FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE CURSO DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA



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Transcrição:

2 FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE CURSO DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA ANATOMIA DO PÂNCREAS Orientando: MÁRCIA DA SILVA LIMA Orientador: Esp. GLÊICIO OLIVEIRA VALGAS BRASÍLIA 2013

3 MÁRCIA DA SILVA LIMA CURSO DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA ANATOMIA DO PÂNCREAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial do curso de Tecnólogo em Radiologia, para obtenção do título de Tecnólogo, sob a orientação do professor Especialista: Glêicio Oliveira Valgas. BRASÍLIA 2013

4 RESUMO Introdução:A busca pelo conhecimento da anatomia humana e uma constante, na área de saúde. Atualmente vivenciamos uma anatomia tecnológica onde podemos avaliar as estruturas internas do corpo humano com precisão inimaginável. Dentre estas tecnologias esta o tomógrafo computadorizado que fornece imagens seccionais e proporciona manipulações diversas, visando à visualização da mesma estrutura de vários ângulos e formas. Objetivos:O presente trabalho tem o intuito de demonstrar o contexto da análise anatômica através de imagem seccional e assim relacionar as teorias e conceitos assimilados até o presente momento em nosso curso de tecnólogo em radiologia com a realidade prática do profissional que pretendo almejar com a conclusão dessa etapa de estudos. Metodologia:O desenvolvimento da experiência contida neste trabalho foi embasado por conhecimentos de diversos autores relacionados à anatomia do pâncreas. Para a confecção deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas, onde foi delimitada a anatomia radiológica do pâncreas em imagens seccionais adquiridas por Tomógrafo de mais de seis canais Conclusão:A tomografia computadorizada é considerada a mais informativa para a avaliação do pâncreas, produzindo as melhores definições do órgão, sendo inclusive o mais indicado na suspeita de adenocarcinoma de pâncreas. Palavras-chaves: Anatomia, Pâncreas. Seccional. ABSTRACT Introduction: The search for knowledge of the human anatomy is constant in the health area. Nowadays, we are facing a technologic anatomy where the internal structures of the human body can be precisely evaluated. Among all this technologies, there is the computer based tomograph which provides sectional images and various manipulations aiming the visualization of the same structure from various angles and forms. Goals: This paper aims to demonstrate the context of the anatomic analysis through sectional images and to associate the theory and concept learned in this course with the practical reality of a professional that I want to become by the end of this course. Methodology: The development of the experiment in this paper was based on knowledge related to the anatomy of the pancreas of various authors. To develop this paper, many bibliographic researches have been done and the radiologic anatomy of the pancreas was limited in sectional images acquired with a tomograph that has more than 6 channels. Conclusion: The computer based tomography is considered is the most informative for the pancreas evaluation because it provides the best definitions of the organs. Moreover, it is the most indicated test in case pancreas adenocarcinoma is suspected Key words: Anatomy, Pancreas. Sectional.

5 1. INTRODUÇÃO A busca pelo conhecimento da anatomia humana e uma constante, na área de saúde. Existindo relatos datados de 287 a. C. que pertence ao Teofrasto, discípulo de Aristóteles, que batizou os seus estudos com Anna temneis. De acordo com Freitas (2008), o termo anatomia origina-se do grego (ana: em partes; temnein: cortar, incisar). Significa separar ou isolar naturalmente as estruturas das várias regiões do corpo para estudo pelo método de dissecação. É empregado para designar o ramo da ciência que se ocupa do estudo da morfologia, da estrutura e da arquitetura do corpo humano. Durante muitos séculos de estudos existiram muitas teorias descartadas e mudanças da nomenclatura. Nos dias de hoje vivenciamos uma anatomia tecnológica onde podemos avaliar as estruturas internas do corpo humano com precisão inimaginável. Dentre estas tecnologias está o Tomógrafo computadorizado que fornece imagens seccionais e proporciona manipulações diversas, visando à visualização da mesma estrutura de vários ângulos e formas. Dentre as diversas estruturas anatômicas do corpo humano o pâncreas é um dos mais volumosos e de mais difícil visualização para os exames de imagens, em particular pela sua localização retroperitonial. Por muito tempo este órgão ficou escondido para os exames radiológicos, sendo que só a partir da década de 1970 com a introdução de novas tecnologias, foi possível a sua visualização direta, principalmente através da tomografia computadorizada, ecografia e ressonância magnética. Diante disso, relacionando os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo do curso de radiologia com os exames de imagem atualmente utilizados no campo da Medicina, como a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e outros métodos, esta pesquisadora buscou, por meio de literaturas de autores e de instituições da área de anatomia e radiologia, fazer uma explanação do estudo anatômico e radiológico do pâncreas. Tornando este estudo um meio eficaz de confirmar conhecimentos necessários ao profissional de tecnologia em radiologia. Junto a isso, essa pesquisa pretende mostrar aos leitores, definições claras relacionadas ao pâncreas, de como ocorrem os exames de imagem relacionados a este órgão, quais os melhores e mais eficazes métodos e como está a evolução das atuais tecnologias de imagem em relação ao precoce diagnóstico de patologias que acometem o pâncreas.

