Seminários sobre os Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão

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Transcrição:

Seminários sobre os Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Organização: Associação Nacional de Municípios Portugueses Coimbra, Lisboa, Évora, Guimarães, Portimão maio e junho de 2018

Seminários sobre os Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Sistema elétrico e sua regulação

Sistema elétrico e sua regulação Agenda O sistema elétrico e sua regulação Funções do Operador de Rede de Distribuição em Baixa Tensão Regulação da distribuição em BT desde 1999 e caso exemplo 3

Sistema elétrico e sua regulação O sistema elétrico e sua regulação Funções do Operador de Rede de Distribuição em Baixa Tensão Regulação da distribuição em BT desde 1999 e caso exemplo Síntese

O sistema elétrico nacional: modelo anterior Grande indústrias de rede: utility; Prestação de serviço público essencial; Empresa verticalmente integrada; Empresa Monopolista; Controlo público. 5

O sistema elétrico nacional: evolução 6

As Atividades do Setor Elétrico Nacional (SEN) Produção Transporte Distribuição Comercialização 7

Quadro Legal Principal Ao nível da União Europeia: - Diretiva n.º 2009/72/EC, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de julho de 2009, que estabelece regras comuns para o mercado interno da eletricidade. Ao nível interno: - Decreto-Lei n.º 29/2006, de 15 de fevereiro - bases gerais da organização e funcionamento do SEN; e - Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto - desenvolvimento das bases do SEN. 8

Dimensão europeia: a Diretiva n.º 2009/72/EC Separação dos ORDs face às restantes atividades; Deveres de confidencialidade; Assegurar a capacidade da rede a longo prazo; Exploração, em condições economicamente viáveis, de uma rede de distribuição segura,, fiável e eficiente; Respeitar o ambiente e a eficiência energética; Proibição de discriminações entre utilizadores; Prestar informações aos utilizadores da rede para um acesso e utilização eficientes. 9

Dimensão nacional: deveres da distribuição Proporcionar o acesso às redes, de forma não discriminatória; Veicular a energia elétrica dos pontos de receção até aos pontos de entrega, Acesso baseado em tarifas aplicáveis a todos os clientes; Assegurando o cumprimento dos padrões de qualidade de serviço aplicáveis; Cumprimento dos deveres regulamentares. 10

Dimensão nacional: organização Separação jurídica regime regra Exceção: até 100.000 clientes implica apenas separação contabilística das atividades. Independência do ORD (funcional e jurídica) Os gestores não podem integrar os órgãos sociais de empresas que exercem outras atividades do SEN; Os interesses profissionais dos gestores devem ficar devidamente salvaguardados; Dispor e publicitar código ético de conduta; Garantir a diferenciação da sua imagem e comunicação das restantes entidades que atuam no âmbito do SEN; Não deter, direta ou indiretamente, participação social em empresas que exerçam outra atividade do SEN. 11

Dimensão nacional: modelos de exploração Exploração Direta ou Concessões em BT (Artigo 31.º DL n.º 29/2006) Possibilidade de os municípios optarem pela exploração direta ou pela concessão (remissão); Caso optem pela concessão, atribuição das concessões pelos órgãos competentes dos municípios (concedentes); 12

Dimensão nacional: duração dos contratos O prazo das concessões de distribuição em BT foi fixado em 20 anos contados a partir do início de cada contrato. Mas terminam em momentos diferentes nos vários municípios, entre 2016 e 2026, e a maioria entre 2021 e 2022. Contratos aterminar entre 2016 e 2019 Contratos a terminar entre 2020 e 2023 Contratos a terminar entre 2024 e 2026 Município Ano Arouca 2026 Cascais 2026 Porto 2026 Castro Marim 2025 Maia 2025 Póvoa de Varzim 2025 Viana do Alentejo 2025 Vila do Conde 2025 Resende 2024 Tomar 2024 40 0 40 Km 13

Dimensão nacional: concessões As Concessões em BT (artigo 42.º DL n.º 172/2006) Atribuídas pelos órgãos competentes de cada município ou de associações de municípios; Sujeição a concurso público; A concessão tem a duração de 20 anos. Concurso público (remissão) Artigo 43.º do DL n.º 172/2006; Lei n.º 31/2017; RCM n.º 5/2018). 14

CUR excluído da Concessão (e exploração direta) EDP Serviço Universal (EDP SU) tem licença de CUR até 2044 (data de extinção contrato de concessão da Rede Nacional de Distribuição - art. 73.º do DL n.º 29/2006); A atribuição de novas licenças de comercializador de último recurso fica dependente da sua prévia sujeição a procedimento concorrencial, cujas peças são aprovadas por despacho do membro do Governo responsável pela área da energia (art. 52.º, n.º 4 do DL n.º 172/2006). 15

Sistema elétrico e sua regulação O sistema elétrico e sua regulação Funções do Operador de Rede de Distribuição em Baixa Tensão Regulação da distribuição em BT desde 1999 e caso exemplo Síntese

