ADAPTAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DE MANIPUEIRA E URINA DE VACA NO MANEJO DE FITONEMATOIDES DE GALHAS EM MUDAS DE MAMOEIRO

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Leonardo Melgaço Belo
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1 ADAPTAÇÃO NA UTILIZAÇÃO DE MANIPUEIRA E URINA DE VACA NO MANEJO DE FITONEMATOIDES DE GALHAS EM MUDAS DE MAMOEIRO Karoênia Alves Folha (graduanda em eng. agronômica-cpce/ufpi), Fernandes Antonio de Almeida (Orientador DEN/CPCE UFPI) 1.0 INTROUÇÃO A cultura do mamão (Carica papaya L.) possui como centro de origem América Tropical, na faixa que vai do noroeste da América do Sul, vertente oriental dos Andes, com um total de 22 espécies do gênero Carica (TRINDADE, 2000). O mamoeiro é uma espécie herbácea perene, adaptada ao clima do Brasil, que é o principal produtor, com participação de 33,45% da produção mundial segundo dados do IBGE 2011). O estado do Piauí se apresenta com excelente condição edafoclimáticas para exploração dessa cultura, e consequentemente com produtos de qualidade que garantam espaço competitivo no mercado de exportação. Com todo esse potencial, a cultura vem enfrentando crescentes dificuldades, principalmente com a incidência de pragas e doenças. Dentre os principais danos que vem reduzindo a produtividade nos últimos anos, destaque para os nematoides. No Brasil, as espécies de nematoides presentes na cultura do mamoeiro, corresponde ao gênero Meloidoigyne, em sua grande maioria, onde se destaca pelos sintomas característicos como a formação galhas que leva a redução de atividades do sistema radicular, consequentemente maior sensibilidade das plantas ao estresse hídrico, redução do porte e da produção dos frutos (VENTURA et al., 2003). 2.0 METODOLOGIA O experimento foi conduzido em condições de casa de vegetação e Laboratório de Fitopatologia, no Campus Profa.Cinobelina Elvas-CPCE, da Universidade Federal do Piauí. Para avaliação dos tratamentos em todo o ensaio, o substrato constituído foi solo-areia-esterco na proporção 3:2:1, respectivamente. As mudas foram feitas em bandejas utilizando sementes de mamão comum e transplantadas quando atingiram quatro folhas definitivas para os vasos em casa de vegetação, o esquema fatorial utilizando foi (2x4x2), sendo usados dois tipos de produto alternativo (manipueira e urina de vaca); 4 concentrações (10; 20; 30 e 50%); 2 combinações dos produtos alternativos (isolados e combinados). Foram formados 25 tratamentos com cinco repetições cada, incluindo a testemunha utilizando as seguintes combinações entre os produtos: (U= urina, M = manipueira)t1=0%,t2=u10%,t3=u20%,t4=u30%,t5=u50%,t6=m10%,t7=m20%,t8=m30 %,T9=M50%,T10=M+U10%,T11=M+U20%,T12M+U30%,T13M+U50%,T14=U20+M10%,T1 5=U20+M20%,T16=U20+M30%,T17U20+M50%,T18U30+M10%,T19U30+M%,T20=U30+M