6 2. OBJETIVOS O presente trabalho tem o intuito de demonstrar o contexto da análise anatômica através de imagem seccional e assim relacionar as teorias e conceitos assimilados até o presente momento em nosso curso de radiologia com a realidade prática do profissional que pretendoalmejar com a conclusão dessa etapa de estudos. Dessa forma, este trabalho proporcionará a observação e conhecimento da anatomia radiológica do pâncreas, além disso, através deste, é possível observar outros fatores e contextualizar o trabalho realizado como a necessidade do tomógrafo na analise de imagens durante seu tratamento. Demonstrando a anatomia do pâncreas em busca de imagens de qualidade para laudo. 3. METODOLOGIA O desenvolvimento da experiência contida neste trabalho foi embasado por conhecimentos de diversos autores relacionados à anatomia do pâncreas. Para a confecção deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas, onde foi delimitada a anatomia radiológica do pâncreas em imagens seccionais adquiridas por Tomógrafo de mais de seis canais, incluindo a consulta, leitura e seleção dos conteúdos desejados em artigos científicos e publicações diversas, sempre citando as fontes. Imagens pesquisadas também foram agregadas ao trabalho. Os materiais que auxiliaram na confecção do trabalho foram: computadores, internet, folhas de papel A4, impressora, tinta de impressora, hard disk (HD) externo e outros dispositivos de armazenamento. Dessa forma, o método de pesquisa desse estudo foi à leitura de diversas obras relacionadas à anatomia do pâncreas, delineando os diversos conceitos inseridos ao tema proposto. Percorrendo um caminho que buscou nestes conceitos, visualizar a eficácia dos exames de imagem para o diagnóstico do pâncreas por Tomógrafo de mais de seis canais. 4.Definição e Anatomia do Pâncreas O pâncreas (fig. 01 e 02) será destacado por algumas definições pesquisadas a respeito deste órgão. Farias (2003) define pâncreas como glândula abdominal que exerce dupla função, a de segregar o suco pancreático, que contém três enzimas diferentes (a tripsina, a amílase e a lípase), agindo respectivamente sobre as proteínas, os amiláceos e as gorduras e a

7 de funcionar como glândula endócrina, formando insulina, que regula o nível de glicose no sangue e o metabolismo dos glicídios. Figura 01 anatomia do pâncreas Sistema Digestório (FONTE:www.culturamix.comsaudededeencasdoencado-pancreas) Segundo Tortora (2002), o pâncreas é um órgão achatado localizado na curva do duodeno, a primeira parte do intestino delgado, ele tem função endócrina e exócrina e secreta os hormônios glucagon e insulina, ambos relacionados ao controle da glicose no sangue. A insulina estimula a absorção da glicose presente no sangue e o seu armazenamento no fígado, na forma de glicogênio. Já o glucagon estimula o aumento da concentração de glicose no sangue e a quebra do glicogênio. O pâncreas produz diariamente de 1200 1500ml de suco pancreático. Brites (2009) diz que a deficiência de insulina no organismo provoca uma doença conhecida como diabetes melito. A baixa concentração de insulina dificulta a absorção de glicose, afetando o metabolismo celular e provocando um aumento dessa substância no sangue. Figura: 02 Anatomia do pâncreas (FONTE: http:www.grupoescola.compesquisapancreas.html)

