DA NORMA PENAL. Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal

Documentos relacionados
GABARITO PRINCÍPIOS PENAIS COMENTADO

DIREITO PENAL Retroatividade da lei Ultratividade da lei

Direito Penal Princípios Emerson Castelo Branco Copyright. Curso Agora Eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.

AP A L P I L CA C Ç A Ã Ç O Ã O DA D A LE L I E P E P N E A N L A Art. 1º ao 12 do CP

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores

3) Com relação ao princípio da anterioridade da lei, marque a alternativa correta.

Direito Penal 1 (Material de apoio)

CURSO PRF 2017 DIREITO PENAL. diferencialensino.com.br AULA 002 DIREITO PENAL

20/11/2014. Direito Constitucional Professor Rodrigo Menezes AULÃO DA PREMONIÇÃO TJ-RJ

IUS RESUMOS. Norma Penal. Organizado por: Samille Lima Alves

POLÍCIA FEDERAL. Agente da Polícia Federal

CURSO TROPA DE ELITE PREPARAÇÃO PARA A GUERRA 1. APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO

Princípios Norteadores do Direito Penal

7 OAB. Direito Penal. 1ª fase. Alexandre Salim Marcelo André de Azevedo. coleção. 3ª edição revista, ampliada e atualizada

índice Teoria da Norma Penal

7/4/2014. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Multa Qualificada. Paulo Caliendo. + Sumário. Multa Qualificada. Responsabilidade dos Sócios

Conceito e Denominações

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Multa Qualificada. Paulo Caliendo. Paulo Caliendo

CRIMES ECONÔMICOS CRIMES DE SONEGAÇÃO FISCAL A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO PAGAMENTO DO TRIBUTO

TÍTULO I Da Aplicação da Lei Penal Militar - Artigos 1 a 28.

Interpretação e integração da lei penal Interpretação...11

DIREITO PENAL. 1) Princípios Penais Fundamentais:

DIREITO PENAL PREPARATÓRIO

Capítulo 1 Noções Preliminares... 1 Capítulo 2 Aplicação da Lei Penal... 29

TEORIA GERAL DA PENA PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

1 CONCEITO DE DIREITO PENAL


XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA (OU DA ULTIMA RATIO OU DA SUBSIDIARIEDADE) O Direito Penal só deve se preocupar com a proteção dos bens jurídicos

LEGALIDADE EM MATÉRIA PENAL TRIBUNAL DO JÚRI PUNIÇÃO DAS DISCRIMINAÇÕES RETROATIVIDADE DA LEI PENAL BENIGNA RESPONSABILIDADE PESSOAL

POLÍCIA FEDERAL 2 PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL. AULA Da Legalidade. Nullum crimen nulla poena sine lege 1. DIREITO PENAL.

CURSO DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO PARÁ DATA 25/08/2016 DISCIPLINA DIREITO PENAL PARTE GERAL PROFESSOR FRANCISCO MENEZES

QUESTÃO 1. Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

PLANO DE ENSINO. I Identificação. Carga horária 72 horas/aula Créditos 4 Semestre letivo 2º. II Ementário

Direito Penal. DPC e DPF. Temas Controversos de. Eduardo Fontes Geovane Moraes. Para concursos de. 1ª edição Recife PE

REINALDO ROSSANO LÉO MATOS INFORMÁTICA EXERCÍCIOS QUADRIX LINUX DIREITO PROCESSUAL PENAL

BREVES APONTAMENTOS SOBRE TIPO PENAL, TIPICIDADE E A RELEVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA COMO POLÍTICA CRIMINAL

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

Direito Penal. Imagine a seguinte situação adaptada: O juiz poderia ter feito isso?

Voltando ao final da aula passada quando paramos no princípio da legalidade.

Direito Processual Civil

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal

Direito Penal. Curso de. Rogério Greco. Parte Geral. Volume I. Atualização. Arts. 1 o a 120 do CP

Supremo Tribunal Federal

TRIBUNAL DE JUSTIÇA SEÇÃOA CRIMINAL AÇÃO PENAL nº ACUSADO: JOAQUIM JOSE DOS SANTOS ALEXANDRE

1. CRIMES QUALIFICADOS OU AGRAVADOS PELO RESULTADO. Art. 19 do CP Agente deve causar pelo menos culposamente.

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO. 1. Introdução histórica 2. Natureza jurídica 3. Referências normativas 4. Legitimidade 5. Finalidade 6. Hipóteses de cabimento

PONTO 1: REVISÃO. PONTO 3: b) CRIMES DE MESMA ESPÉCIE CRIME FORMAL PRÓPRIO + C. CONTINUADO REQUISITO SUBJETIVO.

