COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS DE MILHO A Meloidogyne javanica

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Transcrição:

311 COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS DE MILHO A Meloidogyne javanica Tânia de Fátima Silveira dos Santos (1), Rayane Gabriel da Silva (2), Mickael Bruno Saraiva da Silva (3), Lucas Queiroz Ribeiro (4), Euciene Pinto de Moraes (5), Rodrigo Castro Schimoller (6) e Tamiris Silva dos Santos (6) 1. Introdução Os nematoides de galhas (gênero Meloidogyne) estão distribuídos de forma generalizada por todo o mundo, e algumas de suas espécies apresentam alto grau de polifagia. O milho (Zea mays) é muito utilizado em programas de rotação de culturas ou como segunda safra. Vários híbridos comerciais de milho são resistentes à espécie Meloidogyne javanica (Dias, 2010). Porém, vários são suscetíveis a M. javanica e, como a formação de galhas causadas por M. javanica não é comum no sistema radicular (Ribeiro, 2002), provavelmente agricultores utilizam inadvertidamente híbridos suscetíveis. O alto grau polífagia de M. javanica, incluindo entre seus hospedeiros várias espécies de importância econômica e até plantas daninhas, tem dificultado a viabilização da rotação como medida de controle por parte dos agricultores (Silva et al., 2001). Entretanto, o uso de híbridos de milho resistentes possui grande potencial e aceitação, pois, além causarem a redução de M. javanica no solo, diminuindo as perdas para as culturas seguintes, propiciam retorno econômico (Brito & Antônio, 1989). A limitação para o uso de milho no controle de M. javanica é o grande número de híbridos disponíveis no mercado e a rápida renovação do rol de híbridos. O objetivo deste trabalho foi determinar a reação de vários híbridos disponíveis no mercado. 2. Material e Métodos O experimento foi conduzido em casa de vegetação da Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (APROSMAT), em Rondonópolis MT, durante o período de julho a setembro de 2017. (1) Bióloga, M.Sc., Responsável Técnica, Associação dos produtores de sementes de Mato Grosso (APROSMAT), Rondonópolis - MT. E-mail: tania@aprosmat.com.br (2) Engenheira Agrônoma, Assistente de pesquisa, APROSMAT, Rondonópolis - MT. E-mail: rayane.agro@gmail.com (3) Técnico Agrícola, Auxiliar de casa de vegetação, APROSMAT. Rondonópolis - MT. E-mail: mickaelbruno@hotmail.com (4) Graduando em Agronomia, Faculdade Anhanguera de Rondonópolis (FAR), Auxiliar de casa de vegetação, APROSMAT, Rondonópolis - MT. E-mail: lucasq090@gmail.com (5) Graduanda em Agronomia, FAR, Técnica de Laboratório, APROSMAT, Rondonópolis - MT. E-mail: euciene_moraes@hotmail.com (6) Graduandos em Agronomia, FAR, Estagiários, APROSMAT, Rondonópolis - MT. E-mails: digao.schimoller@gmail.com; tamiris_silva15@hotmail.com

312 O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado. Foram estabelecidos 73 tratamentos, com seis repetições, constituídos pela avaliação de 71 híbridos de milho e, como tratamento padrão de resistência e suscetibilidade à espécie, utilizou-se a Crotalaria spectabilis e a cultivar de soja BRS 7980, respectivamente (Tabela 1). Os híbridos de milho foram oriundos das safras anteriores, disponibilizados por produtores e revendas. Tabela 1. Relação dos híbridos de milho estudados quanto reação à Meloidogyne javanica. 1- C. spectabilis 26- MG600 PW 51- AS1777 PRO3 2- SUPREMO VIP 27-2B512 PW 52- DKB310 PRO3 3- STATUS VIP3 28-3700 RR2 53- CELERON TL 4- SX7331 VIPTERA 29- ADV9434 PRO 54-2B688 RR 5- P30F35 30- ADV9860 55- DKB390 PRO3 6- P3862 HX 31-2B587 PW 56- ADV9275 PRO 7- P3646 YHR 32- BRS610 57- DKB285 PRO 8- NS50 33- P3456 VYH 58- LG36701 PRO2 9- P30S31 VYH 34- FORMULA VIP2 59- DKB290 10- P3646 YH 35- SYN7205 TLTG VIPTERA 60- AG8061 PRO 11- DKB310 36- AG8700 PRO3 61- BG7640 VYH 12- RK3014 37- FEROZ VIP 62- BG7046 H 13- GARRA VIPTERA 38- MG30A37 RR 63- P30F53 14- NS90 PRO 39-2B433 PW 64- BM709 PRO2 15- RB9210 PRO2 40- ADV9345 PRO3 65- AS1555 PRO2 16- RB1701 41- KWX76610 66-2B688 PW 17- RB9110 PRO 42- RB9004 PRO 67- P30F53 VYHR LEPTRA 18- KWX628A4 43- P3630 H 68- DAS28628 PW 19- DKB310 PRO2 44- MG652 PW 69- MG699 20- DKB290 PRO3 45- RB9006 PRO 70- P30F53 VYH 21- DKB315 46- RB9110 71- AG8690 PRO3 22- AS1575 PRO 47- MG580 PW 72- AG8088 PRO2 23- P2830 VYH 48- ADV9105 PRO 73- BRS7980 24- CD384 PW 49- LG3055 PRO - 25- DKB290 PRO 50- AG3700 RR2 -

