UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ. Sandra Vogel Seixas



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Transcrição:

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Sandra Vogel Seixas TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (T.C.C) Curitiba 2012

Sandra Vogel Seixas TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Relatório de estágio curricular obrigatório apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do título de Médica Veterinária. Professora Orientadora: Profa. Drª Maria Aparecida de Alcântara Orientadora Profissional: Médica Veterinária Profa. Drª Rosangela Locatelli Dittrich Curitiba 2012

Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitora acadêmica Profa. Carmen Luiza da Silva Pró-Reitor de planejamento Sr. Afonso Celso Rangel Santos Pró-Reitora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão Profa. Elizabeth Tereza Brunini Sbardelini Secretário Geral Sr. Bruno da Carneiro da Cunha Diniz Diretor da Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde Prof. João Henrique Faryniuk Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária Profa. Ana Laura Angeli CAMPUS SYDNEI LIMA SANTOS Rua Sydnei Antonio Rangel Santos, 238 Santo Inácio CEP: 82010-330 TELEFONE: (41) 3331-7700

TERMO DE APROVAÇÃO Sandra Vogel Seixas TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção do titulo de Médico Veterinário por uma banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 21 de Novembro de 2012. Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná Maria Aparecida de Alcântara Professora orientadora Giselle L. Tesseroli Membro da Banca Marúcia de Andrade Cruz Membro da Banca

Dedico este trabalho a toda minha família e amigos que contribuíram para que esse sonho se tornasse realidade.

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pela vida e pelas oportunidades que me foram concedidas. Pela minha família, que sempre esteve ao meu lado e pelos amigos que fiz nesta minha longa caminhada. Aos meus amores de quatro patas, Laika, Banzé, Meg, Mel, Caramelo, Teló e especialmente a Laila que hoje não está entre nós, obrigada por seu amor incondicional. Agradeço infinitamente minha família, pelo amor dedicado, pela paciência e compreensão. À minha mãe Elisa pelo seu amor, e pela força que sempre me incentivou a continuar mesmo em momentos difíceis, à minha linda filha Gabrielle por sua compreensão, quando precisei estudar e por seu amor que me motiva cada dia, à minha irmã Beth e ao meu sobrinho Matheus obrigada por sempre estarem presentes me incentivando. Também agradeço ao meu amigo e irmão Thierry e á sua família por tudo que vivemos juntos, as dificuldades e as alegrias, obrigada por estarem sempre ao meu lado. À minha orientadora Prof.ª Dra. Maria Aparecida de Alcântara, por todo o conhecimento e amor transmitido em aula, por sua ética e postura, pelos seus conselhos e por todo auxilio nestes cinco anos de faculdade. À Prof.ª Gisele Tesserolli por seus ensinamentos e ética que me fizeram direcionar a área da medicina veterinária que pretendo atuar. À Profa. Dra. Rosângela Locatelli Dittrich pela oportunidade de estágio, por sua postura e ética ao ensinar e à toda a equipe do laboratório clínico pelo acolhimento e ensinamento. À família Derosso, pela oportunidade de estágio e aprendizado durante o período da faculdade, onde pude colocar em prática o que foi aprendido em aula. À família Mania de Gato, Madrinha, Marúcia e Jô pela oportunidade de estágio, os ensinamento e dedicação aos animais, especialmente com um gatinho chamado Caramelo. E finalmente, agradeço à minha turma, pelos cinco anos que passamos juntos, sei que sentirei muitas saudades de todos. Como também a todos os mestres professores que contribuíram com seu conhecimento ao longo desse curso e por fim á secretária Ariane pelo carinho e atenção.

APRESENTAÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a obtenção de Título de Médica Veterinária é composto de um relatório de estágio, no qual são descritas as atividades realizadas no Laboratório de Patologia Clínica da Universidade Federal do Paraná sobre a orientação profissional da Profa. Dra. Rosângela Locatelli Dittrich, no período de 06 de agosto a 11 de outubro de 2012, totalizando 360 horas, cumprindo estágio obrigatório, e da elaboração de um artigo científico intitulado Correlação entre efusões cavitárias e hemogramas analisados no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal do Paraná, no período de 1 de Dezembro de 2011 a 11 de Outubro de 2012.

RESUMO Este trabalho de conclusão de curso foi realizado no Laboratório de Patologia Clinica Veterinária da Universidade Federal do Paraná, (UFPR), que se encontra no Hospital de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná, Rua dos Funcionários, 1540 - Juvevê Curitiba/PR, Campus de Ciências Agrárias, totalizando 360 horas, no período de 6 de Agosto a 11 de Outubro de 2012, com a supervisão da Médica Veterinária Profa. Doutora Rosangela Locatelli Dittrich. Neste período foi possível acompanhar a rotina do Laboratório de Patologia Clínica Veterinária, realizando os exames de rotina como hemograma, análise de efusões cavitárias, urina e acompanhamento e interpretação dos resultados bioquímicos. Ao concluir o estágio, pode-se ter a certeza de que a análise clínica é muito importante para avaliação do paciente e serve como ferramenta de orientação para o profissional da clínica médica e cirúrgica efetuar diagnósticos mais precisos no tratamento do seu paciente. Palavras-chave: Laboratório de Patologia Clínica Veterinária, exames hematológicos e bioquímicos, efusões cavitárias, urinálise.

LISTAS DE FIGURAS FIGURA 1 - FIGURA 2 - FIGURA 3 - FIGURA 4 - FACHADA DO HOSPITAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DA UFPR... 16 LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR: LOCAL DE AVALIAÇÃO DE LÂMINAS... 17 LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR: LOCAL DE PREPARO DE ESFREGAÇO SANGUÍNEO E HEMATÓCRITO... 17 LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR: LOCAL DE REALIZAÇÃO DE EXAMES DE URINA, EFUSÕES CAVITÁRIAS E LÍQUOR... 18 FIGURA 5 - BC-2800VET HEMATOLOGY ANALYZER... 18 FIGURA 6 - CENTRÍFUGA PARA MICROHEMATÓCRITO... 19 FIGURA 7 - Q222 TM - CENTRÍFUGA MICROPROCESSADORA DE TUBOS PARA SEPARAÇÃO DE FASES COM DIFERENTES DENSIDADES EM SUBSTÂNCIAS LÍQUIDAS... 19 FIGURA 8 - HOMOGEINIZADOR DE AMOSTRAS DE SANGUE... 20 FIGURA 9 - APARELHO PARA TESTE DE COAGULOGRAMA... 20 FIGURA 10 - APARELHO PARA BANHO-MARIA... 21 FIGURA 11 - REFRATÔMETRO... 21 FIGURA 12 - FIGURA 13 - FIGURA 14 - SALA DE HIGIENIZAÇÃO E ESTERILIZAÇÃO DE MATERIAIS LABORATORIAIS... 22 LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR: LOCAL PARA ANÁLISES BIOQUÍMICAS... 22 APARELHO BS200 CHEMISTRY ANALYSER PARA ANÁLISES BIOQUÍMICAS... 23 FIGURA 15 - APARELHO DE HEMOGASOMETRIA... 23 FIGURA 16 - LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR: LOCAL DE CULTIVO CELULAR... 24 FIGURA 17 - MICROSCÓPIO DE IMUNOFLUORÊSCENCIA... 24 FIGURA 18 - (1) PREENCHIMENTO DE CAPILAR PARA REALIZAÇÃO DE HEMATÓCRITO, (2) SANGUE DO PACIENTE NORMAL E