L G E ISL S A L ÇÃO O ES E P S EC E IAL

Analise as seguintes assertivas acerca da norma penal:

Sumário PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL NORMA PENAL... 33

Provas escritas individuais ou provas escritas individuais e trabalho(s)

4 PODER LEGISLATIVO 4.1 PERDA DOS MANDATOS DOS PARLAMENTARES CONDENADOS CRIMINALMENTE 14, 3º, II,

Retirar a letra A na palavra SOBA, ficando somente SOB. Modificar, na primeira linha, o ano de 1955, para 1755

Professor: Lúcio Valente

UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS DEPARTAMENTO DE DIREITO DISCIPLINA: DIREITO PENAL I

JURISPRUDÊNCIA DO STJ

TEORIA GERAL DO DELITO PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

ROGÉRIO SANCHES CUNHA CÓDIGO PENAL. Para concursos Doutrina, Jurisprudência e Questões de Concursos 10 ª. revista, atualizada e ampliada.

SUMÁRIO. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores. Questões de provas anteriores

PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA. Base de uma visão do DP: DP mínimo, que se desdobra em:

2. Distinguir Direito Penal Adjetivo de Direito Penal Substantivo

Crime Militar e Princípio da Insignificância: Aplicabilidade. (Transcrições)

Pormenorizando a polêmica do mensalão e a Constituição Federal.

Direito Penal. Infração Penal: Teoria geral

PODER JUDICIÁRIO COMARCA DE CASTRO ALVES BA SENTENÇA

4. AÇÃO CIVIL EX DELICTO 4.1 Questões

PROGRAMAÇÃO DO CURSO

A extinção da punibilidade pelo pagamento nos delitos contra a ordem tributária

Aula 00 Aula Demonstrativa

Código Penal. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

Aula 0. Direito Penal para o Delegado da Polícia Civil do Pará Princípios do Direito Penal. Professores: Julio Ponte e Lorena Nascimento

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

I CONCEITO E PRINCÍPIOS

REFORMA NO CÓDIGO PENAL

Professor Wisley Aula 01

Olá, amigos! Valeu! 1. Apresentação e estrutura textual (0,40). 2. Endereçamento à Vara Criminal da Comarca de São Paulo (0,20),

- Jurisdição - Competência é o limite dentro do qual juízes e tribunais exercem jurisdição.

Rodada #1 Direito Penal

Conteúdos/ Matéria. Categorias/ Questões. Textos, filmes e outros materiais. Habilidades e Competências. Semana. Tipo de aula UNIDADE I

Direito Penal Carreiras Jurídicas Professor: Christiano Gonzaga Aulas: 01 a 10

Aula 0. Princípios Constitucioanis do Direito Penal. Professores: Julio Ponte e Lorena L. Nascimento

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DE CRIME MILITAR DOLOSO CONTRA A VIDA

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações.

Em várias situações a legislação consagra da junção das jurisdições civil e criminal.

EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XXI PROF. FLÁVIO MILHOMEM

SUMÁRIO. Capítulo 1 Princípios do direito penal... 19

LIVRAMENTO CONDICIONAL LUANNA TOMAZ

CURSO ON-LINE DIREITO PENAL TEORIA E EXERCÍCIOS - BACEN PROFESSOR PEDRO IVO APRESENTAÇÃO. Caros concursandos de todo Brasil, sejam bem vindos!

QUESTÃO 1 ASPECTOS MACROESTRUTURAIS QUESITOS AVALIADOS

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Coisa julgada penal. Gustavo Badaró aula de

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

Transcrição:

DA NORMA PENAL Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Turma PRF Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal

Turma PRF Direito Penal - Professor Sandro Caldeira Normas Penais Princípios norteadores do Direito Penal Aplicação da Lei Penal Lei Penal no Tempo

DA NORMA PENAL Tipo penal: art. 121 CP: matar alguém. Norma: Não matarás Diferença entre tipo e norma

DA NORMA PENAL Classificação das normas penais Normas penais incriminadoras Normas penais não incriminadoras

DA NORMA PENAL Normas penais Incriminadoras Preceitos: Primário (preceptum iuris) Secundário (sanctio iuris)

Ex.: artigo 155 CP DA NORMA PENAL Subtrair para si ou para outrem coisa alheia móvel. Pena: Reclusão, de 1 (um) a 4 ( quatro) anos

