6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

Documentos relacionados
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105)

3. Descrição dos Testes Experimentais

3 Programa Experimental

6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

7 RESULTADOS EXPERIMENTAIS

ANÁLISE DE COLAPSO DE TUBOS BASE DE CONTENÇÃO DE AREIA. Bianca Torres Massa

Estudo teórico-experimental sobre a estabilidade estrutural de painéis de cisalhamento ( Shear Wall ) do sistema construtivo Light Steel Framing

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

Figura Elemento Solid 187 3D [20].

MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO

LABORATÓRIO DE EST-15 1 a EXPERIÊNCIA 2015

Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais

Escola Politécnica/UFRJ

PROPRIEDADES MECÂNICAS I Fundamentos

MÉTODO NUMÉRICO PARA A DETERMINAÇÃO DO MÓDULO DE TENACIDADE DE MATERIAIS A PARTIR DE ENSAIOS DE TRAÇÃO

ESTRUTURAS METÁLICAS DE AÇO

Diagrama Tensão Deformação 0,0000 0,0005 0,0010 0,0015 0,0020 0,0025

X Olimpíada de Engenharia Civil da UFJF Pontes de Papel

Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais

Propriedades mecânicas dos materiais

3 Conexões de Reparo Injetadas com Mistura de Resina Epóxi e Cimento

Capítulo 4 Propriedades Mecânicas dos Materiais

6 Resultado dos Ensaios de Caracterização Mecânica de Rocha

X Olimpíada de Engenharia Civil da UFJF Pontes de Papel

5 Resultados Experimentais

PME-2350 MECÂNICA DOS SÓLIDOS II AULA #7: VASOS DE PRESSÃO DE PAREDE ESPESSA 1

DITUAL TUBOS E AÇOS CATÁLOGO TÉCNICO DE PRODUTOS

UNIDADE 9 Propriedades Mecânicas I

MÁQUINA UNIVERSAL DE ENSAIO HIDRÁULICA

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II 6º CICLO (EEM 6NA) Profa. Ms. Grace Kelly Quarteiro Ganharul

CENTRO UNIVERSITÁRIO PLANALDO DO DISTRITO FEDERAL

ESTUDO NUMÉRICO E EXPERIMENTAL DE TUBOS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS À COMPRESSÃO DIAMETRAL

PROPRIEDADES MECÂNICAS DE

PMR 2202 Projeto 2 - Estampagem

4 Modelo analítico 84

Conteúdo. Resistência dos Materiais. Prof. Peterson Jaeger. 3. Concentração de tensões de tração. APOSTILA Versão 2013

Engenharia Civil. Análise teórico-experimental de elementos formados a frio perfurados submetidos à compressão. Abstract. Resumo

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ELEMENTOS FINITOS PARA ANÁLISE DE ESTRUTURAS

3. MATERIAIS E MÉTODOS

4 Ensaios Principais: Descrição e Apresentação dos Resultados

Hidráulica Geral (ESA024A)

Dynamis Techne/ Universidade Federal do Pará/

7. APLICAÇÃO DE MODELOS PARA PREVISAO DA FORÇA DE CONTATO PIG / TUBO E COMPARAÇÃO COM RESULTADOS EXPERIMENTAIS

2.3.3 Norma canadense

São as vigas que são fabricadas com mais de um material.

ESTRUTURAS METÁLICAS PEÇAS TRACIONADAS. Prof. Alexandre Augusto Pescador Sardá

INFLUÊNCIA DA LARGURA DA MESA DA VIGA DE SEÇÃO I NA RESISTÊNCIA DA LIGAÇÃO COM O PILAR TUBULAR DE SEÇÃO CIRCULAR RESUMO

ESCOAMENTOS UNIFORMES EM CANAIS

Estudo por meio de strain gages do comportamento do concreto estrutural convencional e reciclado

AVALIAÇÃO DA TENACIDADE À FRATURA DO TUBO DE REVESTIMENTO APLICADO NA INDÚSTRIA PETROLÍFERA

DEPARTAMENTO DE ENERGIA LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

Iana Ingrid Rocha Damasceno (1); Leila Cristina Nunes Ribeiro (1); Leonyce Sousa dos Santos (1); Dênio Ramam Carvalho de Oliveira (2)

