Processo Especial de Revitalização. Regulamento. Negociações entre Devedor e Credores

Documentos relacionados
O novo mecanismo do CIRE

CAPÍTULO II. Processo especial de revitalização. Artigo 17.º-A. Finalidade e natureza do processo especial de revitalização

Direção-geral da Administração da Justiça. Centro de Formação de Funcionários de Justiça

Decreto-Lei n.º 79/2017. Diário da República n.º 125/2017, Série I de

Processo de Insolvência. Processo especial de revitalização (PER) CFFJ Direção-geral da Administração da Justiça

O NOVO CIRE E OS PROCEDIMENTOS DE RECUPERAÇÃO DA EMPRESA

Lei nº 7/2018, de 2 de Março

PER Processo Especial de Revitalização. GUIA Passo a Passo

DECRETO N.º 186/XIII. Regime jurídico da conversão de créditos em capital

PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Diário da República, 1.ª série N.º de agosto de 2017

CONFERÊNCIA. O Processo Especial de Revitalização e o Procedimento Extrajudicial de Conciliação

Legislação Comercial e das Sociedades Comerciais

Junho de 2012 MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO

Lisboa, Junho de 2012 MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO

a. Âmbito de aplicação do RERE A aplicabilidade do RERE depende da verificação de dois requisitos cumulativos:

CONVOCATÓRIA. Assembleia Geral

REGIME JURÍDICO DA CONVERSÃO DE CRÉDITOS

REN REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS, S.G.P.S., S.A. Sociedade Aberta. Sede: Avenida dos Estados Unidos da América, n.º 55, Lisboa

Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE)

CONVOCATÓRIA Assembleia Geral Anual

REGULAMENTO PARA O RECRUTAMENTO DO DIRECTOR DA ESCOLA SECUNDÁRIA DE JOSÉ AFONSO, LOURES

1/7 RELATÓRIO DO ADMINISTRADOR - 155º CIRE REFª: Nome: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva

RECUPERAÇÃO E REVITALIZAÇÃO EXTRAJUDICIAL

JERÓNIMO MARTINS, SGPS, S.A.

CONVOCATÓRIA. Sociedade Aberta - Capital Social ,00 - Pessoa Colectiva n.º C.R.C. Lisboa

REGULAMENTO PARA A ELEIÇÃO DO DIRECTOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS AFONSO DE PAIVA

s. R. TRIBUNAL DA COMARCA DE LISBOA Rua Marquês de Fronteira - Palácio da Justiça de Lisboa - Edifício Norte (Piso 4) Lisboa

Reditus Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. Sociedade anónima com o capital aberto ao investimento público

REGULAMENTO DA COMISSÃO ELEITORAL DO PEN CLUBE PORTUGUÊS. Aprovado na Assembleia Geral do PEN Clube Português de

Reditus Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. Sociedade anónima com o capital aberto ao investimento público

V/Referência: Data: Insolvência de PLANOTRANSPOR Terraplanagens, Segurança e Transportes Conexos, Lda.

Vila Nova de Famalicão - Tribunal Judicial da Comarca de Braga Juízo de Comércio de Vila Nova de Famalicão - Juiz 2

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na. Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,

Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral Belmonte Escola Sede: Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos com Ensino Secundário

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE EIXO - AVEIRO REGULAMENTO PARA RECRUTAMENTO DO DIRETOR

Manuel Nogueira Martins

AGRUPAMENTO ESCOLAS N.º 1 DE ABRANTES REGULAMENTO DO PROCEDIMENTO CONCURSAL PARA A ELEIÇÃO DO DIRETOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS N.

Dr. Francisco Fernandes Lopes

CONSELHO GERAL. Regulamento do Procedimento Concursal de Eleição do Diretor para o Quadriénio

OET Ordem dos Engenheiros Técnicos REGULAMENTO ELEITORAL 2011

S. R. TRIBUNAL DA RELAÇÃO DE GUIMARÃES

REGULAMENTO ELEITORAL MANDATO

CONSELHO GERAL DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS VALE DO TAMEL

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA PEDRULHA(161263)

Famalicão. Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

SERVIÇO DE GESTÃO DE RECLAMAÇÕES

REGULAMENTO DA COMISSÃO EXECUTIVA. Artigo 1.º. Âmbito

ORDEM DO DIA INFORMAÇÃO AOS ACCIONISTAS. Elementos informativos à disposição dos accionistas na sede social

Enquadramento Geral (I)

CONVOCATÓRIA Assembleia Geral

REGULAMENTO PARA A ELEIÇÃO DO DIRECTOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS BRÁS GARCIA DE MASCARENHAS

Conselho Geral Transitório

Litho Formas Portuguesa, S.A.