DA NORMA PENAL Normas penais não incriminadoras Espécies: Permissivas; Explicativas; Complementares

Permissivas: DA NORMA PENAL Permissivas justificantes Permissivas exculpantes

Explicativas DA NORMA PENAL Ex.: artigo 327 CP, 150, 4º do CP

DA NORMA PENAL Complementares Ex.: artigo 59 do CP

DA NORMA PENAL Normas penais em branco (Primariamente remetidas) Conceito: Espécies: a) Normas penais em branco homogêneas (em sentido amplo) Ex.: artigo 237 do CP c.c artigo 1521 do Cód. Civil b) Normas penais em branco heterogêneas (em sentido estrito) Ex.: artigo 28 Lei 11.343/06 Ex.: artigo 6º da Lei 8137/90

DA NORMA PENAL Norma penal em branco heterogênea ofende o princípio da legalidade? Duas posições adotadas pela doutrina: Sim (Rogério Greco, Zaffaroni, Nilo Batista) Não (Fernando Capez, Juan Carlos Carbonell)

DA NORMA PENAL Norma penal em branco inverso ou ao avesso ou secundariamente remetida Ex.: artigos 1º e 2º da Lei 2.889/56 (genocídio) Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

DA NORMA PENAL c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionarlhe a destruição física total ou parcial; d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo

Será punido: DA NORMA PENAL Com as penas do art. 121, 2º, do Código Penal, no caso da letra a; Com as penas do art. 129, 2º, no caso da letra b; Com as penas do art. 270, no caso da letra c; Com as penas do art. 125, no caso da letra d; Com as penas do art. 148, no caso da letra e;

Princípios norteadores do Direito Penal

Princípio da Legalidade Base Constitucional: art. 5º, XXXIX da CR/88, Base Legal: art. 1º do CP Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal nullum crimen, nulla poena sine praevia lege.

Porque o Código Penal é a Carta Magna do delinquente, segundo Von Liszt? Pois tudo que não for expressamente proibido é lícito em Direto Penal Segundo Claus Roxin, interpretando Von Liszt, aduz que isso significa o seguinte: Que assim como em seu momento a Magna Carta inglesa de 1215, protegia o indivíduo das intromissões arbitrárias do poder Estatal, o Código Penal põe a coberto o cidadão ( tanto o honrado quanto o desonrado) de todo o castigo por uma conduta que não tenha sido claramente declarada punível antes do fato. (Derecho Penal - Parte Geral, p. 138)

Funções fundamentais da Legalidade: 1) Proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia); 2) Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes (nullum crimen nulla poena sine lege scripta);

3) Proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas (nullum crimen nulla poena sine lege stricta); 4) Proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla poena sine lege certa).

Legalidade formal e material Legalidade formal: Legalidade material:

Segundo Luigi Ferrajoli adota-se a estrita legalidade: O sistema das normas sobre a produção de normas - habitualmente estabelecido, em nossos ordenamentos, com fundamento constitucional - não se compõe somente de normas formais sobre competência ou sobre os procedimentos de formação das leis. Inclui também normas substanciais, como o princípio da igualdade e dos direitos fundamentais, que de modo diverso limitam e vinculam o poder legislativo excluindo ou impondo-lhe determinados conteúdos.

Vigência e validade da lei penal Vigência = legalidade formal Validade = legalidade material (compatibilidade com a CRFB)

Obs.: Termo inicial de aplicação da lei penal A partir da vigência É possível aplicação de lei penal antes da vigência da mesma?

Sim, artigo 5º, XL da CRFB/88 e artigo 2º do CP

É possível Medida Provisória sobre matéria penal? Vedação expressa- artigo 62, 1º, I, b da CRFB/88.

CESPE/UnB PRF/2013 O princípio da legalidade é parâmetro fixador do conteúdo das normas penais incriminadoras, ou seja, os tipos penais de tal natureza somente podem ser criados por meio de lei em sentido estrito.

CESPE/UnB PRF/2013 Gabarito: Certo

Princípio da Extratividade da Lei Penal Retroatividade Ultratividade

Princípio da Irretroatividade da Lei Penal Base constitucional: art. 5º, XL a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Base legal: art. 2º, parágrafo único do CP.

Ultra-atividade benéfica Retroatividade benéfica Ultra-atividade benéfica

Competência para aplicação da Lex Mitior

Deve ser analisado momento da aplicação da Lex Mitior: Processo: Recurso: Execução de Pena: Verbete Sumular n.º 611 do STF: transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.