Relações entre tensões e deformações

Peso especifico aparente é a razão entre o peso da amostra e o seu volume:

Investigações numéricas e experimentais da mecânica dos aneurismas em tubos isotrópicos de borracha

Sistemas de ajuste de tensão e alinhamento de fitas. Tensão e precisão contínuas em toda a linha

TIPOS DE CONECTORES. Conector: Meio de união que trabalha através de furos feitos nas chapas.

3- Materiais e Métodos

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS CONTROLE DE QUALIDADE INDUSTRIAL Aula 03 TENSÃO

4 Descrição dos Ensaios Experimentais

Muitos materiais, quando em serviço, são submetidos a forças ou cargas É necessário conhecer as características do material e projetar o elemento

7 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros

8º CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ENGENHARIA MECANICA Cusco, 23 a 25 de Outubro de 2007

Figura 1 Áreas petrolíferas off shore apresentada por Eissler, 1983.

3 Materiais e Métodos

hydrostec VÁLVULAS DE REGULAÇÃO MULTIJATO Atuador Redutor Transmissor de posição Suporte Arcada Corpo Eixo Placa móvel Placa fixa

LISTA DE EXERCÍCIOS ÁREA 1. Disciplina: Mecânica dos Sólidos MECSOL34 Semestre: 2016/02

5. PROTÓTIPOS DE MEDIDORES DE DESLOCAMENTOS

Avaliação do Retorno Elástico em Chapas de Aço Bifásicos através do Processo de Dobramento

4 Análise de Resultados

Resistência dos Materiais

Carregamentos Combinados

ESTRUTURAS METÁLICAS E DE MADEIRAS PROF.: VICTOR MACHADO

NUMERICAL ANALYSE OF THE STEEL SPACE-TRUSS WITH CONSTRUCTIVE CORRECTION IN THE STAMPED CONNECTION.

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS I Curso de Eletromecânica

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE UM KIT DIDÁTICO DE PERDA DE CARGA CATEGORIA: EM ANDAMENTO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS


UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MECÂNICA DOS SÓLIDOS II

MEDIÇÃO DE DEFORMAÇÃO UTILIZANDO-SE EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS SOLDADOS ATÉ A TEMPERATURA DE 422ºC

Guia de Trabalho de Laboratório Treliça

FACULDADE DE ENGENHARIA DE SÃO PAULO - FESP LABORATÓRIO DE FENÔMENOS DE TRANSPORTE - BT1 CENTRO TECNOLÓGICO DE HIDRÁULICA - CTH

Problema resolvido 4.2

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos

4 ENSAIO DE FLEXÃO. Ensaios Mecânicos Prof. Carlos Baptista EEL

1- Os dois cabos suportam uma luminária de 80 kg. Determinar seus diâmetros requeridos se o esforço de tração admissível para o alumínio for

BOMBAS. Definições. ALTURA DE SUCÇÃO (H S ) - Desnível geométrico (altura em metros), entre o nível dinâmico da captação e o bocal de sucção da bomba.

3 Materiais e métodos

LOM Introdução à Mecânica dos Sólidos. Parte 3. Estado plano de tensão. Tensões em tubos e vasos de pressão de parede fina

Materiais de Construção II

Os modelos numéricos propostos foram elaborados a partir do elemento Shell 63 disponibilizado na biblioteca do programa ANSYS.

