OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXVI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE ) ABSTRAC T

Documentos relacionados
GUATUBESIA, NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE

Revta bras. Ent. 32(2): OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) ABSTRACT

Papéis Avulsos de Zoologia

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VII (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) '

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. VIII. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) 1

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVL NOVO GÊNERO DE GONYLEPTIDAE E PRESENÇA DE TRIAENONYCHIDA E NO BRASIL (OPILIONES).

UM NOVO GÊNERO E DOIS ALÓTIPOS DE "GONY- LEPTIDAE" (OPILIONES) 1

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVII. (OPIL!ONES, GONYLEPT!DXE) ABSTRACT

PAPEIS AVULSOS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA SECRETARIA DA AGRICULTURA- S. PAULO - BRASIL POR

DEIPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DOIS NOVOS CiÊNEROS E TRÊS NOVAS ESPÉCIES DE OPILIOES BRASILEIROS (*) POR INTRODUÇÁO

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XII (OPILIONES, GONY LEPTIDAE, PACHYLINAE)

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. DUAS NOVAS ESPÉCIES DiE OPILIÕES DO ESiTANDO DO ESPíRITO SANTO (*) POR INTRODUÇÁO

GONYASSAMIINAE, NOVA SUBFAMÍLIA DE GONYLEPTIDA E (OPILIONES, GONYLEPTOIDEA, GONYLEPTOMORPHI) DO BRASI L

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXIV. (OPILIONES: GONYLEPTIDAE, PACHYLINAE, GONYLEPTINAE )

PAPÉIS AVULSOS. DEPARTAh'íkNTO DE ZOOLOGIA OPILIÕES DA COLEÇÁO GOFFERJE " (OPILIONES - GONYLEPTIDAE) (*) HENEDICIO A. M So~nks e HÉLIA E. M.

ALGUNS LANIATORES NOVOS DA REPUBLIC A ARGENTIN A MELLO-LEITÃ O

bois GÉNEROS E QUATRO ESPÉCIES DE PACHYLINA E

PAPÉIS AVULSO S DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA NOVOS OPILIÕES DO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGI A DA SECRETARIA DA. AGRICULTURA DO ESTAD O DE SÃO PAULO.

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. III. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) I

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA ALGUNS OPILIÓES DO MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO (*) POR

Papéis Avulsos de Zoologia

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXIII. ABSTRACT

p o r B. M. SOARE S Liogonyleptoides inermis (M. L., 1922).

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. I. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE)

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA

SETE NOVOS LANIATORES COLHIDOS

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS SALTICIDAE (ARANEAE) DO BRASIL. VII. Maria José Bauab Vianna Benedict» A. M. Soares

Revista Brasileira de Biologia

OPILIÕES COLIGIDOS POR ANTENOR LEITÁO DE CARVALHO NO TAPIRAPÉS 1 CANDIDO DE MELLO-LEITAO

Notas sôbre opiliões

SECRETARIA+ DA AGRICULTURA

AJóti pos de Paragonyleptes antiquus (Melo-

Vol. VII, N. 15 pp PAPÉIS AVULSO S E UM NOVO OPILIÃO DO ESTADO DO PARÁ (* ) PO R

CAVERNICOLA (OPILIONES: LANIATORES)

NOVOS OPILIOES DE BANHADO (ESTADO DO PARANÁ) (*) POR, INTRODUÇÁO

Generos novos de Gonyleptídeos

ALGUNS OPILIÕES NOVOS DA

t Benedicto A. M. Soares- Regina de L. S. Jim 1.3

RIO DE JANEIRO, 30 DE SETEMBRO DE 1933 ANNAE S QUATRO NOVOS PALPATORES NEOTROPICO S MELLO - LEITÃ O SUEPAMILIA NEOPILIONINAE LAW R

NOTAS SOBRE OPILIÕES. Uropachylus ypiranga (Melo-Leitáo, 1922)

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XVIII. NOTAS SINONI~~ICAS (OPILIONES, COSMETIDAE E GONYLEPTIDAE) ABSTRACT

AVULSOS DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA. CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DOS OPILIõES DA COLEGÃO "OTTO SCHUBART" (*) POR

P.APÉIS AVULSOS DO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA

PAPÉIS AVULSOS OPILIÕES DA "COLEÇÃO GOFFERJÉ" (OPILIONES: GONYLEPTIDAE, PHALANGODIDAE) 1

NOTAS SOBRE OPILIõES DO INSTITUTO BUTANTAN

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DO S OPILIOES DO PERU

Ricardo Pinto-da-Rocha I Helia Eller Monteiro Soares 2

OITO NOVOS LANIA.TORES DO EQUADOR

Fam. PHALAGIBIDAS Simoãa

PAPÉIS AVULSO S DO ALTO DA SERR A OPILIOES B. M. SOARE S INTRODUÇA O SECRETARIA DA AGRICULTURA S. PAULO - BRASI L

NOVAS GONYLEPTIDA E NAS COLLECÇÕES DO INSTITUTO BUTANTAN PO R PACHYLINA E

DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA POR

OPILIÕES COLIGIDOS PELO DR. HENRY LEONARDO S NO xi NOÚ

Parte II Aracnídeos / Arachnids 1922 contribuição para o conhecimento dos escorpiões brasileiros

MONOGRAFIA DOS GÉNEROS DE OPILIOES BENEDICTIO A. M. SIOARES ARQUIVOS DE ZOOLOGIA DO ESTADO DE SAO PAULO DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA.