COM ANEMIA, (3) PLASMA NORMAL E PLASMA ICTÉRICO... 35 FIGURA 19 - ILUSTRAÇÃO A LEITURA DE HEMATÓCRITO EM CARTÃO DE LEITURA... 36 FIGURA 20 - PREPARAÇÃO DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO... 39 FIGURA 21 - MORFOLOGIA DAS CÉLULAS SANGUÍNEAS, HEMOPARASITAS E CORPÚSCULOS VIRAIS ENCONTRADOS EM ESFREGAÇO SANGUÍNEOS... 40 FIGURA 22 - CITOLOGIA TRANSUDATO E TRANSUDATO MODIFICADO... 61 FIGURA 23 - CITOLOGIA EXSUDATOS ASSÉPTICO E SÉPTICO... 63

LISTAS DE TABELAS TABELA 1 - TABELA 2 - EXAMES REALIZADOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR DE 6 DE AGOSTO A 11 DE OUTUBRO DE 2012... 27 EXAMES BIOQUÍMICOS REALIZADOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR DE 6 DE AGOSTO A 11 DE OUTUBRO DE 2012... 31 TABELA 3 - VALORES DE REFERÊNCIA HEMATOLÓGICA NAS DIFERENTES ESPÉCIES... 36 TABELA 4 - VALORES DE PROTEÍNAS PLASMÁTICAS E FIBRINOGÊNIO 37 TABELA 5 - TABELA 6 - TABELA 7 - EXAMES DE URINÁLISE RELACIONADO COM AS DIFERENTES ESPÉCIES. AVALIAÇÃO DO PH E DENSIDADE ESPECÍFICA... 44 CORRELAÇÃO ENTRE DIFERENTES ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO DOS LÍQUIDOS CAVITÁRIOS ANALISADOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR, NO PERÍODO DE 1 DE DEZEMBRO DE 2011 A 11 DE 71 OUTUBRO DE 2012... CORRELAÇÃO ENTRE AS EFUSÕES E O ERITROGRAMA ANALISADOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR, NO PERÍODO DE 1 DE DEZEMBRO DE 2011 A 11 DE OUTUBRO DE 2012... 73 TABELA 8 - CORRELAÇÃO ENTRE EFUSÕES E O LEUCOGRAMA ANALISADOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR, NO PERÍODO DE 1 DE DEZEMBRO DE 2011 A 11 DE OUTUBRO DE 2012... 73

LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 - QUANTIDADE DE REQUISIÇÕES RECEBIDAS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR, DE ACORDO COM O SETOR CLÍNICO NO PERÍODO DE 6 DE AGOSTO A 11 DE OUTUBRO DE 2012... 29 GRÁFICO 2 - QUANTIDADE DE REQUISIÇÕES RECEBIDAS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UFPR, CLASSIFICADAS POR CATEGORIA ANIMAL DE 6 DE AGOSTO A 11 DE OUTUBRO DE 2012... 30

LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS μl - microlitro ALT - Alanina aminotransferase AST - Aspartato Aminotransferase CHGM - Concentração de hemoglobina Globular Média DEU - Densidade específica urinária EDTA - Etilenodiamino tetra-acético FA - Fosfatase Alcalina GGT- Gama Glutamil-transferase g/dl- gramas por decilitro Ht - Hematócrito MGG - May Gunwald-Giemsa ml - mililitros mm 3 - milímetros cúbicos PIF - Peritonite Infecciosa Felina rpm- rotação por minuto SNC - Sistema nervoso central UFPR - Universidade Federal do Paraná VGM - Volume Globular Médio

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 15 2 LOCAL DO ESTÁGIO... 16 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 25 4 CASUÍSTICA... 29 5 PRINCIPAIS TÉCNICAS REALIZADAS NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DA UFPR... 33 5.1 HEMOGRAMA... 33 5.1.1 Contagem manual de eritrócitos... 33 5.1.2 Contagem manual de leucócitos... 34 5.2 HEMATÓCRITO OU VOLUME GLOBULAR (%)... 34 5.3 TESTE PARA DETERMINAÇÃO DE FIBRINOGÊNIO... 37 5.4 PREPARAÇÃO E COLORAÇÃO DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO... 38 6 URINÁLISE... 41 6.1 INDICAÇÕES PARA EXAME DE URINA... 41 6.2 TIPOS DE COLETA... 41 6.3 ARMAZENAMENTO DA URINA... 42 6.4 EXAME FÍSICO DA URINA... 42 6.4.1 Volume... 42 6.4.2 Cor... 42 6.4.3 Aspecto... 43 6.5 ALTERAÇÕES DO ASPECTO DA URINA... 43 6.6 DENSIDADE... 43 6.7 EXAMES QUÍMICOS DE URINA... 44 6.7.1 Método da tira da fita... 44 6.7.2 ph... 45 6.7.3 Presença de proteína na urina... 45 6.7.4 Presença de glicose na urina... 45 6.7.5 Presença de acetona na urina... 45

6.7.6 Presença de sangue na urina... 46 6.8 PRESENÇA DE BILIRRUBINA NA URINA... 46 6.9 PRESENÇA DE UROBILINOGÊNIO NA URINA... 47 6.10 PRESENÇA DE NITRITOS NA URINA... 47 6.11 EXAME DO SEDIMENTO URINÁRIO... 47 6.11.1 Elementos encontrados nos sedimentos... 47 7 TESTE DE COMPATIBILIDADE... 52 8 CONCLUSÃO... 54 9 REFERÊNCIAS... 55 10 CORRELAÇÃO ENTRE EFUSÕES CAVITÁRIAS E HEMOGRAMAS ANALISADOS NO LABORATÓRIO DE PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, NO PERÍODO DE 1 DEZEMBRO DE 2011 A 11 DE OUTUBRO DE 2012... CORRELATION BETWEEN CAVITARY EFFUSIONS AND HEMOGRAMS ANALYZED AT THE PATHOLOGY LABORATORY AT UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, IN THE PERIOD 1 DECEMBER 2011 TO 11 OCTOBER 2012... 57 56 10.1 INTRODUÇÃO... 58 10.2 REVISÃO DE LITERATURA... 59 10.3 MATERIAIS E MÉTODOS... 69 10.4 RESULTADO... 71 10.5 DISCUSSÃO... 74 10.6 CONCLUSÃO... 77 10.7 REFERÊNCIAS... 78

15 1 INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo descrever as atividades realizadas durante o estágio curricular, que teve início no dia 6 de agosto e término no dia 11 de Outubro de 2012. As atividades foram desenvolvidas no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que se encontra no Hospital de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná, Rua dos Funcionários, 1540 - Juvevê Curitiba/PR, Campus de Ciências Agrárias. Durante este período foram realizados exames hematológicos, bioquímicos e urinálise em ovinos, equinos, caninos, felinos e animais silvestres e selvagens. O Laboratório possui um quadro de funcionários composto: pela Coordenadora do laboratório, Médica Veterinária Profº Doutora Rosângela Locatelli Dittrich (CRMV-PR 2.241), dois alunos de doutorado, quatro alunos de mestrado, dois Médicos Veterinários residentes, um bioquímico e três monitores. A escolha do local de estágio ocorreu pelo interesse de desenvolver habilidades práticas na interpretação de exames hematológicos, bioquímicos, urinários. Uma equipe qualificada associada à estrutura e casuística tornou o aprendizado mais eficaz e completo. A análise clínica é muito importante para avaliação do paciente e serve como ferramenta de orientação para o profissional da clínica médica e cirúrgica efetuar diagnósticos mais precisos no tratamento do seu paciente. Neste relatório estão descritos as atividades realizadas no estágio e a casuística no período referido.

