Direito Civil. Direitos da Personalidade. Professor Fidel Ribeiro.

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Transcrição:

Direito Civil Direitos da Personalidade Professor Fidel Ribeiro www.acasadoconcurseiro.com.br

Direito Civil DIREITOS DE PERSONALIDADE: Cláusula geral constitucional que embasa os direitos de personalidade: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III a dignidade da pessoa humana; DIREITOS DE PERSONALIDADE PREVISTOS NO CÓDIGO CIVIL LISTA EXEMPLIFICATIVA Enunciado 274, CJF. Os direitos da personalidade, regulados de maneira não-exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação. O direito à personalidade trata-se de DIREITO INDISPONÍVEL, do qual decorrem os famosos DIREITOS DE PERSONALIDADE. Cita-se a Constituição Federal, Art. 5º inciso X: X são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Estou diante de um direito que protege minha integridade física, moral ou intelectual? Se sim, estou diante de um direito de personalidade (Rubens Limongi França) Não confundir: PERSONALIDADE JURÍDICA aptidão para ser titular de direitos e deveres. (patrimoniais e extrapatrimoniais). X DIREITOS DE PERSONALDIADE direitos extrapatrimoniais, direitos EXISTENCIAIS. OBJETIVO DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE: proteger não aquilo que o ser humano tem, mas, sim, aquilo que o ser humano é. Obs.: em caso de choque entre as situações jurídicas patrimoniais e situações jurídicas existenciais, prevalecem sempre as existenciais, porque colocam o ser humano no protagonismo do ordenamento jurídico civil e constitucional. Fenômeno da despatrimonialização ou personalização do direito civil (submissão dos atos econômicos aos atos existenciais). www.acasadoconcurseiro.com.br 3

Ex.: com base nisso, o STF decidiu pela impossibilidade da prisão civil do depositário infiel (Informativo 531, STF), e não só por causa do Pacto de San José. Ex.: súmula 364 do STJ (impenhorabilidade do bem de família de pessoa solteira mínimo existencial ). CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS DE PERSONALIDADE: absolutos (são indissociáveis da pessoa e oponíveis contra todos) inatos (próprios do ser humano, anterior ao ordenamento jurídico) vitalícios (nascem e morrem com a pessoa) intransmissíveis (em regra, são indisponíveis. É aceita cessão de reflexos econômicos de direitos de personalidade, como, por exemplo, jogador de futebol consagrado que cede sua imagem para comerciais de seus patrocinadores) irrenunciáveis (ninguém pode renunciar, por exemplo, ao direito de ter um pai, ou de ter nome) inexpropriáveis (os direitos de personalidade não podem ser objeto, por exemplo, de penhora. Eventuais créditos patrimoniais decorrentes de direitos de personalidade podem ser penhorados) imprescritíveis (podem ser exercidos a qualquer tempo. Os efeitos patrimoniais, deles decorrentes, por sua vez, estão sujeitos à prescrição). Súmula 149, STF: É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a de petição de herança. CAPÍTULO II DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. AS GARANTIAS DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE PERSONALIDADE NÃO CESSAM COM A MORTE Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. O objeto da proteção não é o morto, visto que sua existência encerrou-se e sim a memória do morto. Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 4 www.acasadoconcurseiro.com.br

Direito Civil Direitos da Personalidade Prof. Fidel Ribeiro os Tribunais Superiores entendem que não fere o art. 13 a realização de cirurgia de mudança de sexo, em razão de atender ao princípio da dignidade humana. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. OS ARTIGOS 20 e 21 DEVEM SER INTERPRETADOS SOB A ÓTICA DA PROIBIÇÃO CONSTITU- CIONAL À CENSURA E DO DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO E À INFORMAÇÃO Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815) Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. (Vide ADIN 4815) ADIN 4815 O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, julgou procedente o pedido formulado na ação direta para dar interpretação conforme à Constituição aos artigos 20 e 21 do Código Civil, sem redução de texto, para, em consonância com os direitos fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística, produção científica, declarar inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas). ( ) www.acasadoconcurseiro.com.br 5

1. (2013 FCC MPE-CE Técnico Ministerial) Dos direitos da personalidade, é correto afirmar: a) O Ministério Público pode autorizar a violação da vida privada de pessoa natural. b) O pseudônimo não goza da proteção que se dá ao nome. c) O cônjuge sobrevivente pode requerer a retirada do nome do morto dos cadastros de proteção ao crédito. d) É inválida a disposição gratuita do próprio corpo para depois da morte, para fins científicos. e) É defeso o ato de disposição do próprio patrimônio. 2. (2011 FCC TRT 20ª REGIÃO (SE) Técnico Judiciário Área Administrativa) No que concerne aos direitos da personalidade, é INCORRETO afirmar: a) O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. b) O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. c) Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. d) Se houver risco de vida, qualquer pessoa pode ser constrangida a submeter-se a intervenção cirúrgica. e) O ato de disposição do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte pode ser livremente revogado a qualquer tempo. Gabarito: 1. C 2. D 6 www.acasadoconcurseiro.com.br