AGROINDÚSTRIA. O BNDES e a Agroindústria em 2001 INTRODUÇÃO. SETORES PRODUTIVOS 2 - SP2 Gerência Setorial 1

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Transcrição:

AGROINDÚSTRIA SETORES PRODUTIVOS 2 - SP2 Gerência Setorial 1 O BNDES e a Agroindústria em 2001 INTRODUÇÃO Este informe apresenta dados referentes aos desembolsos do Sistema BNDES para a agroindústria no ano de 2001. Deu-se prosseguimento às análises contidas no Informe n o 19 e utilizou-se como unidade monetária reais constantes ajustados pelo IGP-DI de 31 de dezembro de 2001. 1) Complexo Agroindustrial O complexo agroindustrial engloba os setores de processamento, insumos, distribuição e produção primária. Em 2001, este complexo recebeu R$ 7,4 bilhões, o que equivale a 29% do total desembolsado pelo Sistema BNDES. Em relação a 2000, houve aumento de 42% dos desembolsos para o complexo agroindustrial, enquanto que o desembolso total do Sistema BNDES foi reduzido em 4%. Verifica-se, portanto, um significativo avanço do complexo agroindustrial, devido, principalmente, aos setores de celulose, agropecuário, de alimentos e de bebidas. Os desembolsos para o setor primário aumentaram 27% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 2,6 bilhões, o que representa 35% do total desembolsado para o complexo agro-industrial. O cultivo de cana (R$ 97 milhões) e o cultivo de frutas (R$ 65 milhões) receberam os maiores valores desembolsados. Quanto ao setor de carnes, os destaques foram as criações de ovinos e suínos, cujos desembolsos aumentaram respectivamente 677% e 206%. Já as criações de bovinos e de aves tiveram queda nos desembolsos de 20% e 73% respectivamente. O desembolso para o cultivo de fumo apresentou grande recuperação, com um aumento de dez vezes em relação a 2000. O setor de processamento apresentou aumento de 76% no valor dos desembolsos, alcançando R$ 3,8 bilhões, ou seja, 52% do total do complexo. A indústria de madeira foi a única neste setor a apresentar queda (-6%). Os destaques foram a indústria de fumo, com aumento de 618%, e a indústria de bebidas (129%), esta devido principalmente à fabricação de cerveja, que aumentou 333%, representando 83% desta indústria, e ao engarrafamento de água mineral, com aumento de 141%. A indústria de alimentos permaneceu como a de maior participação no setor de processamento, com 46%. A indústria de celulose ocupou o segundo lugar, com participação de 31%. Os desembolsos para o setor de insumos cresceram 123%, devido ao aumento de 950% nos desembolsos para a indústria química, que alcançaram R$ 322 milhões, com destaque para a fabricação de herbicidas. A indústria de máquinas, diferentemente, apresentou uma variação negativa de 13%. A participação do setor de insumos sobre o total financiado para o complexo agroindustrial aumentou de 4% para 7%. O setor de distribuição, por sua vez, recebeu R$ 470 milhões, o que equivale a uma queda de 34% em relação a 2000. Este setor representou 6% do total desembolsado para o complexo, quando havia recebido 57% no ano anterior. Os desembolsos para o comércio caíram 36% enquanto os recursos destinados para restaurantes cresceram 11%, movimentos estes inversos aos do ano anterior. O comércio permanece liderando o setor de distribuição, embora 1