A Rede de Distribuição em BT Interliga produtores e consumidores com o mercado de eletricidade Cobre todo o território Interoperação com as redes de montante Fonte: http://comofunciona.erse.pt/eletricidade/ A rede de distribuição em BT funciona a 400/230 V (Baixa Tensão) e veicula a energia elétrica até instalações de consumidores domésticos e pequenas empresas. A rede de BT está ligada à rede em Média Tensão (MT), operada pelo concessionário da Rede Nacional de Distribuição (EDP Distribuição). A rede de BT, cada vez mais, recebe também a energia elétrica produzida em pequena escala em instalações de BT, como as instalações de produção para autoconsumo e de pequena produção. 17

Componentes da rede de distribuição em BT A infraestrutura básica da rede Fonte: http://comofunciona.erse.pt/eletricidade/ A rede de distribuição em BT é composta por: linhas aéreas e cabos enterrados (rede aérea e subterrânea) postos de transformação que recebem energia da rede em MT elementos de comando e proteção (ex. fusíveis e disjuntores) equipamentos de medição (por ex. contadores) A rede de BT inclui ainda a infraestrutura de iluminação pública (postes e luminárias, ramais de alimentação e acessórios) 18

Componentes da rede de distribuição em BT A operação Fonte: http://comofunciona.erse.pt/eletricidade/ A rede de distribuição em BT é também composta por: Sistemas centrais de comando e controlo da rede, incluindo telecomunicações Piquetes de intervenção na rede (meios de deslocação e ferramentas) Sistemas de faturação, de gestão de clientes e de reclamações Lojas físicas de atendimento ao público e outros serviços Sistemas de gestão (qualidade, ativos, ambiental, contabilidade, reporte regulado, ) Contratos de trabalho e de prestação de serviços por terceiros 19

Funções do Operador de Rede de BT O ORD BT faz: Projeto, construção e manutenção da rede em BT Operação da rede, garantindo a satisfação dos consumos e o escoamento da produção, cumprindo os níveis de qualidade de serviço e as condições legais de segurança de pessoas e bens Relacionamento com o operador de rede em MT (para o investimento e a operação) Leitura dos contadores, disponibilização dos dados de leitura aos comercializadores, faturação e cobrança das tarifas de acesso às redes aos comercializadores ou a interrupção e restabelecimento do fornecimento às instalações Atendimento a clientes finais quanto a avarias ou reclamações O ORD BT não faz: Não compra nem vende energia A lei obriga à separação jurídica e contabilística dessa atividade face às restantes atividades do setor 20

Funções do Operador de Rede de BT Com o atual modelo legal, o ORD BT assegura: O desenvolvimento, operação e manutenção da rede de iluminação pública de acordo com as bases das concessões e atendendo aos equipamentos standard definidos no Anexo I dos contratos de concessão A atividade está integrada nos custos regulados do operador de rede de distribuição Esta situação é claramente separável da operação da rede de distribuição, podendo ser alterado o modelo legal e contratual para a gestão da iluminação pública. 21

Sistema elétrico e sua regulação O sistema elétrico e sua regulação Funções do Operador de Rede de Distribuição em Baixa Tensão Regulação da distribuição em BT desde 1999 e caso exemplo Enquadramento da atividade em termos nacionais Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 Síntese

Enquadramento da atividade em termos nacionais A energia elétrica paga pelos consumidores recupera um conjunto de custos que podem ser agrupados em três grandes rúbricas: 1. Custos de Interesse Económico Gerais (CIEG) 2. Custos com a produção de energia elétrica e custos com a comercialização 3. Custos com as infraestruturas de redes, transporte e distribuição de energia elétrica 23

Enquadramento da atividade em termos nacionais CIEG são custos principalmente enquadrados por legislação parlamentar ou do Governo, que tanto podem englobar remunerações garantidas aos produtores (com CAE, CMEC, PRE), como a garantia de uniformidade tarifária com as Regiões Autónomas ou ainda as rendas das concessões embt. A ERSE não tem competências para regular a quase totalidade destes custos. Estes custos são recuperados, maioritariamente, através das tarifas de Uso Global do Sistema. Os custos com a produção de energia elétrica (a montante da cadeia de valor) e os custos com a comercialização (a jusante da cadeia de valor), dependem das regras de mercado. O papel da ERSE, em conjunto com a AdC, é de monitorização destes mercados, sem interferir nos preços ali praticados. 24

Enquadramento da atividade em termos nacionais Os custos com as infraestruturas de redes são custos das atividades de transporte e de distribuição de energia elétrica. Estas atividades são monopólios naturais, pelo que não é economicamente eficiente que sejam remuneradas através do mercado. Os custos destas atividade que podem ser recuperados pelas tarifas são definidos pela ERSE. 25

Enquadramento da atividade em termos nacionais Produção Transporte Distribuição Comercialização Gestão Global do Sistema (GGS) e CIEG 26