8 De acordo com Portela e Pereira (2012, p.49), o pâncreas é uma glândula volumosa anexa ao arco duodenal. Localizando-se transversalmente em frente dos grandes vasos e do rim esquerdo, desde a segunda porção duodenal ao baço. Os autores afirmam que este é um órgão retroperitonial referenciado a primeira e segunda vértebra lombar. É ligeiramente obliquo para cima e para a esquerda, apresentando uma concavidade posterior que abraça a coluna vertebral e uma anterior moldada sobre a face posterior do estômago. A sua topografia é variável podendo desenvolver-se mais ou menos em altura. O pâncreas segundo os autores é um órgão extremamente fixo, sendo considerado por alguns como o mais fixo do organismo, contribuindo para a faixa de Treitz, o arco duodenal e as estruturas que o atravessam. Depois do fígado o pâncreas é a glândula anexa mais volumosa do sistema digestivo. Composto por cabeça corpo e calda, é uma glândula exócrina e endócrina. A secreção endócrina é a insulina e a exócrina o sulco pancreático. O comprimento do pâncreas varia de 12,5 a 15 cm e seu peso na mulher é de 14,95g e no homem 16,08g (DÂNGELO, 2004). Segundo Pisco (2003), é importante conhecer a localização do pâncreas, assim como as relações com os órgãos vizinhos, pois este faz parte de um sistema que é um conjunto de órgãos relacionados que desempenham uma função comum no sistema digestório. O Pâncreas funciona na digestão e na absorção dos alimentos, que além dele é composto pelos seguintes órgãos: boca, glândulas salivares, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar. O pâncreas compõe também o sistema endócrino, juntamente com a epífise, tireóide, paratireóide, pineal, suprarrenais, ovários e testículos. O pâncreas é composto pelos tecidos ácinos responsáveis pela produção de enzimas digestivas e pelas ilhotas produtoras de hormônios. As enzimas digestivas são liberadas das células dos ácinos e chegam ao ducto pancreático por vários canais, sendo secretadas no duodeno. Os hormônios são secretados na corrente sanguínea, também é secretada grande quantidade de bicarbonato de sódio para proteger o duodeno, neutralizando ácido proveniente do estômago. O ducto pancreático principal une-se ao ducto biliar comum no esfíncter de Oddi, onde ambos drenam para o interior do duodeno na papila de water (GARCIA, 2013). 4.1. Exames de imagem De acordo com Ardengh (2008), atualmente, a ultrassonografia (US), tomografia computadorizada (CT) e a ressonância magnética (RM) abdominal são ineficazes para a detecção precoce do adenocarcinoma ductal do pâncreas (ADP), pois são métodos não confiáveis para a identificação de tumores menores que 1-2 cm. A maior limitação em avaliar

9 seu papel na detecção do ADP precoce é que quase todos os estudos são realizados em pacientes sintomáticos. Reconhecem-se as melhorias nas tecnologias, como o desenvolvimento da CT com multi-detector de 64 canais e da RM mais potentes, mas nenhuma dessas técnicas obtiveram sucesso na detecção de tumores pancreáticos menores que 1 cm em uma população de pacientes assintomáticos. Os pesquisadores afirmam que o principal método para a detecção de massas pancreáticas como método de imagem é a CT (fig.03), que fornece informações sobre a invasão vascular, presença de metástases em Linfonodo e à distância. A técnica favorece o estudo das fases arterial e portal após injeção do meio de contraste não iônico. Eles indicam que os ADPs tendem a ser menos vascularizados que o parênquima normal e, assim, podem ser detectados pelo método. Programas de computador podem fazer reconstruções tridimensionais e seletivas (como na angiografia por CT). A exatidão da RM no diagnóstico do ADP varia de 90% a 100%. A colangiopancreatografia por RM (CPRM) é um avanço recente da técnica, sendo capaz de produzir imagens semelhantes às obtidas pela colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPER), porém existem fatores que limitam seu uso: custo, dificuldade de interpretação e disponibilidade. Figura 03 Imagem de Tomografia Computadorizada (FONTE:artigoaeira050101a httpmventura.br.tripod.comartigo6) 4.2. Anatomia Radiológica De acordo com Freitas (2008), no seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. A Anatomia