Regulamento para a Eleição do Diretor do Agrupamento de Escolas de Carvalhos

REGIMENTO DO CONSELHO DE ESCOLA DA FACULDADE DE MOTRICIDADE HUMANA

,13 (Setecentos e Seis Mil Trezentos e Setenta Euros e Treze Cêntimos) INTERVENIENTES ASSOCIADOS INTERVENIENTES ASSOCIADOS. Telefone: Fax: NIF:

CONVOCATÓRIA Assembleia Geral

Comissão Eleitoral Associação de Pais, Encarregados de Educação e Amigos dos Alunos do Agrupamento Vertical de Escolas Cego do Maio

REGULAMENTO DO PROCEDIMENTO CONCURSAL PARA A ELEIÇÃO DO DIRETOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CAMARATE D. NUNO ÁLVARES PEREIRA. ARTIGO 1º - Objeto

ORDEM DO DIA INFORMAÇÃO AOS ACCIONISTAS. Elementos informativos à disposição dos accionistas na sede social

ASSOCIAÇÃO DE AUDITORES DOS CURSOS DE DEFESA NACIONAL REGULAMENTO ELEITORAL

REGULAMENTO ELEITORAL

Regulamento do Procedimento Concursal de Eleição do Diretor para o Quadriénio

REGULAMENTO DE ELEIÇÃO DAS COMISSÕES DE CURSO DAS ESCOLAS DO IPB

Regulamento para Recrutamento do Diretor Do Agrupamento de Escolas Vergílio Ferreira, Lisboa

Famalicão. J1 V/Referência: Processo nº 3526/14.5T8GMR Data: Insolvência de Silagric - Produção e Comércio de Máquinas Agrícolas, Lda.

REGULAMENTO PARA A ELEIÇÃO DO DIRETOR Artigo 1º Objeto

REGULAMENTO PARA A ELEIÇÃO DO DIRECTOR DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANTÓNIO SENA FARIA DE VASCONCELOS. Objecto

REGULAMENTO COMISSÃO DE RISCO DO BCA

CARTA PARA ACOMPANHAR O BOLETIM DE VOTO. Exercício do voto por correspondência. [local], [dia] de [mês] de 2014

Regulamento para o Recrutamento do Director do Agrupamento de Escolas de Marinhas

Protocolo. - Estado Português, através do Ministério da Justiça, neste acto representado pela Sra. Ministra da Justiça;

PER e PLANO DE RECUPERAÇÃO

REGULAMENTO ELEITORAL DA APEI ASSOCIAÇÃO DE PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO DE INFÂNCIA

REGULAMENTO ACÇÃO PROMOCIONAL CA DIA DA CRIANÇA O FUTURO DELES DEPENDE DE SI

Reditus Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.

Agrupamento de Escolas de Vieira de Leiria

MARTIFER SGPS, S.A. Sociedade Aberta ASSEMBLEIA GERAL ANUAL CONVOCATÓRIA

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE VALADARES CONSELHO GERAL REGULAMENTO

Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta

Regulamento do Procedimento Concursal de Eleição do Diretor para o Quadriénio

Regulamento Eleitoral da SPOT. (aprovado na Assembleia Geral de 18 de Outubro de 2012)

Entre:

REGULAMENTO PARA A ELEIÇÃO DO DIRETOR

MARTIFER SGPS, S.A. Sociedade Aberta ASSEMBLEIA GERAL ANUAL. Inclusão de assuntos na Ordem de Trabalhos ADITAMENTO À CONVOCATÓRIA

REGULAMENTO ELEIÇÃO DO REPRESENTANTE DOS TRABALHADORES NO CONSELHO DE AUDITORIA

SOCIEDADE COMERCIAL OREY ANTUNES, S.A. SOCIEDADE ABERTA ASSEMBLEIA GERAL DE 15 DE ABRIL DE 2009 PROPOSTA RELATIVA AO PONTO CINCO DA ORDEM DE TRABALHOS

(a que se refere o nº 2 do Art. 19 dos Estatutos)

J1 Processo nº 8199/15.5T8VNG Insolvência de Pedro Miguel Moreira da Silva, Unipessoal, Lda.

