INCIDÊNCIA DE INSETOS-PRAGA EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL MULTI- ESTRATA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO TRIUNFO - PR

Documentos relacionados
LEVANTAMENTO E MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF S): ESTUDO DE CASO DE UM SAF SUCESSIONAL NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL

INCIDÊNCIA DE INSETOS EM ÁREAS DE CULTIVO DE HORTALIÇAS PRÓXIMAS A UM SISTEMA AGROFLORESTAL NO DISTRITO FEDERAL PROJETO DE PESQUISA

IMPLANTAÇÃO E ESCOLHA DE ESPÉCIES DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM CORONEL VIVIDA PR

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Proteção e restauração ecológica de nascentes utilizando talhão facilitador diversificado

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Recuperação de área degradada em encosta

CAPTURA DE INSETOS UTILIZANDO ARMADILHAS DE GARRAFA PET EM UMA MATA NA LOCALIDADE DE JENIPAPO, PUXINANÃ, PB

PLANTIO CONSORCIADO DE PIMENTA DEDO-DE-MOÇA COM ADUBOS VERDES: PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO E OCORRÊNCIA DE PRAGAS PROJETO DE PESQUISA

Poda experimental de Schinus terebinthifolius Raddi (pimenta-rosa) em área de Cerrado

TERMO DE REFERÊNCIA. Projeto de Reflorestamento com Espécies Nativas no Bioma Mata Atlântica Paraná Brasil

Desenvolvimento do Coqueiro-Anão- Verde em Cultivo Consorciado com Laranjeira, Limoeiro e Mamoeiro

PERSPECTIVAS PARA O MATO GROSSO DO SUL

Experiências Agroflorestais na Comunidade de Boqueirão. Renato Ribeiro Mendes Eng. Florestal, Msc

Monitoramento participativo de sistemas agroflorestais através da mirmecofauna

LEVANTAMENTO DE FRUTÍFERAS NATIVAS PRESENTES EM QUINTAIS URBANOS NO MUNICÍPIO DE CERRO LARGO/RS

PRODUÇÃO DE MORANGO ORGÂNICO EM PROPRIEDADES DE REFERÊNCIA

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Implantação de sistema silvipastoril com eucalipto

USO DO BIOSSÓLIDO COMO SUBSTRATO NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE AROEIRA (Schinus terenbinthifolius Raddi)

FICHA PROJETO - nº 059-P

ESTUDO DO PROGRESSO GENÉTICO NA POPULAÇÃO UFG- SAMAMBAIA, SUBMETIDA A DIFERENTES MÉTODOS DE SELEÇÃO.

Resumo Público do Plano de Manejo Florestal da Fazenda Citróleo

Código Florestal. Experiências em Recuperação Ambiental

Agroecologia e Sistemas Agroflorestais

A PRODUTIVIDADE DA ERVA-MATE EM CINCO SISTEMAS DE PREPARO DO SOLO NO MINICíplO DE ÁUREA, RS

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MYRTÁCEAS NA REGIÃO DO ALTO VALE DO ITAJAÍ, SANTA CATARINA

Osvaldo Antonio R. dos Santos Gerente de Recursos Florestais - GRF. Instituto de Meio Ambiente de MS - IMASUL

Sítio Agroecológico: um sistema em conversão na Embrapa Agropecuária Oeste

OBJETIVOS DE ENSINO Geral. Específicos

Centro de Educação Ambiental da Mata Atlântica (CEAMA) Relato de uma experiência.

Agenda de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados

O efeito indireto dos pilhadores nas plantas: positivo ou negativo?

Gerência de Assessoramento Técnico ao Agronegócio Gerag SP

INCIDÊNCIA E FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE ANASTREPHA FRATERCULUS (DIPTERA: TEPHRITIDAE) EM DIFERENTES FRUTÍFERAS NATIVAS NO MUNICÍPIO DE VACARIA / RS

Nota Técnica de pesquisa. Por Dra. Annete Bonnet, Dr. Gustavo Ribas Curcio, Dr. Alexandre Uhlmann

ESTUDO PRELIMINAR DA FAUNA DE HYMENOPTERA DA APA DO RIO PANDEIROS, NORTE DE MINAS GERAIS

Agenda de P&D da Embrapa Cerrados

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA KARINA PULROLNIK/EMBRAPA CERRADOS. Convivência HARMÔNICA