2 30%,T21=U30+M5%, T22=U50+M10%, T23 U50+M20%, T24=U50+M30%, T25=U50+M50%. Os nematoides foram extraídos pelo método Coolen e D Herde (1972), sendo isolados e inoculados nas plantas de mamoeiro para multiplicação. Depois de atingirem 4 folha, as mudas foram transplantadas e os nematoides foram inoculados, após 4 dias foi feita a aplicação dos produtos alternativos. As avaliações foram realizadas após cinquenta dias da inoculação onde foram avaliadas todas as características agronômicas: altura de planta, diâmetro caulinar, número de folhas, peso fresco da parte aérea das plantas, peso fresco do sistema radicular e comprimento radicular total e volume de raiz número de galhas e de massa de ovos; contagem do número de juvenis no solo de cada tratamento, através do método de Jenkins (1964). Os dados foram submetidos à análise de variância, usando o programa SISVAR, e as médias comparadas pelo Teste Scott-Knott a 5% de probabilidade. 2.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.0 Tabela 1. Características agronômicas da cultura: Altura de planta (AP), diâmetro de caule (DC), número de folhas (NF) e peso fresco de parte aérea (PFPA) de plantas de mamão sob diferentes produtos alternativos e concentrações. TRAT Concentrações (%) 0% 10% 20% 30% 50% Altura de planta URINA 21,20aC 28,00aAB 26,20aBC 32,00aAB 33,80aA MANIPUEIRA 21,20aA 25,20abA 27,00aA 25,20bA 24,80bA M + URINA 21,20aB 25,60abAB 27,60aA 24,00bAB 26,20bAB U20% + MANIPUEIRA 21,20aA 24,80abA 24,00aA 25,00bA 25,60bA U30% + MANIPUEIRA 21,20aB 21,80bB 29,00aA 27,80abA 20,20bB U50% + MANIPUEIRA 21,20aA 22,00abA 25,40aA 23,20bA 25,00bA CV (%) 13,4 Diâmetro de caule URINA 13,34aA 14,61aA 13,43aA 15,20aA 15,88aA MANIPUEIRA 13,34aA 13,74abA 12,67aA 13,14abA 12,25abA M + URINA 13,34aA 13,60abA 13,87aA 13,64abA 15,50aA U20% + MANIPUEIRA 13,34aA 12,24abA 12,10aA 13,64abA 12,43abA U30% + MANIPUEIRA 13,34aA 10,35bA 11,08aA 13,64abA 11,50bA U50% + MANIPUEIRA 13,34aAB 10,72bB 14,45aA 13,64abAB 12,41abAB CV (%) 15,3 Numero de folhas URINA 12,20aA 12,80aA 11,20aA 13,00aA 12,60abA MANIPUEIRA 12,20aA 12,60aA 12,60aA 12,40abA 12,60abA M + URINA 12,20aAB 12,40aAB 13,60aA 11,40abAB 10,40bB U20% + MANIPUEIRA 12,20aA 12,00aA 11,00aA 11,20abA 13,20aA U30% + MANIPUEIRA 12,20aA 12,20aA 13,00aA 12,20abA 12,20abA

3 U50% + MANIPUEIRA 12,20aAB 13,40aA 13,40aA 9,80bB 13,20aA CV (%) 11,85 Peso fresco de parte aérea URINA 26,65aB 39,97aA 25,62abB 46,20aA 48,77aA MANIPUEIRA 26,65aB 28,99abAB 36,32aAB 39,38aA 27,96bcAB M + URINA 26,65aA 26,29bcA 36,36aA 25,18bcA 33,86bA U20% + MANIPUEIRA 26,65aA 25,51bcA 22,32bA 22,18cA 28,50bcA U30% + MANIPUEIRA 26,65aAB 15,36cB 22,25bB 36,48abA 16,68cB U50% + MANIPUEIRA 26,65aA 22,76bcA 27,87abA 24,855bcA 32,03bA CV (%) 24,14 Para a variável altura de planta (AP) considerando o uso da urina de vaca a concentração que obteve melhor resultado correspondeu a 50% (33,80) com um aumento superior a 59,0% em relação a testemunha, não diferindo na concentração a 10%. Esses resultados corroboram Nasu et al. (2008), onde obtiveram os melhores resultados para a variável altura de planta em tomateiros com concentrações superiores a 50% de manipueira esses resultados são confirmados por Oliveira et al., (2004) e Gadelha et al.,(2006) que confirmam que obtiveram resultados positivos da urina de vaca em crescimento de plantas com as culturas de alface e pimentão. Para a variável peso fresco da raiz (PFR) analisadas na Tabela 1 os tratamentos urina, manipueira + urina, U20% + manipueira e U50% + manipueira não apresentaram diferenças significativas entre si. Tabela 2. Análise de variância (valores de F) para massa de ovos (MO), número de galhas (NG), número de juvenis no solo (NJS) e número de juvenis na raiz (NJR) de Meloidogyne javanica em plantas de mamão com diferentes extratos e concentrações. TRAT Concentrações % 0% 10% 20% 30% 50% Massa de ovos URINA 9,60aC 0,80bcB 0,20aA 0,60bAB 0,60bcdAB MANIPUEIRA 9,60aC 0,20aA 1,20bcB 0,80bB 0,20abA M + URINA 9,60aC 0,20aA 1,20bcB 0,00aA 0,00aA U20% + MANIPUEIRA 9,60aC 0,60abA 1,60cB 0,60bA 1,00dA U30% + MANIPUEIRA 9,60aC 1,20cA 0,80bA 3,00cB 0,80cdA U50% + MANIPUEIRA 9,60aD 0,60abAB 2,60dC 1,00bB 0,40abcA CV (%) 11,73 Numero de galhas URINA 13,00aC 2,40abAB 1,00aA 1,40aAB 3,20bcB MANIPUEIRA 13,00aC 0,80aA 0,80aA 3,80bcB 0,40aA M + URINA 13,00aB 2,20abA 2,20abA 1,80abA 2,00abA U20% + MANIPUEIRA 13,00aC 1,60abA 2,40abAB 4,00bcB 3,20bcAB U30% + MANIPUEIRA 13,00aC 2,80abA 3,80bAB 5,40cB 5,40cB U50% + MANIPUEIRA 13,00aC 3,40bB 1,00aA 3,40abcB 2,40abAB CV (%) 26,73 Numero de juvenis no solo URINA 16,64aD 1,80aA 3,80bC 3,20cBC 2,20cAB MANIPUEIRA 16,64aC 3,20bcB 3,60bB 1,80abA 3,00cAB