16 2 LOCAL DE ESTÁGIO O estágio curricular foi realizado no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal do Paraná, que se encontra no Hospital de Medicina Veterinária da UFPR localizada na Rua dos Funcionários, 1540 - Juvevê, na cidade de Curitiba, estado do Paraná. Na figura 1 visualiza-se o Hospital Veterinário da UFPR. FIGURA 1- Fachada do Hospital de Medicina Veterinária da UFPR. FONTE: SEIXAS, 2012. No Hospital de Medicina Veterinária da UFPR, fundado há 46 anos, encontrase o Laboratório de Anatomia Patológica e o de Patologia Clínica Veterinária, ilustrado nas figuras 2, 3 e 4.

17 FIGURA 2- Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR: Local de avaliação de lâminas. FONTE: SEIXAS, 2012. FIGURA 3- Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR: Local de preparo de esfregaços sanguíneos e hematócrito. FONTE: SEIXAS, 2012

18 FIGURA 4 - Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR: Local de realização de exames de urina, efusões cavitárias e líquor. FONTE: SEIXAS, 2012. FIGURA 5 - BC-2800VET Hematology Analyzer. FONTE: SEIXAS, 2012.

19 FIGURAS 6 - Centrífuga para micro-hematócrito. : SEIXAS, 2012. N FO TE FIGURAS 7- Q222 TM - Centrífuga microprocessadora de tubos para separação de fases com diferentes densidades em substâncias líquidas. FONTE: SEIXAS, 2012.

20 FIGURA 8 Homogeinizador de amostras de sangue. FONTE: SEIXAS, 2012. FIGURA 9- Aparelho para teste de coagulograma.

21 FONTE: SEIXAS, 2012. FIGURAS 10- Aparelho para banho-maria. FONTE: SEIXAS, 2012.

22 FIGURA 11- Refratômetro. FONTE: SEIXAS, 2012.

23 FIGURA 12- Sala de higienização e esterilização de materiais laboratoriais. FONTE: SEIXAS, 2012. FIGURA 13- análises bioquímicas. Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR: Local para FONTE: SEIXAS, 2012.

24 FIGURA 14- Aparelho BS200 Chemistry analyser para análises bioquímicas. FONTE: SEIXAS, 2012. FIGURA 15- Aparelho de hemogasometria. FONTE: SEIXAS, 2012.

25 FIGURA 16- Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR: Local de cultivo celular. FONTE: SEIXAS, 2012. FIGURA 17- Microscópio de imunofluorêscencia. FONTE: SEIXAS, 2012.

26 3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Durante o período de estágio pôde-se desenvolver habilidades para realização e interpretação de exames da rotina em laboratório de Patologia Clínica Veterinária. O Laboratório de Patologia Clínica Veterinária possui equipamentos modernos como (BC-2800VET Hematology Analyzer, contador eletrônico de células sanguíneas de animais mamíferos, BS200 Chemistry analyser para análises bioquímicas, aparelho de hemogasometria) com intuito de realizar o maior número de exames em menor tempo possível. Foram realizadas 668 solicitações de exames sendo 596 (89%) da clínica de pequenos animais; 54 (8%) de grandes animais, 18 (3%) de animais silvestres e selvagens. Para atender as solicitações foram feitos 575 hemogramas, 5 testes de compatibilidade sanguínea, 5 coagulogramas, 14 análises de efusões cavitárias,1 análise de líquor, 1 exame de bacterioscopia (lavado traqueal em equino), 1 exame coprológico funcional, 2 testes ELISA Cinomose (antígeno), 123 hemogasometrias, 2 exames de plasma rico em plaquetas, 15 exames de relação proteína creatinina urinária, 46 urinálises e 3558 exames bioquímicos. Um estudo correlacionando as fichas clínicas e os exames (hematológicos, bioquímicos, urinálise e análise de líquidos cavitários) foi realizado. Dos 66 casos, 44 (66,7%) eram de caninos; 11 (16,7%) de felinos; 8 (12,1%) de equinos, 3 (4,5%) de ovinos. Após correlacionar os resultados dos exames com as suspeitas clínicas foi possível confirmar alguns diagnósticos, descartar algumas suspeitas clínicas e indicar exames mais específicos para fechar o diagnóstico. Como treinamento durante o estágio foram analisadas lâminas de esfregaço sanguíneo de diferentes espécies de mamíferos e aves visando a contagem diferencial das células (neutrófilos, bastonetes, eosinófilos, monócitos, basófilos e linfócitos); as diferenças das células entre as espécies e as alterações morfológicas de eritrócitos, plaquetas e leucócitos decorrentes de processos patológicos. Foi ainda realizada nas lâminas a pesquisa de hemoparasitas, sendo encontrado microfilariose em 1 cão.

27 Foram realizados exames de sangue da rotina do laboratório que seguiam a seguinte ordem: - cadastro no próprio laboratório; - identificação do tubo de ensaio contendo anticoagulante (EDTA) e sangue de acordo com o cadastro do laboratório; - passagem do tubo pela máquina (BC-2800 VET Hematology Analyzer) para a contagem de células (plaquetas, eritrócitos, leucócitos), determinação da hemoglobina e do hematócrito) de acordo com a espécie; - realização do hematócrito utilizando o capilar com o mesmo sangue; - leitura do hematócrito e da concentração das proteínas totais; - preparação de esfregaço sanguíneo; - coloração da lâmina, contagem diferencial de células e avaliação morfológica. As amostras de aves e répteis foram analisadas com contagem manual em Câmara de Neubauer. Foram realizados 46 exames de urinálise através de avaliações físicas e químicas da urina, utilizando uma fita reagente para parâmetro de análise e depois a centrifugação e análise do sedimento. Os exames de efusões cavitárias seguiram o mesmo parâmetro de avaliação da urina, porém a amostra foi passada na máquina BC-2800VET Hematology Analyzer para a contagem total de células nucleadas e em alguns casos, quando a suspeita era hemorragia, realizava-se o hematócrito da efusão e do sangue periférico. A avaliação microscópica de células era minuciosa, sendo usada a coloração de May Gunwald-Giemsa (MGG) ou de Gram quando havia suspeita da presença de bactérias. Foi possível acompanhar exame coprológico funcional em um cão para detectar a presença de enzimas pancreáticas nas fezes do paciente; a realização de 5 testes de compatibilidade sanguínea, com o objetivo de diminuir os riscos de reações adversas durante a transfusão sanguínea, 5 testes de coagulograma para verificação de possíveis alterações de coagulação, 1 análise de líquor, 1 bacterioscopia (lavado traqueal em equino), 2 testes ELISA- Cinomose (antígeno), 2 plasmas ricos em plaquetas, 15 exames de relação proteína creatinina urinária, 123 hemogasometrias e 3558 exames bioquímicos.