A3-435 Proposição de manejo agroecológico para o Zoneamento Ecológico Econômico da região da Cantuquiriguaçu (PR)

Quantificação das áreas de reserva legal da microbacia hidrográfica Rio Arroio Fundo, município de Marechal Cândido Rondon PR

A PODA DAS ÁRVORES PODA DRÁSTICA

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E RENDA DA ERVA-MATE CULTIVADA

LEVANTAMENTO DA ENTOMOFAUNA EM ÁREA DE CULTIVO DE MILHO Bt, UTILIZANDO ARMADILHAS DE DIFERENTES COLORAÇÕES

VARIEDADES DE MANDIOCA

PESQUISA EM ANDAMENTO

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Restauração ecológica de mata ciliar utilizando talhão facilitador diversificado

CONTROLE INTEGRADO DA BROCA DA HASTE DA MANDIOCA Sternocoelus spp.

Keila Malvezzi da Silva

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF RR 01 - Roraima

LEVANTAMENTO DA ENTOMOFAUNA EM CULTURA DE EUCALIPTO E VEGETAÇÃO RASTEIRA NO MUNICÍPIO DE IVINHEMA (MS) UTILIZANDO ARMADILHA DE SOLO PITFALL

Relatório FINAL - Unidade Multiplicadora (UM)

VISITANTES FLORAIS E POTENCIAIS POLINIZADORES DE ORA-PRO-NOBIS (Pereskia aculeata) NA REGIÃO DE INCONFIDENTES, MG

Foto: Kátia Carvalheiro/BID INFORMATIVO TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS

Produção de milho (Zea mays) sob três arranjos estruturais do eucalipto (Eucalyptus spp.) no Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

PALAVRAS-CHAVE: larva alfinete; resistência de plantas a insetos; insetos de solo; vaquinha.

LACERDA, Liliane. IASB,

MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO NO CERRADO

AVALIAÇÃO E MANEJO DE DOENÇAS EM Brachiaria brizantha cv. BRS PIATÃ. Área Temática da Extensão: Tecnologia.

Projeto Sustenta a MATA - Preservando florestas. Desenvolvendo comunidades.

Ocorrência de artrópodes em área recuperada com o Sistema de Integração Lavoura- Pecuária 1. Paulo A. Viana 2 e Maria C. M.

Uso do ingá (Inga subnuda) em cafeeiros sob sistemas agroflorestais pode diminuir os danos causados pelas principais pragas do café?

Uso de Armadilha para Captura de Insetos em Pomar de Goiabeiras

PERGUNTAS/RESPOSTAS CHAMADA DE UNIDADE MULTIPLICADORA (UM) 04/08/2017

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO INTEGRAÇÃO LAVOURA, PECUÁRIA, FLORESTA - ilpf

alternativas'-amllientais e só"bió-econômicas para o fortalecil1'!.~rfto de pequena~.éiuas propriedades is no sil

TÍTULO: ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO DE COFFEA ARÁBICA L. SOB CONDIÇÕES DE CULTIVO COM MULCHING PLÁSTICO EM CAMPO GRANDE-MS

Levantamento de adultos de Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) utilizando armadilha de feromônio em área comercial de milho Bt

Título: Levantamento da comunidade de abelhas sem ferrão em Euterpe edulis Martius (Palmae) na Mata Atlântica no município de Maquiné RS.

Avaliação da altura do Cedro Australiano (Toona ciliata var. australis) após diferentes níveis de adubação de plantio

Formigas: a vida abaixo de nossos pés. Paulo Eduardo Bueno de Camargo*, Sérgio Nascimento Stampar

Adequação Ambiental e Restauração Florestal. Pedro H. S. Brancalion Laboratório de Silvicultura Tropical (LASTROP/ESALQ/USP)

015 - Avaliação de espécies arbóreas em um sistema agroflorestal em Itaquiraí, Mato Grosso do Sul

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO MANEJO SUSTENTÁVEL DE FLORESTAS NATIVAS

RECUPERAÇÃO AMBIENTAL DE CAVA COM ESPÉCIES NATIVAS FLORESTAIS VISANDO APROVEITAMENTO PARA RESERVA LEGAL E GERAÇÃO DE TRABALHO E RENDA

