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Transcrição:

Curitiba, 09 de setembro de 2008 - Expotrade Convention Center SBC e ACC juntas pela Cardiologia DESTAQUES Conferência internacional Harvey White (Nova Zelândia): 10h-10h30 - Auditório 1 Sessão conjunta SBC/Pulmonary Vascular Research Institute 10h-10h30 - Auditório 5 Simpósio Luso-Brasileiro de Cardiologia 10 de setembro, 11h-12h30 Auditório 2 Cuidados paliativos na insuficiência cardíaca 10 de setembro, 8h30-10h Auditório 20 Como tratar Procure na livraria a coleção Como tratar lançada pela SBC Bahia 2009 Agende já o próximo congresso 12 a 16 de setembro de 2009 Salvador Bahia O Joint Simposium da Sociedade Brasileira de Cardiologia e do American College of Cardiology foi um momento muito importante do Congresso. Os temas tratados foram a doença infecci- osa do coração em 2008 e a síndrome coronariana aguda: uma visão contemporânea. Participaram convidados internacionais, como W. Douglas Weaver, Marc Shelton, Clyde Yancy, e, do lado brasileiro, Antonio Carlos Palandri Chagas, Maria de Lourdes Higuchi, José Antonio Marin Neto, Nadine Oliveira Clausell, José Carlos Nicolau e Leopoldo Soares Piegas. Antonio Carlos Palandri Chagas O 63º Congresso Brasileiro de Cardiologia superou todas nossas expectativas pela organização e a impressionante qualidade da produção científica. As mesas foram de altíssima nível e de grande abrangência. É de se destacar a excelente integração da SBC com as sociedades internacionais, como o American College of Cardiology, a SOLACI, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia e o Ministério da Saúde. Este sucesso confirma nossa idéia de mudar a maneira de fazer um Congresso de Cardiologia, que deve ser imaginado e programado a partir das sugestões de conteúdo vindas dos departamentos. Estes departamentos representam a base real da pesquisa e da prática da cardiologia e são responsáveis pela qualidade de nosso congresso de Curitiba.

Cardiologia brasileira falha por não ter parâmetros de qualidade A cardiologia brasileira tem importantes líderes e reconhecimento internacional. Em contrapartida, a assistência em cardiologia que se presta no país não tem parâmetro de qualidade. Esta disparidade pontuou a palestra do Dr. Evandro Tinoco Mesquita, durante o fórum O Desafio da Qualidade. Para ele, cardiologia com qualidade significa fazer a coisa certa, na hora certa, do jeito certo, seguindo diretrizes e propósitos, dentro de um determinado conceito e contexto. O cardiologista brasileiro não está conseguindo tratar do seu paciente, na avaliação do Dr. Mesquita. A começar pela falta de um banco de informações sobre o tratamento realizado nos consultórios, clínicas, políclínicas e hospitais. Na área do SUS, esta assimetria é mais evidente e está comprovada por diversos estudos e pesquisas. A principal delas, conduzida pelo Ministério da Saúde, comprova que a atenção à emergência cardiológica é o pior serviço público prestado no país. Somam-se a este levantamento preocupante, estudos e trabalhos científicos que demonstram falhas em outros níveis de atenção ao paciente, antes mesmo dele ser removido ao hospital e nas demais etapas do tratamento, segundo o palestrante. Para ilustrar a gravidade dos problemas enfrentados atualmente na assistência em geral, foram apresentados dois slides na palestra. No primeiro, uma obra de arte servia como exemplo da medicina baseada em evidências, que faz dos médicos brasileiros serem reconhecidos internacionalmente. No outro, o fundo de uma panela engordurada era mostrado para representar a obscuridade que representa o desafio a ser vencido, para se buscar uma cardiologia de qualidade. Esta busca, no entender do Dr. Mesquita, deve ser uma bandeira a ser seguida todos os dias pelo cardiologista, como médico e