dimensão ambiental que faz fortalecer ou enfraquecer a expressão da vida, humana ou não 1:128. Nota-se, no entanto, que essa temática ainda ocorre de forma periférica dentro do setor saúde e seus profissionais. Na enfermagem, por exemplo, ainda é incipiente o engajamento desse profissional em ações que visem à saúde ambiental, apesar da existência de um documento elaborado pelo Conselho Internacional de Enfermeiras (CIE) que ressalta o papel da enfermeira e de suas associações, entre outros: [...] contribuir para a conscientização da popula-ção sobre os riscos ambientais e as conseqüências dos danos ambientais para a saúde; mobilizar a comunidade para que conheça e elimine os riscos relacionados ao uso de contaminantes químicos e para que se utilizem materiais que não contami-nem o ambiente; promover atividades multidisci-plinares sobre o meio ambiente aos alunos de enfermagem 2:304. No entanto, é importante sinalizar que alguns passos estão sendo dados no sentido de aproximar a temática ambiental do movimento de promoção da saúde, o que possibilita a introdução dessa discussão dentro do setor. Isso ficou evidente quando, a partir da Agenda 21 brasileira, a saúde ambiental tornouse prioridade para a promoção da saúde e o Ministério da Saúde criou, no ano de 1999, a gestão do Sistema Nacional de Vigilância Ambiental. Este sistema tem como um dos seus objetivos [...] conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento visando ao fortalecimento da participação da população na promoção da saúde e qualidade de vida 3:11. No cenário internacional, a Organização Mundial e a Organização Pan-Americana da Saúde criaram o conceito de Atenção Primária Ambiental, que é [...] uma estratégia de ação ambiental, basicamente preventista e participativa em nível local, que reconhece o direito do ser humano de viver em um ambiente saudável e adequado, e a ser infor-mado sobre os riscos do ambiente em relação à saúde, bem-estar e sobrevivência, ao mesmo tempo em que define suas responsabilidades e deveres em relação à proteção, conservação e recuperação do ambiente e da saúde 4:28. Considerando a importância do tema, este artigo de revisão tem como objetivo estimular a reflexão sobre o impacto do risco ambiental na ocorrência do processo saúde/doença, destacando a importância da atuação do profissional de enfer-magem como um ator essencial da equipe de saúde, capaz de ter um olhar sensível e crítico perante a dimensão ambiental. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e eletrônica de obras sobre a temática risco ambiental, saúde e meio ambiente, produzidas no período de 1972 a 2006. A relevância desse tema está relacionada às mudanças ambientais que afetam o processo saúde/ doença, o que tornam incontestáveis as relações meio ambiente/saúde, e se constituem, por sua vez, num pressuposto fundamental para a construção de discur-sos e práticas que orientem o agir dos profissionais de saúde, em particular de enfermagem. Entende-se que esses profissionais podem se constituir em atores importantes para educar e infor-mar a comunidade sobre situações de risco ambiental e os efeitos reais e potenciais desses riscos sobre sua saúde e, conseqüentemente, sua qualidade de vida. Espera-se assim contribuir para o debate sobre a importância de incorporar a discussão das relações entre saúde e meio ambiente na formação profissional do enfermeiro, considerando a questão ambiental um tema [...] inerente às discussões no âmbito da pesquisa, do ensino e da prática de enfermagem [...] 5:399. Isso ganha coerência acadêmica na medida em que as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem destacam a importância do profissional enfermeiro ter uma formação [...] generalista, humanista, crítica e reflexiva [...] 6:09, tendo capacidade para atuar com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania. Também deve atuar como promotor da saúde integral do ser humano, desenvolvendo ações de prevenção, promoção e proteção da saúde nos níveis individual e coletivo, analisando os problemas da sociedade e em busca de soluções para os mesmos 6. Espera-se, dessa forma, contribuir para um melhor entendimento dos desafios postos ao profissional de enfermagem, a partir da incorporação da discussão ambiental na sua prática profissional. SAÚDE, MEIO AMBIENTE E RISCO AMBIENTAL De acordo com a VIII Conferência Nacional de Saúde, a saúde é [...] resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, tra- p.452 R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):451-5.