Enquadramento da atividade em termos nacionais Estrutura dos custos do setor elétrico*, pago pelos consumidores por atividade 100% 90% 80% 70% 60% 50% 26,2% 24,5% 26,3% 25,5% 22,4% 23,1% 23,8% 21,0% 28,1% 24,2% 23,2% 24,8% 29,1% 32,1% 33,6% 33,8% Peso dos custos regulados pela ERSE em 2018: 5% Transporte 6% Distribuição AT/MT 10% Distribuição BT 40% 30% 20% 45,8% 51,3% 50,5% 49,7% 48,5% 44,8% 42,6% 45,2% 10% 0% Tarifas 2011 Tarifas 2012 Tarifas 2013 Tarifas 2014 Tarifas 2015 Tarifas 2016 Tarifas 2017 Tarifas 2018 Energia + Comercialização UGS Redes Custos totais do setor, incluindo o mercado regulado e o mercado liberalizado. Redes incluem rendas das concessões. 27

Enquadramento da atividade em termos nacionais No caso da atividade de distribuição, a ERSE define os rendimentos que são chamados de proveitos permitidos e visam permitir às empresas: Cobrir os custos de exploração, que a ERSE considere eficientes Terem recursos suficientes para investirem, pelo que a remuneração implícita dos ativos definida pela ERSE reflete o custo de capital. Embora a ERSE procure assegurar o equilíbrio económico financeiro, tal não implica que garanta uma taxa de rentabilidade. Cada empresa obterá numa remuneração efetiva superior ou inferior à remuneração definida pela ERSE para os ativos regulados, aquando do cálculo dos proveitos permitidos, consoante o seu desempenho real. 28

Sistema elétrico e sua regulação O sistema elétrico e sua regulação Funções do Operador de Rede de Distribuição em Baixa Tensão Regulação da distribuição em BT desde 1999 e caso exemplo Enquadramento da atividade em termos nacionais Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 Síntese

Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 1 600 Proveitos da Atividade de Distribuição Preços Correntes 10 6 EUR 1 400 1 200 1 000 800 600 400 919 948 953 125 129 146 794 819 808 1 216 1 184 1 192 1 204 1 220 1 151 1 095 1 118 1 054 209 172 186 201 211 228 240 238 154 900 923 931 950 972 1 007 964 965 981 1 138 242 896 1 266 249 1 017 1 223 1 206 1 180 1 192 1 200 254 253 251 253 254 969 954 929 939 945 1 062 258 804 200 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 T2017 T2018 Proveitos da Atividade de Distribuição sem Rendas Rendas de Concessão A preços constantes os proveitos permitidos da atividade diminuíram 30

Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 Extensão da Rede (Km) e Nº de Postos de Transformação 250 000 200 000 190 147 194 609 201 091 205 328 209 043 212 302 214 856 218 246 220 317 222 627 223 734 224 866 224 866 224 501 225 392 150 000 120 238 122 726 127 018 128 991 130 945 132 607 133 702 135 939 137 864 139 371 140 415 141 324 141 324 142 325 142 834 100 000 50 000 62 455 64 255 66 261 68 285 69 788 71 195 72 315 73 394 73 472 74 142 74 179 74 239 74 239 72 749 73 042 0 7 454 7 628 7 811 8 052 8 310 8 499 8 840 8 913 8 981 9 114 9 140 9 303 9 303 9 427 9 516 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Rede - AT Rede - MT Rede - BT Enquanto a gestão da atividade tornou-se mais 80 000 complexa 50649 52 217 54751 56 720 58513 59 841 61157 62036 63223 64458 65151 66 023 66 719 67063 68 255 70 000 60 000 50 000 40 000 30 000 20 000 10 000 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 n.º PT 31

Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 Nº de Colaboradores (apenas EDP D) 8 000 7 000 7 375 6 632 6 725 6 401 6 334 Neste período houve uma racionalização do número de trabalhadores afetos à atividade 6 000 5 000 4 000 5 087 4 540 4 279 4 005 3 919 3 687 3 516 3 576 3 531 3 467 3 333 3 316 3 234 3 000 2 000 1 000 0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Nº de Trabalhadores A EDP D estima que à data de hoje 1 759 colaboradores estarão afetos à atividade de distribuição de energia elétrica em BT a nível nacional (não existe informação sobre a alocação do número de colaboradores a cada concessão). 32

Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 Existe uma relação inversa entre os custos de exploração (OPEX), face aos custos de investimento na AT/MT comparativamente com a BT: Em BT, o OPEX representa quase 2/3 do total dos proveitos, sendo o restante CAPEX Em MAT e AT, o CAPEX representa 2/3 do total Estrutura dos custos das atividade de distribuição em BT e em AT/MT 600 600 500 500 milhões de euros 400 300 200 217 208 206 168 174 milhões de euros 400 300 200 325 312 316 310 322 286 269 259 311 306 100 100 188 180 172 141 137 0 2012 2013 2014 2015 2016 BT - OPEX BT - CAPEX 0 2012 2013 2014 2015 2016 AT/MT - OPEX AT/MT - CAPEX Para além da atividade de BT ser mais exigente em O&M, os seus ativos são, comparativamente, mais baratos, mais comparticipados e mais amortizados do que a da AT e MT 33

Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 Exemplo de fluxos de faturação de um ORD municipal 34