tenha apresentado uma ligeira queda na participação nos desembolsos - de 97% para 95%, ao passo que o item restaurante aumentou sua participação de 3% para 5%. 2) Agroindústria A agroindústria engloba o setor agropecuário e as indústrias de alimentos, bebidas e fumo. De acordo com este conceito, a participação da agroindústria no total desembolsado pelo BNDES foi de 19%, o que equivale a R$ 4,8 bilhões. Verificou-se um aumento de 38% nos desembolsos para a agroindústria. Todos os segmentos apresentaram crescimento: indústria de fumo (618%), indústria de bebidas (129%), indústria de alimentos (45%) e agropecuária (27%). Mais uma vez, a agropecuária foi o segmento que teve maior participação no total desembolsado para a agroindústria (55%). Em seguida, encontram-se as indústrias de alimentos e de bebidas, com 37% e 8% respectivamente. Apesar das intensas variações das indústrias de bebidas e de fumo, a participação dos segmentos sobre o total da agroindústria não se alterou de forma significativa, pois ambos têm tido pouca participação nos desembolsos nos últimos três anos, uma média de 8% e 0,06%, respectivamente. Tabela 1 Desembolsos do BNDES para o Complexo Agroindustrial e para a Agroindústria 2000 2001 Evolução Complexo Agroind. 5,2 7,4 42% Agroindústria 3,5 4,8 37% Sistema BNDES 26,2 25,2-4% 3) Programas Especiais Em 2001 o BNDES operou 16 programas especiais (incluindo o Moderfrota) para a agroindústria. Três foram instituídos em julho (itens 6, 13 e 15 da Tabela 2), de acordo com as diretrizes do Governo Federal, e um foi extinto em junho (item 11). Tabela 2 Programas Especiais Programas Desembolso Número de Orçamento Distribuição Regional R$ Milhões Operações R$ Milhões N NE SE S CO 1 PRONAF 266 64.017 523 2% 14% 6% 77% 1% 2 PROPASTO 154 4.033 400 5% 7% 46% 18% 25% 3 PROSOLO 54 2.905 300 1% 13% 20% 44% 22% 4 PROLEITE 35 3.672 200 1% 10% 51% 23% 15% 5 PROFRUTA 23 824 100-28% 28% 44% - 6 ARMAZENAGEM 11 141 100 - - 12% 87% 1% 7 PRODECAP 8 482 70-75% 2% 24% - 8 PRODEVINHO 8 366 20 - - - 100% - 9 FRUTICULTURA RJ 7 3 100 - - 100% - - 10 PROCAJU 3 165 50-100% - - - 11 PROCAMOL 3 125 50 3% 28% 28% 39% 1% 12 PRODAMEL 2 157 20 1% 17% 53% 29% - 13 AQUICULTURA 0,924 26 70-48% 21% 31% - 14 PROVARZEASUL 0,796 31 50 - - - 100% - 15 FLORICULTURA 0,420 13 30-13% 35% 52% - 2

Dos onze programas operados em 2000, dois apresentaram redução dos desembolsos. Os desembolsos através do Prosolo, criado em 1998, diminuíram 36% e do Proleite, criado em 1999, 24%. Os seguintes programas tiveram os seus desembolsos incrementados: Profruta (9.063%), Prodevinho (5.614%), Procamol (2.603%), Prodamel (2.567%), Provarzeasul (1.106%), Prodecap (832%), Propasto (470%), Procaju (251%) e Pronaf (39%). Tais elevações podem ser explicadas a partir da data de criação dos programas, pois os que mais cresceram foram justamente os mais recentes. 4) BNDES- Exim O BNDES-Exim é uma linha de financiamento para exportações de bens e serviços de empresas estabelecidas no Brasil. Em 2001, o total desembolsado pelo BNDES através desta linha foi da ordem de R$ 6,3 bilhões, o que representa uma queda de 17% em relação a 2000. Já as exportações agroindustriais apresentaram um incremento de 68%, recebendo R$ 1,0 bilhão, o que equivale a 17% do total. Como nos anos anteriores, os desembolsos ficaram concentrados na indústria de alimentos e bebidas, que teve uma participação de 98% no total desembolsado para a agroindústria. Os destaques foram novamente os financiamentos para o setor de carnes (boi e frango), que respondeu por aproximadamente 88% do total destinado à agroindústria. 5) Finame Agrícola Os desembolsos através do Finame Agrícola em 2001 foram de R$1,8 bilhão, o que equivale a 51% do total financiado pelo Finame (R$3,5 bilhões) e representa um aumento de 29% em relação a 2000. O Moderfrota respondeu por 92% dos desembolsos do Finame Agrícola e a 49% dos desembolsos totais do Finame. Os financiamentos do Finame Agrícola foram realizados principalmente por agentes privados, responsáveis por 78% do total e os agentes públicos pelo restante, mantendo a mesma tendência verificada no ano anterior. As regiões Sul, Sudeste e Centro- Oeste foram, novamente, as que mais receberam recursos através do Finame Agrícola. A região Sul apresentou um aumento de 43% em relação ao valor desembolsado em 2000 e teve uma participação de 38% sobre o total, voltando a ser a líder. A região Sudeste, que liderou no ano anterior, ficou com 30% e a região Centro-Oeste recebeu 26%. As regiões Nordeste e Norte participaram com 5% e 1%, respectivamente. O Finame Agrícola vem apresentando variações positivas tanto nos totais desembolsados quanto na proporção de financiamentos com juros fixos que em 2001, chegou a 96% do total financiado (vide quadro abaixo). Tabela 3 Finame Agrícola: Programas com Juros Fixos (Em R$ Milhões) Ano Programas com Juros Fixos Finame Agrícola Linha Moderfrota Total(a) (b) Especial Participação (a / b) 1996 - - - 354,6-1997 97,5-97,5 521,9 19% 1998 451,2-451,2 598,0 75% 1999 901,9-901,2 966,9 93% 2000 312,4 1.171,9 1.484,3 1.551,0 96% 2001 79,3 1.699,9 1.779,2 1.848,0 96% A partir do gráfico 1, verifica-se que, considerando o ano de 1994 como base 100, o índice de desembolsos via Finame Agrícola teve crescimento superior ao índice de vendas de máquinas agrícolas, o que significa maior disponibilidade de crédito, que pode ser explicada, em grande parte, pelo crescimento dos desembolsos via Moderfrota, programa com juros fixos criado em 2000. 3