X Encontro de Extensão

ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA NA REGIÃO DE GUARAPUAVA. PALAVRAS-CHAVE: agroecologia; auditoria; produtos orgânicos

INCORPORAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS NA APICULTURA FAMILIAR DA REGIÃO DE IRATI, CENTRO SUL DO PARANÁ

Técnicas de Experimentação Agrícola

DIVERSIDADE DE INSETOS EM ÁREAS DE PRODUÇÃO ORGÂNICA DE HORTALIÇAS PRÓXIMAS A UM SISTEMA AGROFLORESTAL NO DISTRITO FEDERAL

II ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. A INFLUÊNCIA DO TAMANHO DA SEMENTE E DO SUBSTRATO NA EMERGÊNCIA DO IPÊ ROXO (Tabebuia impetiginosa)

Palavras-chave: Fitotecnia, fruticultura, qualidade de frutos.

Síglia Regina Souza / Embrapa. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) Sustentabilidade do agronegócio com preservação ambiental

FUNDAMENTOS EM AGROECOLOGIA

Princípios ativos via tratamento de sementes industrial na cultura do milho após armazenamento

Ocorrência de grilos em plantios de eucalipto no Paraná

AGR 146 Entomologia Geral Aula Teórica 8

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS. Fabio Ramos

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais em Rondônia - RECA (BR SAF RO 02)

IX Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IX Jornada Científica

Laudo de Praticabilidade e Eficiência Agronômica

Renascimento de florestas

Diversidade da entomofauna em um plantio experimental de eucalipto (Eucalyptus) no estado de Sergipe

POPULAÇÃO DE PLANTIO DE ALGODÃO PARA O OESTE BAIANO

ISSN do Livro de Resumos:

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO

Sistema Agroflorestal Para Recomposição de Reserva Legal

Resistência à penetração do solo em plantio de castanha dobrasil(bertholletia excelsa Bonpl.) em Machadinho d Oeste, RO

RELATÓRIO ANUAL SOBRE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Técnicas de Experimentação Agrícola

Transcrição:

INCIDÊNCIA DE INSETOS-PRAGA EM UM SISTEMA AGROFLORESTAL MULTI- ESTRATA NO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DO TRIUNFO - PR Thiare Aparecida do Valle Coelho (PET Engenharias Ambiental/Florestal - UNICENTRO), Daniele Ukan (Orientadora), e-mail: daniukan@yahoo.com.br Universidade Estadual do Centro-Oeste/Departamento de Engenharia Florestal/Irati, PR. Recursos Florestais e Engenharia Florestal; Proteção Florestal Palavras-chave: insetos-praga, armadilha bandeja amarela, Ilex paraguariensis Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar a incidência de insetos-praga em relação ao comportamento inicial de mudas de espécies arbóreas em sistemas agroflorestais multiestrata, no município de São João do Triunfo PR. Os sistemas agroflorestais foram compostos em ninhos, utilizando seis espécies arbóreas: Aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius Raddi.), Erva-mate (Ilex paraguariensis A. St.-Hil), Araçá (Psidium cattleyanum Sabine), Pitanga (Eugenia uniflora L.), Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa (Mart.)O.Berg.) e Cerejeira (Eugenia involucrata DC.). Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e oito repetições. Foi realizada a instalação da armadilha bandeja amarela, que foi utilizada durante quatro semanas para a coleta de insetos, para posterior identificação e consulta à literatura para verificar se os mesmos eram considerados pragas ou possuíam o potencial para tornar-se praga. Introdução A região Centro-Sul do estado do Paraná teve seu desenvolvimento vinculado a atividades econômicas tradicionais, estando associadas à exploração de recursos da natureza, os quais ocorreram de forma predatória e rudimentar, como a exploração da erva-mate e madeira. Seu território está em grande parte na região denominada Paraná Tradicional, que teve seu desenvolvimento econômico baseado em grandes propriedades rurais, que praticavam agricultura de subsistência com a utilização de mão-de-obra escrava e trabalho familiar. Assim nota-se, pelo seu histórico, que é uma região extremamente agrícola. Desta forma, devido aos grandes latifúndios, os pequenos agricultores tiveram sua produção limitada e com isso precisaram utilizar diferentes técnicas para seu sustento. Estando inseridos na região de Floresta Ombrófila Mista, muitos não haviam notado os diferentes usos que a floresta lhes proporcionava, muitas vezes explorando-a de forma irregular. Desta forma, é necessário buscar alternativas para recuperação, enriquecimento e manejo sustentável destas áreas, inserindo nas mesmas produtos madeireiros e não madeireiros. Uma das maneiras de se obter este enriquecimento para os pequenos produtores é através de Sistemas Agroflorestais (SAFs), onde são consorciadas espécies florestais (madeireira, não-madeireira, frutífera) com espécies agrícolas e até mesmo