Regulação da atividade de distribuição em BT período 1999-2018 Em 2018, a ERSE voltou a aplicar uma regulação baseada nos custos totais ( TOTEX ) à atividade de distribuição em BT Esta metodologia dá maior liberdade às empresas para efetuarem as opções que julguem mais eficientes entre O&M e investimento Os principais parâmetros para a atividade de BT no período regulatório 2018-2020 são os seguintes: 2% fatores de eficiência(nos custos de exploração e de investimento)) Ataxade remuneração implícitade6% (distribuiçãoem AT emt foi 5,75%) A capacidade da empresa ter, de facto, a remuneração de 6% dependerá: Da sua capacidade em atingir as metas definidas pelo regulador Das suas opções de investimento 35

Sistema elétrico e sua regulação O sistema elétrico e sua regulação Funções do Operador de Rede de Distribuição em Baixa Tensão Regulação da distribuição em BT desde 1999 e caso exemplo Síntese

Sistema elétrico e sua regulação A distribuição em BT insere-se num todo do Sistema Elétrico Nacional, incluindo os outros operadores, os consumidores e os agentes do mercado A distribuição em BT é uma competência dos municípios, cuja atividade está sujeita à política energética nacional e à regulação da ERSE O serviço de distribuição em BT é um serviço com características padronizadas definidas por lei e regulamentação nacional e europeia. Pressupõe estabilidade na atividade mesmo no caso de mudança do operador. A atividade de distribuição beneficia de fortes economias de escala Os rendimentos provenientes da prestação do serviço de distribuição são obtidos nos termos definidos pela ERSE e por aplicação de tarifas definidas pela ERSE A uniformidade tarifária (custo distribuído por todo o território) tem como contraponto a uniformidade do serviço. No quadro atual a iluminação pública integra a concessão de distribuição em BT, apontando para a padronização de soluções técnicas, custos, etc. A alteração deste quadro obriga a modificações legais, facilitando que cada município tome decisões sobre a iluminação pública no seu município (mesmo que concessionando a distribuição) 37

Seminário Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Agenda Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial 39

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Enquadramento: as várias entidades envolvidas e as respetivas competências As previsões legais: peças e calendário Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial Síntese

As previsões legais: regime de exercício Modalidades de exploração: Em regime de concessão; Possibilidade de os municípios exploração direta. optarem pela 41

Concessões: quadro legal para concursos Destaque: - Bases gerais da organização e funcionamento do SEN DL n.º 29/2006; - Regime Jurídico das atividades do SEN DL n.º 172/2006; - Princípios Gerais relativos à organização dos concursos - Lei n.º 31/2017, de 31 de maio; - Programa das Ações e Estudos RCM n.º 5/2018, de 11 de janeiro; - Legislação sobre contratação pública. 42

Enquadramento das concessões São várias as entidades que intervêm na preparação das concessões que serão lançadas a partir de 2019: O Governo; Os municípios; A ERSE, em articulação com a DGEG e a ANMP. 43

Enquadramento das concessões O que compete à ERSE? Propor a área territorial dos procedimentos, com base em estudos técnicos e económicos; Elaborar estudo com os aspetos e parâmetros que importa fixar no programa de concurso tipo e no caderno de encargos tipo; Competência estatutária de regulação, regulamentação, supervisão e sancionatória em relação aos operadores. 44

Enquadramento das concessões O que compete ao Governo? Aprovar programa de concurso tipo e caderno de encargos tipo; Aprovar minuta dos contratos. 45

Enquadramento das concessões O que compete aos municípios? Decidir concreta definição da área territorial; Aprovar as peças procedimentais; Adjudicar; Acompanhar e fiscalizar a concessão. 46

Enquadramento das concessões O que não compete à ERSE? Decidir as peças do concurso; Decidir a delimitação das áreas territoriais; Decidir questões de contratação pública; Aplicação de aspetos que não estejam incluídos nas competências e atribuições da ERSE. 47

Não submetido à concorrência: Renda municipal Direito a receber renda fixada na lei (em caso de concessão): Artigo 6.º/2 do DL n.º 344-B/82; Artigo 3.º da Lei n.º 31/2017 (Decreto-Lei n.º 230/2008). Nos casos de exploração direta não há lugar ao recebimento da renda: Disposições legal só consagram para o caso de concessão; N.º 7 da RCM n.º 5/2018. 48

Não submetido à concorrência: Renda municipal Demais encargos assumidos pelos concessionários no âmbito dos contratos de concessão não são reconhecidos ou refletidos nas tarifas reguladas aprovadas pela ERSE (artigo 3.º Lei n.º 31/2017): Custos com adjudicação; Rendas adicionais; Contrapartidas prestadas. 49

Não submetido à concorrência: regulação Regulamentação DGEG e da ERSE, com destaque para: Regulamento de Acesso às Redes e às Interligações (RARI); Regulamento de Relações Comerciais (RRC); Regulamento Tarifário (RT); Regulamento da Qualidade de Serviço (RQS); Regulamento de Operação das Redes (ROR). 50

Procedimento regulamentar: participação Os Regulamentos estão sujeitos a consulta pública; O Conselho Tarifário emite parecer sobre as propostas Regulamentos Tarifários e as Tarifas; O Conselho Consultivo emite parecer sobre as propostas dos demais regulamentos e sempre que solicitado pelo CA; A ANMP tem assento em ambos os Conselhos. 51

