APRESENTAÇÃO...1. EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA: a 11 APRESENTAÇÃO

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Transcrição:

Boletim - NPDL / UNIARA n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007. Publicação trimestral do Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Local e Meio Ambiente e do Programa de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente. UNIARA APRESENTAÇÃO...1 APRESENTAÇÃO EVOLUÇÃO DO EMPREGO NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA: 1985-2005...3 a 11 O estudo apresentado faz parte de uma pesquisa mais ampla desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Local (NPDL) do Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente do Centro Universitário de Araraquara (UNIARA) em parceria com o Instituto AEQUITAS Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), sediada em Araraquara. O estudo está baseado nos dados disponibilizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego no Relatório Anual de Informação Social (RAIS). O estudo teve como objetivo em primeiro lugar, caracterizar o emprego e as empresas formais no município de Araraquara nos últimos vinte anos, 1985-2005, traçando um perfil evolutivo em relação a outras variáveis dependentes do emprego, como por exemplo, renda média, emprego feminino, faixa etária e escolaridade média do trabalhador. Em segundo lugar, o estudo buscou realizar correlações entre emprego e o número de empresas, com o intuito de explorar a evolução das mesmas. Boletim NPDL / UNIARA n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 1

APRESENTAÇÃO Antes da apresentação do estudo, faz-se necessário uma nota metodológica, com o objetivo de esclarecer que os dados da RAIS refletem apenas o mercado formal de trabalho. Assim sendo significativa parcela do emprego não é captado nesta fonte, o que sem dúvida, é uma forte limitação à compreensão da realidade do emprego. Tais dados poderiam ser obtidos por meio de uma pesquisa primária no próprio município. Assim sendo, a utilização da RAIS é discutível em dois aspectos: o primeiro refere-se ao universo coberto pelas relações contratuais formalizadas por intermédio de carteira assinada. A segunda limitação está endereçada ao método de coleta da informação primária, por auto declaração. Tratam-se, sem dúvida, de dois problemas importantes que afetam a RAIS, assim como, com intensidade diferente, também outras fontes. Finalmente, cabe destacar que os dados apresentados referem-se apenas ao município de Araraquara. Um comparativo com outros municípios, regiões e inclusive o estado mostrariam mais claramente a realidade local. No entanto, é possível assegurar que os dados locais refletem com bastante proximidade a realidade das cidades de porte médio do Estado de São Paulo. Profº. Drº. Helena Carvalho De Lorenzo Coordenadora do NPDL Msº. Ricardo Bonotto Pesquisador do NPDL Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 2

A análise dos dados sobre a evolução do emprego no município de Araraquara no período 1985-2005 revela significativas mudanças na estrutura setorial do emprego, na evolução da média salarial, na participação das mulheres no mercado de trabalho e na escolarização do trabalhador. O gráfico 1 reflete uma variação positiva do número de empregados com carteira assinada no município de Araraquara nestes últimos vinte anos. Comparando-se os anos entre 1985 e 2005, o primeiro e o último ano analisados, percebe-se um aumento de 41,62% no número absoluto de empregos. A primeira variável dependente correlacionada com o número de empregados analisada neste estudo é a do emprego por grandes setores da economia (Indústria, Construção Civil, Comércio, Serviços e Agropecuária). Os dados expostos no gráfico abaixo mostram que o setor de serviços, ao longo do tempo, foi o maior gerador de empregos no município, tendo o seu percentual em relação ao total do emprego aumentado de 42,45%, para aproximadamente 45,00%. Gráfico 1 Série histórica da evolução do emprego no município de Araraquara, considerando os grandes setores da economia e o total. 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 52.081 41.361 40.253 38.575 36.774 23.425 19.086 15.610 15.258 15.730 12.174 11.951 10.451 9.040 8.669 9.423 6.813 7.066 5.105 5.340 5.455 5.636 2.994 3.916 2.624 1.559 2.171 2.539 1.142 1.646 1985 1990 1995 2000 2005 Indústria Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária TO TAL Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 3