balho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra e acesso aos serviços de saúde [...] 7:04 (destaque das autoras). É também uma produção social resultante das relações muitas vezes contraditórias entre Estado, natureza e sociedade, que expressam em grande medida os consensos, conflitos e contradições que emergem da dinâmica social. Assim, essa produção social [...] incorpora todos os elementos e fatores que potencialmente afetam a saúde, incluindo, entre outros, desde a exposição a fatores específicos como substâncias químicas, elementos biológicos ou situações que interferem no estado psíquico do indivíduo, até aqueles relacionados com aspectos negativos do desenvolvimento social e econômico dos países 8:48. Com as inovações tecnológicas do processo de industrialização desencadeado em alguns países da América Latina, entre eles o Brasil, houve uma exploração maior dos recursos naturais, hídricos e do solo que superaram a capacidade regenerativa dos ecossistemas. Essas ações tiveram impacto nos recursos naturais renováveis e não renováveis, colocando-os em níveis de exaustão, o que gerou efeitos colaterais negativos cada vez mais complexos e imprevisíveis, também vinculados em sua maioria à questão ambiental 9. Assim como a exploração dos recursos naturais, o desmatamento e a queima de madeira, o modelo de desenvolvimento adotado no Brasil também provocou aumento na queima de combustíveis fósseis, na poluição da atmosfera com gases tóxicos e na contaminação dos rios e mares por produtos químicos, entre outros 10. Tal situação, juntamente com a omissão do Estado, a falta de concretização das políticas públicas e a indiferença da sociedade, resultou no baixo padrão da qualidade de vida, caracterizado pela falta de saneamento básico, contaminação da água e dos alimentos, condições insalubres de moradia, poluição do ar, do solo e da água por produtos químicos que provocam a emergência e re-emergência de algumas enfermidades e o aumento de outras 11. Em outras palavras, a contradição entre o modelo de desenvolvimento socioeconômico, a fragilidade institucional e a vulnerabilidade social aumenta a suscetibilidade aos riscos ambientais e industriais 12,13, o que se configura em um risco para a saúde da população. Compreende-se por risco a probabilidade de um perigo que se pode prever e reduzir através do conhecimento, mas não evitar ou eliminar 11. Entre os diversos tipos de riscos (ambiental, social, econômico...), neste artigo é discutido o risco ambiental. Este é esperado e previsível, já que decorre de uma ação humana e, na maioria das vezes, provoca situações potencialmente perigosas à vida e ao ambiente 14. Ressalta-se que [...] vivenciamos atualmente a sociedade de risco, que é identificada como uma segunda modernidade ou modernidade reflexiva, que emerge de processos como a globalização e a individualização, tornando difusos os riscos globais, que se caracterizam por ter conseqüências, em geral de alta gravidade, desconhecidas em longo prazo e que não podem ser avaliadas com precisão 5:399. Este texto se refere, no entanto, ao risco químico ambiental decorrente da poluição industrial, que se caracteriza pela produção de substâncias que muitas vezes não encontram na natureza organismos depuradores e tornam-se meios de contaminação não só do ambiente, mas também dos seres vivos. Entre os dez principais agentes de poluição com influência no meio ambiente e na saúde, classificados pela Organização das Nações Unidas, estão substâncias como metais, petróleo, óxidos de nitrogênio, dióxido de enxofre e monóxido de carbono 10. Essas substâncias tóxicas são permitidas até uma determinada concentração máxima estabelecida para proteger os trabalhadores das indústrias, que convivem com as mesmas durante oito horas diárias, em sua maioria. Estes, geralmente, são considerados saudáveis e possuem idade entre 18 e 60 anos 15. No entanto, essas concentrações máximas não dizem respeito à quantidade máxima que pode ser respirada, durante as 24 horas do dia, pela população em geral, incluindo crianças, idosos e pessoas sensíveis aos irritantes respiratórios 15. Assim, as populações das grandes cidades são mais suscetíveis a desenvolver doenças cardíacas e respiratórias causadas pelo aumento da poluição atmosférica 10. A poluição da água por petróleo, comum na região da Baía da Guanabara, leva à toxidade de alguns compostos que são absorvidos ou ingeridos pela biota marinha, o que interfere em processos metabólicos, migratórios e reprodutivos 16. Importante frisar que muitos desses organismos (peixes, crustáceos, entre outros) são consumidos por grande parte da população, que fica, dessa forma, exposta à contaminação. Nos seres vivos, a contaminação acontece pela absorção direta de espécies dissolvidas ou pela ingestão de partículas ou alimentos contaminados 16. R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):451-5. p.453