Não submetido à concorrência: Acesso às redes Regulamento de Acesso às Redes e Interligações: Informação a prestar; Celebração Contratos de Uso das Redes, segundo condições gerais aprovadas pela ERSE, a celebrar com comercializadores e agentes de mercado; Prestação e Garantias; Suspensão e Cessação dos Contratos; Retribuição pelo uso; ( ) 52

Não submetido à concorrência: Qualidade Regulamento da Qualidade do Serviço: Padrões mínimos a respeitar; Não são permitidos padrões menos exigentes do que aqueles que a ERSE estabelece; Padrões mais exigentes que sejam eventualmente definidos pelos municípios não relevarão para regulação e supervisão da ERSE. 53

Não submetido à concorrência: Tarifas Regulamento Tarifário: Rendimentos permitidos por aplicação das tarifas; Fixação de tarifas (uniformidade). 54

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Enquadramento: as várias entidades envolvidas e as respetivas competências As previsões legais: peças e calendário Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial Síntese

Concursos: Princípios (Lei n.º 31/2017) Neutralidade financeira para os consumidores e para o Orçamento do Estado; Promoção da eficiência económica, salvaguardando a qualidade e abrangência atualmente prestado como mínimo a assegurar; Coesão territorial; Uniformidade tarifária no país; Nivelamento das condições estruturais de desenvolvimento da atividade e de incremento dos padrões de qualidade do fornecimento do serviço público; Promoção da gestão de energia e da eficiência energética; Garantia de inexistência de custos acrescidos a repercutir nos consumidores; Defesa da estabilidade do emprego, com a salvaguarda dos postos de trabalho e dos direitos dos trabalhadores afetos às concessões. 56

Concursos: sincronia Lançamento sincronizado entre municípios/entidades intermunicipais; Sem afetar per se prazos dos contratos vigentes; Celebração de tantos contratos de concessão quantos os municípios/entidades intermunicipais (artigo 4.º). 57

As previsões legais: peças e calendário Calendário: Até 30.06.2018 Após consulta pública, a ERSE (artigo 5.º da Lei n.º 31/2017 e n.ºs 1 e 2 da RCM n.º 5/2018): a) Propõe delimitação das áreas territoriais dos procedimentos a lançar; b) Entrega estudo com aspetos e parâmetros a fixar nas peças procedimentais. 60 dias depois do anterior Governo aprova por Portaria após audição da ANMP e da ERSE, peças procedimentais (artigo 6.º da Lei n.º 31/2017 e n.º 3 e 4 da RCM): a) Aprovação do programa de concurso tipo e do caderno de encargos tipo; b) Aprovação do contrato tipo de concessão. 30.09.2018 Decisão dos municípios e das entidades intermunicipais quanto (n.º 5 da RCM n.º 5/2018): a) Definição da área territorial; ou b) Sobre eventual intenção de proceder a exploração direta. 58

As previsões legais: peças e calendário Calendário (continuação): 31.12.2018 2019 Entidades que integram os agrupamentos de entidades adjudicantes (n.º 6 da RCM n.º 5/2018): aprovação das peças dos procedimentos. Lançamento sincronizado dos procedimentos (artigo 4.º da Lei n.º 31/2017): a) Publicação simultânea dos anúncios e avisos, nos termos do Código dos Contratos Públicos; b) Definição, nas peças procedimentais, de datas coincidentes para a apresentação de propostas. 59

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial Síntese

Operadores de redes de distribuição em BT Atualmente a distribuição de energia elétrica em BT é exercida em todos os municípios sob concessão. Operador da Rede de Distribuição (ORD) Concelhos onde detém concessões em BT Dimensão dos operadores EDP Distribuição Todos os concelhos do continente Serve cerca de 99,5% dos clientes de BT, correspondendo a cerca 6 milhões em 2016. A CELER - Cooperativa de Electrificação de Rebordosa, CRL A LORD -Cooperativa Electrificação A Lord, CRL CEVE Cooperativa Eléctrica de Vale D Este Cooperativa Eléctrica de Vilarinho, C.R.L. Cooperativa Eléctrica de Loureiro, C.R.L. Cooproriz-Cooperativa de Abastecimento de Energia Eléctrica, CRL. A Eléctrica Moreira de Cónegos, CRL Casa do Povo de Valongo do Vouga Junta de Freguesia de Cortes do Meio Cooperativa Eléctrica S. Simão de Novais Paredes Paredes Vila Nova de Famalicão, Barcelos Santo Tirso Oliveira de Azeméis Santo Tirso Guimarães Águeda Covilhã Vila Nova de Famalicão Servem cerca de 30 mil clientes de energia elétrica em BT, no total e localizam-se na zona Norte e Centro do país. 61