10 Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). Para falarmos em anatomia radiológica, é importante ressaltar o conceito de radiologia, definição esta adquirida ao longo do curso acadêmico. Para ilustrar melhor esse conceito, buscamos o Portal da Universidade Federal de Santa Catarina, que define radiologia como à área da medicina que utiliza raios X, isótopos radioativos com o uso de radiações ionizantes para a realização de diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças. Diante dessa definição, podemos inferir que Anatomia Radiológica é o estudo da estrutura e função do corpo que utiliza técnicas de imagem, com o objetivo de identificar estruturas e patologias, visando o conhecimento de alterações causadas pelas lesões. Atualmente, a tecnologia tem nos apresentado diversos equipamentos com objetivo de fazer com que esses recursos de imagem sejam cada vez mais eficazes na definição dos diagnósticos. Contudo, na sequência dessa pesquisa, como equipamentos que utilizam técnicas de imagem, será destacado o uso da ecografia (fig.04) e tomografia para o diagnóstico do tumor de pâncreas. Figura 04 Ecografia do pâncreas (Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-28032008000200016&script=sci_arttex)

11 4.3. Anatomia Radiológica do Pâncreas Segundo Távora (2003),relata que durante muito tempo, o pâncreas foi um órgão escondido para análise de imagens. Eram somente diagnosticadas patologias pancreáticas através de sinais indiretos, observados nos estudos radiográficos com contraste a base de bário das vias gastrointestinais e na radiografia simples do abdômen geralmente em fase avançada da doença. Conforme Távora (2003) após a década de 1970 se tornou possível à visualização direta dos órgãos pelas técnicas de ecografia e a tomografia computadorizada, (Fig.05) por ultimo a ressonância magnética. Em paralelo surgiu o desenvolvimento das técnicas de intervenção radiológica como a descompressão por via percutânea ou endoscópica da obstrução das vias biliares, possíveis apenas por abordagens cirúrgicas, a punção aspirativa com agulha fina e a drenagem de coleções pancreáticas e peripancreáticas com introdução de cateteres, técnicas orientadas por intermédio da ecografia e da tomografia computadorizada. Figura 05- //Fonte:httprevista.hupe.uerj.brolhetalhe-artigo.aspid=166 De acordo com Pinto (2005), a crescente utilização dos métodos de imagem, especificamente a ultrassonografia, pela facilidade de execução, não ser invasiva e custo relativamente baixo, tem permitido o diagnóstico sugestivo de casos assintomáticos. O diagnóstico pode ser confirmado pela tomografia computadorizada após injeção de contraste, arteriografia hepática ou por ressonância magnética.

12 Figura 06 Ecografia demonstrando nódulos ipodenso na cabeça do pâncreas -Fonte:<www.rb.org.br> Figura 07 tomografia computadorizada com aumento volumétrico em topografia da cabeça do pâncreas// Fonte:<www.rb.org.br> 5. Evolução da Tomografia no Diagnóstico de Câncer de Pâncreas Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), do total de 58 milhões de mortes ocorridas no mundo, o câncer foi responsável por 13% de todas as mortes. Preocupados com a grave evolução da doença, hospitais de todo o mundo está se equipando para oferecer diagnósticos precisos e tratamentos mais eficientes na luta contra o câncer. Os novos equipamentos auxiliam na detecção precoce da doença, possibilitando a redução dos procedimentos invasivos, além de melhorar o monitoramento de recorrências da doença e melhor planejar e analisar a eficácia dos tratamentos. Os novos tomógrafos como o Siemens Definition Plus 128 disponível no Centro de Diagnóstico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, é um desses equipamentos. Capaz de rastrear o estadiamento de um tumor, o equipamento registra 400 imagens por segundo e faz