Gráfico 1 Vendas de máquinas agrícolas (mercado interno) e desembolsos Finame Agrícola: 1994-2001 (1994 = 100) 120 100 80 60 40 20 0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 Venda de Máquinas Financiamento Finame Agrícola Fonte: BNDES e Anfavea. Elaboração: BNDES 6) Valor Médio dos Financiamentos O valor médio dos financiamentos para a agroindústria teve redução de 3%, passando de R$ 41 mil em 2000 para R$ 39 mil em 2001. Esta queda se deu em função da elevação do número de operações (43%), que foi superior ao aumento do valor desembolso (38%). Deve-se levar em conta a inclusão do Pronaf nesta análise, pois este é um programa governamental que apresenta excepcionalidades em relação às linhas convencionais existentes no mercado, atendendo a um tipo de cliente não tradicional, que até recentemente não tinha nenhum acesso a financiamento. O valor desembolsado através deste programa correspondeu a 10% do total destinado à agroindústria e o número de operações a 53% do total. Tabela 4 Valor Médio dos Desembolsos e Número de Operações (Em R$ Mil) Valor Médio Evolução Número de Operações Evolução 2000 2001 01/00 2000 2001 01/00 Agropecuária 25 22-12% 82.604 118.820 44% Alimentos 771 956 24% 1.582 1.844 17% Bebidas 584 1.035 77% 295 381 29% Fumo 130 1.867 1336% 4 2-50% TOTAL 41 39-3% 84.485 121.047 43% 7) Principais Cadeias As cadeias de carnes e cana-deaçúcar continuam sendo as líderes em termos de desembolsos, com valores de R$ 1,1 bilhão e R$ 313 milhões, respectivamente. A mudança se deu no terceiro lugar, ocupado em 2000 pela cadeia de grãos e em 2001 pela de frutas, que cresceu 26% em relação ao ano anterior. As cadeias em que houve retração nos desembolsos foram as do café (-24%) e de grãos (-9%). Tabela 5 Desembolsos do BNDES por Principais Cadeias (Em R$ milhões) CADEIA 2000 2001 Evolução 00-01 CARNES 868 1.137 31% CANA DE AÇÚCAR 183 313 71% FRUTAS 82 103 26% GRÃOS 106 96-9% LATICÍNIOS 59 68 15% CACAU 37 48 29% CAFÉ 41 31-25% FUMO 1 8 748% 8) Desembolsos por Região As regiões que apresentaram crescimento no valor dos financiamentos foram as regiões Sudeste, Sul e Norte. A região Sudeste recebeu R$ 2,2 bilhões, 74% a mais que em 2000, aumentando sua participação de 36% em 2000 para 45% em 2001, com destaque para a indústria de alimentos e de bebidas, que tiveram um aumento de 89% e 196% respectivamente. A região Sul apresentou um crescimento de 53% totalizando R$ 1,6 bilhão. A indústria de alimentos e a agropecuária cresceram 64% e 48%, respectivamente. O único setor que apresentou queda foi novamente o de bebidas (-8%). A participação da região Sul no total desembolsado aumentou de 21% para 33%. 4

Os desembolsos para a região Norte cresceram 26% totalizando R$ 40 milhões. Todos os setores apresentaram crescimento. Destacaram-se os setores de alimentos e de bebidas, que tiveram evolução de 116% e 95% respectivamente. No entanto, a participação da região Norte no total desembolsado foi de apenas 1%, mais uma vez a menor. As regiões Nordeste e Centro-Oeste tiveram redução dos valores desembolsados de 20% e 8% respectivamente. Na região Nordeste, os desembolsos para a indústria de bebidas cresceram 111%, enquanto que a indústria de alimentos e a agropecuária apresentaram quedas de 34% e 20%, respectivamente. Na região Centro-Oeste, o setor agropecuário foi o único apresentar crescimento (15%). As indústrias de alimentos e bebidas nesta região tiveram queda de mais de 50% nos desembolsos. Gráfico 2 Participação das Regiões nos Desembolsos para Agroindústria Centro- Oeste 13,9% Norte 0,8% Nordeste 7,2% Sul 32,6% Sudeste 45,5% Equipe responsável: Paulo Faveret Filho - Gerente Luciana Thibau - Estagiária Cristina Turano - Editoração 5