Saúde, meio ambiente e risco ambiental A concentração de substâncias tóxicas no organismo pode ser decorrente da exposição a concentra-ções letais do poluente ou a um aumento gradual do mesmo no organismo, o que pode levar a distúrbios, modificações celulares e até mesmo à morte. Entre essas modificações, há as malformações, cujas causas exógenas (ambientais) somam 10% dos casos, e a interação entre fatores externos e genéticos 60 a 70%. Também se presume que aproximadamente 80% dos casos de câncer estão relacionados a ambiente poluído por desenvolvimento industrial e hábitos e estilos de vida insustentáveis 10. Os efeitos dos poluentes químicos na saúde provam que a questão ambiental deve assumir uma relevância fundamental na prática dos profissionais de saúde, pois a vida saudável é inerente a um meio ambiente saudável. O engajamento desses profissionais na incorporação de políticas saudáveis, principalmente nos países em desenvolvimento, tem sido preconizado pelas Conferências Internacionais de Promoção da Saúde que vêm discutindo a importância dos determinantes sociais da saúde no processo saúde/ doença da população. A Carta de Ottawa (1986), elaborada na I Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, coloca como um de seus campos centrais de ação a criação de ambientes favoráveis à saúde, fazendo com que a proteção do meio ambiente, a conservação dos recursos naturais e o acompanhamento dos impactos que as mudanças no meio ambiente causam à saúde passem a compor centralmente a agenda da saúde 17. A IV Conferência Internacional de Promoção da Saúde (Jacarta, 1997), primeira a ser realizada num país em desenvolvimento, definiu entre as cinco prioridades para o campo da promoção da saúde [...] aumentar a capacidade da comunidade e fortalecer os indivíduos para influir nos fatores determinantes da saúde 17:172. A última Conferência, realizada em 2004, na cidade de Bangok, Tailândia, chama a atenção sobre os fatores críticos que influenciam a saúde hoje, entre eles as alterações ambientais a nível global. Em nível nacional, a definição de um conceito ampliado de saúde que apresenta a dimensão ambiental como um de seus determinantes coloca o desafio de reconhecer essa dimensão tanto na estruturação de discursos como de práticas que visem à promoção, proteção e recuperação da saúde. Na enfermagem, o envolvimento com a questão ambiental [...]favorece a possibilidade de trocar experiências, formular propostas e construir saberes fundamentais para compreender a abrangência do cuidar[...] 18:22, este entendido não apenas como questão de assistência individual, mas como uma [...]dimensão do agir coletivo e interdisciplinar capaz de garantir a saúde humana e ambiental 18:22. Considera-se, portanto, que o cuidado, categoria inerente à prática profissional na Enfermagem, deixa de ser um ato de assistência individual e se transforma numa atitude ética na defesa da vida em todas suas formas e estágios. Assim, [...] além do corpo humano, a enfermagem pode e deve cuidar do corpo social e ambiental, como uma forma de cuidar e lidar com a possibilidade de se criar e recriar a vida 18:22. O cuidado e o desenvolvimento sustentável são temáticas convergentes que devem estar presentes na atuação do enfermeiro como membro da equipe de saúde 5. Para tanto, é preciso que, desde a sua formação, o profissional de saúde em geral e de enfermagem em particular entre em contato com a reflexão e a discussão sobre a problemática ambiental como condição sine qua non para redimensionar e problematizar a complexidade que envolve a ocorrência do processo saúde/doença. Dessa forma, haverá mais chances de cortar as amarras que ainda atam os trabalhadores de saúde a uma prática profissional pouco resolutiva, acrítica e descontextualizada da realidade, que se expressa na insatisfação da clientela e do próprio profissional, assim como na manutenção do status quo. CONCLUSÃO O meio ambiente é uma produção social que pode influenciar a saúde humana positiva ou negativamente, de maneira individual ou coletiva, direta ou indiretamente, o que torna a relação entre saúde e meio ambiente uma complexa relação entre Estado, natureza e sociedade. É dessa relação marcada por grandes contradições que surgem os riscos ambientais, considerados entre os grandes problemas da saúde coletiva hoje, já que afetam a qualidade de vida da população e, consequentemente, sua saúde. Nesse sentido, tornam-se incontestáveis as relações entre meio ambiente e saúde, na medida que essas duas categorias apresentam interfaces que ampliam o escopo da discussão e do entendimento da complexidade da ocorrência do processo saúde/ doença numa sociedade que adotou um modelo de p.454 R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):451-5.