DEPARTAMENTO DE ZOOEOGHA. Divisão de Insecta. OpiPióes de Ubatuba B. M. SOARES -

OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXII. (OPILIONES: GONYLEPTIDAE)

Deltocephalinae): primeiro registro no Brasil e descrição de duas espécies novas 1

REVISÃO DO GÊNERO SATIPOELLA (COLEOPTERA, CERAMBYCIDAE, LAMIINAE) INTRODUÇÃO

Parte II Aracnídeos / Arachnids 1922 contribuição para o conhecimento dos escorpiões encontrados no Brasil

Duas novas espécies de Mauesia (Cerambycidae, Lamiinae, Mauesini) e chave para identificação das espécies do gênero

GONYLEPTIDAS NOVOS OU POUCO CONHECIDOS D A REPUBLICA ARGENTINA, DA SUBFAMILIA PACHYLINA E

DESCRIÇÃO DO GÊNERO PENSACOLOPS, G. N. E DE NOVA ESPÉCIE DE CHIRA PECKHAM, 1896 (ARANEAE, SALTICIDAE)

A) LANIATORES DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA COSMETIDAE ALGUNS OPILIÕES DA COLECÃO "OTTO SCHUBART" (") SECRETARIA DA AGRICULTURA - S.

MACROCHELES NOVAODESSENSIS, SP.N. E MACROCHELES ROQUENSIS, SP.N. COLETADAS EM ESTERCO BOVINO NA REGIÃO NEOTROPICAL (ACARINA, MACROCHELlDAE)

a~bu~vos CONTHcaBUH~AO AO ESTUDO DOS OIPHL1,IóEB DO ESTADO DO PARANA. \ DO MUSEU PAWANAENSE SEPARATA\ Vol. IV - Art..IX - Bgs. 207 à 230 Por / SOARES

DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS DE OPOPAEA DO SUL DO BRASIL (OONOPIDAE, ARANEAE) INTRODUÇÃO

Uma nova espécie de anfípode cavern ícola do Brasil Hyalel/a caeca sp.n. (Amphipoda, Hyalellidae).

Espécies novas de Ischnoptera (Blattellidae, Blattellinae) do Estado do Mato Grosso, Brasil e considerações sobre I. similis

Designação de lectótipos de algumas espécies sul-americanas de Anthidium Fabricius (Hymenoptera, Megachilidae) 1

Parte IV - Répteis e Anfíbios / Reptiles and Amphibians 1922/1923 Elaps ezequieli e Rhinostoma bimaculatum, cobras novas do estado de Minas Gerais

* BOLETIM DO MUSEU ',NÀc!oNAL,:,-. ' NOVA SERIE.i ' / J.. L. RIO DE JANEIRO - B'R'ASIL... PALPATORES PHALANGIIDAE

NOTAS SOBRE ESPÉCIES DE IDIOPS PERTY, 1833 DO SUDESTE BRASILEIRO COM DESCRIÇÃO DE I. PIRASSUNUNGUENSIS SP. N. (MYGALOMORPHAE, IDIOPIDAE, IDIOPINAE)

VINALTO GRAF ALICE FUMI KUMAGAI 3

.-. - i- Benedicto A. Ma.' Soares. Vol. XX - N Separata da Revista de Agricultura. , H61188 E. M. Soares, I 1/45

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA

SISTEMÁTICA DE Rhabdepyris KIEFFER (HYMENOPTERA, BETHYLIDAE) AMAZÔNICOS COM ANTENAS PECTINADAS

OPILIONES. Número de espécies No mundo: 5500 No Brasil: 951 Estimadas no estado de São Paulo: 300 Conhecidas no estado de São Paulo: 232

Espécies novas de Eucerinae Neotropicais e notas sobre Dasyhalonia phaeoptera Moure & Michener (Hymenoptera, Anthophoridae) 1

Kyra gen. nov. (Cicadellidae, Deltocephalinae) e descrições de duas novas espécies 1

Universidade de São Paulo Instituto de Física de São Carlos Licenciatura em Ciências Exatas Biologia

DESCRIÇÃO DE DUAS ESPÉCIES NOVAS DE Elmohardyia RAFAEL (DIPTERA, PEPUNCULIDAE) DA REGIÃO AMAZÔNICA

Espécies novas de Blaptica do Rio Grande do Sul, Brasil (Blattaria, Blaberidae, Blaberinae)

Derophthalma vittinotata, sp.n. Figs 1-4

Contribuição para o conhecimento de dois afídeos do Brasil (*)

Mirídeos neotropicais, CCXXXVII: Descrição de quatro espécies novas do gênero Peritropoides Carvalho (Hemiptera)

Dendrophryniscus bokermanni, sp.n. Figs 1-12

Arachnideos do Rio Grande do Su l

8 PEIXOTO: NOVA ESPÉCIE DE SCINAX exemplares do gênero Scinax, colecionados em bromeliáceas em Santa Teresa, permitiu a identificação de uma nova espé

Novos táxons de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Brasil

UN SOLlFUGO DA ARGENTINA E AL- GUNS OPILlOES DA COLOMBIA

ARQUIVOS DO MUSEU BOCAGE

SEIS ESPÉCIES NOVAS DE CARIBLATTA HEBARD (BLATTARIA, BLATTELLIDAE) DO BRASIL 1

ANATOMIA RADIOLÓGICA DOS MMII. Prof.: Gustavo Martins Pires

Papéis Avulsos de Zoologia

RESUMO ABSTRACT INTRODUÇÃO

Boethus catarinae sp. nov.

Sobre o gênero Vesicapalpus (Araneae, Linyphiidae) no sul do Brasil

Acta Biol. Par., Curitiba, 41 (3-4): KETI MARIA ROCHA ZANOL 2 Estrianna gen. nov. (Espécie tipo Estrianna sinopia sp. n.