313 Os vasos, de cerâmica, comportavam 3,0 L preenchidos com solo previamente autoclavado na proporção de 2:1 de areia e solo. Foram colocadas quatro sementes por vaso e, após sete dias, realizou-se o desbaste deixando uma planta por vaso. O inóculo de M. javanica foi obtido a partir de populações puras mantidas em casa de vegetação e multiplicada em plantas de soja suscetível a espécie. A identificação da espécie foi realizada pela técnica de eletroforese de isoenzimas descrita por Carneiro & Almeida (2001). A inoculação da suspensão contou com uma população de 5.000 ovos e juvenis pipetados em cada vaso, em um orifício de 2,0 cm nas proximidades das raízes. Os vasos foram mantidos em casa de vegetação com irrigações diárias e temperatura entre 25 e 35 C. As avaliações foram realizadas 60 dias após a inoculação. Cortaram-se as plantas na região do colo e a parte aérea foi descartada. As raízes de cada vaso foram lavadas para a retirada do solo aderido e, posteriormente, cortadas e pesadas. Uma amostra de 10 g de raízes foi triturada em liquidificador para a extração de ovos e juvenis do nematoide. A suspensão passou pelas peneiras de 60, 200 e 500 mesh, recolhendo-se o material retido na última. Este material foi utilizado para quantificação com o auxílio de microscópio estereoscópico e câmara de Peters. O fator de reprodução (FR) para M. javanica em cada tratamento calculado pela relação entre a população final (PF), representada pelo número de ovos e juvenis extraídos das raízes ao final do experimento, dividido pela população inicial (PI) inoculada (PF/PI) como proposto por Oostenbrink (1966). Os híbridos com FR>1 significa que a população do nematoide aumentou com o seu cultivo. Já se o FR<1 indica que a população do nematoide diminuiu. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. O aplicativo computacional utilizado foi o SISVAR (Ferreira, 2003). 3. Resultados e Discussão Os FRs médios dos híbridos variaram de 1,5 a 36,8 (Tabela 2). Os 71 híbridos estudados comportaram-se como suscetíveis (FR>1). Os menores FR foram encontrados nos híbridos Supremo Vip (FR= 1,5) e Status Vip 3 (FR= 1,9). O híbrido P30F35 havia sido avaliado anteriormente por Paes et al. (2010), com resultados próximos (FR= 4,01).

314 Tabela 2. Resultados do fator de reprodução (FR) de híbridos de milho submetidos a inoculação de Meloidogyne javanica. Híbridos FR Híbridos FR 1- C. spectabilis 0,08 a 38- MG30A37 RR 13,5 a 2- SUPREMO VIP 1,5 a 39-2B433 PW 13,8 a 3- STATUS VIP3 1,9 a 40- ADV9345 PRO3 14,6 a 4- SX7331 VIPTERA 2,1 a 41- KWX76610 14,6 a 5- P30F35 3,2 a 42- RB9004 PRO 15,5 a 6- P3862 HX 3,6 a 43- P3630 H 15,8 a 7- P3646 YHR 3,7 a 44- MG652 PW 16,9 a 8- NS50 4,0 a 45- RB9006 PRO 16,9 a 9- P30S31 VYH 4,3 a 46- RB9110 18,2 b 10- P3646 YH 4,4 a 47- MG580 PW 18,8 b 11- DKB310 5,8 a 48- ADV9105 PRO 19,0 b 12- RK3014 6,3 a 49- LG3055 PRO 19,5 b 13- GARRA VIPTERA 6,4 a 50- AG3700 RR2 19,6 b 14- NS90 PRO 6,6 a 51- AS1777 PRO3 19,7 b 15- RB9210 PRO2 6,8 a 52- DKB310 PRO3 20,1 b 16- RB1701 7,3 a 53- CELERON TL 20,6 b 17- RB9110 PRO 7,8 a 54-2B688 RR 21,9 b 18- KWX628A4 8,0 a 55- DKB390 PRO3 22,4 b 19- DKB310 PRO2 8,4 a 56- ADV9275 PRO 23,0 b 20- DKB290 PRO3 9,1 a 57- DKB285 PRO 23,1 b 21- DKB315 9,2 a 58- LG36701 PRO2 23,6 b 22- AS1575 PRO 9,5 a 59- DKB290 23,8 b 23- P2830 VYH 9,5 a 60- AG8061 PRO 24,0 b 24- CD384 PW 10,2 a 61- BG7640 VYH 24,7 b 25- DKB290 PRO 10,6 a 62- BG7046 H 26,0 b 26- MG600 PW 10,9 a 63- P30F53 26,2 b 27-2B512 PW 11,1a 64- BM709 PRO2 26,7 b 28-3700 RR2 11,2 a 65- AS1555 PRO2 27,4 b 29- ADV9434 PRO 11,3 a 66-2B688 PW 29,3 c 30- ADV9860 11,5 a 67- P30F53 VYHR LEPTRA 30,0 c 31-2B587 PW 11,7 a 68- DAS28628 PW 31,8 c 32- BRS610 11,8 a 69- MG699 32,1 c 33- P3456 VYH 12,0 a 70- P30F53 VYH 34,9 c 34- FORMULA VIP2 12,1 a 71- AG8690 PRO3 36,1 c 35- SYN7205 TLTG VIPTERA 12,3 a 72- AG8088 PRO2 36,8 c 36- AG8700 PRO3 12,7 a 73- BRS7980 46,6 c 37- FEROZ VIP 12,9 a - - CV (%) 36,44 Médias seguidas da mesma letra nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. CV: coeficiente de variação.