Mecânica dos Sólidos I Lista de exercícios I Barras e treliças

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Elementos de máquina. Diego Rafael Alba

9. Análise de Tensões de Tubulações Curvadas

Ciência dos Materiais I - Ensaios de materiais I

5 Análise dos Resultados

3 Equipamento de Cisalhamento Direto com Sucção Controlada da PUC-Rio

4 Modelo Constitutivo de Drucker-Prager para materiais rochosos

Transcrição:

6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS TÍTULO DO TRABALHO: Análise Estrutural de Tubos Furados para Contenção de Areia AUTORES: 1 Theodoro Antoun Netto, 2 Ilson Paranhos Pasqualino e 3 Bianca Torres Massa INSTITUIÇÃO: 1 Programa de Engenharia Oceânica, COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro 2 Engenharia do Petróleo, DEI/EP, Universidade Federal do Rio de Janeiro Este Trabalho foi preparado para apresentação no 6 Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Petróleo e Gás- 6 PDPETRO, realizado pela a Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás-ABPG, no período de 09 a 13 de outubro de 2011, em Florianópolis-SC. Esse Trabalho foi selecionado pelo Comitê Científico do evento para apresentação, seguindo as informações contidas no documento submetido pelo(s) autor(es). O conteúdo do Trabalho, como apresentado, não foi revisado pela ABPG. Os organizadores não irão traduzir ou corrigir os textos recebidos. O material conforme, apresentado, não necessariamente reflete as opiniões da Associação Brasileira de P&D em Petróleo e Gás. O(s) autor(es) tem conhecimento e aprovação de que este Trabalho seja publicado nos Anais do 6 PDPETRO.

ANÁLISE ESTRUTURAL DE TUBOS FURADOS PARA CONTENÇÃO DE AREIA Abstract The screens used for sand control are under mechanical loads during the system installation or even during the productive life of the well. Those applied loads can overcome the mechanical strength of the pipe or cause breakage of some system element, such as connections or accessories. The aim of this study us to evaluate the collapse resistance of perforated base pipes, which gives mechanical strength for the whole mesh, and if it fails, can derail the production of a well within drastic economic consequences. For this reason, this study establishes the influences of some parameters at the collapse of the pipes, such as: diameter-thickness ratio, initial ovality, axial and circumferential spacing between perforations and perforation diameter. In this way, intact and perforated pipes 1500mm long were tested in the hyperbaric vessel of the Subsea Technology Laboratory (COPPE/UFRJ). The analyses showed that the perforation diameter and the axial spacing between perforations are the parameters with significant influence on the collapse resistance of the perforated base pipes. Introdução Para que o projeto de um poço seja lucrativo, não se devem considerar apenas os custos envolvidos com a construção do poço e sua produção inicial. O uso destas variáveis na elaboração do projeto pode garantir excelentes benefícios em curto prazo, porém em longo prazo o risco da necessidade de intervenções pode afetar de forma decisiva a lucratividade do poço. Um problema de destaque na indústria do petróleo e potencial causador de intervenções em poços produtores de óleo e gás é a produção de areia. Além da perda de receita com a parada do poço para intervenção, a produção de areia em quantidades indesejadas danifica equipamentos de superfície e subsuperfície, gerando custos que, dependendo do montante da produção diária do poço, podem inviabilizar a intervenção ocasionando a perda do mesmo. Logo, para não abreviar em tempo significativo a vida útil do poço, faz-se necessário um acompanhamento sistemático da elevação de sólidos. A palavra controle vem explicitar que o que se faz não é excluir totalmente as partículas sólidas da produção, porém colocá-las em níveis aceitáveis, não prejudiciais à produção (Silva, 2008). A utilização de telas de contenção de areia posicionadas dentro do poço ao longo dos intervalos produtores é a técnica mais difundida para mitigação do problema da produção de areia. Estas nada mais são do que filtros mecânicos que servem como mecanismo de retenção à areia do gravel pack ou da formação, e que permitem a passagem do fluido proveniente da limpeza do poço, da produção ou de qualquer atividade de estimulação. A seleção da tela deve buscar o equilíbrio entre dois critérios extremamente conflitantes: o máximo controle de areia e a mínima retenção ao fluxo. Os mecanismos de produção de areia, assim como os modos de falha das telas durante a instalação e a vida produtiva do poço, são fatores preponderantes na correta seleção da tela para controle da produção de areia. O projeto e o dimensionamento de sistemas de exclusão de sólidos por contenção mecânica consistem, principalmente, em avaliar a distribuição granulométrica da formação de interesse e, maximizando a produção de óleo, dimensionar o conjunto mecânico que proporcione a filtração com exclusão de sólidos mais eficiente (Malbrel, et al., 1999). No entanto, poucos foram os estudos encontrados sobre a resistência ao colapso destes sistemas. Uma avaliação das solicitações impostas ao