NOVOS GÊNEROS E ESPÉCIES DE HOPLOPHORIONINI (HEMIPTERA, MEMBRACIDAE, MEMBRACINAE)

Transcrição:

Revta bras. Ent. 30(1) : 87-100. 31.03.198 6 OPERA OPILIOLOGICA VARIA. XXVI. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE ) ABSTRAC T Helia E.M. Soares l Benedicto A.M. Soares l New synonyms establishecd Guascaia ypsilonota Mello-Leitão, 1935 = Acanthopachylus aculeatus (Kirby, 1819); Guascaia Mello-Leitão, 1935 = Acanthopachylu s Roewer, 1913; Quixabella ornata Mello-Leitão, 1949 = Quixaba atrolutea Mello- Leitão, 1944 = Carlotta furcata (Roewer, 1943) = C. serratipes Roewer, 1943. Quixabella Mello-Leitão, 1944 = Quixaba Mello-Leitão, 1944 = Carlotta Roewer, 1943; Deltaspidium bresslaui Roewer, 1927 = Gonyleptes asper Perty, 1833, transferred to the genus Deltaspidium, comb. n. Therezopolis therezopolis Mello- Leitão, 1923 = Graphinotus ornatus Kollar, 1839; Therezopolis Mello-Leitão, 1923 = Wygodzinskyia Soares & Soares, 1945 = Graphinotus Koch, 1839, transferred to Gonyleptinae; Ubatubesia travassosi Soares & Soares, 1947 = U. oliverioi Soares & Soares, 1944; Ubatubesiopsis Soares & Soares, 1954 = Ubatubesia Soares & Soares, 1944; Gonypernoides damicoi Soares & Soares, 1945 = G. fragilis Mello-Leitão, 1932 = Uracantholeptes anomalus (Mello-Leitão, 1922); Gonypernoides Mello-Leitão, 1932 = Uracantholeptes Mello-Leitão, 1926; Liarthrodes Mello-Leitão, 1922 = Arthrodes Koch, 1839; Arthrodes alvimi (Mello-Leitão, 1935) = Liarthrodes granulosus Mello- Leitão, 1932 = L. tetramaculatus Mello-Leitão, 1922 = Coelopygus elegans (Perty, 1833). New combinations. The following species are transferred to Graphinotus : Therezopolis franciscoi Soares & Soares, 1945; T. magnificus Roewer, 1943; T. roseu s Mello-Leitão 1936; T. sawayai H Soares, 1946; Wygodzinskyia viridiornata Soares & Soares, 1945 and W. gratiosa H Soares, 1974. Ubatubesiopsis rabelloi Soares & Soares, 1954 is transferred to Ubatubesia. Arthrodes xanthopygus Koch, 1839 is transferred to Caelopygus. Esta nota constitui resultado de parte de nossa revisão da família Gonyleptidae ; o material pertence às coleções do Museu Nacional, Rio de Janeiro (MNRJ), d o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZUSP) e H. Soares, Botucatu (HS). PACHYLINAE Acanthopachylus Roewe r Acanthopachylus Roewer, 1913 :50 ; Soares & Soares, 1954a:233 ; Ringuelet, 1959 :274. Guascaia Mello-Leitão, 1935a:1 ; Soares & Soares, 1954a :264. Syn. n. Espécie-tipo : Gonyleptes aculeatus Kirby, 1819, por designação original. Gonyleptes aculeatus Kirby, 1819 :452. Acanthopachylus aculeatus (Kirby ) (Figs. 1, 2 ) Acanthopachylus aculeatus; Roewer, 1913 :51, figs. 19, 20 ; Soares & Soares, 1954a :233 ; Ringuelet, 1959 :275 ; 1963 :42. Guascaia ypsilonota Mello-Leitão, 1935a:1, fig. 1 ; Soares & Soares, 1954a:264. Syn. n. Ringuelet (1959 :274-284), que estudou copioso material de A. aculeatus, de larga distribuição, assim se refere à área V do escudo dorsal (1959 :277) : "El área V de l macho lleva una fuerte espina mediana, flanqueada tipicamente por 2 más pequenas, 1. Departamento de Zoologia, Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", 18600 Botucatu SP, Brasil.

88 Revta bras. Ent. en la misma fila con los tubérculos ; corrientemente la espina mediana se ve como tubérculo o alto y subagudo, el que puede ser enteramente romo, y faltan muchas vece s las 2 espinas satélites ; en la hembra existe un tubérculo mediano desde pontiagudo hasta enteramente romo o bien el área V es totalmente inerme. Estas variaciones del área V se encuentram en ejemplares de una misma población y en individuo s perfectamente adultos". Constatamos as mesmas variações. No tipo de G. ypisilonota, macho, acompanhado de 2 fêmeas no mesmo tubo, vimos que a área V é armada d e uma apófise mediana bífida, como diz a descrição original. No mais a coincidência com exemplares de aculeatus é absoluta, inclusive na armadura das pernas IV, muit o característica. Por outro lado, examinamos 3 machos e 2 femeas do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, n? 18.325 (MNRJ), com o rótulo manuscrito de Mello-Leitão com o nom e de Heteropachyloidellus dimorphicus Mello-Leitão, 1927, já arrolado na sinonímia d e A. aculeatus; um dos machos desta série apresenta na área V alta apófise bífida d e ramos pontiagudos, apenas um pouco mais longos que os de G. ypsilonota, com qu e fizemos comparação. Fica, portanto, assinalada a variação em indivíduo da mesma população. Foram feitas preparações das genitálias do holótipo macho de G. ypsilonota e de um exemplar de A. aculeatus muito bem representativo da espécie e elas coincidem sob todos os aspectos. Não temos, pois, dúvida de que ypsilonota é igual a aculeatus. Guascaia, conseqüentemente, é sinônimo de Acanthopachylus, devendo-se, para completar-lhe a caracterização, acrescentar à descrição de Ringuelet (1959 :277) o seguinte : a área V do escudo dorsal do macho pode ainda apresentar uma apófise mediana bífida. Há fêmeas que exibem todas as áreas do escudo dorsal e todos os tergitos livre s inermes. Artículos tarsais : 5(3), 7(3), 6, 6. Nos machos, os basitarsos I e II têm artículos mai s espessos e mais longos que os dos distitarsos correspondentes ; nas femeas esta s diferenças são muito atenuadas. Os metatarsos de todas as pernas têm longo astrágalo e curtíssimo calcâneo. Comprimento do pênis: 4,42 mm. Para maiores detalhes sobre a espécie vide Ringuelet (1959 :174-284),que tratou de toda a sinonímia. Material. ARGENTINA. Buenos Aires: 4 machos e 2 femeas, n? 1.411, Heteropachyloidellus serrulatus (MNRJ). Entre Rios: 1 macho, n? 1.412, parátipo de H. serrulatus (MNRJ). BRASIL. Rio Grande do Sul: 1 macho e 4 fêmeas, n? 41.603, Heteropachyloidellus marginatus (MNRJ), 1 fêmea, tipo de H. marginatus, n? 1.41 0 (MNRJ); Cassino, Rio Branco, 9 machos e 7 fêmeas (HS) ; Itagui, km 82, entroncamento para Barragem, 2 machos e 9 fêmeas, n? 722 (HS) ; Porto Alegre, 3 machos e 2 fêmeas, n? 18.325, H. serrulatus (MNRJ), 1 macho e 1 fêmea, n? 1.46 5 (MNRJ), 2 machos e 7 fêmeas, n 46.947, H serrulatus (MNRJ), 10 machos e 1 1 fêmeas, n? 56.268, Heteropachyloidellus dimorphicus (MNRJ), 1 macho e 2 fêmeas, n? 41.936, tipos de Guascaia ypsilonota (MNRJ), Porto Alegre, Ponta Grossa, 4 machos e 5 fêmeas, 2 machos e 5 fêmeas, 1 macho e 1 fêmea, DZ n? 965 (MZUSP), 1 macho e 1 fêmea, DZ n? 1.770 (MZUSP) ; São Francisco de Paula, 2 machos e 5 fêmeas, n? 58.060, H marginatus (MNRJ) ; Uruguaiana, 7 machos e 5 fêmeas, DZ n? 1.60 9 (MZUSP). URUGUAI. Colonia: Carmelo, 1 macho, n? 1.413, cótipo de H. paucigranulatus (MNRJ); Montevideo, 3 machos e 11 fêmeas, n? 1.414, H. paucigranulatus (MNRJ), 3 machos e 6 fêmeas, n? 58.394, H paucigranulatus (MNRJ). GONYLEPTINA E Carlotta Roewe r Carlotta Roewer, 1943 :26; Soares & Soares, 1949 :162 ; 1974 :607. Ullia Roewer, 1943 :41. Pseudoneogonyleptoides Soares, 1944b : 147. Quixaba Mello-Leitão, 1944 :17 ; Soares & Soares, 1949 :210 ; 1974 :607. Syn. n.