Caraterização e diversidade O consumo médio por cliente BT varia no país. Consumo médio por cliente BT A ML Centro Norte PT Alg arv e Alentejo Portugal Continental CIM do Tâmega e Sousa CIM do Douro CIM do Cávado CIM do Ave CIM das Terras de Trás-os-Montes CIM Alto Minho CIM do Alto Tâmega AMP - Área Metropolitana do Porto CIM da Região de Aveiro CIM do Oeste CIM do Médio Tejo CIM de Viseu, Dão e Lafões CIM das Beiras e Serra da Estrela CIM da Região de Leiria CIM da Região de Coimbra CIM da Beira Baixa AML - Área Metropolitana de Lisboa CIM do Baixo Alentejo CIM do Alentejo Litoral CIM do Alentejo Central CIM do Alto Alentejo CIM da Lezíria do Tejo CIM do Algarve 0 500 1 000 1 500 2 000 2 500 3 000 3 500 4 000 4 500 kwh por cliente BT 62

Caraterização e diversidade A tipologia da rede de distribuição varia em Portugal continental. Percentagem de Rede BT aérea 12049; 63% 7045; 37% 3224; 32% 10115; 19% 41906; 81% 5326; 12% 2829; 17% 14018; 83% 6872; 68% 39450; 88% Rede aérea (km) Rede subterrânea (km) AM L Centro Norte PT Alg arv e Alentejo Portugal Continental CIM do Tâmega e Sousa CIM do Douro CIM do Cávado CIM do Ave CIM das Terras de Trás-os-Montes CIM Alto Minho CIM do Alto Tâmega AMP - Área Metropolitana do Porto CIM da Região de Aveiro CIM do Oeste CIM do Médio Tejo CIM de Viseu, Dão e Lafões CIM das Beiras e Serra da Estrela CIM da Região de Leiria CIM da Região de Coimbra CIM da Beira Baixa AML - Área Metropolitana de Lisboa CIM do Baixo Alentejo CIM do Alentejo Litoral CIM do Alentejo Central CIM do Alto Alentejo CIM da Lezíria do Tejo CIM do Algarve 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 63

Caraterização e diversidade As condições de operação variam em Portugal continental. Densidade de Clientes BT A ML Centro Norte PT Alg arv e Alentejo Portugal Continental CIM do Tâmega e Sousa CIM do Douro CIM do Cávado CIM do Ave CIM das Terras de Trás-os-Montes CIM Alto Minho CIM do Alto Tâmega AMP - Área Metropolitana do Porto CIM da Região de Aveiro CIM do Oeste CIM do Médio Tejo CIM de Viseu, Dão e Lafões CIM das Beiras e Serra da Estrela CIM da Região de Leiria CIM da Região de Coimbra CIM da Beira Baixa AML - Área Metropolitana de Lisboa CIM do Baixo Alentejo CIM do Alentejo Litoral CIM do Alentejo Central CIM do Alto Alentejo CIM da Lezíria do Tejo CIM do Algarve 0 100 200 300 400 500 600 Número clientes BT /km 2 64

Caraterização e diversidade Existe uma grande heterogeneidade entre as áreas em Portugal continental. Densidade de Consumos BT A ML Centro Norte PT Alg arv e Alentejo Portugal Continental CIM do Tâmega e Sousa CIM do Douro CIM do Cávado CIM do Ave CIM das Terras de Trás-os-Montes CIM Alto Minho CIM do Alto Tâmega AMP - Área Metropolitana do Porto CIM da Região de Aveiro CIM do Oeste CIM do Médio Tejo CIM de Viseu, Dão e Lafões CIM das Beiras e Serra da Estrela CIM da Região de Leiria CIM da Região de Coimbra CIM da Beira Baixa AML - Área Metropolitana de Lisboa CIM do Baixo Alentejo CIM do Alentejo Litoral CIM do Alentejo Central CIM do Alto Alentejo CIM da Lezíria do Tejo CIM do Algarve 0 200 400 600 800 1 000 1 200 1 400 1 600 1 800 2 000 MWh/ km 2 65

Caraterização e diversidade A estrutura mais agregada é mais uniforme. Consumo médio por cliente BT (mínimo e máximo) Percentagem rede BT aérea (mínimo e máximo) 6 000 100% kwhpor cliente BT 5 000 4 000 3 000 2 000 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 1 000 20% 10% 0 NUTS 2 CIM Concelhos 0% NUTS 2 CIM Concelhos Densidade de clientes BT (mínimo e máximo) Densidade de consumos BT (mínimo e máximo) Número clientes BT /km 2 4 500 4 000 3 500 3 000 2 500 2 000 1 500 1 000 500 0 NUTS 2 CIM Concelhos MWh/ km 2 20 000 18 000 16 000 14 000 12 000 10 000 8 000 6 000 4 000 2 000 0 NUTS 2 CIM Concelhos 66

Continuidade de serviço A ERSE regula a Qualidade de Serviço do fornecimento de energia elétrica, define e monitoriza indicadores e padrões. A nível internacional encontram-se normalizados indicadores de continuidade de serviço Duração média e número médio de interrupções longas (indicadores SAIDI BT e SAIFI BT) verificadas nos clientes da rede de distribuição de BT O desempenho das redes elétricas em termos de continuidade de serviço depende do respetivo nível de tensão e da respetiva zona de qualidade de serviço (zona QS). O desempenho das redes BT depende em mais de 80% do desempenho da MT. O Regulamento da Qualidade de Serviço (RQS) estabelece as zonas QS em função do número de clientes, por localidade: Zona A, B e C. A ERSE aprova o RQS e define os padrões por zona QS. O equilíbrio entre nível da qualidade de serviço no fornecimento de energia elétrica e custos em investimento e em operação das redes é um dos princípios da regulação da Qualidade de Serviço. 67