SEMAPA -Sociedade de Investimento e Gestão, SGPS, S.A.

BANCO ESPÍRITO SANTO, S.A.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE FIGUEIRÓ DOS VINHOS CONSELHO GERAL

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E FORNECIMENTO

Transcrição:

Processo Especial de Revitalização Regulamento Negociações entre Devedor e Credores 1 1. Quem participa nas negociações 1.1. Participam nas negociações: a) Os Credores que manifestaram essa intenção junto do próprio Devedor, do Administrador Judicial Provisório ou dos seus mandatários; b) Os Credores que viram reconhecidos os créditos que reclamaram no processo especial de revitalização do Devedor, enquanto quórum deliberativo necessário à aprovação do plano de recuperação do Devedor; c) O Devedor; d) O Administrador Judicial Provisório. 1.2. Os Credores referidos nas alíneas a) e b) do número anterior são os mencionados no Anexo I do Regulamento. 1.3. Nas negociações poderão ainda participar os peritos que cada um dos intervenientes considerar oportuno, cabendo a cada qual suportar os custos dos peritos que haja contratado, se o contrário não resultar expressamente do plano de recuperação que venha a ser aprovado. 2. Princípios orientadores das negociações 2.1. Durante as negociações os intervenientes actuam de acordo com os princípios orientadores aprovados pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 43/2011, de 25 de Outubro, devidamente adaptados ao processo especial de revitalização: Obtenção de acordo que permita a recuperação do Devedor:

As negociações têm em vista obter um acordo que permita a efectiva recuperação do Devedor, mantendo-se em actividade após a conclusão do acordo, enquanto compromisso, e não um direito, assumido entre o Devedor e os Credores envolvidos. Boa-fé: 2 Nas negociações, Devedor e Credores devem actuar de boa-fé, na busca de uma solução construtiva que satisfaça todos os envolvidos. Representação dos Credores: De modo a garantir uma abordagem unificada por parte dos credores, que melhor sirva os interesses de todas as partes, os Credores envolvidos podem criar comissões e ou designar um ou mais representantes para negociar com o Devedor. As partes podem, ainda, designar consultores que as aconselhem e auxiliem nas negociações, em especial nos casos de maior complexidade. Garantias dos Credores: No decurso das negociações, o Devedor compromete-se a não praticar qualquer acto que prejudique os direitos e as garantias dos Credores (conjuntamente ou a título individual), ou que, de algum modo, afecte negativamente as perspectivas dos Credores de verem pagos os seus créditos, em comparação com a sua situação no início do processo especial de revitalização. Transparência e igualdade: O Devedor deve adoptar uma postura de absoluta transparência e igualdade dos Credores, partilhando com os Credores toda a informação relevante sobre a sua situação, e actualizandoa, nomeadamente a respeitante aos seus activos, passivos, transacções comerciais e previsões da evolução do negócio, sob pena de, com os seus administradores ou gerentes de direito ou de facto, serem solidária e civilmente responsáveis pelos prejuízos causados aos seus Credores em virtude de falta ou incorrecção das comunicações ou informações a estes prestadas. Confidencialidade:

Toda a informação partilhada pelo Devedor, incluindo as propostas que efectue, deve ser transmitida a todos os Credores envolvidos e reconhecida por estes como confidencial, não podendo ser usada para outros fins, excepto se estiver publicamente disponível. Viabilidade do plano de recuperação: 3 As propostas de recuperação do Devedor devem basear-se num plano de negócios viável e credível, que evidencie a capacidade do Devedor de gerar fluxos de caixa necessários ao plano de reestruturação, que demonstre que o mesmo não é apenas um expediente para atrasar o processo judicial de insolvência, e que contenha informação respeitante aos passos a percorrer pelo Devedor de modo a ultrapassar os seus problemas financeiros. Aceitação das propostas dos Credores: O Devedor compromete a procurar aceitar, sempre que possível, todas as propostas formuladas pelos Credores, especialmente as que consubstanciem alterações à proposta inicial de plano de recuperação. 3. Procedimento de negociação 3.1. Condução das negociações 3.1.1. O administrador judicial provisório: a) Orienta e fiscaliza o decurso das negociações e a sua regularidade; b) Assegura que o Devedor e os Credores não adoptam expedientes dilatórios, inúteis ou, em geral, prejudiciais à boa marcha daquelas; c) Preside às reuniões ocorridas entre Devedor e Credores; d) Recebe os votos dos Credores sobre a proposta final do plano de recuperação. 3.1.2. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as propostas inicial e final de plano de recuperação do Devedor serão remetidas directamente pelos seus mandatários aos Credores (ou aos seus mandatários para tal designados), recebendo destes as propostas de alteração à proposta inicial de plano de recuperação.