com animais. Neste meio, visando à recuperação de áreas degradadas e manejo da reserva legal, os SAFs são uma excelente alternativa, pois ao mesmo tempo em que se conserva ou se recupera as áreas, o produtor se beneficia produzindo alimentos. Nesses sistemas a vegetação não é toda retirada para a plantação de uma única cultura em larga extensão. Para o bom funcionamento dos sistemas, buscamos entender o funcionamento da natureza e imitá-la, utilizando as relações entre os seres vivos, conhecendo as características de cada espécie e sua relação com as demais, onde é possível um controle natural das pragas através de restabelecimento do equilíbrio ecológico. A diversificação da vegetação na área cultivada pode diminuir a herbivoria por diversificar recursos, dificultando a localização e colonização das plantas hospedeiras pelos herbívoros ou por favorecer os inimigos naturais, devido à disponibilidade e à abundância de alimentos alternativos, como néctar, pólen e honeydew, ao fornecimento de áreas de refúgio e de microclima, e à disponibilidade de presas alternativas. Deve-se enfatizar que nos SAFs é necessária a diversificação estratégica da vegetação, com plantas que tenham características capazes de atrair e manter os inimigos naturais de interesse (REZENDE et al., 2011). Materiais e Métodos Implantação dos SAFs O experimento foi realizado em uma propriedade rural localizada na comunidade de Rio dos Patos, município de São João do Triunfo PR. O município de São João do Triunfo integra a região Centro-Sul do Paraná, fazendo parte do bioma Mata Atlântica. Os SAFs foram compostos em ninhos (Figura 1), sendo que cada ninho possuía em sua composição uma espécie de rápido crescimento (Aroeira-pimenteira Schinus terebinthifolius Raddi); uma espécie que cresce em densos agrupamentos e que da qual se podem utilizar as folhas através da extração de forma manejada (Erva-mate Ilex paraguariensis A. St.-Hil); e uma frutífera. Foram utilizadas quatro espécies de frutíferas diferentes, sendo elas: Araçá - Psidium cattleyanum Sabine; Pitanga Eugenia uniflora L.; Guabiroba Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg; e Cerejeira Eugenia involucrata DC. Nos ninhos as mudas estavam distantes 0,40m umas das outras, com espaçamento de 3m x 2m entre ninhos. As mudas das frutíferas e da Aroeirapimenteira foram obtidas no Viveiro do IAP, do município de Fernandes Pinheiro PR, as mudas de Erva-mate foram obtidas com um produtor da localidade de Guaiaca, município de São João do Triunfo PR. 0,40m Figura 1 Representação do ninho. Fonte: Autora (2014) Armadilhas Bandeja Amarela No dia do plantio, foram instaladas as armadilhas bandeja amarela, que consiste em utilizar um pote de coloração amarela, com água com detergente em seu interior.