Vol. 30(1), 1986 8 9 Quixabella Mello-Leitão, 1949 :26. Syn. n. Espécie-tipo : Carlotta serratipes Roewer, 1943, por monotipia. Cômoro ocular com alta elevação mediana pontiaguda. Area I dividida. Áreas I e I com 1 par de elevações, III no macho com 1 par de elevações rombas mais próxima s entre si que as da área II, na fêmea com 2 robustas apófises pontiagudas unidas n a base e divergentes no ápice, ou, tanto no macho como na fêmea, com 2 elevações mai s próximas entre si que as da área II e só na fêmea pontiagudas. Area IV, tergitos livres I - III, opérculo anal e ventral inermes. Fêmures dos palpos inermes. Artículos tarsais: 6(3), 10/12(3), 6/7, 6/7. Basitarsos I do macho com os 3 artículos espessados. Rower (1943) e Mello-Leitão (1944 ; 1949) descreveram em gêneros diferentes a mesma espécie, em virtude do acentuado dimorfismo sexual. Carlotta serratipes Roewe r Carlotta serratipes Roewer, 1943 :41, pl. 5, fig. 43 ; Soares & Soares, 1949 : 162. Ullia furcata Roewer, 1943 :41, pl. 4, fig. 44. Syn. n. Carlotta furcata; Soares & Soares, 1949 :162. Quixaba atrolutea Mello-Leitão, 1944 :18, figs. 6, 7 ; Soares & Soares, 1949 :210 ; 1974:604, figs. 26-35. Syn. n. Quixabella ornata Mello-Leitão, 1949 :27, fig. 8. Syn. n. Q. ornata e Q. atrolutea se referem à fêmea e ao macho de única espécie da mesm a localidade, Santa Teresa, Espírito Santo. Não há como separar ornata e atrolutea e m gêneros diferentes, o tipo de ornata (examinado) é uma fêmea e não macho, como consta da descrição original. O mesmo se dá com C. serratipes e U. furcata, macho e fêmea da mesma espéci e descritos de Tocantins, Cametá ; são também sinônimas de atrolutea. Roewer, apesa r de ter descrito a espécie da mesma localidade duas vezes em gêneros diferentes, reconheceu que teve em mãos um macho e uma fêmea. Soares & Soares (1974 :606) comentaram que não existe tubérculo no opérculo anal ventral do macho de atrolutea. Isto acaba de ser confirmado pelo exame do tipo, no qual havia, entre o opérculo ana l dorsal e o ventral, um detrito sob a forma de roliço tubérculo escuro e brilhante, dand o muito bem ilusão de que se tratava de parte integrante do opérculo anal ventral ; destacamo-lo facilmente com uma pinça. O tipo de atrolutea, macho, com 6(3), 14(3), 7, 7 artículos tarsais, tem os basitarso s I de artículos mais longos e mais espessos que os dos distitarsos correspondentes. O de ornata, fêmea, tem basitarsos I normais, 6(3), 14(3), 7, 7 artículos tarsais e não apena s 6 artículos nos tarsos 111 e IV, como consta da descrição original. Material. BRASIL. Espírito Santo: Santa Teresa, 1 macho, tipo de atrolutea (MNRJ), 1 fêmea, tipo de ornata (MNRJ), 1 macho, n? 482 (HS). Carlotta dubia (Soares ) (Figs. 3-6) Pseudoneogonyleptoides dubius Soares, 1944b: 145, 149, fig. 4 ; Soares, 1946 :509 ; 1946 :235, fig. 2. Carlotta dubia; Soares & Soares, 1949 :162. Dimorfismo sexual não tão acentuado. Na área III do escudo dorsal, 2 elevaçõe s próximas, rombas no macho, pontiagudas na fêmea. Artículos tarsais: 6(3), 12(3), 7, 7 no macho e 6(3), 10/11(3), 7, 7 na fêmea. Basitarsos I do macho com artículo s espessados. Comprimento do pênis: 3,12 mm. Material. BRASIL. Espírito Santo : Santa Teresa, 1 fêmea, holótipo, n? E.407 C.24 3 (MZUSP), 1 macho e 1 fêmea (HS) ; Santa Leopoldina, Chaves, 1 macho, n? DZ 93 1 (MZUSP).