cidadão. O conferencista americano Dr. Jack Lewin, em sua conferência sobre a qualidade no atendimento cardiológico nos Estados Unidos, proferida durante o fórum O Desafio da Qualidade alertou que a principal ameaça à autonomia do cardiologista é a sua individualidade, por isolar-se dos seus pares deixando de compartilhar informações que poderiam resultar na melhoria dos serviços prestados ao paciente. O Dr. Jack Lewin deu início a sua conferência lembrando que há vários anos os médicos norte-americanos definiram que a premissa básica para o sucesso no tratamento depende, prioritariamente, da informação precisa. Isto inclui, entre outros dados, a implementação de registros em todos os níveis do atendimento, total conhecimento do prontuário, definição de parâmetros e informações completas sobre o perfil sócioeconômico do paciente. 63º CONGRESSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA 09 DE SETEMBRO DE 2008 Principal ameaça à autonomia do cardiologista é a sua individualidade O levantamento desses dados possibilitou aos cardiologistas compartilharem informações para, a partir daí, desencadear um ambicioso projeto de atenção cardiológica, através da campanha Quality First Atendiment. Sua principal ferramenta foi a construção de um site que disponibiliza informações completas sobre as várias etapas do tratamento de forma clara e objetiva. A filosofia da campanha, no entanto, não para aí. Através do site, o paciente pode também acompanhar novos estudos e esforços destinados a melhorar a A hipertensão refrátaria, que está crescendo no mundo, está sofrendo algumas alterações de definição, explicou o Dr. David Calhoun, professor da University of Alabama, Birmingham, e coordenador do Scientific Statement 2008 da AHA sobre a hipertensão arterial. Em 2003, a hipertensão refrataria era definida como hipertensão resistente às doses máximas de 3 drogas, incluído um diurético. Agora, em 2008, a referência às 3 drogas persiste, mas apenas uma delas deve ser idealmente um diurético, e as doses utilizadas não são mais máximas, mas ótimas. Deve ser usados 3 antihipertensivos de classes diferentes. Uma hipertensão controlada com 4 ou mais medicamentos deve ser considerada resistente. A prevalência da hipertensão resistente aumenta, segundo o estudo ALLHAT, que considera que após 5 anos de tratamento, 51% dos pacientes precisam de pelo menos 3 drogas. qualidade no atendimento, ser informado sobre revisões de diretrizes e se realmente é o foco de todo o tratamento. Hoje sabemos que a população norteamericana concorda que os cardiologistas devem chamar para si a responsabilidade do controle de qualidade do atendimento uma vez que o governo já demonstrou que não tem condições de exercer um trabalho objetivo nessa área. Porém, para continuarmos conquistando plenamente essa confiança depositada pela população, precisamos ter o entendimento de que somente unidos alcançaremos nossa autonomia e nossa força política. Esta mensagem vale também para os colegas brasileiros, num momento importante no qual a SBC também atua intensamente pelo fortalecimento e autonomia da classe, visando a melhoria da qualidade do atendimento da população. O tratamento sugerido pelo Dr. Calhoun insiste, fora da perda de peso e a diminuição do sal alimentar, sobre o uso dos diuréticos, preferencialmente a clortalidona 25 mg, no qual pode ser acrescido um BRA ou IECA e eventualmente um antagonista do cálcio. O Dr. Calhoun estima que a prevalência do aldosteronismo primário é importante, entre 17% e 22% dos casos de hipertensão refratária, o que justifica o uso de espironolactonas. Enfim a medida a mais importante seria o controle da ingestão alimentar de sal, sempre elevada demais. A diminuição do sal reduz a pressão sanguínea de 2,5 mmhg, incluído na hipertensão refratária.

