COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

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Transcrição:

COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO Danilo Rocha Santos Caracas * Karine Garcia Pires ** Constança Sampaio Cruz *** Ruth Caracas Rocha **** RESUMO Este estudo tem por objetivo Identificar quais são as complicações pulmonares após a revascularização miocárdica. Foi realizada uma pesquisa de caráter transversal, retrospectivo, exploratório, analítico e quantitativa. Os dados foram coletados através de pesquisa em prontuários de pacientes que passaram pela revascularização miocárdica. Tendo como critério de inclusão a presença de complicações pulmonares no pós-operatório, sendo excluídos os prontuários que, de alguma forma, estejam incompleto, faltando alguma informação para que o questionário seja respondido corretamente. Para elaboração do banco de dados, análise descritiva e analítica, foi utilizado o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 20.0 for Windows. Quarenta e um indivíduos foram incluídos na pesquisa no período de outubro de 2015 a outubro de 2016, destes 68,3% eram do sexo masculino (n= 28) e a média de idade foi de 63,44 ± 11,20 anos. A média de tempo de cirurgia foi de 189,02 ± 11,20 minutos, tempo de CEC foi de 60,58 ± 19,31 minutos e número médio de enxertos por paciente foi de 2,7± 0,68. Houve significância nas correlações do tempo de CEC com as complicações (p < 0,001) e do número de enxertos com complicações (p= 0,001). Concluise que, no presente estudo, pode-se observar que houve significância ao correlacionar tempo de uso de CEC e o número de enxertos as complicações respiratórias em especial a hipoxemia a qual foi a mais incidente. Assim, pode-se inferir que quanto maior o tempo de CEC e maior quantidade de enxertos, maior será a prevalência de complicações pulmonares. Docente da Faculdade Independente do Nordeste. Docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências. Coordenador do Serviço de Fisioterapia do Hospital Unimec. Mestrando em Medicina e Saúde Humana pela EBMSP. Discente da Faculdade Independente do Nordeste Doutora em Medicina e Saúde Humana pela EBMSP BA. Docente do programa de pós graduação da EBMSP- BA Docente da Faculdade de Tecnologia e Ciências. Palavras-chave: Revascularização do miocárdio. Complicações pulmonares. Pós-operatório. 1 INTRODUÇÃO Revascularização do miocárdio (RM) é uma das cirurgias mais realizadas no mundo durante toda a história da medicina. Deve ser feita para que haja um melhor aporte de sangue em determinada área do miocárdio após a oclusão ou estreitamento dos vasos. É feita retirando um vaso sanguíneo de determinado lugar C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.84-94, jan./abr. 2017 84

Danilo Rocha Santos Caracas, Karine Garcia Pires, Constança Sampaio Cruz, Ruth Caracas Rocha do corpo, sendo enxertado no vaso que houve a oclusão (BARE; SMELTZER, 2002). Este procedimento aumentou consideravelmente nos últimos 40 anos. É considerado o principal tratamento para a insuficiência coronariana, para que este paciente tenha uma melhor qualidade de vida. A taxa de mortalidade é muito pequena durante a cirurgia, porém complicações no pós-operatório podem ocorrer (BRASIL et al., 2000). Podem ocorrer diversas complicações durante os períodos de revascularização, tanto no pré, como no peri e no pós-operatórios. Entre elas estão o infarto agudo do miocárdio, arritmias cardíacas, complicações neurológicas, complicações renais, hemorragias, infecções e complicações respiratórias (CARVALHO et al., 2008). No entanto, as complicações pulmonares estão entre as principais e mais importantes, estando relacionadas com fatores de risco no pré-operatório, sendo eles: idade avançada, tabagismo, mal estado nutricional, doenças pulmonares previas, função pulmonar alterada e comorbidades associadas, dificultando a mecânica respiratória (PEREIRA et al., 1999). Ragnarsdóttir et al., (2004), relatam que o local da incisão cirúrgica, o tipo e o tempo de anestesia e de ventilação mecânica (VM) também estão ligadas as complicações pulmonares. A presença dessas complicações traz inúmeras consequências para o indivíduo. Desse modo, o estudo visa contribuir para a sociedade em especial aos profissionais de saúde, identificando quais são as complicações pulmonares após a revascularização miocárdica e se a utilização da CEC e número de enxertos influenciam essas complicações. O presente trabalho tem como objetivo identificar quais são as complicações pulmonares após a revascularização miocárdica e associar os fatores que estão diretamente ligados a hipoxemia pós operatória. 2 METODOLOGIA Foi realizada uma pesquisa analítica e exploratória, de corte transversal com abordagem quantitativa, retrospectiva. A pesquisa ocorreu em um hospital privado de Vitória da Conquista- BA, localizada na região Sudoeste da Bahia, presente na cidade há 45 anos, com especialidades em diversas áreas, entre elas o serviço de cardiologia. As C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 85