90 Revta bras. Ent. Acanthopachylus aculeatus: pênis, 1, dorsal ; 2, lateral. Carlotta dubiw 3, pênis, dorsal; 4, glande aumentada; dorsal ; 5, pênis, lateral ; 6, glande aumentada, lateral. Deltaspidium asper: pênis, 7, dorsal; 8, lateral. Graphinotus ornatus: pênis, 9, dorsal ; 10, lateral. G. franciscoi: pênis, 11, dorsal ; 12, lateral. G. roseus: pênis, 13, dorsal ; 14, lateral. G. sawayai: pênis, 15, dorsal ; 16, lateral. G. viridiornatus: pênis, 17, dorsal; 18, lateral.

Vol. 30(1), 1986 9 1 Deltaspidium Roewe r Deltaspidium Roewer, 1927 :348 ; 1930 : 345, 416 ; Mello-Leitão, 1932 : 234, 288 ; Soare s & Soares, 1949 :164. Espécie-tipo : Deltaspidium bresslaui Roewer, 1927 (= Gonyleptes asper Perty, 1833), por monotipia. Cômoro ocular com 2 baixas elevações pontiagudas. Área I dividida. Áreas I e I com 2 elevações, III com alta elevação mediana armada de 2 espinho s divergentes, rombos no macho e pontiagudos na fêmea. Área IV, tergitos livres e opérculo anal inermes. Palpos do tipo de Gonyleptinae, mais longos que o corpo, d e fêmures inermes. Tarsos III e IV com 2 garras lisas, com pseudoníquio e escópul a rudimentar. Artículos tarsais : 6(3), 12/13(3), 8/9, 9/10. Basitarsos I do macho não espessos. Metatarsos I com astrágalo e calcâneo aproximadamente do mesmo comprimento, II, III e IV com astrágalo muito mais curto que o calcâneo. Deltaspidium asper (Perty, 1833), comb. n. (Figs. 7, 8) Gonyleptes asper Perty, 1833 :202, n? 7. Ampheres asper; Koch, 1839b :71, pl. 235, fig. 570 ; Roewer, 1913 :338 ; 1923 :532 ; Roewer, 1931, non Perty, 1833 :136 ; Soares & Soares, 1948 :566. Deltaspidium bresslaui Roewer, 1927 :348, fig. 16 ; 1930 : 416, pl. 6, fig. 3 ; Mello-Leitão, 1932 :288, fig. 226 ; Soares & Soares, 1949 :164. Syn. n. A descrição e a figura de Koch, referentes a um macho de Ampheres asper (Perty, 1833), de que, ao que nos consta, só se conhecia um exemplar, o tipo, não visto po r Roewer (1923 :532), permitiram concluir facilmente que Deltaspidium bresslaui é sinônimo dessa espécie de Perty, aliás muito característica, pela armadura da área III do escudo dorsal, pelas apófises apicais externas das ancas IV, pelos fêmures IV, mai s espessos na base e afinando-se para o ápice, com séries de espinhos, tudo muito be m figurado e descrito por Koch. A fisionomia e o colorido lembram as Caelopyginae, mas as garras dos tarsos III e IV são lisas, os palpos são do tipo de Gonyleptinae, e be m assim a segmentação tarsal, se bem que o número de artículos não seja o da s Gonyleptinae mais típicas, em que os tarsos III têm quase sempre 1 artículo a mais qu e os tarsos I (no caso em apreço essa diferença é de 2 a 3 artículos, e, num dos indivíduo s examinados, de 4). 0 gênero prevalecente é Deltaspidium, cuja espécie-tipo, D. bresslaui, é sinônima de asper, de Perty, e não corresponde ao que Roewer (1931 :136 ) julgou ser Ampheres asper (Perty, 1833) nem à descrição de Ampheres Koch, 1839, com a extensão que lhe deu Roewer (1913 :334), uma vez que a espécie-tipo d e Ampheres não é asper e sim Ampheres spinipes (Perty, 1833), como declarou o própri o Roewer. Roewer (1931 :136) informou que em 1923 desconhecia a segmentação tarsal d e asper, motivo por que não tinha certeza da espécie estar corretamente em Ampheres, mas que examinou dois machos do Brasil (Serra Azul) que correspondem a esse gêner o e que não tinha dúvida em afirmar que se tratava de asper, acrescentando que exibia m os seguintes caracteres : artículos tarsais 7/8(3), 14/16(4), 16, 18/19, porção basal dos tarsos I do macho fortemente espessada, tarsos III e IV com 2 garras pectíneas. Diante do que expôs Roewer, obviamente não podemos concordar que sejam aspe r os 2 machos de Serra Azul. Soares & Soares (1948 :567) citam asper em Santa Catarin a (Serra Azul), mas o fizeram baseados em Roewer, e Mello-Leitão a registra em Sant a Catarina, provavelmente escudado na mesma fonte. Serra Azul é bem conhecida no s estados de Santa Catarina e Paraná. Podemos afirmar que a verdadeira asper de Perty ocorre no Rio de Janeiro,- em Teresópolis e Petrópolis. Os espécimes que estudamos correspondem às descrições e figuras de asper, de Perty e de Koch, e de bresslaui, de Roewer. O exemplar típico d e Perty, em que Koch calcou sua descrição, estava mutilado, sem os tarsos das pernas, razão pela qual, ignorando o número de segmentos tarsais, pôs a espécie emampheres (Caelopyginae). 0 número de segmentos dos tarsos de 4 exemplares de asper vistos por