63º CONGRESSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA 09 DE SETEMBRO DE 2008 Produção científica bate recorde A produção científica da cardiologia brasileira contemporânea bateu mais um recorde neste 63º Congresso Brasileiro, com o envio e submissão de 1.015 Temas livres. Pela quantidade e qualidade dos trabalhos enviados, a Comissão Científica e a Comissão Nacional Julgadora de Temas Livres terá um trabalho redobrado, se esforçando ao máximo para análise e seleção dos referidos resumos. De acordo com os integrantes dessas comissões, devido ao elevado valor científico dos temas recebidos, muitos representativos dos Programas de Pós-Graduação brasileiros, houve poucas reprovações. Somente na área da Medicina foram apresentados 870 e 660 selecionados para a apresentação em 65 Sessões Orais. Para a exposição em murais durante os três dias do evento 210 trabalhos mereceram destaque. Os melhores temas livres foram divididos em quatro categorias, cada uma delas homenageando expoentes da cardiologia nacional. Esses trabalhos ganharam destaque e foram apresentados em sessões especiais no decorrer da programação do congresso. Confira, ao lado, a relação de premiados. Os integrantes das comissões agradeceram a expressiva produção científica dos cardiologistas, destacando, também, o brilhantismo dos trabalhos apresentados nas áreas de enfermagem, psicologia, nutrição e fisioterapia, que com suas contribuições, engrandeceram ainda mais o programa científico do Congresso Brasileiro de Cardiologia. SBC dá início ao credenciamento de hospitais A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre tornou-se um dos primeiros hospitais oficialmente credenciados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia para a formação de médicos especialistas em coração. O credenciamento, até agora restrito a nove instituições de seis Estados brasileiros, começou a ser feito por treze professores de Cardiologia que integram a Comissão do Título de Especialista da SBC. Eles verificam se as instituições candidatas seguem normas semelhantes aos do programa de residência médica, se há garantia das necessárias atividades de ensino seja teórico, seja prático, os recursos humanos e físicos para qualificar os futuros cardiologistas e, após uma avaliação acurada, concedem o credenciamento, válido por cinco anos. Foram credenciados o Hospital e Maternidade Angelina Caron, de Campina Grande do Sul, no Paraná, o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia Fundação Adib Jatene, de São Paulo, a Universidade Federal de São Paulo EPM, de São Paulo, a Universidade Federal do Paraná, de Curitiba, o Hospital Santa Cruz Sociedade Brasileira e Japonesa de Beneficência, de São Paulo, o Hospital Santa Maria, de Teresina, o Hospital Cardiológico Costantini, de Curitiba, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, no Paraná, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o Instituto de Pós-Graduação Médica do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro, a Fundação Bahiana de Cardiologia, de Salvador, o Hospital Ana Nery, de Salvador e a Universidade Federal da Bahia Hospital Universitário Professor Edgard Santos, de Salvador. Para o presidente da Comissão, João Fernando Monteiro Ferreira, o credenciamento das instituições capacitadas é uma garantia da qualidade assistencial oferecida ao paciente brasileiro, que tem todo o direito de ser atendido por cardiologistas muito bem preparados e atualizados. Justamente para garantir essa permanente atualização, a Comissão promoveu um encontro com os presidentes das Sociedades Estaduais de Cardiologia, cujo objetivo é dar uma nova formatação ao Curso Nacional de Reciclagem, que tanto recicla os especialistas, atualizando-os sobre novas técnicas, procedimentos e medicamentos, como também serve como uma espécie de curso preparatório para quem pretende fazer a Prova de Título. O resultado do debate com as entidades estaduais resultou num curso mais compacto, de Imersão Total em Cardiologia, padronizado e que pode ser assumido por qualquer sociedade dos Estados de forma acessível. As sociedades interessadas em realizar o Curso, que até agora era limitado a 4 Estados, podem entrar no site w ww.cardiol.br e no ícone Título de Especialista está disponível toda a informação sobre como se candidatar à montagem do curso em qualquer cidade. Resultado dos temas livres orais Prêmio João Tranchesi Categoria: Métodos Diagnósticos Trabalho premiado: TLO298 Fibrose miocárdica como fator de risco para morte súbita cardíaca na cardiomiopatia hipertrófica Autor: Afonso Akio Shiozaki InCOR (SP) Prêmio Gastão Pereira da Cunha Categoria: Clínica/Epidemiologia Trabalho premiado: TLO308 Custo-efetividade de desfibriladores implantáveis no Brasil: análise em prevenção primária no setor público Autor: Rodrigo Antonio Ribeiro UFRGS (RS) Prêmio Domingo Edgardo Junqueira de Moraes Categoria: Cirúrgica/Intervenção Trabalho premiado: TLO571 AKIN (Active Kidney Injury Network): disfunção al após cirurgia de revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea Autor: Maurício de Nassau Machado Faculdade de Medicina de São José do rio Preto (SP) Prêmio Eduardo Moacir Krieger Categoria: Pesquisa básica / experimental Trabalho premiado: TLO579 O poliformismo Glu298asp da enos causa atenuação na vasodilatação muscular reflexa induzida por exercício Autor: Rodrigo Gonçalves Dias, do InCor