tubo base, que confere resistência mecânica ao conjunto telado, é necessária para o controle do risco de ruptura prematura do sistema. Metodologia O presente trabalho apresenta um estudo da resistência ao colapso dos tubos base furados utilizados em telas de contenção de areia. Foram realizados testes experimentais de tubos furados, e também de tubos íntegros para comparação. Futuramente, será analisado um método analítico que estima a pressão de colapso de tubos base furados, onde o objetivo é comparar com os resultados experimentais e variar os parâmetros geométricos dos tubos no intuito de se obter a influencia de cada um deles na resistência ao colapso. Resultados e Discussão Testes Experimentais Tubos intactos e furados foram testados sob carregamento de pressão externa até o colapso em câmara hiperbárica do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Os corpos de prova foram fornecidos pela Petrobras. Os resultados experimentais do tubo 4 serão analisados, enquanto dos tubos 5 e 6 serão somente apresentados, para este trabalho. Corpo de prova Comprimento do tubo Diâmetro do furo Espaçamento entre furos Número de furos no perímetro Número de furos longitudinais T4CFI-01 1500 mm 1/2" 66,76 mm 18 16 T4CFI-02 1500 mm 1/2" 66,76 mm 18 16 T5CFI-01 1700 mm 1/2" 100 mm 8 14 T5CFI-02 1700 mm 1/2" 50 mm 8 27 T5CFI-03 1695 mm 1/4" 65 mm 8 21 T6CFI-01 1700 mm 3/4" 65 mm 8 21 Tabela 1 Características dos tubos furados 4, 5 e 6 As propriedades do material foram determinadas através de ensaios de tração uniaxial. Estes testes de tração foram realizados em uma máquina servo-hidráulica Instron - série 8802 de acordo com a norma ASTM E8M. Os deslocamentos foram prescritos de forma a assegurar uma taxa de deformação de aproximadamente 10-4 s -1. Para os ensaios foi retirado um corpo de prova na direção longitudinal de cada tubo (4, 5 e 6) utilizado nos testes experimentais. Assim, foram ensaiados 3 corpos de prova. Cada corpo de prova foi instrumentado com dois extensômetros elétricos strain gage uniaxiais, aplicados no sentido longitudinal e em faces opostas, para minimizar efeitos de flexão do corpo de prova. Além disso, foi colocado um extensômetro uniaxial no sentido transversal de cada corpo de prova. A partir dos dados obtidos foi possível determinar o valor do módulo de elasticidade (E) e cociente de Poisson (v) do material, além da curva tensão-deformação no regime elasto-plástico. A Figura 1 representa a curva tensão versus deformação de engenharia obtida para os tubos 4, 5 e 6. A Tabela 2 apresenta um resumo das propriedades obtidas para os tubos 4, 5 e 6, onde p e y são, respectivamente, a tensão de proporcionalidade e escoamento do material.

Tensão (MPa) 6º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS 600 500 400 300 200 100 0 Amostra T4 T5 T6 0 4 8 12 16 20 Deformação (%) Figura 1. Curva tensão-deformação obtida para os tubos 4, 5 e 6 a partir do ensaio de tração uniaxial. Tubo E (MPa) p (Mpa) y (MPa) 4 0,28 170316 387 421 5 0,31 205491 395 410 6 0,30 200640 420 431 Tabela 2. Propriedades mecânicas dos corpos de prova dos tubos 4, 5 e 6. Foram retirados dos tubos 4, 5 e 6, respectivamente, quatro, três e um corpos de prova. As amostras tiveram suas medidas geométricas levantadas antes dos testes de colapso. Para isso, cada tubo foi dividido em 10 seções espaçadas de 75 mm, além de uma seção inicial e uma final. Cada seção foi subdividida em pontos eqüidistantes entre si (36 o ) na direção circunferencial. Em cada um desses pontos foram medidos os diâmetros externos e as espessuras, totalizando assim, 10 medidas de espessura e 5 medidas de diâmetro, por seção. Para cada seção do tubo foi calculada a espessura média, o diâmetro médio e, a partir do diâmetro máximo (D max ) e mínimo (D min ), a ovalização além da excentricidade o, obtida a partir das espessuras máximas (t max ) e mínimas (t min ) medidas nos bordos, conforme as equações abaixo: o, Dmax Dmin o (a) D D max min tmax tmin o (b) t t max min

