GD 5: Estágio Curricular e Supervisionado na formação de professores que ensinam Matemática

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Transcrição:

GD 5: Estágio Curricular e Supervisionado na formação de professores que ensinam Matemática Magna Natalia Marin Pires 1 Universidade Estadual de Londrina magnapires@yahoo.com.br Tânia Stella Bassoi 2 UNIOESTE- Cascavel tstellabassoi@gmail.com Esse texto pretende levantar alguns pontos para iniciar discussões e reflexões no Grupo de Discussão5 do XIV ENCONTRO PARANAENSE DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA XIV EPREM, a respeito do Tema: Estágio Curricular e Supervisionado na formação de professores que ensinam Matemática. A proposta é compartilhar experiências e refletir sobre as seguintes questões: O que é o estágio? A prática e o estágio devem ser vivenciados ao longo de todo o curso de formação. Como? Parcerias. Colaboração com as escolas campos de estágio. A influência do PIBID nas Práticas e Estágio Supervisionado. Modelos de estágio. Como se dão as reflexões após o estágio? Reformulações documentais para os Estágios nas Licenciaturas. O Estágio Supervisionado no Curso de Licenciatura em Matemática é um conjunto de tarefas profissionais realizadas pelos alunos durante a formação inicial nas escolas da Educação Básica, a partir da segunda parte do Ensino Fundamental. Considera-se o Estágio como a parte prática de ensino em contraposição às disciplinas teóricas de formação 1 Doutora em Ensino de Ciências e Educação Matemática pela UEL, professora Adjunta do Depto de Matemática da UEL. 2 Professora Associada do Curso de Matemática da UNIOESTE- Cascavel.

como,didática, Tendências em Educação Matemática, Psicologia da Educação Matemática ou que outros nomes tenham. A realização do estágio permite a articulação entre o estudo teórico e os saberes práticos. As disciplinas que abordam o fazer do professor teoricamente embasam as ações vivenciadas na prática proporcionada pelo estágio. De acordo com Pimenta (2006), historicamente, a palavra prática foi entendida de três maneiras diferentes: como aquisição de experiência; a dissociação do curso de formação e o campo de atuação; como instrumentalização e desenvolvimento de habilidades (sofisticação da técnica/distanciamento da realidade). É importante que o planejamento e organização do estágio sejam feitos em etapas com características bem definidas, com a previsão de situações didáticas em que os futuros professores coloquem em uso os conhecimentos que constituirão ao mesmo tempo em que possam mobilizar outros, de diferentes naturezas e oriundos de diferentes experiências, em diferentes tempos e espaços curriculares (CEPE/UEL, 2009). As disciplinas que compõem as grades curriculares dos Cursos de Licenciatura em Matemática visam proporcionar aos estudantes contato com a prática profissional, que não deve ocorrer apenas por meio da observação, mas, também, por meio de estudos e reflexões a partir de casos de aulas. De acordo com (CEPE/UEL, 2009) esses estudos podem ser apresentados por tecnologias de informação, de narrativas orais e escritas de professores, de produções de estudantes, de situações simuladas e estudos de casos; a prática e o estágio devem ser vivenciados ao longo de todo o curso de formação e com tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões da atuação profissional. Nem sempre as instituições formadoras conseguem atender essas recomendações, em alguns cursos nos parece que o estágio se distancia de sua razão primeira que era preparar o profissional para o exercício da profissão. Não há um diálogo entre o currículo teórico e a escola campo de estágio. Do ponto de vista da formação, que fazer: menos teoria e mais prática ou vice-versa? Pimenta (2006) saliente que não se trata, portanto, de responder com mais prática e menos teoria. O curso não forma adequadamente porque é fraco teórica e praticamente. Isto é, não assume a formação de um profissional para atuar na prática social (PIMENTA, 2006, p.65). Em 1989, o governo do Paraná, dentro do programa de Reestruturação do Ensino de 2 o grau, desenvolveu o projeto Avaliação Curricular da Habilitação Magistério. Essa