SBC apóia proibição do fumo em locais fechados A Sociedade Brasileira de Cardiologia anunciou durante o Congresso que apóia veementemente a iniciativa do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no sentido de proibir o hábito de fumar em locais fechados. A preocupação da entidade com o tabagismo está expressa na exposição inaugurada durante o evento, no Museu Oscar Niemeyer. No local, estudantes das escolas públicas são orientados sobre os fatores de risco para doenças cardíacas, entre eles, o tabagismo. O presidente da Funcor, Rui Fernando Ramos, reconhece que, embora o Brasil tenha conseguido uma grande vitória, em reduzir para 32% o índice de fumantes feito único no mundo é preciso continuar desenvolvendo campanhas que afastem os jovens do cigarro. A primeira experiência com o tabaco tem sido muito precoce, por volta dos 14 de idade, observa. Com efeito, a SBC acredita que todo o empenho deve ser efetivado para que os adolescentes não iniciem a dependência da nicotina e sofram suas conseqüências no futuro. O Dr. Edgard Niclewicz (Paraná) explicou que nos últimos anos, à luz do melhor conhecimento da fisiopatologia do paciente diabético, envolvendo outros hormônios além da insulina, como o aumento do glucagon e a diminuição do GLP-1, novas drogas têm sido desenvolvidas com o objetivo não só de se atingir o controle metabólico ideal, mas também de preservar as células beta das ilhotas de Langerhans. O Dr. Edgard Niclewicz aprovou a platéia formada de cardiologistas, pela qualidade e a praticidade das perguntas. Tem que fazer parte da medicina moderna um conhecimento melhor do diabetes pelos cardiologistas. Eles estão começando a entender..., disse. A formulação de um programa de transplante cardíaco exige ter acesso a um centro de excelência em cirurgia cardiovascular que permita selecionar os pacientes, realizar o transplante e acompanhá-los. Hoje, a parte a mais difícil é a captação de órgãos, explica o Dr. José Teles de Mendonça (Sergipe), presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, que abriu o primeira centro de transplante do Nordeste, em Aracaju, há 20 anos. Por incrível que parece, temos ainda de divulgar para os médicos os critérios da morte encefálica, porque eles não conhe- 63º CONGRESSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA 09 DE SETEMBRO DE 2008 Tempos difíceis para o transplante cardíaco José Teles de Mendonça Somente 24% das mulheres recebem informações inerentes à prevenção de doenças cardíacas pelo contato com os médicos. A grande maioria se informa por meio de revistas leigas, reportagens da TV ou jornais. O Dr. Habubac Val de Oliveira destacou que, a partir dos 60 anos de idade, a doença cardiovascular, que nas faixas de idade anteriores era mais prevalente entre os homens, se iguala. Na casa dos setenta anos, a situação se inverte, pois o índice é ainda maior entre as mulheres, constata. O especialista citou como exemplo, as mulheres americanas que reconhecem na doença cardíaca a principal causa de morte no país, mas também não se beneficiam dos programas de prevenção. No Brasil, quando perguntadas sobre qual a doença que mais lhes causam preocupação, a maioria cita o câncer de mama como tal, desconhecendo que a DCV é a principal causa de óbitos no País. De acordo com o também palestrante Dr. José Xavier de Melo Filho, muitas vezes, a paciente abre o quadro da doença já com o infarto. Antes disso, muitos sintomas são mascarados, confundindo o médico, por isso, no seu entender a menor acurácia. 67% delas sabem que dor no peito é fator de risco para DCV e apenas 10% tem conhecimento de que náuseas, indigestão, fadiga e dispnéia, entre cem o momento da morte que permite efetuar o transplante em boas condições. O segundo problema é a estrutura da urgência, no Brasil, que está passando por uma fase difícil. Queremos conscientizar as famílias, mas como convencer quando o doador morreu no hospital porque foi mal socorrido e atendido?, disse. Esta falência da estruturas explica em boa parte o número relativamente pequeno de transplantes realizados no Brasil: hoje são apenas 100 a 120 intervenções por ano, mas precisaria de pelo menos 500 transplantes anuais. DCV na mulher: tema atual e preocupante outros distúrbios, também são fatores que devem ser mais bem investigados, observa. A palestrante Dra. Maria Alayde Mendonça da Silva citou as intervenções no estilo de vida das mulheres que, comprovadamente, obtêm ganhos importantes, como abandono