Aula 3 de 4 Versão Aluno

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Transcrição:

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As Comunidades Indígenas Agora vamos conhecer um pouco das características naturais que atraíram essas diferentes ocupações humanas ao longo dos séculos para a Região da Bacia do Rio Tietê? Se você estivesse com fome aonde procuraria comida? Na geladeira? No supermercado? Na lanchonete? Imagine se você vivesse exatamente no mesmo lugar, mas há 500 anos. Nesse tempo não existiam geladeiras nem lanchonetes, tampouco supermercados. Você teria que conseguir alimentos caçando ou plantando, assim como os indígenas faziam. A sobrevivência nas florestas era muito difícil, por isso, os índios possuíam grande conhecimento do local em que estavam e seus arredores, para se defenderem de predadores e para cultivar uma vida tranquila. Os indígenas habitam nosso país muito antes dos portugueses colonizarem o atual território brasileiro. As sociedades indígenas são sociedades complexas e estruturadas que possuem grande conhecimento da natureza e contribuíram na domesticação de muitas plantas hoje consumidas mundialmente (batata-doce, pimentão, amendoim, milho e muitas outras!).

Ocupação indígena A ocupação do território em torno da bacia do Rio Tietê vem de muito antes da chegada dos europeus na América. Diversos grupos indígenas passaram por aqui e deixaram vestígios materiais, os quais estudamos para produzir conhecimento sobre a história antiga desta região. As sociedades de caçadores e coletores são as mais antigas e ainda não dominavam a agricultura. Os sítios arqueológicos destas comunidades podem ser encontrados tanto em lugares abertos como em abrigos rochosos e cavernas. As antigas aldeias ou acampamento (sítios arqueológicos) encontrados ligados aos grupos caçadores-coletores podem estar localizados em regiões próximas a rios ou isolados em topos de montanhas. Tinham um grande território de caça. Os Caçadores-coletores são nômades ou semi-nômades, ou seja, possuem um grande território onde circulam durante o ano. Vivem em pequenas aldeias e acampamentos a céu aberto ou em abrigos sob rochas. Vivem da caça de animais da floresta e coleta de alimentos do local em que se instalam, mas não havia a prática do cultivo. Ainda no Brasil existem sociedades caçadoras-coletoras, tais como os Maku da Amazônia e os Awá-Guajá do Maranhão.

Líticos Este vestígio é uma ponta de projétil usado por alguma etnia indígena de caçadores-coletores feita em sílex, que é uma rocha sedimentar muito dura e com densidade elevada. Este era um instrumento comumente utilizado no dia a dia desses povos. Para fazer essa ponta de projétil era necessário a rocha de sílex e uma outra rocha como esta: Ponta de projétil de sílex. Percutor em quartzito Este vestígio é um percutor, uma rocha dura (no caso um quartzito) muito utilizada pelos indígenas para lascar as outras rochas, através do impacto em outra rocha, esse processo se chama lascamento.

Líticos Este objeto, como você pode perceber, tem as extremidades mais finas e afiadas, elas serviam para raspar e cortar frutas, legumes, carne de animais, etc. raspador em sílex. Este objeto é uma machadinha feita de pedra polida. Era utilizada na caça de animais selvagens e para derrubar grandes árvores. machadinha de pedra polida

Ocupações Indígenas Além dos sítios arqueológicos de comunidades caçadoras-coletoras, existem os sítios ligados a povos que conheciam a prática do cultivo e confeccionavam peças em cerâmica. Estes grupos ocupavam áreas mais abertas, pois suas aldeias eram maiores e eles necessitavam de terras para plantar. Esta era a característica de uma ocupação de grupos indígenas ligados ao que, na Arqueologia, é chamado de Tradição Tupiguarani. Já outros povos indígenas cultivadores e ceramistas, denominados de Tradição Itararé, instalavam suas moradias tanto em regiões de relevo mais planos como em relevo mais alto e, até mesmo, em abrigos rochosos e entradas de cavernas. Estas diferenças no aproveitamento e uso da paisagem está relacionado à maneira como cada povo ocupavae necessitava domeio ambiente, e também às suas características culturais.

Vestígios cerâmicos Os vestígios encontrados nos sítios arqueológicos cerâmicos, como o próprio nome diz, eram compostos por fragmentos de utensílios de cerâmica. Em alguns destes fragmentos é possível observar a existência de decoração e pintura na cor avermelhada. Estes vestígios estão ligados aos antigos grupos indígenas agricultores-ceramistas, que ocuparam a região nos últimos 800 anos na região do Rio Tietê. Fragmento de carena cerâmica, apresentando vestígios de pintura vermelha. Cerâmica é o nome que damos à matéria resultante da produção e queima de objetos de argila. Primeiramente os objetos são moldados e em seguida são queimados, para que aquela massa pastosa se solidifique. Essa técnica não foi utilizada por várias sociedades no mundo, e até hoje produzimos muitos objetos de cerâmica: vasos, telhas, estátuas, etc. Exemplo de fragmento cerâmico coletado.

Os Indígenas Brasileiros hoje Segundo o Censo do IBGE de 2010, o Brasil indígena é hoje composto por mais de 220 povos indígenas que falam mais de 180 línguas distintas, que se dividem em várias aldeias e cidades ao longo do território brasileiro denorte a sul. Nos dias atuais, tornou-se comum a presença indígena nas cidades: é que para que seus direitos sejam respeitados, a forma mais efetiva de lutar por sua cultura é montar organizações e traduzir sua cultura à sociedade envolvente, assim como compreender e aprender sobre a sociedade que o envolve. Mas as tradições, a língua e os costumes, na cidade ou na aldeia, devem sempre ser mantidas e respeitadas.