CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS1VE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP ( 236 Sessão Recurso n 7159 Processo Susep n 15414.004113/2012-31 RECORRENTE: MARCELO GOLDMAN - DIRETOR DA TOKIO MARINE SEGURADORA 5/A RECORRIDA: SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Representação. Diretor da Tokio Marine Seguradora 5/A. Responsável por relações com a Susep. No envio do quadro 303 do FIP de julho de 2012 no prazo previsto. Responsabilidade subjetiva no devidamente comprovada. Recurso conhecido e provido. PENALIDADE ORIGINAL: Advertência. BASE NORMATIVA: Art. 88 do Decreto-Lei n 2 73/66 dc 32 do art. 22 da Circular Susep n2 364/08 e o Manual de Procedimentos do FIP/Susep. ACÓRDÃO/CRSNSP N9 6101/16. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, decidem os membros do Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitaiizaço, por unanimidade, nos termos do voto do Relator, dar provimento ao recurso do Senhor Marcelo Goldman - Diretor da Tokio Marine Seguradora S/A. Presente a advogada, Dra. Shana Araújo de Almeida, que sustentou oralmente em favor da recorrente, intervindo, nos termos do Regimento Interno deste Conselho, o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araújo Duarte. Participaram do julgamento os Conselheiros Ana Maria Meio Netto Oliveira, Paulo Antonio Costa de Almeida Penido, Thompson da Gama Moret Santos, Washington Luis Bezerra da Silva, André Leal Faoro e Dorival Alves de Sousa. Presentes o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araújo Duarte, a Secretária Executiva, Senhora Cecília Vescovi de Arago Brando, e a Secretária Executiva Adjunta, Senhora Theresa Christina Cunha Martins. Sala das Sessões (Ri), 8,Me dezembro de 2016. \ANA MARI MELYNETF OLIVEIA / Presidente THOMPSON GAMA MORE'( NTOS Relator
NSps (T 5 iia MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, Recurso n 7159 Processo SUSEP no 15414.004113/2012-31 RECURSO ADMINISTRATIVO Recorrente: Recorrido: Interessado: MARCELO GOLDMAN Superintendência de Seguros Privados - SUSEP CGFIS/COSU1/DISP1 EMENTA: Representação. Diretor da Tokio Marine Seguradora S.A. Responsável por Relações com a SUSEP. Não envio do quadro 303 do FIP de julho de 2012 no prazo previsto. Responsabilidade subjetiva não devidamente comprovada. Recurso conhecido e provido. VOTO 236a SESSÃO DO CRSNSP Por ser tempestivo (fis. 90 e 91) e por atender as formalidades (fls. 120 e 121) que dele se exigem, conheço do Recurso. No mérito, compulsando os autos do presente processo, me reporto aos termos do PARECER SUSEP/DIFIS/CGJUL/COAIP/N 42/14 (fls. 73-77) e na NOTA/PF-SUSEP/SCADM/N 219/2014 (fls. 78 e 79). Segundo os aludidos termos do parecer, e considerando também os documentos acostados aos autos do processo em epígrafe, não restou devidamente comprovada a responsabilidade subjetiva do Recorrente relativamente à infração apurada, assim, não foi devidamente comprovado o descumprimento, pelo aludido diretor, do disposto no art. 88 do Decreto-Lei n 73/66 c/c art. 20, 30 da Circular SUSEP n 364/08 dc manual de procedimento do FIP/SUSEP. Tais fatos deram origem à Representação (fls. 1 e 2), referente à irregularidade mencionada, relativa ao não envio do quadro 303 do FIP de julho de 2012 no prazo previsto. TS/VOTO/R7 159 1
MINISTÉRIO DA FAZENDA CoNsELHo DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, Em que pese que o caráter pedagógico da resposta da SUSEP possa servir de estímulo à atuação diligente por parte dos administrados de entidades supervisionadas, ouso discordar do entendimento do analista técnico, pois, o caso em tela trata de responsabilização de diretor da sociedade, matéria complexa que exige toda cautela possível e a devida comprovação, o que não ocorreu no caso em tela. Destaco que, em suas razões de mérito, o analista esclarece ( 10, fi. 75) que o Recorrente, a seu nível, podia e devia ter tomado as devidas cautelas (especialmente em termos de controle interno) para impedir a ocorrência da infração. Porém, o diretor responsável pelos controles internos na aludida sociedade seguradora é outra pessoa (fi. 5). Assim, em linha com este Egrégio Conselho - vide, por exemplo, o voto do recurso 4994, julgado na 2061 Sessão -, entendo que a imputação de responsabilidade a pessoas físicas pressupõe a identificação de elemento subjetivo, isto é, verificação de ação com dolo ou culpa, ou ainda de omissão que tenha ocorrido para cometimento da aludida infração. Ademais, como esgrimido na peça recursal (fi. 105), o envio do FIP, assim como seu monitoramento e preenchimento, não seria atribuição estatutária, nem legal, do Recorrente. Portanto, entendo que não é razoável imputar ao Recorrente responsabilidade por atraso no envio do quadro 303 do FIP sem a devida comprovação de que o mesmo possuía tal atribuição ou poder de decisão em relação à infração verificada. Por todo o exposto, voto para dar provimento ao presente recurso. Éovoto. Rio de Janeiro, de deze bro de 2016. SE/CRSNSP/MF RECEBIDO EM -.-----.-- 1 - Rubrica e Carimbo Theresa C. Martins Secretaria Executiva / CRS NSP Mat. 1179452 Thompson da Gap Moret Santos ConsWefro Relator Representante do Ministério da Fazenda TS/VOTO/R7159 2
MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, Recurso no 7159 Processo SUSEP n1 15414.004113/2012-31 RECURSO ADMINISTRATIVO Recorrente: MARCELO GOLDMAN Recorrida: Superintendência de Seguros Privados - SUSEP RELATÓRIO Cuida-se de recurso interposto por Marcelo Goidman, diretor da Tokio Marine Seguradora S.A., que combate a decisão proferida pelo chefe da CGJUL (fi. 81), impondo-lhe a seguinte sanção de multa: pena de multa de advertência prevista no art. 30 da Resolução CNSP no 243/2011. Tal decisão tem por base a Representação (fis. 8-10) formulada contra o referido diretor, ora Recorrente, e também com fundamento no PARECER SUSEP/DIFIS/CGJUL/COAIP/N 42/14 (fis. 73-77) e na NOTA/PF- SUSEP/SCADM/N 219/2014 (fis. 78 e 79), nos quais é apontada a seguinte irregularidade: Não envio do quadro 303 do FIP/SUSEP de julho de 2012 no prazo previsto. Dispositivo Infring ido: art. 88 do Decreto-Lei n 73/66 dc art. 20, 30 da Circular SUSEP n 364/08 c/c manual de procedimento do El P/S U SEP. Através do aludido parecer, o analista técnico opina pela subsistência da Representação ( 18, fi. 77), vez que o exercício do cargo de diretor responsável por relações com o a SUSEP pressupõe uma atuação suficientemente diligente a ponto de obstar a ocorrência de fatos tais como os que aqui são objeto de análise ( 91, fi. 74). Acrescenta o analista que a defesa TS/RELATÓRIO/R7159 1
?' ( MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELIlO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, não logrou demonstrar que, no caso concreto, estaria totalmente fora do alcance do Representado evitar o envio do quadro 303 FIP/SUSEP de julho de 2012 fora do prazo, situação que o colocaria a salvo da reprimenda proposta. Esclarece o analista ( 10, fi. 75) que é de se reconhecer que o Representado, a seu nível, podia e devia ter tomado as devidas cautelas (especialmente em termos de controle interno) para impedir a ocorrência da infração. Em suma, entende o analista ( 14, fi. 76) que a aplicação da penalidade de advertência, na forma do art. 30 da Resolução CNSP no 243/2011, além de garantir a proporcionalidade e o caráter pedagógico da resposta da SUSEP, seja suficiente para evitar que o Representado reincida na conduta apurada nestes autos. Ressalta também que a medida poderá servir de estímulo à atuação diligente por parte dos demais administrados de entidades supervisionadas. Por fim, aponta que o Representado envidou esforços no sentido de regularizar a situação, transmitindo o quadro 303 do FIP de julho/2012 no dia 12/09/2012 (fi. 4). Notificado do seu direito de interpor recurso em 15/10/2015 (fi. 90), contra ela se insurge o Recorrente em 13/11/2015 (fls. 91-120), requerendo o provimento do recurso e o arquivamento da Representação. A representação da PGFN neste Conselho (fls. 126-128) expressa juízo positivo de conhecimento e negativo de provimento ao Recurso. É o relatório. Rio de Janeiro, 2 016. ÊGaoret Thompson antos Conselheiro Relator Representante do Ministério da Fazenda S E/C R S N S P/ ME RECEBIDO EM /.10,i.2.cJ6 Rubrica e Carimbo TS/RELATÓRIO/R7159 2