Os valores médios de diâmetro e espessura de cada tubo testado e suas respectivas ovalizações e excentricidades máximas são reportadas na Tabela 3. A nomenclatura utilizada na identificação das amostras seguiu o padrão abaixo: Corpo de Prova (CP) T4SFI-02 T4SFI-03 T4CFI-01 T4CFI-02 D t Pol Mm Pol Mm - % % 5,973 151,708 0,255 6,489 23,378 0,080 1,0853 5,970 151,628 0,253 6,.428 23,589 0,070 1,5625 5,971 151,673 0,253 6,439 23,557 0,097 1,5528 5,969 151,617 0,255 6,475 23,415 0,076 1,5291 D t o O T5CFI-01 6,009 T5CFI-02 6,010 T5CFI-03 6,010 T6CFI-01 6,006 152,623 152,643 152,644 152,641 0,254 6,464 23,611 0,147 0,009 0,254 6,455 23,646 0,082 0,005 0,255 6,470 23,594 0,147 0,010 0,255 6,489 23,507 0,148 0,010 Tabela 3. Dados geométricos obtidos para cada corpo de prova antes do teste de colapso. Os tubos furados contaram com 18 furos ao longo da circunferência (N CIRC ) dispostos em 16 fileiras na direção longitudinal (N FIL ), todos eles com diâmetro de ½ pol (D F ). Como pode ser visualizada na Figura 2, a distância entre o bordo inicial até o centro da primeira fileira de furos foi denominada (ESP B ), assim como a distância entre o bordo final e o centro da última fileira de furos. A distância entre furos de fileiras consecutivas, por sua vez, foi denominada (ESP F ). Dessa forma, a região furada do tubo 4 configurou 7,65% de área aberta ao fluxo por unidade de comprimento.

Figura 2. Desenho esquemático dos tubos 4 furados testados. Para possibilitar a aplicação de pressão externa no tubo furado, foi colocada sobre a região com furos uma chapa metálica de aço 1020 e uma manta de borracha. Primeiro foi colocada a chapa metálica de 1 mm de espessura, instalada com movimentação tangencial livre sobre o tubo. Portanto, as extremidades da chapa metálica não foram presas, tentando assim minimizar a contribuição na resistência ao colapso do tubo. Uma camada de fita foi colocada sobre a chapa como forma de vedação (Figura 3(a)). Sobre a chapa metálica e fita adesiva, foi colocada a manta de borracha, como forma de vedação do conjunto em sua extensão longitudinal. Para garantia da vedação nas extremidades da manta, uma fita adesiva foi utilizada para cobrir todo o conjunto chapa-manta (Figura 3(b)). Os ensaios de colapso foram realizados nas dependências do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS). Os equipamentos utilizados o ensaio de colapso foram: Câmara hiperbárica horizontal com capacidade para 7500 psi; Bomba hidráulica com acionamento pneumático para 30000 psi (Haskel); Transdutor de pressão para 15000 psi WIKA (KTPP014) - certificado de calibração RBC N O PE-0330/2006 de 21/11/2006; Módulo condicionador de sinais SCXI-1001 National Instruments; Micro-computador com placa analógico-digital. Primeiramente, o tubo a ser testado é colocado dentro da câmara hiperbárica, A câmara é então preenchida com água até que todo o ar do interior fosse retirado. Esta água é bombeada por acionamento pneumático a uma pressurização de taxa inferior a 200 psi/min. Uma válvula é utilizada para controle da vazão. O conjunto é então pressurizado até o colapso, caracterizado por um forte ruído seguido de queda abrupta da pressão aplicada. Os resultados dos testes experimentais estão resumidos na Tabela 4.