Foram instaladas quatro armadilhas na área experimental, onde em cada bandeja havia água com detergente para quebrar a tensão superficial da água. As armadilhas bandeja amarela foram coletadas semanalmente, durante o primeiro mês do plantio, totalizando quatro coletas. Após cada coleta, o conteúdo das armadilhas era acondicionado em recipientes devidamente tampados, e identificados. Foi realizada a troca da água com detergente das armadilhas a cada coleta. Identificação dos Insetos Os insetos coletados através da armadilha bandeja amarela foram identificados ao nível de família, com auxílio de chave dicotômica proposta por Fujihara et al.(2011). Os mesmos foram quantificados através de contagem dos exemplares, e avaliados quanto ao seu potencial como inseto-praga, com auxílio de levantamento da literatura onde se obtiveram informações sobre as pragas de cada cultura. Resultados e Discussão Durante o período de coleta da armadilha bandeja amarela, foram capturados 169 indivíduos, pertencentes às seguintes ordens: Coleoptera, Diptera, Hymenoptera, Lepidoptera, Thysanura. Houve ainda insetos que não foi possível realizar a identificação da ordem devido às más condições que os mesmos se encontravam. Dentro destas ordens foram identificadas 6 famílias (Tabela 1). TABELA 1 INSETOS COLETADOS ATRAVÉS DE ARMADILHA BANDEJA AMARELA EM SISTEMA AGROFLORESTAL MULTIESTRATA EM SÃO JOÃO DO TRIUNFO PR Ordem Família Exemplares Coleoptera Carabidae 2 Meloidae 8 Diptera Culicidae 108 Hymenoptera Scoliidae 19 Formicidae 1 Lepidoptera Hesperiidae 2 Thysanura NI 1 NI 28 Σ 169

Para todo manejo de pragas é essencial seu monitoramento, o qual pode ser realizado por leitura direta (avaliação das plantas) ou com o uso de armadilhas. Segundo, Melo et al. (2001), o uso de armadilhas é a maneira mais fácil para o monitoramento e levantamento das pragas. Pois além da identificação das pragas de certas plantas, é possível ainda identificar/encontrar possíveis inimigos naturais das pragas, bem como insetos polinizadores das espécies presentes nos agroecossistemas. Ainda segundo os mesmos autores, são poucas as alternativas existentes para que ocorra esse monitoramento. Porém, vemos na armadilha bandeja amarela um possível uso para este monitoramento, pois é um método de fácil instalação a campo e fácil obtenção dos dados. Após a identificação dos insetos, não foi possível avaliar se houve ou não a ocorrência de dano econômico, pois é necessário um tempo maior de avaliação para que esta análise possa ser realizada. Dentre os insetos encontrados, apenas a formiga cortadeira (Acromyrmex) e o é considerada inseto-praga, porém deve-se realizar o monitoramento e a avaliação dos danos a longo prazo para verificar se este, e os demais insetos, podem causar dano econômico ao plantio. Conclusões Houve incidência de insetos em todas as espécies testadas nos ninhos, indicando que deve ser realizado o monitoramento destes insetos e, quando necessário, o controle dos mesmos, sendo a armadilha bandeja amarela uma alternativa para este monitoramento. Porém, os resultados indicam que os insetos encontrados na área experimental não causaram danos às mudas, sendo estas espécies indicadas para a utilização em ninhos nos sistemas agroflorestais. Agradecimentos Ao CNPq e Fundação Araucária pela oportunidade da realização da pesquisa, e ao MEC pela bolsa do programa PET concedida durante esse período. Referências COELHO, G.C. Sistemas Agroflorestais. 1ª Ed. São Carlos: RiMa, 2012. 184p. FUJIHARA. R.T., et al.. Insetos de Importância Econômica: guia ilustrado para identificação de famílias. 21ª ed. Botucatu: FEPAF, 2011. 391p. IPARDES. Diagnóstico Socioeconômico do Território Paraná Centro Estado do Paraná. Curitiba, 2007. 138p. MELO, L.A.S., et al. Armadilha para Monitoramento de Insetos. Comunicado Técnico da Embrapa Meio Ambiente, no 7, julho de 2001, versão eletrônica. ISSN 1516-8638. Disponível em: http://www.cnpma.embrapa.br/download/armadilha_insetos.pdf. Acesso em 29 jul 2014.

REZENDE, M.Q., et al. 11781 Uso do ingá (Inga subnuda) em cafeeiros sob sistemas agroflorestais pode diminuir os danos causados pelas pincipais pragas do café?. In: Resumos do VII Congresso Brasieliro de Agroecologia Fortaleza/CE. Cadernos de Agroecologia, Vol 6 n o 2, dezembro 2011, versão eletrônica. ISSN 2236-7934. Disponivel em: <http://www.abaagroecologia.org.br/ojs2/index.php/cad/article/view/11781/8119>. Acesso em 30 jul 2013