Isto significa que quase metade de todo o emprego gerado no município proveio do setor serviços. Somando-se os valores apresentados pelo setor de serviços com os setores de comércio e construção civil denominados em conjunto como setor terciário da economia - observa-se que este grupo representou em 2005, aproximadamente 70,00% do mercado formal de trabalho, evoluindo em 10 pontos percentuais se comparado ao longo do período analisado. O setor industrial apresentou uma variação negativa de 22,59%, em relação ao número absoluto de empregos gerados nestes vinte anos pesquisados. Em 1985 o total de empregos na indústria era de 12.174, desde então passou por uma trajetória descendente ao longo dos anos de 1990,1995 e 2000, sendo que se recupera significativamente em 2005. O emprego industrial também apresentou uma queda quando o comparamos com o montante total de empregos do município. A representatividade do setor industrial, que em 1985, frente ao mercado formal Gráfico 2 Série histórica da evolução do emprego no município de Araraquara, considerando a média salarial, os grandes setores da economia e o total de empregados. 8,00 7,00 6,90 6,40 6,49 6,00 6,04 5,61 5,99 5,47 5,64 5,37 5,33 5,00 4,00 3,00 4,80 3,58 3,36 2,38 2,28 2,28 3,89 3,15 3,39 3,71 3,04 3,29 4,69 4,13 3,82 3,43 2,77 2,67 2,72 2,54 In dú stri a Construção Civil Comércio Serviços Agropecuária TO TA L 2,00 1,00 0,00 1985 1990 1995 2000 2005 Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 4

de trabalho do município, era de 33,10%, recuou para 18,10% no ano de 2005. Este fato foi compensado com o significativo crescimento do setor serviços. Embora os dados aqui apresentados não mostrem, é possível afirmar que o crescimento do setor serviços está baseado no crescimento do emprego principalmente voltado ao setor de informática. Embora tenha havido queda no número de empregos no setor industrial, a relevância da indústria no município é fato comprovado e também pode ser apreendida no gráfico 2, que mostra a participação da massa salarial deste setor no conjunto das atividades econômicas. O gráfico 2 mostra a correlação entre as variáveis: emprego setorial e rendimento médio, medido em salários mínimos. Analisando o gráfico em seu conjunto observa-se que entre 1985 e 2005 houve significativas mudanças no total da massa salarial gerada pelos diferentes setores econômicos. Depois de uma evolução de 3,58 salários mínimos para 5,47 salários mínimos, entre 1985 e 1995, a massa salarial vem decrescendo em todos os setores da economia local. A indústria, ao longo de todo o período analisado, se revela como a principal atividade geradora de renda em salários mínimos; no entanto, assim como os demais setores, também apresentou forte queda: de 6,90 salários mínimos o seu ponto mais elevado, em 1990 recuou para 4,13 salários mínimos, em 2005. Um aspecto que chama a atenção quanto aos rendimentos médios é a expansão e queda do setor de construção civil que, em 1985, apresentava uma remuneração média de 2,38 salários mínimos, atingindo seu auge em 1995 com 5,99 salários mínimos. A partir de 1995 o setor entrou em forte redução de atividades, o que se refletiu no rendimento salarial médio. Atualmente este segmento apresenta remuneração média de 2,67 salários mínimos, ou seja metade de seu desempenho em 1995. O setor de serviços apresentou uma trajetória bastante semelhante ao da construção civil: os rendimentos médios do setor em 1985 foram de 3,36 salários Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 5

