AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DE IOGURTE FUNCIONAL DE LEITE DE CABRA COM SABOR DE FRUTOS TROPICAIS

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Transcrição:

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E MICROBIOLÓGICA DE IOGURTE FUNCIONAL DE LEITE DE CABRA COM SABOR DE FRUTOS TROPICAIS T.A. Cabral 1, L.L.A Carminati 2, N.F.M. Picanço 3, R.A.P.G. Faria 4, C.L.P. Ferreira 5 1- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Cuiabá Bela Vista CEP: 78050-000 Cuiabá MT Brasil, Telefone: 55 (65) 3318-5100 e-mail: (tamila.cabral@gmail.com) 2- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Cuiabá Bela Vista CEP: 78050-000 Cuiabá MT Brasil, Telefone: 55 (65) 3318-5100 e-mail: (lidianelouzada@yahoo.com.br) 3 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Cuiabá Bela Vista CEP: 78050-000 Cuiabá MT Brasil, Telefone: 55 (65) 3318-5100 e-mail: (nagela.picanco@blv.ifmt.edu.br) 4 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Cuiabá Bela Vista CEP: 78050-000 Cuiabá MT Brasil, Telefone: 55 (65) 3318-5100 e-mail: (rozilaine.faria@blv.ifmt.edu.br) 5 - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Cuiabá Bela Vista CEP: 78050-000 Cuiabá MT Brasil, Telefone: 55 (65) 3318-5100 e-mail: (cristianelopesnut@hotmail.com) RESUMO O consumo de leite de cabra e seus derivados são crescentes em nosso país em função do seu valor nutricional. Objetivo deste trabalho foi desenvolver iogurte funcional de leite de cabra com sabores de frutos tropicais e a sua caracterização quantos aos aspectos físico-químicos e microbiológicos. Foram elaboradas três formulações 5, 10 e 15 % de xarope de banana, maracujá e mangaba respectivamente. Foram realizadas análises microbiológicas pela técnica do número mais provável (NMP) para coliformes e termotolerantes. Nas análises físico-químicas formam determinados ph, acidez em ácido lático, cinzas, umidade e proteína. Os resultados microbiológicos foram 2< NMP. Para a caracterização físico-química apresentaram valores médios para Acidez 0,70 e 1,2 g/100g, ph 4,32 e 4,68, Proteínas 9,33 a 16,6%, lipídeos 2,0 a 2,4%, e cinzas 0,32 a 0,64%. Os resultados demonstraram que o produto desenvolvido pode ser uma alternativa viável para o mercado e consumo de leite caprino. ABSTRACT The consumption of goat milk and its products are growing in our country in terms of its nutritional value. Objective of this study was to develop functional yogurt goat milk with tropical fruit flavors and its characterization as many physico-chemical and microbiological aspects. They were prepared three formulations 5, 10 and 15% of banana syrup, passion fruit and mangaba respectively. Microbiological analyzes were performed by the most probable number (MPN) for coliforms and thermotolerant. The physicochemical analysis form certain ph, acidity in lactic acid, ash, moisture and protein. Microbiological results were 2 <NMP. For physicochemical characterization showed average values for Acidity 0.70 and 1.2 g / 100 g, ph 4.32 and 4.68, 9.33 to 16.6% proteins, lipids 2.0 to 2.4% and ashes 0.32 to 0.64%. The results showed that the developed product can be a viable alternative for the consumer market and goat milk. PALAVRAS-CHAVE: iogurte; cabra; frutos tropicais. KEYWORDS: yogurt; goat; tropical fruits.