Continuidade de serviço A continuidade de serviço tem vindo a melhorar significativamente e alinha-se com a média europeia. Minutos / Cliente 600 500 400 300 200 SAIDI BT (minutos/cliente) Portugal Média europeia Tendência (Portugal) Tendência (Média Europeia) 100 1995 1996... 2000 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Início da Liberalização do Setor Elétrico em Portugal Publicação do primeiro Regulamento da Qualidade de Serviço (RQS) Mecanismo Incentivo Melhoria da Continuidade de Serviço Publicação do primeiro RQS pela ERSE Revisão do RQS pela ERSE Mecanismo Incentivo Componente 2 associada aos clientes pior servidos 68

Indicador duração média de interrupções BT nas CIM Os níveis de continuidade de serviço variam por concelho resultado de caraterísticas específicas das redes e da proporção de zonas A, B e C. Os padrões gerais de continuidade de serviço são cumpridos em todos os concelhos. Duração média de interrupções (minutos/cliente) - valores médios 2014 a 2016, por concelho, organizado por CIM 69

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial Enquadramento e objetivos do estudo Desafios Abordagem metodológica Síntese

Enquadramento e objetivos do estudo As sessões de esclarecimento são importantes para compreender as expectativas dos municípios e incorporá-las no trabalho em curso Nesta sessão não são apresentados os resultados do estudo, que se encontra em fase de finalização mas sim, as suas orientações e a sua estrutura A ERSE promoverá consulta pública em que todos os interessados serão ouvidos sobre o estudo com propostas de delimitação de áreas. 71

Enquadramento e objetivos do estudo O objetivo principal do estudo é: I. A definição de áreas territoriais tendo por referência as entidades intermunicipais Os princípios gerais consagrados na Lei 31/2017, que enquadram a realização deste estudo, constituem dois outros objetivos: II. A garantia de eficiência económica e neutralidade financeira associado ao processo III. A garantia da homogeneidade entre áreas, de forma a garantir coesão territorial e sustentabilidade das concessões Estes dois últimos objetivos constituem outros tantos desafios 72

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial Enquadramento e objetivos do estudo Desafios Abordagem metodológica Síntese

Desafios 1º desafio: eficiência económica Atualmente, existem 278 concedentes para 11 concessionárias: Uma empresa, EDP Distribuição, presente nos 278 municípios e que distribui energia para 99,5% dos pontos de entrega nacionais, o que corresponde a cerca de 6 milhões de pontos de entrega. 10 operadores de reduzida dimensão presentes em 8 concelhos, que distribuem 0,5% dos pontos de entrega (cerca 30 mil pontos de entrega). A atividade de distribuição de energia elétrica em Portugal carateriza-se assim, por ter uma dimensão bastante significativa Concessões atribuídas 1 (a encarnado em todo o país), 10 residuais em alguns concelhos 74

Desafios 1º desafio: eficiência económica A definição das áreas de concessão lançadas a consulta pública tendo por referência as atuais Entidades Intermunicipais, ou Comunidade Intermunicipais (CIM), poderá resultar em geometrias variáveis: Resultado dos concurso, tendo em conta áreas definidas no estudo da ERSE 75

Desafios 1º desafio: eficiência económica A atividade de distribuição em BT é um monopólio natural: Não é economicamente eficiente haver dois agentes (subaditividade da função custo) Os custos médios, isto é os custos por unidade física da atividade (ex.: /kwh), decrescem com a dimensão (ganhos à escala): Custos Custos Totais Cmg Longo Prazo Custo médio Q Dimensão O atual nível de custos poderá não se verificar numa situação de redefinição da dimensão da atividade Em termos técnicos: a necessária interoperabilidade entre ORD BT e ORD MT/AT é facilitada com menor número e variedade de ORD 76

Desafios 1º desafio: eficiência económica O nível atual de concentração verificado em Portugal resultou de um processo de agregação com vista a obter ganhos à escala: AEDP Distribuição, em 2000, veiosubstituir a EN, CENEL, SLE e LTE Desde então, puxada pelos estímulos da ERSE para diminuição dos custos, as áreas operacionais têm vindo a diminuir (atualmente 21) Todavia, não é claro que o incremento constante da dimensão garanta a diminuição dos custos unitários (perda de flexibilidade, de proximidade, etc.): 77

Desafios 1º desafio: eficiência económica Necessário definir dimensão mínima que garanta eficiência económica e que não resulte num incremento dos custos: Definir nível mínimo da atividade que garanta eficiência e neutralidade financeira Definir áreas, tendo em consideração as entidades intermunicipais 78