28 Na tabela 1 é possível visualizar os exames solicitados nas 668 requisições, durante o período de estágio curricular, com o objetivo de complementar a avaliação clínica do paciente. TABELA 1- Exames realizados no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR de 6 de Agosto a 11 de Outubro de 2012 EXAMES Análise de efusões cavitárias Análise de líquor Bacterioscopia (lavado traqueal em equino) Coagulograma Coprológico funcional ELISA Cinomose (antígeno) Hemogasometria Hemograma Plasma rico em plaquetas Relação proteína creatinina urinária Teste de Compatibilidade Urinálise Exames bioquímicos TOTAL 14 1 1 5 1 2 123 575 2 15 5 46 3558 TOTAL 4348 Participamos como ouvinte das seguintes palestras: - Hematologia de Aves; Leucemia e Leucograma - Prof Doutora Rosangela Locatelli Dittrich; - Citologia ministrada pela residente R1 da Anatomia Patológica Kamila Alcalá Gonçalves. - Conflitos no Trabalho - Drª Tilde Rodrigues Froes Paiva; - Persistência do ducto arterioso - Drª Simone Tostes de Oliveira Stedile;

29 - Nutrição de Felinos - Representantes da Purina; - Relato de caso da paciente Nana sobre Pancreatite e urolitíase - estagiária Priscila Pereira; - Fosfatase alcalina aumentada e agora? - residente da Clínica de Pequenos Animais, Juliana Kravetz; - Insuficiência Pancreática, Hipertireoidismo em felinos, Neoplasias do SNC, Caso Clínico de Oncologia estagiários curriculares; - Animais Venenosos e Peçonhentos - Dr. Rogério Ribas Lange; - Mastocitoma em cão estagiária curricular Pamela Alves do Nascimento; - Cirurgia Oncológica em Face: Ênfase de casos clínicos - residente da especialidade de oncologia, Daniella de Matos da Silva. Para a realização da monografia realizamos um levantamento sobre efusões cavitárias mais frequentemente atendidas no Hospital Veterinário da Universidade e as relações destas com as alterações hematológicas.

30 4 CASUÍSTICA Durante o estágio realizado no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR foi possível acompanhar a realização da análise de 668 requisições de exames enviados ao laboratório. Essas amostram eram de sangue, urina, efusões cavitárias, líquor, fezes, secreções de conjuntiva e traqueobrônquicas. No gráfico 1 pode-se observar a quantidade de requisições recebidas de acordo com setor clínico. A clínica de pequenos animais encaminhou 596 (89%) amostras, seguida pela clínica de grandes animais com 54 (8%) amostras e da clínica de animais silvestres e selvagens com 18 (3%) amostras. GRÁFICO 1- Quantidade de requisições recebidas no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR, de acordo com o setor clínico no período de 6 de Agosto a 11 de Outubro de 2012. 596 668 54 89% 8% 18 3% 100% Clínica de Pequenos Animais Clinica de Grandes Animais Clinica de Selvagens e Silvestres Total

31 As 668 requisições foram classificadas de acordo com a espécie: sendo 520 (77,8%) de caninos, 76 (11,4%) de felinos, 46 (6,9%) de equinos, 8 (1,2%) de Lhamas, 7 (1,06%) de ovinos, 5 (0,75%) de coelhos, 3 (0,44%) de elefantes, 1 (0,15%) de suíno, 1 (0,15%) de tigre d água e 1(0,15% ) de iguana. No gráfico 2 visualizamos estas requisições. GRÁFICO 2- Quantidade de requisições recebidas no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR, classificadas por categoria animal de 6 de Agosto a 11 de Outubro de 2012. 77,80% 100% 668 520 0,15% 0,15% 1,06% 0,75% 11,40% 76 1 1 7 5 6,90% 1,20% 0,44% 0,15% 46 8 3 1 Suínos Tigre d'água Ovinos Coelhos Gatos Cães Equinos Lhamas Elefante Iguana Total

32 Na tabela 2 é possível visualizar os exames bioquímicos requeridos, no período de estágio curricular, levando em conta que maioria das provas bioquímicas foi solicitada em conjunto para melhor avaliação do paciente. TABELA 2- Exames bioquímicos realizados no Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da UFPR de 6 de Agosto a 11 de Outubro de 2012. EXAMES TOTAL Ácido úrico 2 Alanina aminotransferase 347 Albumina 112 Aspartato aminotransferase 125 Bicarbonato 1 Bilirrubina total e frações 22 Cálcio ionizado 114 Cálcio total 17 Cloretos 78 Colesterol 107 Creatina quinase 13 Creatinina 614 Ferro 52 Fibrinogênio 51 Fosfatase alcalina 414 Fósforo 60 Frutosamina 8 Gama glutamil-transferase 137 Glicose 225 Globulinas 106 Lactato 58 Lactato desidrogenase 13 Potássio 92 Proteínas totais 109 Sódio 79 Triglicerídeos 106 Uréia 496 TOTAL 3558

33 Cada enzima é importante para detecção da avaliação do funcionamento do organismo, sendo importante a realização das provas bioquímicas. Essas provas foram realizadas no aparelho BS200 Chemistry analyser. Esse aparelho funciona colocando a amostra (soro), em contato com os reagentes específicos para cada enzima. Cada prova bioquímica foi solicitada com intuito de descartar ou confirmar suspeitas clínicas, ou para controle dos pacientes diagnosticados. Das provas bioquímicas realizadas observou-se que as enzimas mais solicitadas foram a creatinina e uréia para a avaliação renal. A Alanina aminotransferase (ALT) e Aspartato aminotransferase (AST) para a avaliação da função hepática. Os hepatócitos de equinos e bovinos possuem quantidades pequenas de ALT, não sendo um indicador útil de lesão de hepatócitos nestas espécies. Em equinos e bovinos se utiliza a AST como indicador comum de lesão de hepatócitos, porém está enzima pode aumentar a atividade sérica em casos de lesão muscular, hemólise (STOCKAM e SCOOT, 2008). A Fosfatase alcalina (FA) e Gama glutamil-transferase (GGT) para a avaliação da vesícula biliar e hepática, pois são enzimas de indução. A FA possui isoenzimas originadas em diferentes órgãos como ossos, placenta, intestino, podendo estar alterada pela utilização de corticosteróides. A GGT também se localiza em glândulas mamárias e túbulos renais. Segundo Stockam e Scoot, 2008 a LDH (lactato desidrogenase) é uma enzima citoplasmática que converte piruvato em lactato no final da glicólise anaeróbica, sendo um indicador de lesão de hepatócitos em todas as espécies, a atividade sérica da LDH também aumenta por lesão muscular e hemólise (mesmo discreta). A LDH pode ser utilizada como triagem para detectar lesão em hepatócitos ou muscular. O Sorbitol desidrogenase (SDH) é considerado hepatoespecífico para todas as espécies (STOCKAM e SCOOT, 2008). A Glicose é dosada para avaliação do nível sanguíneo de glicose indicando o metabolismo de carboidratos no corpo, podendo também ser usado para a avaliação da função endócrina do Pâncreas.