1. INTRODUÇÃO. As inovações tecnológicas dentro do segmento de produção e processamento de carnes, leites e derivados, têm propiciado a abertura de novos mercados e ampliando a demanda e a valorização de produtos dos derivados caprinos. Dentre esses produtos o iogurte é uma das formas de consumo mais apreciado pelos consumidores por possuir propriedades benéficas e nutricionais a saúde, e aliada a essa característica do produto, busca-se democratizar seu consumo por pessoas que são intolerantes a proteína do leite de vaca. O leite de cabra apresenta propriedades bioquímicas que favorecem seu valor nutricional, sendo recomendada para crianças com intolerância a proteína do leite de vaca, para pessoas com doenças gastrointestinais, ou mesmo como suplemento para pessoas mal nutridas (Ribeiro, 1997). O leite de cabra diferentemente do leite de vaca tem características únicas por possuir alta digestibilidade, alcalinidade distinta, e maior capacidade tamponante, sendo também rico em ácidos graxos de cadeia curta ou saturada que propiciam um perfeito aproveitamento pelo organismo. A alfa s-1 caseína, que é uma proteína motivo de muitas causas de alergias principalmente em crianças, existe em pequenas quantidades no leite de cabra e por não ter aglutinina favorece a formação de coágulos finos, o que facilita no processo de digestão, além de conter lactose e gordura, vitaminas, todos esses elementos presente no leite de cabra são mais assimiláveis pelo organismo humano segundo Correia e Borges (2009). Os alimentos de derivados lácteos como o iogurte vêm se tornando cada vez mais popular devido ao modo de vida da população que inclui esse alimento em sua rotina diária, é um alimento prático e saudável sem destacar seu potencial funcional no nosso organismo. O Brasil é rico em frutos tropicais de sabores e aromas característicos, essas frutas são muito apreciadas por suas características especificas e intensas, podendo ser uma ótima opção de agregação de valor nutricional ao iogurte caprino, fazendo com que este seja bem mais apreciado principalmente por pessoas intolerantes que já fazem uso do leite caprino. Neste sentido o estudo buscou o desenvolvimento de iogurte de leite de cabra saboreado com frutos tropicais (banana, maracujá, e mangaba) e sua caracterização quantos aos aspectos físicoquímicos e microbiológicos. 2. MATERIAS E MÉTODOS O leite de cabra UHT foi adquirido em um supermercado da capital de Mato Grosso, bem como as frutas de maracujá e a banana e levados para o laboratório do IFMT- Campus Cuiabá Bela Vista onde foram acondicionados sobre refrigeração para seu posterior processamento. A polpa da mangaba congelada foi adquirida em um município de Chapada dos Guimarães-MT, e acondicionadas em caixas térmicas e encaminhada para o laboratório do IFMT campus Cuiabá Bela Vista para o seu processamento. Na elaboração do xarope das frutas (banana, mangaba, e maracujá) utilizou-se 54% de sacarose, 35% de polpa de frutas e 11% de água. Inicialmente foi preparado o xarope com a água e a sacarose, após obter o ponto de calda foi adicionado à polpa da fruta mantendo a mistura sob aquecimento de aproximadamente 180 (±1 C) até a obtenção da consistência de xarope. A verificação do teor de sólidos solúveis ( Brix) foi efetuada pelo refratômetro e o valor obtido em Brix foram 70, 71, e 68 para banana, mangaba, e maracujá respectivamente. 2.1 Procedimentos de elaboração do iogurte Para a elaboração do iogurte foram utilizados 8% de sacarose, 1,5% de leite de cabra em pó que foram adicionados ao leite de cabra (UHT) e homogeneizados. Em seguida foi submetido ao processo de pasteurização à temperatura de 83ºC por 30 minutos. Após a pasteurização foi resfriado á temperatura de 44ºC e adicionado 0,2 % de fermento lácteos tradicionais com culturas liofilizadas de