do tabagismo, atividade física de pelo menos 30 minutos diários, uma dieta que contemple a ingestão de, apenas, 10% de gorduras saturadas e o consumo de alimentos ricos em fibras e frutas, além do controle dos sintomas de depressão, caso seja necessário. Dentre as barreiras encontradas para que a mulher busque o auxílio, os palestrantes citaram a falta de informação como principal obstáculo, em seguida, constataram que muitas pacientes não suportam a idéia de mudar o estilo de vida e, boa parte delas, diz se preocupar mais com a saúde dos seus familiares do que com a sua própria saúde. Finalizando, a coordenadora lembrou que o profissional de saúde mais procurado pelas mulheres é o ginecologista. Assim, uma boa estratégia seria interagir com tais especialistas, usando-os como pontes para alertas e difundir entre as mulheres os programas de prevenção de doenças cardiovasculares. O atual sistema de pós-graduação na área médica foi criado na década de 70. Apesar disso, ainda é considerado um modelo de sucesso, mas que precisa ser repensado para melhorar e aperfeiçoar o que já foi feito e para incorporar novos avanços. Esta foi a conclusão a que chegaram os participantes do fórum Pós-Graduação na Área Médica Avanços, problemas e perspectivas. De acordo com o Dr. Francisco Rafael Laurindo, coordenador de Pesquisas da SBC e coordenador do Fórum, o sistema nacional de pós-graduação atualmente em vigor foi fundamental para alavancar a ciência, na área médica. Na primeira parte do Fórum, o Dr. José Roberto Lapa e Silva fez um apanhado sobre os principais critérios adotados pelo Capes na avaliação dos programas de pós-graduação. Para o professor José Fernando Perez, a pós-graduação em medicina precisa integrar-se à Biotecnologia.

63º CONGRESSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA 09 DE SETEMBRO DE 2008

6 Pocket book e sala das diretrizes: aprovados O índice de aprovação do pocket book das 10 diretrizes mais recentes da SBC foi significativa, felicita-se o Dr. Jadelson Pinheiros de Andrade. Os cardiologistas aprovaram a praticidade, a qualidade da edição e dos resumos, que tornam este livro de bolso uma obra de referência para o dia-a-dia do ambulatório. A SBC atinge com isso seu objetivo que é de divulgar as diretrizes para criar uma normatização e uma uniformização das condutas. Já foram distribuídos 3 mil exemplares nos dois primeiros dias do congresso. A segunda edição, prevista para o próximo congresso deverá contar com 15 diretrizes. A sala das diretrizes atingiu também plenamente seu objetivo: foi freqüentada por 400 cardiologistas nos 2 primeiros dias, que foram em contato com os próprios editores das diretrizes e resolver assim dúvidas. 63º CONGRESSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA 09 DE SETEMBRO DE 2008 Eduardo Novaes, gerente de Acomplia, participe ao Congresso porque é uma das grandes oportunidades de encontrar de fato médicos do Brasil inteiro, e criar eventos de comunicação e atualização. Sanofi visita os clínicos gerais e especialistas como endocrinologistas e cardiologistas, mas o cardiologista tem um lugar privilegiado porque é formador de opinião, inclusivo para o clínico geral. Não poderíamos nos furtar de expor nossos principais lançamentos neste que é o maior evento da cardiologia brasileira, afinal nosso foco é voltado somente para esta especialidade, enfatiza S. C. Capelli, vice-presidente comercial da Biolab. O laboratório é parceiro habitual da Sociedade Brasileira de Cardiologia nos eventos promovidos pela entidade durante todo o ano. Prof. Dr. Fernando Fernandes, diretor médico; S. C. Capelli, vice-presidente comercial; e Airton de Magistris, diretor de marketing. O Dr. Audes Magalhães Feitosa (Pernambuco) participou dos estudos iniciais do rastreômetro brasileiro, idealizado pelo Dr. Marco Mota. Esse novo equipamento original de medida da PA, que será lançado em breve pela Omron, é destinado ao paciente e indica apenas se a PA é normal ou elevada. Mais barato, este equipamento apresenta a vantagem de diminuir o estresse do paciente em frente de números de PA muito elevados. O rastreômetro serve de sinal para consultar logo o médico, no caso de persistência de PA alta. Para Flávio Pontual, gerente de produto do Zetsim e Zetia, e o Dr. Eduardo Tutihashi, gerente médico, a participação no Congresso Brasileiro de Cardiologia é um momento privilegiado para mostrar e reforçar a imagem da empresa frente aos cardiologistas, e uma oportunidade para divulgar uma nova abordagem no tratamento da dislipidemia, através das atividades no estande. O Congresso oferece também a oportunidade de divulgar projetos institucionais como o CLACC (Conselho Latino Americano para o Cuidado Cardiovascular), projeto de cunho científico viabilizado pela ScheringPlough, cuja o objetivo é de educação médica continuada, através de informações atualizadas e a elaboração de ferramentas que auxiliam o médico na sua prática clínica.