92 Revta bras. Ent. nós é: machos com 6(3), 13(3), 8, 10 e 6(3), 11/14(3), 8, 10 ; fêmeas com 6(3), 11/12(3), 8/9, 9 e 6(3), 12(3), 8, 9. Encontramos um exemplar com 4 artículos nos distitarsos II. Comprimento do pênis : 3,32 mm. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Nova Iguaçu, Tinguá, macho, n? 461 (HS), macho e fêmea, n? 453 (HS), macho e fêmea, n? 440 (HS), macho e 2 fêmeas, n? 79 0 (HS); Teresópolis, Represa dos Guinle, macho, n? 670 (HS). Graphinotus Koch Graphinotus Koch, 1839a :9 ; 1839b :10 ; Roewer, 1913 :78 ; 1923 :422 ; Mello-Leitão, 1932 : 1932 : 133, 152 ; Soares & Soares, 1954a:263. Therezopolis Mello-Leitão, 1923 :133 ; 1932 :231, 241, 460 ; Soares, 1944c :169 ; Soares & Soares, 1949 :214. Syn. Vitiches Roewer, 1927 :347. Paraorguesia Mello-Leitão, 1927 :16 ; 1932 :231, 242. Wygodzinskyia Soares & Soares, 1945c :339 ; 1949 : 219. Syn. n. Espécie-tipo: Graphinotus ornatus Kollar, 1839, por monotipia. Graphinotus ornatus Kollar (Figs. 9, 10 ) Graphinotus ornatus Kollar in Koch, 1839:10, pl. 219, fig. 545; Roewer, 1913 :78 ; 1923 :422 ; Mello-Leitão, 1932 : 152 ; Soares & Soares, 1954a :264. Therezopolis therezopolis Mello-Leitão, 1923 :133 ; 187; 1932:241 ; Roewer, 1930 :402 ; Soares, 1944c:169; Soares & Soares, 1949 :215. Syn. n. Vitiches viridilimbata Roewer, 1927 :347, fig. 15. Therezopolis viridilimbatus ; Mello-Leitão, 1932 :460. Paraorguesia albiornata Mello-Leitão 1927 :17 ; 1932 : 243, fig. 132. Graphinotus estava arrolado entre as Pachylinae. Até agora só se conhecia um macho, o tipo da espécie-tipo, G. ornatus, cuja descrição sumária de Kollar in Koch (1839b :10, pl. 219, fig. 545) foi por este último completada, inclusive com figur a colorida. Examinamos quatro machos do Rio de Janeiro, Nova Friburgo, que coincide m totalmente com a descrição e a figura de ornatus. Muito característica, peculiarment e armada e colorida, torna-se inconfundível, e não há dúvida de que temos em mãos a espécie de Kollar, a qual deve passar para Gonyleptinae, onde foi descrita como Therezopolis therezopolis, com as suas sinonímias de longa data estabelecidas. A descrição de Koch é minuciosa e precisa, referente a um macho, cujo tarso I fo i descrito, respectivamente, por Kollar in Koch (1839b:10) em latim e por Koch (1839b :12) em alemão, nos seguintes termos : " tarsorum primi pedum paris articul o primo valde incrassato, cylindrico" e " das ersten Tarsenglied dick, lang, eiförmig". Roewer (1913 :78), ao redescrever o gênero, trata do macho e da fêmea e, calcad o no tipo de Kollar, refere-se ao basitarso do macho com 3 artículos intumescidos, a saber: "die drei Glieder des Basalabschnittes bein Männchen dick blasig aufgetrieben ". No final da descrição Roewer (1913 :80) diz que examinou apenas uma fêmea no Museu de Viena ; posteriormente Roewer (1923 :422) repete abreviadamente a descrição e declara que viu nesse Museu um macho. Conhecemos agora tanto o macho, como o basitarso I de 1 artículo, cilindrico, fortemente intumescido, o que lhe dá o aspecto ovóide-alongado, tal qual descrevera m Kollar e Koch, quanto a fêmea, com basitarso I de 2 ou 3 artículos não espessados. Os machos de Nova Friburgo são de colorido inconfundível, o verde se estende à s áreas I e II do escudo dorsal e é interrompido nos tergitos livres, têm longas e robusta s apófises apicais externas nas ancas IV e nos trocânteres IV (onde são dirigidas par a diante), os fêmures, patelas e tíbias III e IV possuem espinhos, os basitarsos I exibem 1 só artículo fortemente intumescido. O cômoro ocular é dotado de 1 pequeno grânul o verde, rombo ou pontiagudo. Fêmures dos palpos inermes, podendo haver minúsculo