3.2. Calendarização do período de negociações Acção Data Início legal do período de negociações 01.01.2013 Termo inicial do período de negociações 01.03.2013 Prorrogação do período de negociações 26.02.2013 Apresentação da proposta inicial de plano de recuperação 10.03.2013 Apresentação de propostas de alteração à proposta inicial de 17.03.2013 plano de recuperação Resposta do Devedor às propostas de alteração e 20.03.2013 apresentação da proposta final de plano de recuperação Prazo para votação da proposta final de plano de recuperação 27.03.2013 Termo final do período de negociações 28.03.2013 4 3.2.1. O período de negociações pode ser prorrogado por uma só vez e por um mês, mediante acordo prévio e escrito entre o Administrador Judicial Provisório nomeado e o Devedor, devendo tal acordo ser junto ao processo especial de recuperação e publicado no portal Citius, o que veio a acontecer no dia 26.02.2013. 3.3. Propostas de alterações à proposta de plano de recuperação 3.3.1. Recebida pelos Credores a proposta inicial de plano de recuperação, estes podem, querendo, propor alterações a essa proposta. 3.3.2. As alterações propostas são comunicadas directamente aos mandatários do Devedor, com conhecimento ao Administrador Judicial Provisório, e possibilidade de conhecimento aos demais Credores. 3.3.3. As alterações devem ser propostas apenas uma única vez, por escrito e de forma clara e precisa, devendo ainda os Credores indicar os termos exactos em que as alterações propostas devem ser introduzidas na proposta de plano de recuperação.

3.3.4. Recebidas as propostas de alterações dos Credores, o Devedor procurará introduzi-las na proposta de plano de recuperação. 3.3.5. O Devedor comunicará a todos os Credores, com conhecimento ao Administrador Judicial Provisório, a proposta final de plano de recuperação. 5 3.4. Comunicações e reuniões 3.4.1. As comunicações entre Devedor, Credores e Administrador Judicial Provisório, ou seus mandatários, são feitas preferencialmente por correio electrónico. 3.4.2. Não sendo possível a realização das comunicações por correio electrónico, as mesmas serão feitas pelo meio mais expedito. 3.4.3. Em caso de preferência por outro meio de comunicação, o interessado deverá indicar expressamente qual. 3.4.4. Todas as comunicações são feitas com aviso ou recibo de recepção ou de entrega. 3.4.5. Consideram-se realizadas: a) Na data de envio, as comunicações realizadas por correio electrónico; b) Na data de recepção com aposição de OK ou Entregue ou equivalente, as comunicações realizadas por fax; c) Na data de assinatura do aviso de recepção, as comunicações realizadas por correio registado com aviso de recepção; d) No terceiro dia útil à data do registo, as comunicações realizadas por correio registado; e) Na data da sua recepção, as restantes comunicações realizadas. 3.4.6. Os contactos dos Credores e seus mandatários são os indicados no Anexo I do Regulamento. 3.4.7. Os contactos do Devedor são: Correio electrónico: per@menesesmcfadden.pt

Fax: 295 402 257 Telefone: 295 402 250 Morada: Quinta da Achada, Cabrito, 9700-368 Porto Judeu, Terceira 6 3.4.8. Os contactos dos mandatários do Devedor são: Correio electrónico: nelson.rosa-15865l@adv.oa.pt / pedrobaltazar-48642l@adv.oa.pt Fax: 211922811 Telefone: 211924240 Morada: Av. da Liberdade, 204, 3º Dtº., 1250-147 Lisboa 3.4.9. Os contactos do Administrador Judicial Provisório são: Correio electrónico: david.duque@admjudicial.com Fax: 219227449 Telefone: 219227446 Morada: Rua Dr. João de Barros, nº 93-A, 2725-493 Mem Martins 3.4.10. Para se negociar presencialmente a proposta de plano de recuperação, serão realizadas duas reuniões presenciais entre os interessados, com presença obrigatória do Devedor e do Administrador Judicial Provisório, tendo a primeira reunião lugar na sede do Devedor no dia 13 de Março de 2013, às 10 horas, e a segunda reunião lugar no escritório dos mandatários do Devedor, em Lisboa, no dia 15 de Março de 2013, às 10 horas. 3.5. Votação da proposta final de plano de recuperação 3.5.1. Sem prejuízo dos que participam nas negociações, apenas serão considerados para efeitos de quórum e de aprovação ou rejeição da proposta final de plano de recuperação os votos dos Credores cujos créditos constem da lista definitiva de créditos reconhecidos, tal como julgado pelo juiz do processo.