4 M + URINA 16,64aC 2,80abAB 2,00aA 3.40cB 3,20cAB U20% + MANIPUEIRA 16,64aC 4,20cdB 3,00abB 3,00bcB 0,20aA U30% + MANIPUEIRA 16,64aC 2,60abA 5,40cB 2,20abcA 1,60bA U50% + MANIPUEIRA 16,64aD 4,60dC 2,60abB 1,20aA 2,00bcAB CV (%) 13,61 Numero de juvenis na raiz URINA 2,60aC 0,20aA 1,00bB 0,60bcAB 1,00bB MANIPUEIRA 2,60aC 0,80bcAB 1,00bB 1,20dB 0,40aA M + URINA 2,60aC 1,00cB 1,40bB 0,40abcA 1,40bB U20% + MANIPUEIRA 2,60aB 0,20aA 0,00aA 0,20abA 0,20aA U30% + MANIPUEIRA 2,60aC 0,40abA 1,00bB 0,00aA 0,00aA U50% + MANIPUEIRA 2,60aC 0,60abcA 1,20bB 0,80cdAB 1,00bAB CV (%) 27,41 De acordo com os dados obtidos na tabela análise de variância (valores de F) para a variável massa de ovos (MO), observou-se uma diferença significativa com valores inferiores nos tratamentos manipueira + urina nas concentrações de 30 e 50%. Resultados similares foram encontrados por Damasceno et al. (2008), em trabalhos realizados com M. incognita em mudas de mamoeiros, obtiveram maior redução do número de galhas e massa de ovos utilizando manipueira a 50%. Conforme os dados da Tabela 5 para a variável analisada número de galhas (NG) pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade observou que todos os tratamentos (urina, manipueira, manipueira + urina, U20% + manipueira, U30% + manipueira e U50% + manipueira) e todas as concentrações (10, 20, 30 e 50%) obtiveram diferença significativa quando comparada com a testemunha (agua), se observou também menor número de juvenis no solo CONCLUSÕES Os extratos de manipueira e urina de vaca tiveram efeito positivo para algumas características agronômicas da cultura, ressaltando que a concentração a 50% dos produtos se mostraram mais promissoras no desenvolvimento vegetativo da cultura, observando que todos os produtos nas diferentes concentrações se mostraram eficientes com redução acentuada do parasitismo de Meloidoigyne javanica no mamoeiro. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS DAMASCENO, J. C. A. Nematóides em solo sob cultivo de bananeira prata anã e caipira sob diferentes tipos de manejo orgânico. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 20; ANNUAL MEETING OF THE INTERAMERICAN SOCIETY FOR TROPICAL HORTICULTURE, 54., 2008, Vitória. Frutas para todos: estratégias, tecnologias e visão sustentável: anais. Vitória: INCAPER: Sociedade Brasileira de Fruticultura, 2008 IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Disponível em: < Acesso em: 20/03/2013 NASU, E. G. C.; PIRES, E.; SANTANA, H.; FORMENTINO H &FURLANETTO.C. Efeito da manipueira produzida no oeste do paraná no controle de Meloidoigyne incognita. Fitopatologia Brasileira, v32 (Resumo). P

5 OLIVEIRA, M. A. B.; VIANNI, R.; SOUZA, G.; ARAUJO, T. M. R. Caracterização do estágio de maturação do papaia Golden em função da cor. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 2, p , TRINDADE, A. V. Mamão Produção. In: Frutas do Brasil. 3, Brasília: Embrapa Comunicação para transferência de tecnologia, CD-ROM. VENTURA, J. A.; COSTA, H.; TATAGIBA, J. S. Manejo das doenças do mamoeiro. In: MARTINS, D. dos S.; COSTA, A. de F. S. (Eds.) A cultura do mamoeiro: tecnologias de produção. Vitória: Incaper, p

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