Vol. 30(1), 1986 9 3 grânulo provido de finíssima cerda no lugar que seria ocupado pelo espinho apica l interno. Comprimento do pênis: 2,50 mm. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Niterói, 1 fêmea, n? 1.487, tipo de P. albiornata (MNRJ) ; Nova Friburgo, 4 machos (MZUSP) ; Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, 1 macho, n? 150 (HS). Redescrição do gênero. Cômoro ocular largo, mais próximo da borda frontal d o cefalotórax que do sulco I, com curtíssima elevação mediana rompa ou pontiaguda, o u com elevação mais longa dirigida para cima ou curva para diante. Area I dividida. Área s I, II e IV inermes, III com robusta apófise mediana pontiaguda em ambos os sexos, ou pontiaguda no macho e de ápice bífido na fêmea. Tergitos livres e opérculo anal inermes. Palpos de fêmures inermes. Quanto aos artículos tarsais, com a extensão qu e damos agora ao gênero, o seu número pode ser : 4(3), 9(3), 7, 7 no macho e 5/6(3), 8/9(3), 7, 7 na fêmea ; ou 4(3), 6(3), 6, 6 no macho e 5(3), 6(3), 6, 6 na fêmea. Basitarsos I do macho fortemente intumescidos e muito alongados, correspondendo à metade d o comprimento dos distitarsos correspondentes ; a fêmea tem basitarsos I normais, com 2 ou 3 artículos. Todos os metatarsos das pernas com astrágalo muito longo e curtíssim o calcâneo. Pode haver entre as áreas III e IV do escudo dorsal esboço de um sulc o transverso. Face ä fisionomia e às minúcias morfológicas comuns às espécies de Graphinotus e de Wygodzinskyia, julgamos que a existência de um artículo a mais nos tarsos III e IV, 7 em Graphinotus e 6 em Wygodzinskyia, não é caráter que justifique a manutenção d e dois gêneros diferentes. Diante desta sinonímia, Graphinotus ficará com mais as seguintes espécies : Graphinotus franciscoi (Soares & Soares, 1945), comb. n. (Figs. 11, 12 ) Therezopolis franciscoi Soares & Soares, 1945b :281, figs. 1, 2 ; 1949 :215. Comprimento do pênis : 2,50 mm. Material. BRASIL. Espírito Santo: Santa Leopoldina, Chaves, 1 macho, holótipo, 1 macho e 1 fêmea, parátipos (MZUSP). Graphinotus gratiosus (H. Soares, 1974), comb. n. Wygodzinskyia gratiosa H. Soares, 1974:359, figs. 8-14. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Teresópolis, Parque Nacional da Serra do s Órgãos, 1 macho, holótipo (MNRJ). Esta espécie tem o cômoro ocular armado de 1 espinho dirigido para cima,e a áre a III com apófise pontiaguda, esbelta, levemente curva para trás, após a qual pode se r notado vestígio de sulco transverso. Artículos tarsais: 4(3), 6(3), 6, 6. Basitarsos I fortemente intumescidos. Graphinotus magnificus (Roewer, 1943), comb. n. Therezopolis magnificus Roewer, 1943 :40, pl. 5, fig. 41 ; Soares & Soares, 1949 :215. Distribuição. BRASIL. Pará: Tocantins, Cametá. Graphinotus roseus (Mello-Leitão, 1936), comb. n. (Figs. 13, 14 ) Therezopolis roseus Mello-Leitão, 1936 :26, figs. 21, 22 ; Soares & Soares, 1949 :215. Tarsos : macho com 4(3), 7(3), 7, 7 artículos tarsais e basitarsos I fortement e intumescidos. Comprimento do pênis: 2,18 mm. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Petropólis, Morro do Caxambu, macho e fêmea, tipos, n? 42.692 (MNRJ). Graphinotus sawayai (H. Soares, 1946), comb. n. (Figs. 15, 16) Therezopolis sawayai H. Soares, 1946:387, fig. 3; Soares & Soares, 1949 :215.

94 Revta bras. Ent. Artículos tarsais : 4(3), 7(3), 7, 7. Basitarsos I fortemente intumescidos. Mais afim de ornatus, de que se distingue facilmente pelo cômoro ocular, armado de robust a apófise dirigida para diante, e pela forma da genitália do macho. Comprimento do pênis : 2,08 mm. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Nova Friburgo, macho, holótipo (MZUSP). Graphinotus viridiornatus (Soares & Soares,1945), comb. n. (Figs. 17, 18) Wygodzinskyia viridiornata Soares & Soares, 1945c:340, fig. 1 ; 1947 :87, fig. 2 ; 1949 : 219 ; 1970 :342. A apófise da área III é bífida. Cômoro ocular com apófise pontiaguda dirigida par a diante. Artículos tarsais : fêmea com 5(3), 6(3), 6, 6 ; macho com 4(3), 6(3), 6, 6. Comprimento do pênis : 0,88 mm. Material. BRASIL. São Paulo: Campos do Jordão, holótipo fêmea (MZUSP) ; Cantareira, Chapadão, alótipo macho, n? E.667 C.892 (MZUSP). Rio de Janeiro: Itatiaia, Macieiras, 1.800 m, macho (MZUSP). Ubatubesia Soare s Ubatubesia Soares, 1945c: 89 ; Soares & Soares, 1949 :218. Ubatubesiopsis Soares & Soares, 1954b: 495. Syn. n. Espécie-tipo : Ubatubesia oliverioi Soares, 1945, por designação original. Cômoro ocular inerme ou com elevação mediana. Area I, II e IV inermes, III co m alta e robusta apófise mediana. Tergitos livres I e II e opérculo anal inermes, tergit o livre III com elevação mediana, robusta e romba, ou pontiaguda. Fêmures dos palpo s com espinho apical interno. Tarsos : macho com 5(3), 8/10(3), 6, 6/7 e fêmea com 5(3), 9/10(3), 6, 7 artículos. Basitarsos I do macho com os seus 2 artículos intumescidos. Metatarsos de todas as pernas com longo astrágalo e calcâneo muito curto. Ubatubesia oliverioi Soare s (Figs. 19, 20 ) Ubatubesia oliverioi Soares, 1945c :89, figs. 6, 7; Soares & Soares, 1949 :218. Ubatubesia travassosi Soares & Soares, 1947 :85, fig. 1 ; 1949 :218. Syn. n. O exame de material adicional e o confronto de tipos levaram-nos a concluir que s e trata de única espécie. O cômoro ocular pode ser inerme ou armado de pequena elevação mediana. Fêmures dos palpos sempre com espinho apical interno. Area III com apófise mediana, de base mamilar, alta e pontiaguda na fêmea, e,no macho, pontiaguda, com esboço de bifurcação ou nitidamente bifurcada no ápice. Areas I, II e IV, tergitos livres I e II e opefculo anal inermes. Tergito livre III com pequena elevação mediana, romba no macho e romba ou pontiaguda na fêmea. A existência de apenas 4 sulcos no escudo dorsal é constante, não havendo sequer esboço de sulco no meio o u dos lados entre as áreas III e IV. Todos os metatarsos com longo astrágalo e curt o calcâneo. O número de artículos dos tarsos I, III e IV é constante ; nos tarsos II encontramos : 8(3), 9/10(3) e 12(4). Achamos 12(4) artículos nos tarsos II de 2 fêmeas, parátipos de oliverioi, o que é muito raro, pois o número característico da subfamília é 3 artículos nos distitarsos II. O tipo de travassosi possui a fórmula tarsal 5(3), 8(3), 6, 7. Comprimento do pênis: 2,28 mm. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: macho, n? 630 (HS) ; Angra dos Reis, macho, n? E.666 C.982, tipo de travassosi (MZUSP). São Paulo: Ubatuba, macho, n? E.56 3 C.731, holótipo, 2 fêmeas, n? DZ 728, parátipos, de oliverioi (MZUSP). Ubatubesia rabelloi (Soares & Soares, 1954), comb. n. (Figs. 21-24 ) Ubatubesiopsis rabelloi Soares & Soares, 1954b :495, figs. 6, 7; H. Soares & Bauab- Vianna, 1972 : 207, figs. 2-6. Artículos tarsais : 5(3), 9/10(3), 6, 7.