Desafios 2º desafio: homogeneidade entre concessões Definida a dimensão mínima, é necessário garantir a homogeneidade das áreas e, consequentemente, a coesão territorial e a sustentabilidade da atividade Ao nível micro das concessões, existem realidades bastantes dispersas: Até 3 850 Clientes Até 5 001 Clientes Até 6 455 Clientes Até 8 244 Clientes Até 10 414 Clientes Até 13 180 Clientes Até 20 867 Clientes Até 30 205 Clientes Até 50 692 Clientes Até 378 697 Clientes 48% dos municípios têm menos de 10 000 clientes 76% dos municípios têm menos de 25 000 clientes 91% dos municípios têm menos de 50 000 clientes Até 10 Clientes por Km2 Até 17 Clientes por Km2 Até 24 Clientes por Km2 Até 34 Clientes por Km2 Até 46 Clientes por Km2 Até 63 Clientes por Km2 Até 89 Clientes por Km2 Até 141 Clientes por Km2 Até 319 Clientes por Km2 Até 3955 Clientes por Km2 79

Desafios 2º desafio: homogeneidade entre concessões Todavia, a um nível mais agregado, das CIM por exemplo, as diferenças esbatem-se: Até 10 clientes por Km2 Até 17 clientes por Km2 Até 34 clientes por Km2 Até 46 clientes por Km2 Até 63 clientes por Km2 Até 89 clientes por Km2 Até 141 clientes por Km2 Até 319 clientes por Km2 Até 551 clientes por Km2 80

Desafios 2º desafio: homogeneidade entre concessões Esta realidade demográfica/geográfica tem igualmente impacte ao nível dos custos: Existe uma grande heterogeneidade por concessão dos custos com os investimentos, isto é, com o CAPEX (amortização + remuneração ao ativo líquido a uma taxa definida pela ERSE) Como no caso da densidade, se considerarmos as CIM, estas diferenças esbater-se-ão 81

Desafios 2º desafio: homogeneidade entre concessões Diminuir diferenças desempenho entre áreas (nível de eficiência semelhante) Respeitar proximidade territorial Diminuir diferenças custos entre áreas (nível de custos unitários semelhantes) Critérios agregação 82

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial Enquadramento e objetivos do estudo Desafios Abordagem metodológica Síntese

Abordagem metodológica Ponto de partida (passo 1, conhecido à partida pelo regulador): caraterização da atividade de distribuição Para garantir que o processo de definição das áreas não resulte em perdas de eficiência económica e não resulte num acréscimo de custos face à situação atual importa conhecer: A atual situação da atividade de distribuição de energia elétrica em termos de desempenho A tendência de evolução do desempenho desta atividade, designadamente em termos de custos Proveitos Unitários por cliente (preços constantes 2016) Proveitos Unitários por energia distribuída (preços constantes 2016) 120,00 40,00 100,00 30,00 80,00 60,00 20,00 /Cliente 40,00 /MWh 10,00 20,00 0,00 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 T2017 T2018 0,00-20,00 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 T2017 T2018-10,00 Proveitos Unitários BT (sem rendas) - clientes ( /cliente) -20,00 Proveitos Unitários BT (sem rendas) - energia distribuida ( /MWh) 84

Abordagem metodológica Passo 2: definição da dimensão mínima das áreas A distribuição de energia elétrica é um monopólio natural, pelo que a redefinição da área, para áreas mais pequenas, pode levar a incremento de custos Importa definir o limite até ao qual a dimensão tem impacte no nível de custos, por forma a cumprir com os princípios definidos na Lei 31/2017 Para tal, efetuou-se: 1. Análise da literatura científica por forma a compilar eventuais evidências de relação entre dimensão e eficiência 2. Avaliação de desempenho de empresas de vários países (benchmarking) 85

Abordagem metodológica Passo 3: propostas de delimitação territorial Propostas as delimitações das áreas de forma a cumprir com o critério de homogeneidade entre áreas: Coesão territorial Sustentabilidade As áreas são delimitadas tendo em conta: Níveis de custos unitários semelhantes Níveis de eficiência semelhantes, isto é, para condições semelhantes de desenvolvimento da atividade, não controláveis pela empresa, o desempenho em termos de custo é semelhante Proximidade geográfica 86

Concursos para a concessão da distribuição de eletricidade em baixa tensão Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT Caraterização da atividade de distribuição em BT Delimitação Territorial Síntese

Contexto e concursos para a atividade de distribuição em BT No final do processo é necessário garantir a eficiência económica (tarifas pagas pelos consumidores), harmonização do serviço e coesão territorial A renda é uma contrapartida da concessão municipal O atual modelo, com uma regulação focada na promoção da eficiência económica, tem conduzido a que se verifique uma melhoria da qualidade de serviço e um aumento da eficiência económica, promovendo inovação tecnológica Os concursos são uma oportunidade para melhorar o relacionamento entre concedente e concessionário A ERSE disponibilizou informação sobre as redes de BT, quer no site internet quer diretamente aos municípios ERSE promoverá consulta pública, onde todos os comentários serão considerados e respondidos, de modo transparente 88

Rua Dom Cristóvão da Gama, 1 3.º 1400-113 Lisboa Portugal Telefone: 213 033 200 Fax: 213 033 201 E-mail geral: erse@erse.pt E-mail para questões sobre Distribuição em BT: infobt@erse.pt