3.5.2. Os créditos conferem um voto por cada euro ou fracção de euro definitivamente reconhecido ao respectivo Credor. 3.5.3. A votação é expressa e efectua-se por escrito, até ao dia 27 de Março de 2013, mediante comunicação dirigida ao Administrador Judicial Provisório. 7 3.5.4. Apenas serão considerados para efeitos de votação os votos efectivamente recebidos pelo Administrador Judicial Provisório até ao dia 27 de Março de 2013. 3.5.5. O voto escrito deve conter a aprovação ou rejeição da proposta final do plano de recuperação; qualquer nova proposta de modificação deste ou condicionamento do voto implica a rejeição da proposta final do plano de recuperação. 3.5.6. No dia 28 de Março de 2013, o Administrador Judicial Provisório elabora um documento com o resultado da votação e comunica ao Devedor, aos Credores e ao Tribunal o resultado da conclusão das negociações e da votação da proposta final do plano de recuperação do Devedor. 4. Conclusão das negociações e actos subsequentes 4.1. A proposta final de plano de recuperação considera-se aprovada se: a) Reunir os votos de todos os Credores do Devedor; b) Reunir mais de dois terços da totalidade dos votos emitidos pelos Credores, sendo que mais de metade dos votos emitidos deverá corresponder a créditos não subordinados, não se considerando como tal as abstenções, e deverão ter votado Credores cujos créditos constituam, pelo menos, um terço do total dos créditos com direito de voto. 4.2. Concluindo-se as negociações com a aprovação unânime de plano de recuperação, o plano é assinado por todos dos Credores, sendo de imediato remetido ao processo judicial em curso, para homologação ou recusa da mesma pelo juiz, acompanhado da documentação que comprova a sua aprovação, atestada pelo Administrador Judicial Provisório nomeado, produzindo tal plano de recuperação, em caso de homologação, de imediato, os seus efeitos.

4.3. Concluindo-se as negociações sem a aprovação unânime de plano de recuperação, o Devedor remete o plano de recuperação aprovado ao tribunal, decidindo o juiz se deve homologar o plano de recuperação ou recusar a sua homologação, nos 10 dias seguintes à recepção da documentação referente à negociação e votação do plano de recuperação. 8 4.4. A decisão de homologação ou não homologação do juiz vincula os Credores, mesmo que não hajam participado nas negociações, e é notificada, publicitada e registada pela secretaria do tribunal. 4.5. A proposta final de plano de recuperação considera-se rejeitada ou sem efeito se: a) O Devedor ou a maioria dos seus Credores definitivamente reconhecidos concluírem até ao termo do período de negociações não ser possível alcançar acordo; b) For ultrapassado o prazo previsto para o termo do período de negociações, acrescido da prorrogação legal utilizada; c) O Devedor colocar termo às negociações, independentemente de qualquer causa, comunicando-o ao Administrador Judicial Provisório, a todos os seus Credores e ao tribunal, por meio de carta registada; d) Não for obtida a maioria mínima referida no nº 1 para a aprovação do plano. 4.6. Nos casos referidos no número anterior: a) O processo negocial é encerrado, devendo o Administrador Judicial Provisório comunicar tal facto ao processo judicial em curso, se possível, por meios electrónicos e publicá-lo no portal Citius; e b) Nos casos em que o Devedor ainda não se encontre em situação de insolvência, o encerramento do processo especial de revitalização acarreta a extinção de todos os seus efeitos; ou c) Estando, porém, o Devedor já em situação de insolvência, o encerramento do processo especial de revitalização acarreta a insolvência do Devedor, devendo a mesma ser declarada pelo juiz no prazo de três dias úteis; e

d) O devedor não pode recorrer a novo processo especial de revitalização no prazo de dois anos; e) Havendo lista definitiva de créditos reclamados, e sendo o processo especial de revitalização convertido em processo de insolvência, o prazo de reclamação de créditos previsto na alínea j) 9 do n.º 1 do artigo 36.º do CIRE destina-se apenas à reclamação de créditos não reclamados no processo especial de revitalização do Devedor.