Complicações pulmonares pós revascularização do miocárdio cirurgias cardíacas são feitas exclusivamente por convênios e particular. O material coletado em campo, por meio da investigação de prontuário, foi fundamentado e analisado, considerando o critério de inclusão se houve ou não complicações pulmonares após revascularização miocárdica. Foram excluídos os prontuários que, de alguma forma, estavam incompletos, faltando alguma informação para ser respondido corretamente. O cálculo amostral foi realizado através da calculadora Winpepi, utilizando como referência o estudo de Ortiz et al. (2010). Os parâmetros para realização do cálculo foram: Diferença aceitável de 10%, estimativa de proporção de 73%, um poder estatístico de 80% e um nível de significância de 5%. Assim, foram necessários no mínimo 41 prontuários. Após a triagem, foram identificados 48 prontuários de pacientes que passaram pelo procedimento. Destes, seis prontuários não foram encontrados no arquivo, no período da coleta e um não constava informações para o preenchimento do questionário. Os dados foram coletados através de pesquisa em prontuários de pacientes que passaram pela revascularização miocárdica, mediante questionário semiestruturado pelo próprio avaliador. Com o mesmo foi possível observar dados como: se houve ou não complicação pulmonar, se sim relatar a mesma; idade; sexo (masculino ou feminino); profissão; fatores de risco (tabagismo, etilismo, sedentarismo, obesidade, HAS, doença vascular periférica (DVP), AVE, insuficiência renal, DPOC, antecedentes familiares), tempo de cirurgia, tempo de CEC, número de enxertos. O hospital foi avisado previamente com as visitas agendadas. Antes da entrada no campo da pesquisa, foi solicitada autorização prévia, com apresentação da pesquisa. Inicialmente, após aprovação, realizou-se triagem no centro cirúrgico para obtenção da identificação dos pacientes. Em seguida, o próprio avaliador aplicou o questionário semiestruturado de acordo com o prontuário dos pacientes. Os prontuários foram velicados em dois dias. Para elaboração do banco de dados, análise descritiva e analítica, foi utilizado o software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 20.0 for C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 86

Danilo Rocha Santos Caracas, Karine Garcia Pires, Constança Sampaio Cruz, Ruth Caracas Rocha Windows. A normalidade verificou-se através de Estatística Descritiva e Teste de Kolmogorov-Smirnov. As variáveis categóricas foram analisadas através de frequência (%) e as variáveis contínuas, através de média e desvio-padrão. Na análise intergrupo, para comparação das médias dos escores dos questionários, o teste t de Student. Na análise intragrupo, para comparação das médias antes e depois foi utilizado o teste t pareado. Essa pesquisa respeitou às normas éticas exigidas pela Resolução nº 466/2012 (Conselho Nacional de Saúde), que incluíram obtenção do Termo de anuência ao gestor assinado pelo órgão competente e autorização de pesquisa em prontuários. Para a realização da pesquisa, não foi necessária a utilização de TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido), pois os pacientes não mais estavam presentes no momento da coleta, sendo esta dispensada. O projeto foi apresentado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Independente do Nordeste FAINOR, conforme protocolo CAAE: 59242316.5.0000.5578. 3 RESULTADOS Na tabela 1, estão expostas as variáveis do perfil clínico dos pacientes que realizam cirurgia de RM. Quarenta e um indivíduos foram incluídos na pesquisa no período de 2012 a 2016,68,3% eram do sexo masculino e a média de idade foi de 63,44 ± 11,20 anos. A média de tempo de cirurgia foi de 189,02 ± 11,20 minutos, tempo de CEC foi de 60,58 ± 19,31 minutos e número médio de enxertos por paciente foi de 2,7± 0,68. Tabela 1. Perfil Clínico dos pacientes que realizaram o procedimento de RM, no período de 2012 a 2016. Vitória da Conquista-BA, Brasil 2016. C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 87