mínimos, em 1995 elevaram-se para 6,49. No ano de 1995 o setor serviços gerou mais rendimentos que a indústria, porém, seguindo a tendência geral, também seus rendimentos reduziram-se para 3,82 salários mínimos em 2005. A terceira variável dependente correlacionada com o emprego formal é o número de empregados por gênero. Conforme observado no gráfico 3 o número de empregados do sexo feminino no mercado formal de trabalho de Araraquara apresentou uma evolução de 90,8% nestes vinte anos estudados. Quando comparamos a representatividade do emprego feminino frente ao total, observa-se que ele passou de 28,16% em 1985 para 37,93% em 2005. Atualmente, a força de trabalho feminina representa 38% do total do emprego no município. Outro dado relevante quando comparamos o gênero é a queda do emprego masculino na indústria, 29,75%, enquanto o emprego feminino reduziu de apenas 1,62% postos de trabalho nestes vinte anos estudo (Tabela 1). Tabela 1 Série histórica da evolução do emprego no município de Araraquara, considerando o gênero do trabalhador no setor industrial. 1985 1990 1995 2000 2005 Masculino 9.079 7.456 6.457 5.026 6.378 Feminino 3.095 2.995 2.583 2.040 3.045 Total 12.174 10.451 9.040 7.066 9.423 Quando correlacionamos a variável dependente faixa etária com o emprego, observa-se no gráfico 4 que a faixa de idade compreendida entre 40 e 49 anos foi a que mais cresceu em termos absolutos; ainda considerando dados absolutos, a faixa etária que mais empregava no mercado de trabalho em 2005 era aquela compreendida entre as idades de 30 a 39 anos. Destaca-se também a queda no número de empregos observada na faixa etária compreendida entre 15 a 17 anos. Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 6

Gráfico 3 Série histórica da evolução do em prego no m unicípio de Araraquara, considerando o gênero do trabalhador. 35.000 32.322 30.000 26.418 26.491 26.474 26.466 25.000 20.000 19.759 1985 1990 15.000 10.000 10.356 12.084 13.779 14.895 1995 2000 2005 5.000 0 Masculino Feminino Um aspecto que se destaca é o elevado crescimento do emprego na faixa etária de 40 49 anos. Embora não se tenha informações sobre o grau de escolaridade desta faixa etária pode-se supor que a experiência e o conhecimento pretéritos tenham sido forte fator de empregabilidade no município. Este fato também pode indicar baixa capacitação técnica dos trabalhadores mais jovens. Gráfico 4 Série histórica da evolução do emprego no município de Araraquara, considerando a faixa etária do trabalhador. 16000 14.848 14000 12000 11.493 12.268 11.211 10000 8000 6000 9.754 9.238 6.265 5.221 10.275 9.111 8.713 7.331 6.460 6.523 5.637 8.905 8.420 6.765 10.474 9.089 5.322 10 A 14 15 A 17 18 A 24 25 A 29 30 A 39 40 A 49 50 A 64 65 O U MAIS 4000 2000 0 3.691 3.847 3.344 3.037 2.282 2.373 1.903 728 298 326 809 355 224 181 341 409 2 0 247 1985 1990 1995 2000 2005 Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 7

A correlação entre escolaridade e emprego mostra que o mercado de trabalho formal no município apresentou um aumento em seu nível de especialização. Para o primeiro ano pesquisado o grau de escolaridade predominante era o da 4 série completa ou na terminologia atual, o ensino básico. Quando se analisa os dados para o ano de 2005 o grau de escolaridade predominante é o segundo grau completo, ou o ensino médio. Todavia o aumento do nível de escolaridade não representa necessariamente melhoria na qualidade da capacitação profissional. A aprovação continuada pode ser o responsável pelo aumento do índice analisado. Os dados permitem supor que os jovens podem não estar devidamente capacitados ou que a preferência pelos mais velhos decorre de experiência profissional acumulada, mas não necessariamente de sua capacitação. Gráfico 5 Série histórica da evolução do emprego no município de Araraquara, considerando o grau de escolaridade. 18.000 16.426 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 10.892 10.848 7.684 6.355 6.166 6.465 5.987 5.938 5.198 5.283 5.789 4.321 3.725 3.892 3.292 2.500 2.616 1.878 1.031 1.170 1.168 1.299 735 846 706 10.172 9.784 8.575 7.377 5.781 5.903 4.328 4.143 3.971 3.665 3.636 3.521 3.210 2.917 3.108 2.846 1.761 1.551 201 1985 1990 1995 2000 2005 Analfabeto 4ª série incompleta 4ª série completa 8ª série incompleta 8ª série completa 2º grau incompleto 2º grau completo Superior incompleto Superior completo Fonte: RAIS-MTb Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 8