13 cortes de 0,25 mm, o que permite detectar, com maior precisão, lesões menores. O hospital é o primeiro no Estado de São Paulo a ter esse tomógrafo. É o mais avançado e revolucionário conceito em Sistema de Tomografia do país, explica o diretor de tomografia do hospital Rainer Haetinger. Com ele é possível ainda realizar uma CT em crianças sem aplicação de anestesia, uma vez que uma tomografia de tórax, por exemplo, é feita em apenas 4 segundos. O tomógrafo também reduz o tempo de exposição do paciente à radiação. Outro equipamento, também faz uso da alta tecnologia para detectar diferentes tipos de tumores. Resultado da combinação entre a observação anatômica realizada por meio da CT e a análise metabólica feita por um equipamento de Tomografia Computadorizada por Emissão de Pósitrons PET/CT é um método que agrega, em apenas um procedimento, dois exames essenciais para a avaliação dos pacientes com diferentes tipos de câncer. O procedimento garante excelente qualidade diagnóstica, sendo possível registrar anormalidades metabólicas na tentativa de identificar o local exato do tumor. Trata-se de um exame seguro, eficaz e não invasivo, que mostra a progressão da doença e avalia a resposta ao seu tratamento, explica o Dr. Douglas Jorge Racy, radiologista da Méd Imagem, do Hospital São José. O PET/CT faz uso de glicose marcada com material radioativo flúor-18, por isso necessitam de médico nuclear para sua realização. O exame mostra as áreas do corpo que estão acumulando muita glicose, o que pode representar células cancerosas em atividade. 5.1. Epidemiologia e Fatores de Risco do Câncer de Pâncreas De acordo com Prata (2013), o câncer de pâncreas é a quarta causa de morte por câncer nos Estados Unidos. A sobrevida em 5 anos é menor que 5% e apresenta no início como doença restrita ao pâncreas em cerca de 20% dos casos, localmente avançado em cerca de 35% e com metástases a distância em cerca de 45% dos casos. A incidência aumenta com a idade predominando entre os 60 e 80 anos. No Brasil representa cerca de 2% dos tumores malignos e é causa de cerca de 4% das mortes. Quando ressecados, tumores menores que 3cm, com Linfonodos e margens negativos, a sobrevida em cinco anos dos pacientes pode alcançar cerca de 40% dos casos.estima-se que a exposição ao tabaco contribua com o desenvolvimento do câncer de pâncreas em 20 a 30% dos casos. O diabetes (tipo 2), a obesidade, ingestão excessiva de gorduras, colesterol, enlatados, nitroserinas, exposição ocupacional a agentes carcinogênicos contribuem com seu desenvolvimento.a dieta rica em fibras, vegetais, frutas, vitamina C, exercícios físicos são

14 considerados fatores protetores.estima-se em 15% a predisposição genética para origem do câncer de pâncreas. Cerca de 20% da agregação familiar do câncer de pâncreas está relacionada a síndromes como pancreatite hereditária, câncer de cólon hereditário não polipóide, câncer de mama familiar (com mutação do gene BRCA2), síndrome de Peutz- Jeghers, melanoma associado e nevo-múltiplo e síndrome da teleangectasia-ataxia. 6. DISCUSSÃO Por se tratar de um artigo de revisão bibliográfica, essa pesquisa buscou destacar a importância da analise anatômica do pâncreas através de imagens de tomografia computadorizada (TC). Esse estudo de revisão se revela essencial, pois o conhecimento teórico confirmado ao longo da pesquisa é fundamental para os conceitos práticos. A localização do pâncreas, cercado por outras vísceras que contém ar em sua cavidade como estômago e alças intestinais, dificultam a precisão de sua visualização nos diversos exames de imagem. Sendo assim, o exame de tomografia computadorizada é considerado o melhor método de imagem para a avaliação do pâncreas, produzindo as melhores definições do órgão. Inclusive a TC é a mais indicada na suspeita de adenocarcinoma de pâncreas, pois não depende da configuração física do paciente e não é afetado pela presença de gás na cavidade gastrointestinal. As literaturas confirmam que os exames de imagens não conseguem diagnosticar tumores menores que 2 cm,sendo ineficazes como métodos preventivos do desenvolvimento dos tumores pancreáticos.porém, em um hospital de São Paulo já existe um aparelho de TC capaz de realizar cortes seccionais de 0,25 mm que permite o diagnóstico de tumores menores 1 cm. Diante da proposta dessa pesquisa de revisão bibliográfica, é confirmado que os aspectos anatômicos do pâncreas relacionados com órgãos vizinhos interferem diretamente nos exames de imagem do órgão. A TC aparece como exame mais indicado, apesar das limitações, para detectar prováveis tumores. O tecnólogo em radiologia por sua vez precisa apurar olhar profissional, visualizando se os resultados obtidos nos exames radiológicos permitirão aos profissionais responsáveis analisar fielmente as imagens.