avaliação, feitas nas escolas estaduais paranaenses, mostrou como estava se desenvolvendo o estágio na Habilitação para o Magistério desde 1985, amparado pela Lei 7044/82. Numa comparação entre Estágios Supervisionados, seja para os Anos Iniciais, seja para os Anos Finais do Ensino Fundamental ou Médio, pouco ou nada mudou ao longo dos anos. A inclusão do PIBID, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, da CAPES, aponta perspectivas diferentes, efetivamente trabalhadas ao longo do período letivo e além dele, com desenvolvimento de tarefas para os bolsistas durantes as férias escolares da Educação Básica. O programa, propostos e desenvolvidos por Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com escolas de Educação Básica da rede pública de ensino, é direcionado aos alunos de cursos de licenciatura e proporciona a iniciação à docência. Para serem contemplados os projetos devem proporcionar aos estudantes experiências no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação da acadêmica, com orientação de um docente do curso de licenciatura e de um professor da escola. Pesquisas realizadas em diversas IES apontam que esse programa tem contribuído muito para formar os professores nas diversas áreas, o PIBID tem ampliado o tempo dos licenciandos nas escolas, proporcionado o contato dos futuros professores com alunos de modo a colaborar na reflexão e amadurecimento das ações docentes. Para se ter resultados satisfatórios na realização dos estágios, o projeto precisa ser planejado e avaliado conjuntamente pela escola de formação e as escolas campos de estágio, com objetivos e tarefas claras e as duas instituições deverão assumir responsabilidades e se auxiliarem mutuamente, o que pressupõe relações formais entre instituições de ensino e unidades dos sistemas de ensino. É muito comum o modelo de estágio nos Cursos de Licenciatura em Matemática contemplar quatro etapas: Estágio de Observação, Preparação de Oficinas para o Estágio de Regência, Estágio de Regênciae Relatório Final de Estágio. Essas etapas, para colaborarem de maneira efetiva na formação do futuro professor precisam ser muito discutidas e refletidas pelos estudantes e seus orientadores e supervisores. Os trechos a seguir ilustram reflexões de licenciandos do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Londrina no ano de 2016 3. 3 Os nomes apresentados são fictícios.

A impressão inicial que tive sobre a turma foi muito boa, eles são bastante interessados e comunicativos, e tudo o que estava sendo proposto, a maioria da turma, se dispunha a fazer. Havia me organizado para lidar com todo tipo de aluno e turma, as orientações sempre foram de grande valia para a preparação das aulas e também para um desenvolvimento pessoal e profissional. Tentei aproveitar ao máximo cada momento teórico com meu orientador para que pudesse realizar o estágio da melhor forma possível (Jane, 2016). Durante a prática das aulas pude realizar várias ações que havia aprendido, conversado, pensado, reformulado, e no decorrer das semanas de estágio tentei organizar os alunos para a resolução das atividades da forma como havia pensado, apesar de perceber a necessidade de algumas mudanças no plano e, de fato, fazê-las (Alessandra, 2016). Sei que tenho muito a aprender, mas todas as horas de orientação me fizeram um pessoa e profissional melhor. E todas as horas/aulas passadas com os alunos, me fizeram crer que a educação ainda tem jeito, que as crianças querem aprender, e só precisam de professores dispostos a ensinar (Joice, 2016). Aprendemos que estarmos professoras não é simplesmente dar aulas, ou aplicar trabalhos/provas, é entender a rotina da escola, o tempo de cada aluno, as aulas que precedem as nossas, o quanto cativados ou interessados eles estão e que estamos sempre sendo testadas e devemos estar preparadas para isso (Márcia, 2016). Esta parte foi um pouco difícil. Embora eles tenham participando mais, houve muitas discussões ao mesmo tempo (sobre a resolução) e não conseguimos entender nem organizar a discussão. Apesar de termos ficadoum pouco atrapalhados, comentamos os erros e acertos de cada um e fizemos a nossa resolução utilizando o método da substituição. Neste dia, eles também conversaram mais e nos desafiaram mais(leonardo e Helena, 2016). Este trabalho foi muito importante para o nosso conhecimento; o aprofundamento do tema apresentado nos possibilitou não só compreender uma melhor maneira de trabalho desses conteúdos matemáticos, mas desenvolver planos de aula de forma didática e educativa. O estágio foi muito mais do que as duas semanas em sala de aula no colégio Pinotti. Para nós, começou desde o desenvolvimento deste trabalho, as reuniões de orientação, que nos ajudaram muito, os desenvolvimentos das atividades, as pesquisas. Tivemos que nos empenhar para que tudo fosse entregue nos prazos e realizado da melhor forma (Carmem e Tales, 2016). Outra questãoque se pretende abordar no GD 5 é a respeito da determinação da Resolução CNE/CP nº 2, de julho de2015, que determina novas regras para licenciaturas. O documento traz mudanças importantes, entre elas o acréscimo de 400 horas na carga horária mínima para as licenciaturas, passando de 2 800 para 3 200 horas. Dentre as várias determinações, pretendemos compartilhar com os participantes das várias IES como estão

sendo articuladas, nos Projetos dos Cursos, as 400 horas de prática como componente curricular e as 400 horas de estágio supervisionado. Referências BRASIL. Resolução CNE/CP 2/2015. Diário Oficial da União, Brasília, 2 de julho de 2015. PARANÁ. Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Londrina. Reformula o Projeto Pedagógico do Curso de Matemática Habilitação: Licenciatura, a ser implantado a partir do ano letivo de 2010. Resolução CEPE n. 230, de 2009. PIMENTA,S.G. O Estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 7 a ed. São Paulo:Cortez, 2006.