Complicações pulmonares pós revascularização do miocárdio Variáveis Médi D.Padrã N % a o Idade 63,44 11,20 - - Sexo Masculino - - 2 8 68, 3 Feminino - - 1 3 31, 7 Etiologia HAS - - 3 6 87, 8 DLP - - 2 4 58, 5 DM - - 2 3 56, 1 Tabagismo - - 9 22 Cardiopatia - - 6 14, 6 Obesidade - - 4 9,8 Ins. Renal - - 4 9,8 Sedentarism - - 3 7,3 o Etilismo - - 2 4,9 DPOC - - 2 4,9 Alzheimer - - 1 2,4 Tempo de 189,0 11,20 - - cirurgia (min) 2 Tempo de 60,58 19,31 - - CEC (min) Número de 2,7 0,68 - - enxertos Uso de CEC - - 4 1 100 Fonte: Dados da pesquisa Na tabela 2, são demonstradas as complicações pulmonares encontradas nos pacientes revascularizados, no período de 2012 a 2016. A principal complicação foi a hipoxemia que esteve presente em 65,9% dos indivíduos, seguida do derrame pleural que apresentou-se em 29,3%. Tabela 2. Complicações pulmonares ocorridas em pacientes que realizaram o procedimento de RM, no período de 2012 a 2016. Vitória da Conquista-BA, Brasil 2016. Variável N % Hipoxemia 27 65,9 Derrame pleural 12 29,3 Pneumopatia 5 12,2 Dispneia 3 7,3 Edema agudo de 2 4,9 pulmão Permanência VM 2 4,9 Pneumotórax 1 2,4 Necessidade de 1 2,4 SNVI Taquipneia 1 2,4 Reintubação 1 2,4 Fonte: Dados da pesquisa No gráfico 1, demonstra-se que ocorreu significância através da relação entre o tempo de uso da CEC com complicações em especial a hipoxemia (p< 0,001), desta maneira quanto maior o C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 88

Danilo Rocha Santos Caracas, Karine Garcia Pires, Constança Sampaio Cruz, Ruth Caracas Rocha tempo de CEC mais consequências poderão surgir. Gráfico 1. Relação tempo de uso de CEC com hipoxemia. O gráfico 2 demonstra que a relação do número de enxertos com a principal complicação hipoxemia houve significância (p=0,001) através da Correlação de Pearson, sendo assim a quantidade de enxertos irão interferir no aparecimento das complicações. Gráfico 2. Relação entre número de enxertos com a hipoxemia. 4 DISCUSSÃO No presente estudo foi identificado que 68,3% dos pacientes eram do sexo masculino, com média de idade de 63,44. A média de tempo de cirurgia foi de 189,02 minutos; tempo de CEC foi de 60,58 minutos e número médio de enxertos por paciente foi de 2,7. Todos os prontuários analisados apresentaram complicação respiratória. A principal complicação foi a hipoxemia. A RM é uma alternativa precisa e adequada a longo prazo, apresentandose com boas repercussões, melhorando os sintomas e elevando a perspectiva de vida consequentemente o bem-estar do indivíduo. Sendo assim, complicações e mortalidade podem ocorrer após o procedimento. Diante disso, uma avaliação perioperatória adequada poderia avaliar fatores de risco e nível de gravidade do paciente (DA SILVA JANSSEN et al., 2015). O perfil dos pacientes que necessitam de uma revascularização miocárdica está em fase de transição. Atualmente pacientes idosos e do sexo feminino são o ponto chave desse procedimento. Com isso, aumentam-se C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 89

Complicações pulmonares pós revascularização do miocárdio os fatores de risco para a cirurgia (CADORE et al., 2010). O que não corrobora com o que foi encontrado no presente estudo no que diz respeito ao sexo que identificou homens idosos. Koerich, Lanzoni e Erdmann (2016) observaram, em seu estudo, 1447 pacientes que realizaram a RM num período de oito anos, entre 2005 e 2013. Detectaram que 68,6% destes pacientes eram do sexo masculino, com idade média de 60,6 anos, 55% fizeram uso de CEC. Com relação a fatores de riscos prévio, 78,7% apresentavam HAS, 52% eram tabagistas, 41,3% dislipidêmicos e 40% DM. O que vai de acordo com o estudo que houve uma prevalência significativa do sexo masculino, com a média de idade e com os fatores de risco associados. Apesar da diferença no tamanho da amostra, pode-se observar que o perfil dos pacientes revascularizados apresenta-se parecido com a presente pesquisa. O uso da CEC ainda divide opiniões sempre entre os cirurgiões. Contudo, no presente estudo, todos os pacientes foram submetidos ao mesmo. Este método em que o coração do paciente fica parado por um tempo durante a cirurgia, ao qual o dispositivo faz a função de bombear sangue, é tido como principal causador de complicações respiratórias. Com isso, grande parte dos indivíduos apresentará algum tipo de alteração na função pulmonar, como a hipoxemia (MORSCH et al.,2009). O que corrobora com estudo onde todos os analisados foram submetidos a CEC e a hipoxemia apresentou-se em 65,9% parte dos pacientes analisados. Podemos afirmar que o uso da CEC está diretamente associado a complicações. Segundo Brasil et al. (2000), a CEC é o principal causador de mortalidade e de complicações pósoperatórias. Assim, a introdução da RM sem o uso de CEC diminui o risco de morbidades e mortalidade. O que vai de encontro com nosso estudo, pois a CEC foi vinculada a complicações. Cantero, Almeida e Galhardo (2012) destacam que a idade avançada nos últimos anos vem aumentando o risco na cirurgia de RM. A média de idade em seu estudo foi de 63, 4 anos, 81,6 % dos pacientes do sexo masculino, a quantidade de enxertos em média foi 2,9 variando de 1 a 6 pontes. Segundo a presente pesquisa, o número de enxertos favoreceu o aparecimento de complicação, pois foi observado que por causa do uso de três C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 90