Aplicação da Lei Penal: Novatio legis incriminadora; Novatio legis in mellius - p. único do art. 2º do CP Novatio legis in pejus Abolitio criminis - art. 107, III do CP

CESPE/UnB PRF/2013 A extra-atividade da lei penal constitui exceção à regra geral de aplicação da lei vigente à época dos fatos.

Resposta: Certo Gabarito preliminar deu como errado Posteriormente foi alterado para certo

Novatio legis incriminadora Ex.: Art. 349-A.CP - Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009). Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).

Novatio legis in mellius Ex.: art. 28 Lei 11.343/06 X art. 16 Lei 6368/76 Parágrafo único do art. 2º do CP A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Aplicação da novatio legis in pejus aos crimes permanentes e continuados Ex.: art. 159 do CP Verbete Sumular 711 STF A Lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

Aplicação da novatio legis in pejus aos crimes permanentes e continuados Ex.: art. 159 do CP Verbete Sumular 711 STF A Lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

Abolitio Criminis Artigo 2º do CP e 107, III do CP a) Se o IP estiver em andamento o que a Autoridade Policial deve fazer?

Se o Processo estiver em curso? O Juiz deverá declarar de ofício a ext. da Punibilidade - artigo 61 do CPP. Se estiver em fase recursal? Se estiver em fase de execução de pena? Artigo 66, I da Lei 7.210/84.

Abolitio criminis Temporalis ou Suspensão da Tipicidade Ex.: Artigo 12 da Lei 10.826/03 c/c artigo 30 da mesma lei diz que: Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008). Prazo ainda foi prorrogado pelo artigo 20 da lei 11.922 de 13/04/09, fixando a ABOLITIO TEMPORALIS até o dia 31 de dezembro de 2009.

Princípio da continuidade normativo-típica Exemplos: a) Artigo 12 da Lei 6.368/76 X artigo 33 da Lei 11.343/06; b) Artigo 214 do CP (revogado pela Lei 12.015/09) X artigo 213 do CP com nova redação dada pela Lei 12.015/06; Obs.: STF aceita tal 881444/SP- 2ª Turma.) princípio (RHC

Lei excepcional e Lei temporária Art. 3º do CP

O artigo 3º foi recepcionado pela CRFB/88, artigo 5º, XL? 1º Segmento Doutrinário Damásio E. de Jesus; Frederico Marques - Posição: Sim 2º Segmento doutrinário Zaffaroni, Nilo Batista; Rogério Greco - Posição: Não

Combinação de leis 1º Segmento doutrinário: Impossibilidade Fernando Capez; Aníbal Bruno. Heleno Cláudio Fragoso; STF ( HC68416/DF); AI 729498 ED / SC em 01/02/2011, no HC n. 84.037 (1ª Turma); HC 103833 / SP em 23/11/2010 (2ª Turma); RHC 101278/RJ (1ª Turma). 2º Segmento doutrinário: Possibilidade se for para beneficiar o réu - Basileu Garcia, Rogério Greco; Damásio E. de Jesus; José Frederico Marques; STF (HC 95435) em 07/11/2008 (1ª Turma).

Norma penal em branco e retroatividade benéfica Se o complemento da norma penal em branco for revogado, haverá possibilidade de aplicação retroatividade benéfica do artigo 2º do CP? Natureza do complemento: a) Complemento com vigência comum; EX: Artigo 33 Lei 11343/06 b) Complemento com vigência excepcional ou temporária Ex.: Artigo 6º, I, II e III da Lei 8137/90 (tabelamento de preços);

Vacatio Legis Indireta Conceito: Ex.: Artigo 30 da Lei 10.826/03 Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)

Posição dos Tribunais sobre o tema: Os tribunais vem entendendo que as condutas previstas nos artigos 12 e 16 da Lei 10.826/03, praticadas dentro do período de regularização ou entrega da arma de fogo à Polícia Federal são ATÍPICAS. (STJ HC- 0098212-0)

Princípio da Intervenção Mínima (Ultima Ratio) a) Caráter Fragmentário b) Caráter Subsidiário

Vertentes do princípio da Intervenção mínima Orienta o legislador na seleção dos bens mais importantes para o convívio em sociedade, incriminando comportamentos que violem tais bens; Orienta o legislador para retirar a proteção de certos bens, que no passado eram importantes, mas que com a evolução social já podem ser protegidos por outros ramos do Direito de forma satisfatória.