63º CONGRESSO BRASILEIRO DE CARDIOLOGIA 09 DE SETEMBRO DE 2008 Morte súbita do atleta Dr. Manoel Fernandes Canesin (Londrina) A morte súbita do atleta choca sempre por sua fatalidade, e as vezes pela improvisação dos socorros. O Fórum de Fisioterapia organizou ontem uma mesa-redonda sobre o tema da medicina esportiva, privilegiando os temas do coração do atleta e da estratificação do risco. Para o Dr. Manoel Fernandes Canesin (Londrina), não temos ainda uma preparação adequado para o atendimento ao atleta em situação de emer- Fórum de fisioterapia gência. E disse que é preciso criar uma corrente que integra educação e treinamento, reconhecimento dos eventos, realização de manobras de compressão e ressuscitação, desfibrilação, suporte avançado e reabilitação. O fisioterapeuta é o profissional ideal para implantação de estruturas de atendimento emergencial ao atleta por estar presente nos estádios, clubes e piscinas e que, por enquanto, não dispõem desta corrente. A Sociedade Brasileira de Cardiologia agradece o apoio de suas Grandes Parceiras Categoria Diamante (investimentos acima de R$ 400.000,00) AstraZeneca / Biolab / SanofiAventis / Schering Plough Categoria Ouro (investimentos de R$ 150.000,00 a R$ 400.000,00) Ache / Boehringer / Daiichi-Sankyo / E.M.S. Sigma Pharma / Libbs / Merck Sharp Dohme / Novartis / Pfizer / Servier Categoria Prata (investimentos de R$ 40.000,00 a R$ 150.000,00) Durante o Congresso, dezenas de médicos, enfermeiros e acadêmicos aproveitaram a possibilidade de participar do curso intensivo de ACLS, com duração de um dia, que será ministrado até hoje, utilizando o novo manual e diretrizes atualizadas da American Heart Association. Durante o congresso as ferramentas do Consultório Digital, foram ensinadas para os médicos pela equipe de treinamento da área de informática da SBC, que desenvolveu este software. Abipecs / Bayer / Cardios / GE / HCOR / Janssen-Cilag / Manole / Medley / Medtronic / Merck S. A. / Micromed / Omron / Philips / Sandoz / Torrent / Toshiba Categoria Bronze (investimentos até R$ 40.000,00) Actelion / Análises / Art Med / Art Medical / Atheneu / Bovespa / CCL / Ciclomed / Cobra / Colgate / Cristália / Diagnóstico da América / DMS / Dr. Reddys / E. Tamussino / Edwards / El Sevier / Engemed / Esaote / Farmalab / Farmoquímica / For Medical / Geratherm / Glicomed / Inbrasport / INCL / Instramed / Johnson & Johnson / Josapar / Medical Mettler / Neurosoft / Pyramid / Roche / Salva Pé / SBHCI / Shimadzu / Siemens / TEB / TKL Importação / Trade Farma / Transform / Transmai / Unilever / X-Pro / Yoki EXPEDIENTE Jornal do Congresso Brasileiro de Cardiologia Presidente da SBC: Dr. Antonio Carlos Palandri Chagas Diretor de Comunicação: Dr. Renato A. K. Kalil Diretor Científico: Dr. Luiz Antonio de Almeida Campos Presidente do 63º Congresso: Dr. Paulo Roberto Ferreira Rossi Coordenação editorial: Núcleo Interno de Publicações da SBC Editor: Dr. Jean-Louis Peytavin Redação: René Delpy, Luiz Claudio Massa, Jorge Javorski Direção-Arte: Edson Lara (Criativa Design) Impressão: GPP Curitiba Realização: Medicina Hoje Rua Teodoro Sampaio, 2534/15 Pinheiros 05406-200 São Paulo SP Tel: (11) 8115 3636 Diretor comercial: Mauricio Galvão Anderson email: Mauricio@medicinahoje.com.br

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