(a) (b) Figura 3. Tubo preparado com chapa metálica e fita adesiva (a), e sobre estas, manta de borracha e fita adesiva (b). CP P co (psi) P co (Mpa) T4SFI-02 4475 30,85 T4SFI-03 4469 30,81 T4CFI-01 4091 28,21 T4CFI-02 4300 29,65 T5CFI-01 4578 31,56 T5CFI-02 3925 27,02 T5CFI-03 4879 33,64 T6CFI-01 4158 28,67 Tabela 4. Pressão de colapso dos tubos 4, 5 e 6 usados nos experimentos. As Figuras 4(a)-(b) mostram um tubo furado colapsado após os ensaios. Os tubos T4CFI-01 e T4CFI-02 com furos apresentaram pressão de colapso em torno de 10% menor que a pressão de colapso dos tubos sem furos (T4SFI-02 e T4SFI-03). As pequenas diferenças de resultados entre os tubos similares são devidas às variações dos parâmetros geométricos e do material que afetam a resistência ao colapso destes tubos, conforme apresentado na Tabela 3. A pressão de colapso do T5CFI-02 apresentou redução em relação ao T5CFI-01 devido ao maior número de furos na direção longitudinal (menor espaçamento entre furos). No entanto, o diâmetro do furo parece ser um fator mais preponderante para a resistência ao colapso, tendo em vista

que este valor aumentou para T5CFI-03, mesmo tendo um espaçamento longitudinal inferior ao de T5CFI-01. Já o corpo de prova T6CFI-01, comprova que o diâmetro dos furos reduz significativamente a pressão de colapso, em torno de 7% se comparado aos tubos sem furo T4SFI-02 e T4SFI-03, e 14,8% quando comporado a tubo de mesmo espaçamento longitudinal. Os resultados dos tubos T5CFI-03 e T6CFI-01, com aproximadamente o mesmo espaçamento longitudinal de T4CFI-01 e T4CFI-02, menos furos circunferenciais, e diâmetros de furos respectivamente menores e maiores, mostram que a pressão de colapso não depende do número de furos ou espaçamento circunferencial. (a) (b) Figura 4. (a) Configuração pós-colapso do tubo com a chapa metálica e (b) Detalhe da região furada. Conclusões A correta seleção da tela para contenção de areia baseia-se na eliminação de todos os métodos de falha que possam vir a ocorrer durante a instalação e durante a vida do poço e, principalmente, na maximização da produtividade do poço e do Valor Presente Líquido deste. Esta maximização é obtida com uma perfeita análise da granulometria da formação, dos fluidos produzidos/injetados durante a vida produtiva do poço e na eliminação de intervenções para reparo/correção de falhas. Portanto, foi nesse sentido que foi realizado um estudo sobre a influência de diferentes parâmetros na resistência ao colapso dos tubos utilizados na contenção de areia. A conclusão final foi que o espaçamento circunferencial não altera a pressão de colapso, enquanto o diâmetro dos furos e a distancia axial alteram a pressão de colapso de forma significativa. Quanto maior a distância axial entre furos e menor o diâmetro do furo, maior a resistência ao colapso. Agradecimentos À equipe do Laboratório de Tecnologia Submarina pelo apoio na execução dos testes experimentais. À Petrobras pelo fornecimento das amostras. Ao PRH-35 (ANP) pelo apoio financeiro na forma de bolsa de estudos.

Referências Bibliográficas MALBREL, C., PROCYK, A., CAMERON, J., Screen Sizing Rules and Running Guidelines to Maximize Horizontal Well Productivity. SPE European Formation Damage Conference. SPE 54743, The Hague, Netherlands, 31 May 1 June 1999. SILVA, F.S.B, Análise Paramétrica da Aplicabilidade da Tecnologia de Controle da Produção de Areia em Poços de Petróleo. Monografia, Graduação em Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2008. 94p.