34 5 PRINCIPAIS TÉCNICAS REALIZADAS NO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DA UFPR. 5.1 HEMOGRAMA O hemograma completo fornece uma visão geral do estado de saúde do paciente naquele momento da colheita. O sangue periférico serve como um meio de transporte entre a medula óssea e os tecidos. Os hemogramas completos são indicados na avaliação de pacientes doentes, na avaliação pré-anestésica, em check-up e para o controle de pacientes diagnosticados com alterações no exame hematológico (REBAR et al.; 2004) É composto de eritrograma (exame de células vermelhas ou hemácias), leucograma (exame de células brancas ou leucócitos) e contagem de plaquetas que é realizada ao mesmo tempo (GARCIA-NAVARRO, 2005). A contagem dessas células pode ser realizada por contagem eletrônica colocando o tubo com EDTA (Etilenodiamino tetra-acético) na máquina BC-2800VET Hematology Analyzer que faz a contagem de acordo com a espécie. Ela aspira o sangue e realiza a leitura das células. O outro modo é a realização da contagem manual na Câmara de Neubauer, utilizada para amostras de aves e répteis. 5.1.1 Contagem manual de eritrócitos Em um tubo de ensaio faz-se a seguinte diluição: aspira-se com pipeta 4 ml de cloreto de sódio 0,9%, 20µL de amostra de sangue do tubo com EDTA. Homogeniza e coloca na Câmara de Neubauer. Utilizando iluminação reduzida do microscópio, segundo Garcia-Navarro (2005), examina-se com a objetiva de 10x se os eritrócitos estão bem distribuídos na câmara. Em seguida realiza com a objetiva de 40x, a leitura. Esta é realizada imediatamente em 5 grupos de 16 quadrinhos. A contagem deve proceder da seguinte forma: conta-se as 4 extremidades laterais e o centro ou na diagonal começando extremidade superior. O resultado é multiplicado por 10.000 = número de eritrócitos/µl.

35 Hemácias de iguana em Câmara de Neubauer FONTE: SEIXAS, 2012. 5.1.2 Contagem manual de leucócitos Com um tubo de ensaio faz-se a seguinte diluição: Coloca-se com o auxílio de pipeta 0,4 ml de ácido acético mais 20µL de amostra do sangue do tubo com EDTA e homogeniza. Preenche a Câmara de Neubauer e realiza a leitura. Utiliza-se iluminação reduzida do microscópio, segundo Garcia-Navarro (2005), e examina-se inicialmente com a objetiva de 10x para verificar se os leucócitos estão bem distribuídos na câmara. Em seguida transfere para a objetiva de 40x para a contagem que é feita em todos os quadrados das laterais. O resultado é multiplicado por 50 = número de leucócitos/µl. 5.2 HEMATÓCRITO OU VOLUME GLOBULAR (%) O termo hematócrito, vem do grego hemato = sangue + krites= julgar, ou seja, significa julgar ou avaliar o sangue. É a porcentagem de eritrócitos no sangue, normalmente é expresso em porcentagem por volume (GARCIA-NAVARRO, 2005). É um dos exames mais úteis na avaliação das células vermelhas, solicitado como parte do hemograma para avaliação do paciente. Se os valores estiverem acima do normal indica uma policitemia (aumento do número de eritrócitos no sangue), valores abaixo do normal indicam anemia (diminuição do número de eritrócitos no sangue) (GARCIA-NAVARRO, 2005). Pode ser observada também à

36 coloração do plasma, a capa leucocitária e a presença de hemoparasitas como, por exemplo: microfilárias (LOPES et al, 2007). 1º - Homogeneizar a amostra com EDTA delicadamente; 2º - Preencher 2/3 do tubo capilar com sangue; 3º - Limpar a parte externa do tubo capilar (tirar o excesso de sangue). 4º - Fechar uma das extremidades do capilar com a massa acrílica; 5º - Colocar o capilar na máquina de micro centrífuga para hematócritos com a parte que possui a massa virada para a borracha; 6º - Centrifugar por 5 minutos para carnívoros, felinos, equinos e durante 10 minutos para ruminantes e pequenos ruminantes. 7º - Após a centrifugação é realizada leitura com cartão de microhematócrito, sendo o resultado expresso em porcentagem (%). 8º - Depois de lido o hematócrito quebra-se o capilar na região do plasma. Este conteúdo é colocado no refratômetro para a leitura da proteína plasmática total. Nas figuras 18 e 19, pode-se observar o preenchimento de sangue no capilar e a leitura do hematócrito em cartão de leitura. Esse sangue era de dois cães, um deles apresentava anemia. FIGURA 18- (1) preenchimento 1 de capilar para realização 2 de hematócrito, 3 (2) sangue do paciente normal e com anemia, (3) plasma normal e plasma ictérico. 3 FONTE: SEIXAS, 2012.

37 FIGURA 19- Leitura de hematócrito em cartão de leitura. FONTE: SEIXAS, 2012. Na tabela 3 estão os valores de referência hematológica nas diferentes espécies de animais domésticos. TABELA 3- Valores de referência hematológica nas diferentes espécies ESPÉCIES Nº DE Ht (%) HEMOGLOBINA VGM (µm³) CHGM (%) ERITRÓCITOS (x10 6 mm3 ) (g/dl) Cão 5,5 a 8,5 37-55 12 a 18 60 a 77 32 a 36 Gato 5,0 a 10,0 24-45 8 a 15 39 a 55 30 a 36 Bovino 5,0 a 10,0 24-46 8 a 15 40 a 60 30 a 36 Ovino 9,0 a 15,0 27-45 9 a 15 28 a 40 31 a 34 Caprino 8,0 a 18,0 22-38 8 a 12 16 a 25 30 a 36 Equino 6,8 a 12,9 32-53 11 a 19 37 a 59 31 a 37 Suíno 5,0 a 8,0 32-50 10 a 16 50 a 56 30 a 34 FONTE: ESSENTIALS OF VETERINARY HEMATOLOGY, NEMI C. JAIN 1993