315 Medeiros et al. (2001), ao estudarem 18 genótipos de milho em ambiente controlado não obtiveram materiais resistentes, apenas com baixos FR, e os presentes resultados corroboram tais resultados. Lordello et al. (1998) também avaliaram 36 genótipos de milho frente à M. javanica, e observaram que todos foram suscetíveis a espécie. Resultados diferentes foram encontrados por Levy (2009), que estudou em casa de vegetação, 25 híbridos, que inoculados com 5.000 ovos e juvenis, e todos se comportaram como resistente aos 45 dias de avaliação. Manzotte (2002) estudou 40 híbridos de milho e encontrou 32 materiais com resistência. Essas diferenças observadas, ora com resistência ou suscetibilidade, frente aos diferentes híbridos para a espécie M. javanica, pode ser devido à diversidade da espécie (Patel et al., 1993), às condições ambientais na casa de vegetação e às diferentes técnicas de extração utilizadas. 4. Conclusão Os híbridos testados foram suscetíveis a M. javanica, mas houveram híbridos com baixos valores de fator de reprodução, que devem ter preferência de utilização no momento do planejamento da lavoura. Referências BRITO, J.A.; ANTÔNIO, H. Resistência de genótipos de milho a Meloidogyne javanica. Nematologia Brasileira, Piracicaba, v.13, p.129-137, 1989. CARNEIRO, R.M.D.G.; ALMEIDA, M.R.A. Técnica de eletroforese usada no estudo de enzimas dos nematóides de galhas para identificação de espécies. Nematologia Brasileira, Piracicaba, v.25, n.1, p.35-44, 2001. DIAS, W.P.; FREITAS, V.M.; RIBEIRO, N.R.; MOITA, A.W.; CARNEIRO, R.M.D.G. Reação de genótipos de milho a Meloidogyne mayaguensis e M. ethiopica. Nematologia Brasileira, Piracicaba, v.34, n.2, p.98-105, 2010. FERREIRA, D.F. Sisvar: sistema de análise de variância para dados balanceados. Versão 5.0. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2003. LEVY, R.M. Reação de genótipos de milho e milheto frente ao parasitismo de Meloidogyne javanica, M. paranaensis e a M. incognita raça 3. 2009. 40f. Dissertação de Mestrado Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2009.

316 MANZOTTE, U.; DIAS, W.P.; MENDES, M.L.; SILVA, J.F.V.; GOMES, J. Reação de híbridos de milho a Meloidogyne javanica. Nematologia Brasileira, Piracicaba, v.26, n.1, p.105-108, 2002. OOSTENBRINK, M. Major characteristic of relation between nematodes and plants. Meded. Landbouw, Wageningen, v.66, n.4, 1966. PAES, J.M.V.; SANTOS, M.A.; WRUCK, D.S.M.; LANZA, M.A.; ZITO, R.K. Reação de cultivares de milho aos nematoides de galhas no ano agrícola 2007/2008. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 28., 2010. Anais... Goiânia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2010. CD-ROM PATEL, D.J.; PATEL, B.A.; PATEL, H.V. Pathotypes of Meloidogyne javanica in Índia. Nematologia Mediterrânea, Bari, v.21, p.207-208, 1993. RIBEIRO, N.R.; SILVA, J.F.V.; MEIRELLES, W.F.; CRAVEIRO, A.G.; PARENTONI, S.N.; SANTOS, F.G. Avaliação da resistência de genótipos de milho, sorgo e milheto a Meloidogyne javanica e M. incognita raça 3. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v.1, n.3, p.102-103, 2002. SILVA, J.F.V.; DIAS, W.P.; MANZOTTE, U.; GOMES, J. Produção de grãos em ambientes com nematoides de galhas. Londrina: Embrapa Soja/Fapeagro, 2001. 15p. (Documentos, 168).