Princípio da adequação social Segundo Luiz Regis Prado (Curso de Direito penal Brasileiro Parte Geral, p.83) a teoria da adequação social, concebida por Hans Welzel, significa que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada.

Funções da adequação social a) Limitar o âmbito de incidência do tipo penal, excluindo condutas que sejam socialmente adequadas ou aceitas pela sociedade; b) Orientar o legislador em 2 momentos: b.1) na elaboração de tipos penais protegendo bens que realmente sejam importantes e que a ofensa a tais bens não seja socialmente aceita;

b.2) Na descriminalização de condutas penalmente típicas, que já se adaptaram à evolução social.

Princípio da Intervenção Mínima (Ultima Ratio) Princípio Princípio da Intervenção da Lesividade Mínima (Ultima Ratio Ratio) pio da Intervenção Mínima (Ultima) Nilo Batista (Introdução à ótica do Direito Penal brasileiro) ) Funções: a) Proibir a incriminação de uma atitude interna; b) Proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor; (Ex.: autolesão; tentativa de suicídio.

Princípio da Lesividade c) Proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais; 57 /10

Princípio da Lesividade d) Proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico; Ilegítimo criminalizar por razões exclusivamente moralistas. (Jorge Figueiredo Dias e Manuel da Costa Andrade Criminologia O homem delinquente e a sociedade criminógena). 58 /10

Princípio da adequação social Segundo Luiz Regis Prado (Curso de Direito penal Brasileiro Parte Geral, p.83) a teoria da adequação social, concebida por Hans Welzel, significa que apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada.

Funções da adequação social a) Limitar o âmbito de incidência do tipo penal, excluindo condutas que sejam socialmente adequadas ou aceitas pela sociedade; b) Orientar o legislador em 2 momentos: b.1) na elaboração de tipos penais protegendo bens que realmente sejam importantes e que a ofensa a tais bens não seja socialmente aceita;

b.2) Na descriminalização de condutas penalmente típicas, que já se adaptaram à evolução social.

Princípio da Fragmentariedade Nilo Batista e outros: Fragmentariedade é uma das características da Intervenção mínima; Rogério Greco: Fragmentariedade é um corolário da intervenção mínima; da lesividade e da adequação social;

Princípio da Insignificância / Bagatela Tipicidade a)formal; b) Material

Princípio da Insignificância / Bagatela Vetores STF: Mínima ofensividade da conduta do agente; Nenhuma periculosidade social da ação; Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento do agente; Inexpressividade da lesão jurídica provocada. STF)- HC 94505 / RS - RIO GRANDE DO SUL HABEAS CORPUS Relator(a): Min. CELSO DE MELLO Julgamento: 16/09/2008.

Análise de julgado: 1) Sacoleiro é absolvido do crime de descaminho pelo STF com base no princípio da insignificância. Condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) pelo crime de descaminho, R.T., um sacoleiro que comercializa mercadorias do Paraguai, conseguiu, no Supremo Tribunal Federal (STF), reverter a decisão e ser absolvido de seu crime, uma vez que os tributos devidos à Receita Federal estariam abaixo de R$ 10 mil, valor fixado pelo artigo 20 da Lei 10.522/2004 para que se aplique o chamado princípio da insignificância.

O ministro Dias Toffoli, relator do Habeas Corpus (HC 95570) julgado na tarde desta terça-feira (1º), explicou que o réu foi absolvido em primeira e segunda instâncias, mas que ao analisar recurso especial do Ministério Público, o STJ condenou o sacoleiro, com base no artigo 334, parágrafo primeiro do Código Penal, decisão que já teria transitado em julgado.

Direito Ao analisar a questão do trânsito em julgado, o ministro revelou que a jurisprudência da Corte permite a análise de habeas corpus mesmo em casos já alcançados pelo trânsito em julgado. Isso não impede a análise pela via do HC. O tema é simplesmente de direito, não há aqui questões fáticas, não seria o caso de necessidade de uma revisão criminal. O próprio HC é uma via adequada para a análise do tema jurídico colocado, diante do quadro fático que é incontroverso, ponderou o ministro.