inoculação direta de marca Bio Rich (S.thermophilus e L. bulgaricus) e probióticas (L. acidophilus e Bifidobacterium sp) e efetuado uma leve homogeneização. Após a adição do fermento láctico tradicional ao leite de cabra o mesmo foi inoculado a temperatura de 44ºC em BOD até atingir ph = 4,4. Após a coagulação e resfriamento foram acrescentados os percentuais 5,10 e 15% do xarope de banana, maracujá e mangaba, em seguida foi feito o envase em embalagem de polietileno e armazenado sobre refrigeração á uma temperatura de 4º C até o momento das análises. 2.2 Caracterização físico-química dos iogurtes Para a caracterização física química do iogurte de leite de cabra com xarope de frutas tropicais (banana, mangaba e maracujá) foram realizadas análises de ph, acidez expressa em ácido lático, teor de umidade, teor de cinzas, teor de proteína e teor lipídico. As amostras foram analisadas em triplicata, de acordo com as metodologias: acidez titulável expressa em ácido láctico foi determinada por titulação, o ph foi determinado utilizando phmêtro de marca digital micronal, modelo 320, com eletrodo de vidro combinado, umidade foi determinado pelo método de secagem em estufa a 105 C, cinzas foi determinado pelo método de incineração em forno mufla a 550 C, proteínas foi determinado pelo método micro Kjedahl com a fator de correção 6,38 e lipídios foi determinado pelo método de Gerber. As amostras analisadas em acidez titulável expressa em ácido láctico, ph e lipídeos foram analisadas pela metodologia do Instituto Adolfo Lutz (2008). Umidade, cinzas e proteínas por AOAC (1995). 2.3 Análises microbiológicas As amostras de iogurtes foram analisadas no dia seguinte a sua produção e foram determinados pelo método do número mais provável (Apha, 2001). A técnica de NMP foi realizada incluindo as seguintes etapas analíticas: a) Teste presuntivo em caldo lauril sulfato de triptose (LST), (b) Teste confirmatório com caldo verde brilhante a 2% (VB), e Escherichia coli (EC). Os resultados da presença de coliformes totais e termotolerantes foram comparados como recomendado por Brasil (2005). 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Análises microbiológicas A avaliação microbiológica realizadas no iogurte de leite cabra não apresentou valores significativos de presença de micro-organismos para coliformes totais e termotolerantes. A presença de coliformes a 30 C e a 40 C de temperatura é um indicativo de práticas sanitárias insatisfatórias e a elevada contagem desse micro-organismo presentes na amostra determina seu grau de contaminação, e o produto desenvolvido apresentou-se em conformidade com a legislação vigente (Brasil, 2005). Tabela 1. Análises microbiológicas de iogurte de leite de cabra com os três tratamentos. RESULTADOS PARÂMETROS BANANA MARACUJÁ MANGABA Coliformes totais Termotolerantes EC <2 NMP/ML <2NMP/ML <1NMP <1 NMP/ML <2 NMP/ML <2NMP /ML

No iogurte de leite de cabra foram encontradas a contagem de coliformes totais e termotolerantes e EC entre valores menores que (<2NMP/mL), porém essa contagem não tornou o iogurte impróprio para consumo. Todas as amostras analisadas estão em conformidade ficando abaixo do limite de detecção que preconiza a Instrução Normativa n 16, de 23 de agosto de 2005, que aprova padrões microbiológicos para leites fermentados, os resultados para NMP coliformes e termotolerantes devem ser <10 NMP g/ml. 3.2 Análises físico-químicas De acordo com os padrões físico-químicos estabelecidos pela legislação vigente para leite fermentado (Brasil, 2007), os iogurtes devem apresentar valores de acido lático entre 0,6 e 1,5 g/100g, e os valores encontrados para acidez em acido lático de todos os iogurtes avaliados atendem a legislação vigente (valores entre 0,71 e 1,0g/100g). Para o teor proteico todas as amostras de iogurte avaliados estão dentro dos parâmetros estabelecidos na legislação vigente que estabelece mínimo 2,9g/100ml, os resultados encontrados foram (9,33, 15 e 16,6g/100ml), para o teor lipídico a legislação estabelece para iogurte integral, entre 3,0 a 5,9g/100g, e os valores encontrados estão inferiores ao que é estabelecido (2,0 e 2,4 g/100g). Para análises de cinzas a legislação estabelece no mínimo 0,70 g/100g e todas as amostras demonstraram valores bem menores (0,32 e 0,64g/100g), conforme dados demonstrados