desenvolvimento predatório e excludente, o que tem impactado quantitativa e qualitativamente a condi-ção de saúde da população. Também fica evidente que tais relações têm nas políticas públicas sua possibilidade de equacionar o conflito que emerge das próprias contradições entre saúde e meio ambiente. No entanto, uma larga história de omissão do Estado perante esses dois aspectos, fundamentais para a própria manutenção e preservação da vida em todos seus estágios, se traduz em um conflito socioambiental permanente que parece hoje chegar a limites insustentáveis. O enfrentamento da questão ambiental pressupõe uma intervenção interdisciplinar e intersetorial, o que significa dizer plural e participativa, onde todos os setores da sociedade sejam co-responsáveis no processo, na tomada de decisões e nos resultados de dita intervenção. Por sua vez, isso exige mais sensibilidade e responsabilidade em relação à degradação ambiental e seus efeitos sobre os seres vivos, o que deve envolver, além do cumprimento da legislação em vigor, uma ampla discussão e conscientização através de ações de educação ambiental em todos os níveis. Discutir a questão ambiental, os riscos ambientais e seus efeitos sobre a saúde da população e os problemas gerados pela destruição ambiental é fundamental para (re)criar práticas do setor saúde já que [...] demonstram ser ilusórios os muros entre as plantas industriais de setores poluentes e seus entornos rios, mares, ar, terras, fauna, flora, populações urbanas próximas e distantes 11:222. Nesse contexto, entende-se que o profissional de enfermagem, ao incorporar uma postura crítica e comprometida com a questão ambiental, se torna um ator social importante na proposição e concretização das mudanças necessárias para garantir um futuro melhor para esta e as próximas gerações. REFERÊNCIAS 1. Porto MFS, Freitas CM, organizadores. Problemas ambientais e vulnerabilidade: abordagens integradoras para o campo de saúde pública. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2002. 2. Ribeiro MCS, Bertolozzi MR. Reflexões sobre a participação da enfermagem nas questões ecológicas. Rev Esc Enferm USP. 2002; 36:300-8. 3. Freitas CM. Problemas ambientais, saúde coletiva e ciências sociais. Ciênc. saúde coletiva [Scielo-Scientific Electronic Library Online] 2003 [citado em 26 set 2005]. 8(1):137-50. Disponível em: http://www.scielo.br 4. Organização Pan-Americana da Saúde. Atenção primária ambiental. Washington(DC): OPAS; 1999. 5. Camponogara S, Kirchhof ALC, Ramos FRS. A relação enfermagem e ecologia: abordagens e perspectivas. R Enferm UERJ. 2006; 14: 398-404. 6. Almeida M. Diretrizes curriculares nacionais para os cursos universitários da área de saúde. Londrina (PR): Rede Unida; 2003. 7. Ministério da Saúde (Br). VIII Conferência Nacional de Saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 1986. 8. Tambellini AT, Câmara VM. A temática saúde e ambiente no processo de desenvolvimento do campo saúde coletiva: aspectos históricos, conceituais e metodológicos. Ciênc Saúde Coletiva. 1998; 3(2):47-59. 9. Silva ER, Schramm FR. A questão ecológica: entre a ciência e a ideologia/utopia de uma época. Cad. Saúde Pública [Scielo-Scientific Electronic Library Online]. 1997[citado em 26 set 2005]; 13:355-65 Disponível em: http://www.scielo.br 10. Góes RC. Toxicologia industrial. Rio de Janeiro: Revinter; 1997. 11. Minayo MCS, Miranda AC, organizadores. Saúde e ambiente sustentável: estreitando nós. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2002. 12. Sabroza PC, Leal MC, Buss PM. A ética do desenvolvimento e a proteção às condições de saúde. Cad Saúde Pública [Scielo-Scientific Electronic Library Online] 1992 [citado em 04 jun 2005]; 8:88-95. Disponível em: http://www.scielo.br 13. Herculano S, Porto MFS, Freitas CM, organizadores. Qualidade de vida e riscos ambientais. Niterói (RJ): EDUFF; 2000. 14. Egler CAG. Risco ambiental como critério de gestão de território: uma aplicação à zona costeira brasileira. Rio de Janeiro: Relume-Dumará; 1996. 15. Souto DF. Efeitos dos poluentes sobre o homem, os animais e a vegetação. In: Ecologia e poluição: problemas do séc XX. Rio de Janeiro: Ed Clube de Engenharia; 1972. 16. Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (RJ). Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. Módulo 3: química da água, doenças hídricas e sustentabilidade dos recursos hídricos. Rio de Janeiro: FEEMA; 2005. 17. Buss PM. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciênc Saúde Coletiva. 2000; 5(1):163-77. 18. Vargas LA. Enfermagem e a questão ambiental. In: Figueiredo N, organizadora. Ensinando a cuidar em saúde pública. São Paulo: Difusão Paulista de Enfermagem; 2003. p. 11-24. Recebido em: 31.08.2006 Aprovado em: 22.08.2007 R Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2007 abr/jun; 15(2):451-5. p.455