Com esse fundamento, o ministro decidiu conceder a ordem e absolver R.T., com base na jurisprudência da Turma quanto à aplicação do princípio da insignificância em casos de descaminho. Acompanharam o relator os ministros Ayres Britto e Ricardo Lewandowski. Apenas a ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha divergiu do relato. Outro julgado: STF- HC 99739

Princípio da insignificância e bem de concessionária de serviço público ( não aplicação da bagatela) É inaplicável o princípio da insignificância quando a lesão produzida pelo paciente atingir bem de grande relevância para a população. Com base nesse entendimento, a 2ª Turma denegou habeas corpus em que requerida a incidência do mencionado princípio em favor de acusado pela suposta prática do crime de dano qualificado (CP, art. 163, parágrafo único, III). Na espécie, o paciente danificara protetor de fibra de aparelho telefônico público pertencente à concessionária de serviço público, cujo prejuízo fora avaliado em R$ 137,00.

Salientou-se a necessidade de se analisar o caso perante o contexto jurídico, examinados os elementos caracterizadores da insignificância, na medida em que o valor da coisa danificada seria somente um dos pressupostos para escorreita aplicação do postulado. Asseverou-se que, em face da coisa pública atingida, não haveria como reconhecer a mínima ofensividade da conduta, tampouco o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento. Destacou-se que as consequências do ato perpetrado transcenderiam a esfera patrimonial, em face da privação da coletividade, impossibilitada de se valer de um telefone público. HC 115383/RS, rel. Min. Gilmar Mendes, 25.6.2013. Informativo nº 712- STF

Princípio da Responsabilidade Pessoal Artigo 5º, XLV CRFB/88 Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.

Princípio da Individualização da Pena Artigo 5º, XLVI CFB/88: a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes :

Princípio da Culpabilidade O princípio da culpabilidade possui três sentidos fundamentais: - culpabilidade como elemento integrante do conceito analítico de crime - culpabilidade como princípio medidor da pena; - culpabilidade como princípio impedidor da responsabilidade penal objetiva.

Questões 1. (4133) CESPE 2013 DIREITO PENAL Princípios Penais No que diz respeito aos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta. a) Para que ocorra o reconhecimento do princípio da insignificância, tem de haver conduta típica, ou seja, ofensa grave a bens jurídicos tutelados, sendo suficientes lesões irrelevantes aos bens ou interesses protegidos.

Questões 1. (4133) CESPE 2013 DIREITO PENAL b) O princípio da legalidade ou princípio da reserva legal não se estende às consequências jurídicas da infração penal, em especial aos efeitos da condenação, nem abarca as medidas de segurança.

Questões 1. (4133) CESPE 2013 DIREITO PENAL c) O princípio da adequação social do fato não se confunde com a teoria do risco permitido ainda que tenham como pressuposto fundamental a existência de uma lesão ao bem jurídico que não chega a constituir um desvalor do resultado, o qual é obtido por uma interpretação teleológica restritiva dos tipos penais, na adequação social, e, no riscopermitido, ocorre pelo desvalor da ação que repercute no desvalor do resultado.

Questões 1. (4133) CESPE 2013 DIREITO PENAL d) O princípio do ne bis in idem ou non bis in idem traduz a proibição de punir ou processar alguém duas ou mais vezes pelo mesmo fato e concretiza-se pela valoração integral da conduta delituosa perpetrada pelo agente, incidindo apenas nos casos de concurso de delitos.

Questões 1. (4133) CESPE 2013 DIREITO PENAL e) De acordo com o princípio da fragmentariedade, a lei penal só deverá intervir quando for absolutamente necessário, para a sobrevivência da comunidade, como ultima ratio.

Questões Resposta: letra c

Questões (97382) CESPE 2015 DIREITO PENAL Princípios Penais Acerca dos princípios e fontes do direito penal, assinale a opção correta. a) Segundo a jurisprudência do STJ, o princípio da insignificância deve ser aplicado a casos de furto qualificado em que o prejuízo da vítima tenha sido mínimo.

Questões (97382) CESPE 2015 DIREITO PENAL b) Conforme entendimento do STJ, o princípio da adequação social justificaria o arquivamento de inquérito policial instaurado em razão da venda de CDs e DVDs. c) Depreende-se do princípio da lesividade que a autolesão, via de regra, não é punível.

Questões (97382) CESPE 2015 DIREITO PENAL d) Depreende-se da aplicação do princípio da insignificância a determinado caso que a conduta em questão é formal e materialmente atípica.

Questões (97382) CESPE 2015 DIREITO PENAL Resposta: Letra c.

Fale com o Prof. Sandro Acesse: Sandrocaldeira.com Instagram:@sandrocaldeira Periscope: @Sandro_Caldeira