II - EVOLUÇÃO DAS EMPRESAS NO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA NOS (1985 2005) De acordo com o gráfico 6 a seguir pode-se observar o tamanho e a quantidade de empresas existentes no município durante o período estudado. Observa-se que a quantidade de micro e pequenas empresas teve um processo de crescimento nestes últimos anos. De 1985 a 2005 foram abertas aproximadamente 9.000 novas micro empresas. As demais empresas grandes, médias e pequenas apresentaram pequenas variações quantitativas. Gráfico 6 Série histórica da evolução das empresas no município de Araraquara, considerando o tamanho da empresa. 12000 10.704 10000 7.457 8.392 8000 Grande - Em presa 6000 1.691 2.499 Média - Em presa Pequena - Empresa 4000 Micro - Em presa 2000 0 11 1985 170 45 13 1990 47 197 9 1995 61 202 7 2000 206 57 10 2005 49 262 Micro - Empresa Pequena - Empresa Média - Empresa Grande - Empresa Fonte: RAIS-MTb Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 9

No entanto, quando se relaciona o tamanho das empresas e a geração de empregos observa-se que as micro e pequenas empresas, apesar de seu crescimento quantitativo, não apresentaram crescimento proporcional de geração de emprego. Os dados da tabela abaixo mostram o perfil do emprego, quando correlacionados com tamanho das empresas no município. Tabela 2 Série histórica da evolução das empresas no município de Araraquara, considerando o número de empregos gerados pelo tamanho da empresa. 1985 1990 1995 2000 2005 MICRO EMPRESA PEQUENA EMPRESA MÉDIA EMPRESA GRANDE EMPRESA EMPREGOS 6.693 6.987 9.423 13.671 EMPRESAS 1.691 170 45 11 RELAÇÃO 3,96 41,10 209,40 1242,82 EMPREGOS 9.092 7.922 10.568 10.993 EMPRESAS 2.499 197 47 13 RELAÇÃO 3,64 40,21 224,85 845,62 EMPREGOS 10.289 7.825 12.813 9.326 EMPRESAS 7.457 202 61 9 RELAÇÃO 1,38 38,74 210,05 1036,22 EMPREGOS 12.047 8.091 12.731 8.492 EMPRESAS 8.392 206 57 7 RELAÇÃO 1,44 39,28 223,35 1213,14 EMPREGOS 15.937 10.329 11.578 14.237 EMPRESAS 10.704 262 49 10 RELAÇÃO 1,49 39,42 236,29 1423,70 As micro empresas contribuíram para a geração de empregos em números absolutos em aproximadamente em 9.000 novos postos de trabalho e, proporcionalmente ao total de empregos no município, a sua participação passou de 18,20% para 30,60% nos vinte anos estudados. No entanto, as micro empresas tiveram uma diminuição no número relativo de empregados; em 1985 essa relação era de 3,96 trabalhadores por empresa, e em 2005 o número relativo de trabalhador por micro empresa foi de 1,49. Cresceu o numero de empresas, cresceu também o número de postos de trabalho, porém diminuiu o número de postos de trabalho por micro empresas, ou seja diminuiu o tamanho das micro empresas. Com menor intensidade pode-se observar o mesmo movimento nas pequenas empresas. Embora com algumas variações ao longo do período analisado as médias e as grandes empresas em 2005 foram as principais geradoras de emprego município; também tiveram o seu tamanho médio aumentado confirmando, desta perspectiva, o seu importante papel na estrutura produtiva local. Boletim - NPDL n 2 outubro, novembro e dezembro de 2007 10

A publicação Desenvolvimento e Estatísticas Locais da Região Centro Paulista é uma publicação trimestral do Núcleo de Pesquisa em Desenvolvimento Local do Centro Universitário de Araraquara (UNIARA) Departamento de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, instituição acadêmica, voltada para a pesquisa e formação nesta área de conhecimento: EQUIPE Coordenadora do Mestrado de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente: Profº.Drº. Vera Lucia S. Botta Ferrante Coordenadora do Grupo de Estudos em Desenvolvimento Local : Profº. Drº. Helena Carvalho De Lorenzo Pesquisador: Msº. Ricardo Bonotto Rafael Trentim Endereço para consulta: END. Rua Voluntários da Pátria, 1309 - Caixa Postal 69 CEP 14801-320 - Araraquara-SP Telefone: (16) 3301-7126 E-mail: bancodedados@uniara.com.br 11