na tabela 2. Tabela 2. Valores médios e desvio padrão das análises físico-químicas realizadas da amostra mais aceita com 15% de xarope das frutas banana, mangaba, e maracujá. Lipídeos % Ac.Láctico Proteína Umidade Cinzas %mm Amostra Banana 2,36±0,047 0,70±0,081 15,01±0,049 22,87±0,085 0,32±0,326 Maracujá 2,01±0,012 0,94±0,047 16,62±0,012 24,57±0,043 0,55±0,004 Mangaba 2,42±0,047 0,92±0,081 9,33±0,081 26,49±0,016 0,64±0,008 Resultado expressos em valores médios ± desvio padrão. Nas análises físico-químicas realizadas por Queiroga et al. (2011) na elaboração de iogurte de leite caprino com geléia de frutos tropicais, foram encontrados valores médios bem abaixo dos dados encontrados nestes estudos. Segundo Queiroga et al. (2011), para iogurtes de sabores de abacaxi, maracujá e umbu, foram obtidos lipídeos (2,29±0,21, 2,25±0,19 e 1,40±0,18), umidades (20,58 ± 1,37, 19,89 ± 1,14 e 15,30±0,28) e cinzas (0,64 ± 0,04, 0,64±0,02 e 0,63±0,01), esses valores se comparados com os dados das análises físico química obtidos na tabela 5, pode se dizer que o iogurte de leite de cabra com frutos tropicais de banana,maracujá e mangaba se encontra com valores bem maiores do que foram encontrados por Queiroga et al. (2011). Comparando os valores médios de proteína encontrados nas análises de iogurte de leite de cabra frutos tropicais (15±0,0496%, 16,6±0,01% e 9,33±0,081%) e com estudo elaborado por Mundim (2008), que foi encontrado valores entre (5,39%, 5,84%, e 6,21%), pode se dizer que os valores obtidos para a proteína foram bem maiores destacando que esse valor deve-se também a composição do iogurte acrescido da polpa da fruta, leite em pó e da sacarose, embora se reconheça que há algumas diferenças devido às mudanças ocorridas pela fermentação bacteriana sobre a lactose e pela adição de leite em pó, normalmente feita para aumentar os sólidos solúveis no leite, o que permite maior conteúdo proteico.

4. CONCLUSÕES A caracterização físico-química e microbiológica do iogurte de leite de cabra atendeu os critérios e parâmetros legislativos. Tecnologias nesse setor de produtos caprinos precisam ser melhoradas a fim de contribuir para melhorar a vida de muitas pessoas intolerantes a proteína do leite de vaca. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Aoac, Association of Official Analytical Chemist. (1995). Official Methods of Analysis of AOAC International. 16. ed. Washington: AOAC Internacional. Brasil, Ministério da Agricultura e Pecuária e do Abastecimento. (1994). Lei n o 8.918, de 14 de julho de 1994. Dispõe sobre a padronização de bebidas de frutas. Diário Oficial da União, Brasília. Brasil, Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento. (2005). Instrução normativa nº 16, de 23 de agosto de 2005. Aprova padrões microbiológicos para leites fermentados. Diário Oficial da União, Brasília. Brasil, Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento. (2007). Portaria n.46 de 23 de outubro 2007. Aprova regulamento técnico de identidade e qualidade do leites fermentados. Diário Oficial da União, Brasília. Correia, R.T.C., Borges, K.C. (2009). Posicionamento do consumidor frente ao consumo de leite de cabra e seus derivados na cidade de Natal-RN. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora, v.64, n.366, p.36-43. Ial, Instituto Adolfo Lutz. (2008). Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4ª ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz. 1002p. Mundim, Silvio André Pereira. (2008). Elaboração de iogurte funcional com leite de cabra, saborizado com frutos do cerrado e suplemento de inulina. 133f. Dissertação (Mestrado em Ciência) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos UFRJ, Rio de Janeiro. Queiroga, R. C. R. E., Souza, Y. R. F., Silva, M. G. F., Oliveira, M. E. G., Souza, H. M. H., Oliveira, C. E. V. (2011). Elaboração de iogurte com leite caprino e geleia de frutos tropicais. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v.70, n.4. RIBEIRO, S. D. A. (1997). Caprinocultura, Criação racional de caprinos. 4ª ed. São Paulo: Nobel. 318p.