UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TIC S NO ENSINO DE CIÊNCIAS EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS

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Transcrição:

XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física SNEF 2009 Vitória, ES 1 UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TIC S NO ENSINO DE CIÊNCIAS EM ESPAÇOS NÃO FORMAIS Michel Adriano Rabbi 1, Dorval Moreira Coelho Neto 2 1 União Social Camiliana/Colegiado de Física e Química/Centro Universitário São Camilo - ES, michelrabbi@hotmail.com ; michelrabbi@saocamilo-es.br 2 União Social Camiliana/Colegiado de Química/Centro Universitário São Camilo - ES, dorval -m@hotmail.com Resumo No ano de 2005, por iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia do Município de Cachoeiro de Itapemirim Espírito Santo e com apoio do Centro universitário São Camilo Espírito Santo, deu início a implantação do projeto de inclusão digital de cunho nacional denominado Telecentro de Informação e Negócios. O projeto tem como principais parceiros o Ministério de Ciência e Tecnologia, Bancos, Empresas Privadas, Associações de Moradores, igrejas e membros de diversos ramos da sociedade. O objetivo desse projeto é consolidar no município uma política de desenvolvimento das ciências, de qualificação profissional e de inclusão digital. Até o ano de 2008 o Telecentro apresenta sete unidades em pleno funcionamento em média com dez computadores cada. O projeto está fundamentado em três eixos, o de inclusão digital, o de negócios e o das Tecnologias de Informação e Comunicação TIC s aplicadas à Educação. Esse trabalho focaliza o desenvolvimento do eixo da Educação, no qual será firmada uma parceria com uma escola estadual de ensino regular, que ficará responsável por disponibilizar, alunos que apresentaram dificuldades no processo de ensinoaprendizagem nas disciplinas de ciências naturais, especificamente Química e Física. Eles passariam por um processo de acompanhamento com aplicação de aulas de reforço utilizando softwares educacionais, vídeos e animações. O emprego de tais recursos pode ser uma ferramenta para que o estudante possa desenvolver a capacidade de abstrair certos conceitos, já que são os conteúdos que exigem uma capacidade de abstração altíssima que geram dificuldades nos alunos. O resultado que se espera é uma melhora na construção do conhecimento e conseqüente nos resultados quantitativos dos discentes participantes. Palavras Chave: Tecnologia de Informação e Comunicação - TIC s, Ensino de Ciências, Telecentros. Introdução Os Telecentros de Informação e Negócios constituem-se em laboratórios, com 10 computadores cada, 01 servidor de rede, um aparelho refrigerador de ar, mobílias, internet e estagiários para a execução dos trabalhos. No ano de 2006, o município de Cachoeiro de Itapemirim, no estado do Espírito Santo recebeu e implementou seus dois primeiros Telecentros de Informações e Negócios, um situado na Igreja Presbiteriana Central no Bairro Guandu e outro situado na igreja católica do Bairro Alto Amarelo. O projeto foi submetido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e

XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física SNEF 2009 Vitória, ES 2 Turismo em parceria com o Centro Universitário São Camilo - Espírito Santo ao Ministério de Ciência e Tecnologia e ao Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, apoiado por diversas empresas de pequeno, médio e grande porte, e diversos segmentos da sociedade. O projeto de Cachoeiro está apoiado em três eixos: o eixo de inclusão digital, o eixo de negócios e o eixo de Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC s aplicadas à Educação. As ações realizadas até o momento vêm focalizando dois eixos, o de inclusão digital e o de qualificação para os negócios, no qual são oferecidos cursos de informática básica com duração média de cinco meses, além de cursos voltados para vendas, abertura de pequenos negócios e outros. A intenção a partir da investigação aqui sistematizada é a de colocar em funcionamento o eixo relacionado às TIC s aplicadas à educação, acreditando em um espaço não formal como ferramenta no processo ensino-aprendizagem. O foco do trabalho estará na Formação Continuada dos Professores em Serviço. Atualmente, o projeto possui 07 unidades: uma na Associação de Moradores do Bairro Amarelo, uma na Igreja Católica do Bairro Alto Amarelo, uma na Igreja Nossa Senhora da Consolação, uma no Centro de Referência e Assistência Social do Bairro Jardim Itapemirim, uma na Igreja Presbiteriana Central Bairro Guandu, uma no Instituto de Pesquisas Educacionais e uma na Escola Zilma Coelho Pinto. Metodologia Um curso de 80 horas será oferecido para um grupo de vinte e cinco professores de Ciências em serviço na Rede Municipal de Ensino do Município de Cachoeiro de Itapemirim. Estes professores deverão ministrar aulas em escolas que oferecem o laboratório de informática como recurso educacional. Os recursos necessários virão de uma parceria entre o Centro Universitário São Camilo Espírito Santo e a Prefeitura Municipal, não existindo ônus para os professores. O pagamento do professor e dos monitores para ministrar o curso está garantido; se encontra em negociação um incentivo financeiro para os professores participantes. O curso, a ser iniciado no segundo semestre do ano de 2009, terá aulas presenciais quinzenais de quatro horas de duração. Intercaladas com aulas nãopresenciais com atividades que demandam também quatro horas de duração. O curso conterá em sua parte inicial o uma apresentação dos ambientes de modelagem computacional a serem utilizados: LINKIT, STELLA e MODELLUS, com duração de 40 horas. As outras 40 horas serão destinadas à aplicação destes ambientes no estudo de conceitos de Ciências do Ensino Fundamental, trabalhando sempre de forma dinâmica com simulações, mudança nas variáveis, re-simulações e comparações. Inicialmente, será aplicado um questionário sondando o interesse em ministrar aulas em laboratórios de informática, quantos já ministraram essas aulas, quantos já tiveram algum contato com softwares educacionais, dentre outras questões. Durante as atividades do curso os professores serão levados a realizar atividades com auxilio das TIC s no processo de ensino-aprendizagem de Ciências. Será aplicado um questionário aos seus alunos após a realização das atividades que investigará sobre a melhoria na qualidade das aulas e sobre seu interesse pelas disciplinas quando o seu professor utilizou este novo recurso.

XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física SNEF 2009 Vitória, ES 3 Ao final, o mesmo questionário aplicado aos professores no inicio do curso será aplicado novamente. E os resultados serão comparados com o auxilio de planilhas e gráficos. Tanto durante o período do curso, quanto fora dele os Telecentros estarão a disposição do professor, que terão auxilio de monitores treinados para preparação de aulas que utilizem as Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino-aprendizagem de Ciências. Pressupostos Teóricos O dever de todo bom profissional consiste em um processo de açãoreflexão-ação, seja em qualquer segmento e principalmente no setor educacional: Como outros profissionais, todos nós sabemos que entre as coisas que fazemos algumas estão muito bem feitas, outras são satisfatórias e algumas certamente podem ser melhoradas. (ZABALA, 1998, p. 13) 1 Desse modo o professor deve desempenhar um papel de auto-avaliação constante, analisando o seu fazer pedagógico à prática educativa. Talvez esse seja o grande desafio do profissional do ensino e ciências. O aluno precisa vivenciar os conteúdos teóricos ministrados em sala de aula de forma prática e relacioná-los ao cotidiano, para motivar o aprendizado e despertar o interesse por carreiras científicas e tecnológicas. A presença do conhecimento de Física na escola média ganhou um novo sentido a partir das diretrizes apresentadas nos PCN. Trata-se de construir uma visão da Física que esteja voltada para a formação de um cidadão contemporâneo, atuante e solidário, com instrumentos para compreender, intervir e participar na realidade. Nesse sentido, mesmo os jovens que, após a conclusão do ensino médio não venham a ter mais qualquer contato escolar com o conhecimento em Física, em outras instâncias profissionais ou universitárias, ainda assim terão adquirido a formação necessária para compreender e participar do mundo em que vivem. A Física deve apresentar-se, portanto, como um conjunto de competências específicas que permitam perceber e lidar com os fenômenos naturais e tecnológicos, presentes tanto no cotidiano mais imediato quanto na compreensão do universo distante, a partir de princípios, leis e modelos por ela construídos. (BRASIL.MEC) 3 Portanto é papel fundamental dos profissionais de Física e Química fazer a transposição didática da linguagem matemática e os fenômenos naturais, utilizando materiais e métodos que facilitem o aprendizado. Os ambientes de modelagem computacional podem ser ferramentas importantes no auxilio para esta transposição didática: As ferramentas de modelagem vão desde papel e lápis até a utilização de tecnologias interativas, como o computador. Se a versão em papel e lápis de um modelo revela sua natureza estática, onde é privilegiada uma visão instantânea da realidade física, a sua versão computacional revela sua versão dinâmica, na medida que o modelo pode ser 'rodado' e os resultados desse processamento, auxiliarem na reestruturação e melhoria do modelo inicial, possibilitando, dessa forma, vislumbrar a evolução temporal dessa mesma realidade física (FERRACIOLI, 1997a; CAMILETTI & FERRACIOLI, 2001). Logicamente, o curso terá caráter investigativo:

XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física SNEF 2009 Vitória, ES 4 No entanto, a utilização da modelagem computacional no contexto educacional demanda o delineamento de uma investigação que inclua tanto o desenvolvimento de atividades de modelagem quanto a sua utilização em sala de aula a partir de conteúdos específicos para que se possa concluir sobre as reais possibilidades de sua integração no contexto educacional. (FERRACIOLI, 1997b). Os professores serão levados a realizarem atividades em suas aulas com os mesmos ambientes em que eles estão tendo contato. Ao final, os professores concluirão estes recursos realmente os auxiliaram no processo de construção de conhecimento de seus alunos. As TIC s a as Políticas Públicas Atuais Nos últimos anos o Estado vem intensificando o investimento na educação, principalmente na construção e reforma de laboratórios de informática. Tal espaço poderia ser aproveitado com a utilização de Ambientes computacionais que auxiliariam no ensino das disciplinas de Física e Química. O laboratório virtual apresenta custo de manutenção inferior ao de um laboratório experimental e ainda pode ser utilizado por todas as disciplinas constituintes do currículo escolar. Essa idéia de trabalhar o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação no ensino começou a ser difundida de forma atrasada em nosso país, contudo alguns pesquisadores, na área de ensino de ciências vêm trabalhando e defendendo intensamente a idéia do uso de softwares no ensino de Ciências. Essa idéia não está distante de nossa realidade, pois o Departamento de Física da Universidade Federal do Espírito Santo possui um laboratório de modelagem cognitiva, no qual os conteúdos teóricos são assimilados através do uso do computador. Conforme E. A. Veit: A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação no ensino, especificamente a Internet e softwares educacionais, tem sido alvo de grande interesse, tanto para o ensino presencial quanto para o ensino aberto e a distância. Este não é um fenômeno nacional; pelo contrário, a maior parte dos países desenvolvidos e em desenvolvimento tem programas específicos para promover essa utilização. Também não parece ser um fenômeno nacional - pois em Portugal e em outros países europeus também é assim - que a política de incentivo tende a privilegiar a Internet como suporte de ensino. (VEIT; TEODORO, 2002, p. 1) 2 Atualmente as ciências naturais são encaradas pelos alunos, como algo não aplicável em seu cotidiano e restrito apenas a grandes cientistas. A falta de profissionais, a atuação de profissionais não habilitados e a forma com que os conteúdos vêm sendo desenvolvidos nessas disciplinas, podem ser fatores que explicam a falta de motivação, diagnosticada facilmente entre os alunos de diversas escolas em nosso país. A realização de aulas práticas em laboratórios de ensaio, sendo essa a melhor medida para que o professor auxilie seu aluno a fazer a conexão entre teoria e prática. Entretanto, esse espaço oferece um alto custo de manutenção, no qual o investimento que ali seria feito não seria bem aproveitado, já que observa-se a

XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física SNEF 2009 Vitória, ES 5 resistência de muitos professores a utilizar tal espaço, devido a diversos fatores, principalmente a falta de qualificação do mesmo para atuar em tal local. Uma das soluções para esse problema é a utilização de recursos tecnológicos no Ensino de Ciências com ênfase nos laboratórios de informática, visto que estão presentes na maioria das escolas públicas, sem utilização otimizada. Nesse espaço, a utilização de Ambientes Computacionais apropriados poderia auxiliar no processo de ensino/aprendizagem de conteúdos. A proposta aqui apresentada estabelece um projeto piloto, no Sul do Estado do Espírito Santo, para desmistificar e disseminar o ensino de ciências utilizando Tecnologias de Informação e Comunicação - TICs. Reflexões: Telecentros como Espaços Não-Formais para o Ensino de Ciências Nesta seção apresenta-se uma idéia que nasce a partir do trabalho que vem tentando ser desenvolvido com o Telecentro de Informação e Negócios, que resulta de uma política pública e de uma soma de esforços coletivos. O contato com estudantes e professores trás reflexões sobre as possíveis práticas nos espaços designados como Telecentros em Cachoeiro de Itapemirim. Estas reflexões nos mostram os Telecentros como possíveis espaços não formais para o ensino de Ciências. Segundo A educação não-formal ocorre quando existe a intenção de determinados sujeitos em criar ou buscar determinados objetivos fora da instituição escolar. Assim, a educação não-formal pode ser definida como a que proporciona a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal em espaços como museus, centros de ciências, ou qualquer outro em que as atividades sejam desenvolvidas de forma bem direcionada, com um objetivo definido. (Vieira e Bianconi, 2005) É exatamente isto que esta se propondo em fazer com os laboratórios em funcionamento; um espaço para o professor e para o aluno fora da escola que proporciona a aprendizagem de conteúdos da escolarização formal. Isto poderá ser efetivado com a utilização das chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação TIC s. TIC s são meios que utilizam, ao mesmo tempo, as telecomunicações e a tecnologia in formática (responsáveis pela re-significação das práticas capitalistas). As TICs podem ser definidas como tecnologias e instrumentos usados para compartilhar, distribuir e reunir informação, bem como para comunicar-se umas com as outras, individualmente ou em grupo, mediante o uso de computadores e redes de computadores interconectados (via Internet). De maneira geral, a expressão TIC é utilizada para abranger as inovações tecnológicas e a convergência de informação e comunicação, que estão transformando nosso mundo na chamada Sociedade da Informação e Conhecimento. São as chamadas novas mídias, caracterizadas pela confluência de diversos veículos, propiciada pela Internet e pelos sistemas digitais. As TICs podem ser definidas como o conjunto de inovações em microeletrônica, computação (hardware e software), telecomunicações e óptico-eletrônica (microprocessadores,

XVIII Simpósio Nacional de Ensino de Física SNEF 2009 Vitória, ES 6 semicondutores, fibra ótica), que permite o processamento e armazenamento de enorme quantidade de informação, juntamente com sua rápida distribuição através de redes de comunicação. (VIEIRA, 2002) Este trabalho propõe a união de pressupostos que regem duas importantes faces da pesquisa em ensino de Ciências: os Espaços Não-formais e as Tecnologias da Informação e Comunicação. Referências BRASIL. Ministério da Educação. PCN de Física. Disponível em: <http://www.sbfisica.org.br/arquivos/pcn_fis.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2008. CAMILETTI, G. G. & FERRACIOLI, L. (2001) A Utilização da Modelagem Computacional Quantitativa no Aprendizado Exploratório de Física. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 18(2): 214-228. FERRACIOLI, L. (1997a) As Novas Tecnologias nos Centros de Ciências, nos Centros de Formação Profissional e na Formação de Professores. In: Atas do XII Simpósio Nacional de Ensino de Física. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. 27-31/Janeiro/1997. p.127-33. FERRACIOLI, Laércio. (1997b) A Área de Concentração Ensino de Física do Programa de Pós-Graduação em física da Universidade Federal do Espírito Santo. http://modelab.ufes.br VE IT, E. A.; TEODORO, V. D. Modelagem no Ensino/Aprendizagem de Física e os Novos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Revista Brasileira de Ensino de Física. São Paulo, v. 24, n. 02, p.1-1, Jun. 2002. VIEIRA, Valéria; BIANCONI Maria Lucia; DIAS, Monique. Espaços Não- Formais de Ensino e o Currículo de Ciências. Ciência e Cultura. São Paulo: out./dez. 2005 n. 4. vol. 57. Disponível em:<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=s0009-67252005000400014&script=sci_arttext> Acesso em: 12 out. 2008. VIEIRA, Vera. Disponível em: <http://www.redemulher.org.br/vera02.htm > Acesso em: 12 out. 2008. ZABALA, Antoni. A Prática Educativa: Como Ensinar. 1ª ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.