38 5.3 TESTE PARA DETERMINAÇÃO DE FIBRINOGÊNIO Segundo Silveira (1988), uma das funções do fibrinogênio é atuar na formação da coagulação sanguínea, ocorrendo à formação de fibrina na lesão, e contribuindo também na reação inflamatória. A técnica é realizada em amostra de sangue de equinos, ruminantes e pequenos ruminantes. Segundo Harvey (2001), este método é útil para a identificação do fibrinogênio em alta concentração, mas não é precisa na identificação do fibrinogênio em baixa concentração. 1 - Primeiro prepara-se dois microhematócritos com amostra de sangue com EDTA; 2º - Centrifugar os dois microhematócritos, fazer a leitura do hematócrito e da proteína total com um auxilio do refratômetro e o outro microhematócrito é colocado no banho-maria (56º a 58 C) para precipitação do fibrinogênio, por 3 minutos. 3º - Retirar o microhematócrito do banho-maria e voltar a centrifugar por mais 1 minuto. Retirar da centrífuga e fazer a leitura da proteína plasmática total com refratômetro. Do resultado da proteína total plasmática do primeiro microhematócrito subtrai-se o resultado da proteína total plasmática do segundo microhematócrito, tendo assim o resultado do fibrinogênio. Na tabela 4 observa-se os valores de Proteínas Plasmáticas e Fibrinogênio. TABELA 4- Valores de Proteínas Plasmáticas e Fibrinogênio Proteína Plasmática (g/dl) Fibrinogênio (g/dl) Equino 6,2-7,9 0,2-0,4 Ovino Bovino 6,0-7,5 7,0-8,5 0,1-0,5 0,2-0,5

39 5.4 PREPARAÇÃO E COLORAÇÃO DO ESFREGAÇO SANGUÍNEO 1 - Homogeneizar o sangue do tubo com EDTA, preencher o capilar do microhematócrito, antes de fechá-lo, colocar uma gota de sangue na lâmina; 2º- Colocar a outra lâmina (extensora) na frente da gota de sangue, num ângulo de 45º; 3º- Realizar um ligeiro movimento para trás até o sangue se espalhar sob a lâmina. Com um movimento uniforme para frente, fazer esta lâmina deslizar sobre a outra, esse movimento deve ser suave, único, reto e firme. O sangue se estenderá por sobre a lâmina, formando o esfregaço; 4º- Esperar que a lâmina fique seca para poder ser corada; 5º- Para corar, normalmente é usado o Panótico, coloração comercial pronta para uso com três corantes em série: álcool (metanol), eosina (corante ácido). 6º- A leitura da lâmina deve ser realizada na área da praia ou cauda do esfregaço, essa parte é a porção final da lâmina, área mais fina facilitando a contagem de leucócitos e verificação de agregação plaquetária. A verificação de alterações morfológicas das hemácias deve ser vista também na normocamada da lâmina. Ilustração do esfregaço sanguíneo FONTE: Lopes et al, 2007. Na figura 20 é observada a preparação do esfregaço sanguíneo para posteriormente se realizar a contagem diferencial de células do sangue e avaliação morfológica das células. A morfologia das células é verificada na figura 21.

40 Figura 20- Preparação do esfregaço sanguíneo. FONTE: SEIXAS, 2012. Dos 575 hemogramas realizados, 441 (76,7%) eram de caninos, 70 (12,2%) de felinos, 38 (6,6%) de eqüinos, 8 (1,4%) de Lhama Glama, 7 (1,2%) de ovinos, 5 (0,87%) de coelhos, 3 (0,52%) de elefantes, 1 (0,17%) de suíno, 1 (0,17%) de tigre d água e 1 (0,17%) de iguana. Na avaliação de cada espécie pode ser visto a peculiaridade morfológica de cada célula. Foram também observadas alterações como anisocitose, policromatofilia, hemácias microcíticas e macrocíticas, neutrófilos tóxicos, linfócitos reativos, metarrubrócitos, Corpúsculo de Howell-Jolly e Dohle, macroplaquetas entre outros.

41 FIGURA 21- Morfologia das células sanguíneas, hemoparasitas e corpúsculos virais encontrados em esfregaço sanguíneos. I II III IV V VI VII VIII IX X XI

42 I. Microfilária em esfregaço sanguíneo de cão; II. Corpúsculos de Howell Jolly em hemácia de cão; III. Esfregaço sanguíneo de elefante; IV. Hemácias de iguana; V. Eosinófilo de equino; VI. Bastonete de cão; VII. Hemácia com policromatofilia em cão; VIII. Agregado plaquetário em gato; IX e X. Corpúsculos de Lentz em cão; XI. Metarubrócitos em esfregaço de sangue canino.

43 6 URINÁLISE É a avaliação das propriedades físicas, químicas da urina e microscopia do sedimento urinário. A urinálise fornece várias informações importantes na determinação do diagnóstico, prognóstico no acompanhamento terapêutico (SILVEIRA, 1988). 6.1 INDICAÇÕES PARA EXAME DE URINA O exame de urina deve sempre ser sugerido em suspeita de doença renal, ou dos órgãos urinários, em suspeitas de doenças sistêmicas, onde há o comprometimento de outros órgãos ou sistemas (GARCIA-NAVARRO, 2005). Como exame de rotina ou check-up para que possa ser diagnosticado precocemente e realizado acompanhamento do paciente; Como exame de triagem nos animais internados, principalmente nos pacientes pós cirúrgicos. 6.2 TIPOS DE COLETA - Micção natural: Frasco estéril, desprezar o 1º jato, coletar jato médio, esse método é o que tem mais contaminação. - Cateterismo: Sondas estéreis, higienização do orifício uretral, sondas adequadas para cada espécie, sexo, tamanho do animal. Evitar substâncias antissépticas, pode irritar a mucosa. Esse tipo de coleta diminui a contaminação externa. Segundo Garcia-Navarro (2005), a cateterização é o método indicado especialmente nos casos em que ocorre a retenção urinária. - Cistocentese: Segundo Sink e Feldman (2006) é realizado pela colheita da urina, utilizando a inserção de uma agulha na vesícula urinária, aspirando à urina com uma seringa, esse método evita a contaminação.

44 Pequenos animais (obtenção de urina) - Compressão manual da bexiga; - Cateterização em machos deve-se ter precaução com o osso peniano; - Cistocentese Grandes animais (obtenção de urina) - Massagem na região do períneo; - Pressão na região anterior ao úbere. 6.3 ARMAZENAMENTO DA URINA - O ideal é que a análise da urina seja realizada logo após sua coleta; - A amostra de urina pode ser refrigerada em 2 a 8 C por até 4 horas (SINK e FELDMAN, 2006). - Evitar conservantes, pois alteram o exame bioquímico; - A amostra deve estar com a temperatura ambiente na hora da análise (SINK e FELDMAN, 2006). 6.4 EXAME FÍSICO DA URINA 6.4.1 Volume O volume da urina pode sofrer influência devido a vários fatores: espécie do paciente, tamanho, peso, estado hígido, alimentação, atividade física e fatores ambientais: temperatura e umidade (SILVEIRA, 1988). 6.4.2 Cor Normalmente a coloração da urina é amarela, tendo uma variação do amarelo claro ao escuro; Segundo Garcia-Navarro (2005), a cor da urina pode sofrer alterações em sua coloração pelas seguintes causas:

45 a) Amarelo vermelhado ou amarelo castanho escuro: hematúria, hemoglobinúria b) Amarelo castanho claro ou esverdeado: pigmentos biliares, bilirrubina ou urobilinogênio c) Marrom escuro: mioglobinúria d) Branco leitoso: Micção de equinos com idade e retenção de urina 6.4.3 Aspecto Segundo Garcia-Navarro (2005), a urina tem um aspecto limpído e translúcido com exceção dos equinos, que possuem urina turva devido à presença de cristais de carbonato de cálcio e muco. 6.5 ALTERAÇÕES DO ASPECTO DA URINA A urina normal límpida pode ficar turva quando refrigerada (precipitação dos sais). A urina turva ocorre devido à contaminação de exsudato do trato genital, muco, sêmen (GARCIA-NAVARRO, 2005). 6.6 DENSIDADE A densidade específica da urina (DEU) mensura o grau de solutos presentes na amostra e consequentemente a função renal (GARCIA-NAVARRO, 2005). A diminuição da densidade urinária geralmente ocorre em casos de poliúria. As principais causas são nefrite intersticial crônica, uremia, diabete insípida, piometra, terapias com medicamentos corticóides, líquidos parenterais, diuréticos (GARCIA-NAVARRO, 2005). O aumento da densidade urinária geralmente ocorre em casos de oligúria. As principais causas são nefrite intersticial aguda, nefrite generalizada aguda, na diabete melito e glicosúria renal primária, desidratações, febres e em casos de edema e choque (GARCIA-NAVARRO, 2005).

46 Na tabela 5 estão relacionados às espécies de animais domésticos com ph e a densidade específica da urina. TABELA 5 - Exame de Urinálise relacionada com a espécie animal. Avaliação do ph e densidade específica. ESPÉCIE ph DENSIDADE ESPECÍFICA URINÁRIA (DEU) Canino 5,5 7,5 1015 1045 (1030) Felino 6,0 7,0 1020 1040 (1035) Equino 7,0 8,0 1020 1050 6.7 EXAME QUÍMICO DE URINA O exame químico da urina consiste na avaliação do ph e na pesquisa de algumas substâncias, acetona, glicose, proteínas, pigmentos biliares, sangue, nitritos, essa avaliação é considerada qualitativa e semi quatitativa. Para a realização desse exame é utilizado fitas de plástico, que contém quadrados de varias cores, nestes locais contém reagentes químicos que mudam de cor ao entrar em contato com determinadas substâncias eventualmente presentes na urina (GARCIA-NAVARRO, 2005). 6.7.1 Método da tira ou fita reagente Coloca-se a tira na amostra de urina, tomando cuidando para que toda a área da fita fique imersa na urina. Deixe por alguns segundos e retire o excesso de urina, geralmente 30 segundos a 1 minuto para realizara a leitura. A leitura é realizada com o auxílio do próprio rótulo, comparando as cores formadas nos quadrados com os existentes no rótulo do frasco de tiras (GARCIA-NAVARRO, 2005).

47 6.7.2 ph O ph da urina normalmente é determinado pela alimentação e pelo metabolismo do corpo do paciente. Nos carnívoros o ph da urina é ácido, porém a alimentação com rações industrializadas faz tornar-se levemente alcalino. Os herbívoros devido sua alimentação possuem o ph urinário mais alcalino (GARCIA- NAVARRO, 2005). 6.7.3 Presença de proteína na urina A proteína albumina não atravessa a membrana glomerular. Se uma pequena quantidade atravessar será reabsorvida pelos túbulos, porém se escapar e estiver presente na urina, sua quantidade é tão pequena, que no método da fita se apresenta na forma de traços (GARCIA-NAVARRO, 2005). 6.7.4 Presença de glicose na urina Segundo Garcia-Navarro (2005), toda a glicose que chega aos rins é reabsorvida nos túbulos contorcidos proximais. O aparecimento de glicosúria ocorre quando a quantidade de glicose no filtrado glomerular é superior a capacidade de reabsorção ou quando a reabsorção dos túbulos é ineficaz, devido a uma lesão neste local. 6.7.5 Presença de acetona na urina A cetonúria ocorre como resultado do aumento da concentração sanguínea de ácido acetoacético, ácido betahidroxibutírico e a acetona, que são corpos cetônicos excretados pela urina. Pode ocorrer devido a jejum prolongado, anorexia, vômito ou diarréias persistentes, inanição onde a reserva de carboidratos se encontra baixa, levando a degradação de lipídios (ácidos graxos) pela β oxidação, transformando-se em corpos cetônicos (GARCIA-NAVARRO, 2005).

48 6.7.6 Presença de sangue na urina A presença de eritrócitos deixa a amostra de urina com coloração castanhoavermelhado, podendo se manifestar de duas formas: hematúria, hemoglobinúria. A diferenciação normalmente é realizada pela avaliação do aspecto da urina, pela centrifugação da amostra, sendo visualizados eritrócitos no sedimento (GARCIA- NAVARRO, 2005). a) Hematúria É a presença de eritrócitos inteiros na urina, visualizados na sedimentoscopia. A amostra de urina ao ser centrifugada perde a coloração vermelha e forma no fundo do tubo um depósito de eritrócitos. Suas principais causas são: glomerulonefrites, vasculite, enfarte renal, cistite (GARCIA-NAVARRO, 2005). b) Hemoglobinúria É a presença de hemoglobina (em solução) na urina. A urina possui aspecto translúcido com coloração vermelho vivo ou castanho, essa cor permanece mesmo após a centrifugação (GARCIA-NAVARRO, 2005). Suas principais causas são: leptospirose, doença hemolítica, agentes químicos, transfusões incompatíveis, babesiose, veneno de cobra, anemia hemolítica autoimune. 6.8 PRESENÇA DE BILIRRUBINA NA URINA Segundo Garcia-Navarro (2005), ao término de vida útil das hemácias quando fagocitadas, no interior dessas células encontram-se pigmento de bilirrubina produzido a partir da degradação da hemoglobina. A bilirrubina pode ser não conjugada ou conjugada. A bilirrubina conjugada é eliminada na urina em pequenas quantidades, não em todos os animais (20% cães, 5% gatos, 25% bovinos). As principais causas de bilirrubinúria são: obstrução dos ductos biliares, quando a obstrução é total há um refluxo da bile (com bilirrubina conjugada), para circulação o que determina o aumento de bilirrubinúria (doenças hepáticas, leptospirose, cirrose,