15 CONSIDERAÇÕES FINAIS. O conhecimento anatômico é um dos fatores preponderantes para os profissionais da área da saúde. E atualmente, dentre as novas tecnologias, a tomografia computadorizada multislice produz as melhores definições e é considerada a mais recomendada para a avaliação do pâncreas. O conteúdo descrito neste estudo de revisão bibliográfica agrega enriquecimento teórico para a atividade prática do profissional almejado pelo discente do curso de Tecnólogo em Radiologia. A revisão de conceitos desenvolvidos ao longo do curso pode ser visualizada neste trabalho, principalmente no que tange a anatomia radiológica do pâncreas. O pâncreas é um importante órgão do corpo humano, responsável pelo controle da glicose sanguínea. Contudo, as imagens ultrassonográficas e tomográficas deste órgão somente puderam ser reproduzidas após a década de 70. Com esse pouco tempo de reprodução de imagens do pâncreas, a tomografia computadorizada multislice tem sido considerada o melhor exame para diagnósticos de tumor de pâncreas. Ressaltando que o estudo descreve que a ultrassonografia também executa funções importantes em casos específicos. Diante do exposto, a pesquisa aqui desenvolvida mostra que atualmente há novos equipamentos disponíveis no mercado que auxiliam nos diagnósticos de tumores menores 1 cm. Sendo assim, o conteúdo aqui descrito mostra que os exames de imagens são essenciais e eficazes aliados da Medicina. O conhecimento confirmado ao longo da pesquisa é de fundamental importância para embasar o profissional de radiologia no exercício de sua função, trazendo melhor preparo na aquisição de boas imagens radiográficas, auxiliando médicos na definição dos diagnósticos.

16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARDENGH, José. et al. Câncer do pâncreas em fase inicial: é possível identificá-lo através dos instrumentos científicos e propedêuticos atualmente disponíveis?arquivos de Gastroenterologia, São Paulo, v. 45, n. 2, jun. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em 02 de julho de 2013. BRITES, Alice. Sistema endócrino: Regulação e controle das funções do corpo. São Paulo: Uol, 2009. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/sistemaendocrino-regulacao-e-controle-das-funcoes-do-corpo.htm>. Acesso em 02 de julho de 2013. DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlos Américo. Anatomia Humana Básica.2.ed.Rio de Janeiro: Atheneu, 2004. FARIA, J. L. et al. Patologia Geral. 4ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. GARCIA, Jorge. Conhecimento Básico do Pâncreas. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: <http://www.jorgebastosgarcia.com.br/endocrino2.html>. Acesso em: 02 de julho de 2013. GONÇALVES, Afonso. Radiologia e Análise de Imagens. 1.ed.São Paulo: Rideel, 2003. 265p. FREITAS, Waldemar. Anatomia: Conceitos e Fundamentos.2. ed.porto Alegre: Artmed,2008. 19p. PRATA, Henrique. Câncer de Pâncreas:Epidemiologia e Fatores de Risco. Disponível em: <http://www.hcancerbarretos.com.br/cancer-de-pancreas>. Acesso em: 03 de julho de 2013. INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Câncer: Pâncreas. Disponível em:<http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pancreas>.acesso em: 02 de julho de 2013 MACHADO, Márcio. Et al. Ultrasonografia Endoscópica (USE) do Pâncreas. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rb/v35n4/v35n4a06.pdf>. Acesso em 02 de junho de 2013. PINTO, Oswaldo. et al. Aneurisma de Artéria Hepática Simulando Lesão em Cabeça de Pâncreas: Relato de Caso. Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia. São Paulo, v. 38, n. 06. nov/dez de 2005. Disponível em: <www.rb.org.br>. Acesso em: 02 de julho de 2013. PISCO, João Martins. Radiologia e Análise de Imagens. 1.ed.São Paulo: Rideel, 2003. 272p.

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