Danilo Rocha Santos Caracas, Karine Garcia Pires, Constança Sampaio Cruz, Ruth Caracas Rocha ou mais enxertos, desenvolveu-se a hipoxemia, sendo um diferencial do estudo de Szeles et al. (2008) visto que os enxertos não foram relacionados com o surgimento da hipoxemia tendo correlação não significante. De acordo com Morsch et al. (2009), logo após o procedimento cirúrgico, ocorre redução do volume residual, capacidade pulmonar total, capacidade vital, capacidade residual funcional, podendo levar a atelectasias, alteração na relação ventilação-perfusão, da PaCO2 (pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial), e PaO2 (pressão parcial de oxigênio no sangue arterial). Ainda destacaram o tempo médio de cirurgia 267 min e de CEC 78,3 minutos, com três enxertos de média. Yánez-Brage et al. (2009) observaram que o derrame pleural foi a complicação mais recorrente, seguida de atelectasia, edema pulmonar, pneumotórax, pneumonia e elevação do diafragma. Posto isto, uma média de idade de 66,4 anos, predominantemente indivíduos sexo masculino, hipertensos, diabéticos e dislipidêmicos. O que difere do presente estudo onde a principal complicação foi a hipoxemia, sendo representada por 27 pacientes, seguida do derrame pleural com 12. Um estudo realizado na Espanha, no ano de 2012, utilizando dados de 56 hospitais, realizadas 1997 RM associadas à cirurgia valvar; 3.534 procedimentos de revascularização coronária com CEC isolado foram realizadas, com uma mortalidade observada de 3,59%, menor do que o esperado no pré-operatório por EuroSCORE. 50% das intervenções usaram um total de três enxertos. O número médio de enxertos foi de 2,8 por procedimento, 32,2% dos pacientes dois ou mais enxertos arteriais (CENTELLA; HORNERO, 2014). Nosso estudo não houve índice de mortalidade, nesse aspecto um diferencial se comparado à outras pesquisas sobre a temática. Esta afirmativa comprova os resultados obtidos neste estudo. Pode-se observar que houve uma relação estatisticamente significante quando comparado o tempo de utilização de CEC e número de enxertos com as complicações respiratórias, sendo possível deduzir que existe grande repercussão dessas variáveis na função respiratória no pós-operatório. C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 91

Complicações pulmonares pós revascularização do miocárdio 5 CONCLUSÃO Considerando os resultados no presente estudo, pode-se observar que houve significância ao correlacionar tempo de uso de CEC e o número de enxertos às complicações respiratórias, em especial a hipoxemia que foi a mais incidente, o que pode-se inferir que quanto maior o tempo de CEC e maior quantidade de enxertos, maior será a prevalência de complicações pulmonares. Desta maneira, recomenda-se realização de fisioterapia, sendo de extrema importância para um acompanhamento mais adequado da função respiratória, pois poderá contribuir na prevenção das complicações apresentadas após a Revascularização. Sugerem-se estudos sobre a temática para melhorar o conhecimento acerca das complicações pulmonares advindas do procedimento de RM. PULMONARY COMPLICATIONS AFTER MYOCARDIAL REVASCULARIZATION ABSTRACT This study had as objective to identify the pulmonary complications after myocardial revascularization. A transversal, retrospective, exploratory, analytical and quantitative research was carried out. The data were collected through a study in medical records of patients who underwent myocardial revascularization. Having as inclusion criteria the presence of pulmonary complications in the postoperative period, excluding medical records that are somehow incomplete, lacking any information so that the questionnaire is answered correctly. The software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), version 20.0 for Windows, was used for the elaboration of the database, descriptive and analytical analysis. Forty-one individuals were included in the study in the period from 2012 to 2016, where 68.3% were males (n = 28) and the mean age was 63.44 ± 11.20 years. Mean of surgery time was 189.02 ± 11.20 minutes, ECC time was 60.58 ± 19.31 minutes and mean number of grafts per patient was 2.7 ± 0.68. There were significant correlations between ECC time with complications (p <0.001) and number of grafts with complications (p = 0.001). Conclusion: It can be concluded that in the present study, it was observed that there was a significant correlation between time of use of ECC and the number of grafts, respiratory complications, especially hypoxemia, which was the most incident, which can be inferred that The longer the ECC and the greater the number of grafts, the greater the prevalence of pulmonary complications. Keywords: Myocardial revascularization. Pulmonary complications. Postoperative. Artigo recebido em 30/11/2016 e aceito para publicação em 31/12/2016 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.83-94, jan./abr. 2017 92

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