49 neoplasias, toxinas, icterícia hemolítica, que acompanham as anemias hemolíticas) com o aumento de hemólise gerando como consequência o aumento da bilirrubina. 6.9 PRESENÇA DE UROBILINOGÊNIO NA URINA Segundo Garcia-Navarro (2005), o urobilinogênio é a forma reduzida da bilirrubina conjugada, o pigmento do urobilinogênio é encontrado normalmente na urina, em pequenas quantidades, sendo responsável pela coloração amarela da urina. 6.10 PRESENÇA DE NITRITOS NA URINA Os nitritos são produzidos pelas bactérias Gram negativas que transformam nitrato em nitrito, principalmente quando estas estão aumentadas, a presença de nitrinúria é indicativo de infecção urinária (GARCIA-NAVARRO, 2005). 6.11 EXAME DO SEDIMENTO URINÁRIO O sedimento urinário é composto por elementos sólidos presentes na urina. Esses sedimentos depositam-se no fundo do tubo logo após a centrifugação. A realização do exame é feita centrifugando em rotação de 1000 a 1500 rpm por 5 minutos. O sobrenadante separa do sedimento, normalmente se despreza um pouco do sobrenadante e ressuspende o soluto, com o auxílio de uma pipeta coloca-se 1 gota de urina na lâmina cobrindo-a com uma lamínula. A análise no microscópio é realizada com objetiva de 40x, esse exame deve ser lido logo após o seu preparo (GARCIA-NAVARRO, 2005). 6.11.1 Elementos encontrados no sedimento Segundo Garcia-Navarro (2005), os elementos encontrados no sedimento urinário podem ser agrupados em organizados (eritrócitos, leucócitos, células epiteliais, bactérias, protozoários, ovos de parasitas, fungos, leveduras, espermatozóides e cilindros) e não organizados (cristais, muco e material amorfo).

50 a) Células epiteliais É normal uma pequena quantidade de células epiteliais nos sedimentos, sendo maior essa quantidade em fêmeas, cuja amostra é obtida por micção espontânea (GARCIA-NAVARRO, 2005). b) Células epiteliais transicionais Essas células revestem a mucosa desde a pelve renal até a uretra, são células de vários tamanhos. O tamanho das células vai aumentando à medida que se aproxima o meio externo, sendo menores na pelve e maiores na uretra. Normalmente o número de células transicionais é muito pequeno na urina, estando aumentada em casos relacionados à inflamação, irritação ou neoplasias (GARCIA- NAVARRO, 2005). c) Células epiteliais renais Podem aparecer eventualmente no sedimento. São células dos túbulos renais, estando ausentes na urina e sua presença é indício de um processo descamativo tubular (GARCIA-NAVARRO, 2005). d) Células epiteliais descamativas São as maiores células presentes no sedimento, são células da camada superficial da uretra, estando aumentada em número durante o cio (GARCIA- NAVARRO, 2005). e) Eritrócitos Segundo Garcia-Navarro (2005), alguns eritrócitos aparecem normalmente no sedimento urinário, sendo aceito como normal até sete eritrócitos por campo na amostra colhida na micção espontânea, para sua visualização no microscópio utilizase a objetiva de 40x. f) Leucócitos São células pequenas com formato redondo e possuem citoplasma granuloso. Animais sadios possuem leucócitos nos sedimentos urinários, sendo

51 normais quantidades parecidas com as dos eritrócitos. O seu aumento na urina normalmente está relacionado a um processo de infecção como nos casos de cistites, uretrite, pielonefrite, apresentado como característica a urina turva, com piúria (GARCIA-NAVARRO, 2005). g) Bactérias Segundo Feldman e Sink (2004), a urina é normalmente estéril, quando a um aumento no número de bactérias na amostra colhida de urina por cateterização ou cistocentese é indicativo de infecção do trato urinário. Normalmente as bactérias são acompanhadas por um aumento no número de leucócitos. h) Cilindros Segundo Garcia-Navarro (2005), os cilindros são estruturas formadas por proteínas nos túbulos onde são moldadas. - Hialinos Formados exclusivamente de proteínas, geralmente albumina, sendo incolores e homogêneos. Normalmente representam a forma inicial, leve de irritação renal, podem estar presentes sem que haja lesão renal como em casos de febre, anemia (GARCIA-NAVARRO, 2005). - Epiteliais Possuem no seu interior células epiteliais tubulares inteiras, é um cilindro hialino, devendo sempre identificar a origem da célula no seu interior. Podem aparecer em casos de nefrites, degeneração do epitélio tubular (GARCIA- NAVARRO, 2005). - Granulares Possuem no seu interior grânulos com diferentes tamanhos e quantidades. Esses grânulos são originados da desintegração do epitélio tubular, formados por albumina, gordura, detritos celulares, células epiteliais, eritrócitos, leucócitos inteiros

52 ou fragmentados. Esses cilindros são indicadores de doença renal avançada (GARCIA-NAVARRO, 2005). - Céreos Cilindros granulares velhos e degenerados, não são vistos em doença aguda, sendo indicador de cronicidade, presentes em casos avançados de nefrites (GARCIA-NAVARRO, 2005). - Largos São cilindros das insuficiências renais, são mais largos, originando dos ductos coletores indicando uma perda severa de néfrons, aparecendo nos estágios mais avançados ou terminais das doenças renais (GARCIA-NAVARRO, 2005). i) Gotículas de gordura Aparecem em forma de gotículas redondas, comum em gatos em ocorrência do desdobramento das células tubulares que contém gordura, podendo também ocorrer em casos de obesidade, ou após refeições ricas em lipídios, principalmente em carnívoros, no hipotireoidismo, diabete melito, devido a uma alteração no metabolismo das gorduras (GARCIA-NAVARRO, 2005). Segundo Feldman e Sink (2004), as gotículas de gordura são facilmente confundidas com os glóbulos vermelhos, porém as gotículas de gordura possuem uma variação de tamanho. j) Cristais Os cristais são formados por substâncias minerais na urina, podendo apresentar a forma amorfa ou cristalina (GARCIA-NAVARRO, 2005). Os tipos de cristais formados na urina, são derivados da dieta alimentar, do ph da urina e da solubilidade e concentração dos cristalóides (SILVEIRA, 1988). Segundo Silveira (1988), nos animais pequenos, normalmente o ph da urina é ácido, os cristais mais encontrados são de estruvita, oxalato de cálcio, uratos amorfos e de ácido úrico. O ph da urina de equinos normalmente é alcalino, devido a alimentação, possuindo oxalatos e carbonato de cálcio, a urina de ruminantes é normalmente pobre desses elementos. Os cristais mais encontrados nestas espécies são: de oxalato, estruvita e fosfatos amorfos.

53 Foram realizados 46 exames de urina, sendo 37 (80,4%) em caninos, 6 (13,1%) felinos, 3 ( 6,5%) em equinos. Com relação ao sexo, foram 18 (39,1%) de fêmeas e 28 (60,9%) de machos. As amostras de urina foram obtidas através das seguintes coletas, 19 (41,30%) por cistocentese, 10 (21,7%) por cateterismo, 4 (8,7%) por micção espontânea e em 13 (28,3%) exames não foi informado como se realizou a coleta. Todos os exames de urinálise foram analisados através da avaliação física, química e exame do sedimento urinário (sedimentoscopia) Na microscopia do sedimento urinário, observou-se em algumas amostras de urina a presença de cristais de estruvita, oxalato de cálcio, carbonato de cálcio e bilirrubina, leucócitos, hemácias, bactérias (cocos e bacilos), gotícula de gordura, células de transição do trato urinário (uretrais e vesicais), células epiteliais, células caudadas da pelve renal, cilindros granulares e hialinos.