Vol. 30(1), 1986 9 5 Comprimento da glande do pênis : 0,39 mm. Material. BRASIL. São Paulo: Salesópolis, Boracéia, 1 fêmea, D Z n 1.148, holótipo de rabelloi (MZUSP) ; Serra da Bocaina, macho e fêmea, n? 179 (HS). Ubatubesia e Graphinotus são gêneros muito afins. Ubatubesia se distingu e facilmente por ter dois segmentos dos basitarsos I muito mais espessados que os dos distitarsos, espinho apical interno nos fêmures dos palpos e elevação mediana n o tergito livre III. Ubatubesia oliverioi: pênis, 19, dorsal; 20, lateral. U. rabelloi: 21, pênis, dorsal; 22, glande aumentada, dorsal ; 23, pênis, lateral; 24, glande aumentada, lateral. Uracantholeptes anomalus: pênis, 25, dorsal ; 26, lateral. Caelopygus elegans: pênis, 27, dorsal ; 28, lateral. C. xanthopygus: pênis, 29, dorsal; 30, lateral.

96 Revta bras. Ent. Uracantholeptes Mello-Leitão Uracantholeptes Mello-Leitão, 1926 :30 (Sep.) ; Roewer, 1930 : 347, 423 ; Mello-Leitão, 1932 :235, 315 ; 1935c : 104; Soares & Soares, 1949 :218. Gonypernoides Mello-Leitão, 1932 : 459, 465 ; 1935c :105 ; Soares & Soares, 1949 :181. Syn. n. Espécie-tipo : Paragonyleptes anomalus Mello-Leitão, 1922, por designaçã o original. Uracantholeptes anomalus (Mello-Leitão ) (Figs. 25, 26 ) Paragonyleptes anomalus Mello-Leitão, 1922 :338 ; 1923 :147, fig. 20. Uracantholeptes anomalus; Mello-Leitão, 1926 :30 (Sep.) 1932 :316, fig. 194 ; Roewer, 1930:424, fig. 34 ; Soares, 1946 :510 ; Soares & Soares,1949 :218. Gonypernoides fragilis Mello-Leitão, 1932 :465, fig. 14 ; Soares, 1945b: 358 ; Soares & Soares, 1949 :181. Syn. n. Gonypernoides damicoi Soares & Soares, 1945a:254, 255, figs. 2-4 ; 1949 :181. Syn. n. Macho. Comprimento do corpo 8,00 mm. Cefalotórax : comprimento 3,25 mm ; largura 4,00 mm. Largura do abdômen 10,00 mm. As dimensões que se seguem serão dadas em mm. Pernas Trocânter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 1,00 4,25 1,50 2,90 4,60 2,00 16,2 5 II 1,20 8,50 2,50 6,00 8,15 5,25 31,60 III 1,25 6,15 2,50 3,90 6,75 3,00 23,5 5 IV 1,50 9,00 2,75 5,50 9,50 3,50 31,7 5 Palpo 1,00 2,00 1,50 1,50 1,55 7,5 5 Queliceras : segmento I 1,55 ; segmento II 2,00 (dedos exclusive). Comprimento do pênis : 4,6 8 Artículos tarsais : 6(3), 11(3), 7, 9. Os metatarsos de todas as pernas possuem longo astrágalo e curtíssimo calcâneo. Os dados acima foram tirados do exemplar maior entre os 3 parátipos de G. damicoi, DZ n? 825. O estudo da fêmea, que vem a seguir, foi baseado no espécim e maior de 2 parátipos de G. damicoi, DZ n? 826. Fêmea. Comprimento do corpo 8,00. Cefalotórax : comprimento 3,00 ; largura 4,20. Largura do abdômen 9,00. Pernas Trocânter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 1,00 4,00 1,50 2,50 4,50 2,15 15,6 5 II 1,15 8,00 2,00 5,50 7,50 4,75 28,90 III 1,15 5,80 2,00 3,16 6,00 2,75 20,8 6 IV 1,50 8,00 2,50 5,00 9,00 3,10 29,1 0 Palpo 1,00 2,00 1,50 1,50 1,50 7,50 Quelicera: segmento I 1,50 ; segmento II 2,00 (dedos exclusive). Artículos tarsais : 6(3), 10(3), 7, 8. Como no macho, os metatarsos das pernas possuem longo astrágalo e curtíssim o calcâneo. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Itatiaia, 1 fêmea, holótipo de G. fragilis, n? 1.503 (MNRJ), 1 macho, ri? 178 (HS). São Paulo: 1 macho, ri? 35, holótipo de U anomalus (MZUSP) ; São Francisco Xavier, Serra da Mantiqueira, macho e fêmea, D Z ri? 824, holótipo macho e parátipo fêmea de G. damicoi (MZUSP), 2 fêmeas, DZ n 826, parátipos de G. damicoi (MZUSP), 3 machos, DZ ri? 825, parátipos de G. damico i (MZUSP).

Vol. 30(1), 1986 9 7 CAELOPYGINAE Caelopygus Koc h Caelopygus Koch, 1839a:17; Koch in Hahn & Koch, 1839b :78 ; Bertkau, 1880 :101, 102 ; Soerensen, 1884 :619 ; Roewer, 1913 :307 ; 1923:518, 519 ; Mello-Leitão, 1923: 169, 195 ; 1926 :36 (Sep.) ; Roewer, 1931 :123 ; Mello-Leitão, 1932:356, 365 ; 1935c :107, 108 ; Soares, 1944a :270 ; Soares & Soares, 1948 :571. Arthrodes Koch, 1939a :18, Koch in Hahn & Koch, 1839b:90 ; Roewer, 1913 :307, 317 ; 1923 :519 524 ; Mello-Leitão, 1923 :171 ; 1926:36 (Sep.) ; Roewer, 1927 :350 ; 1931 :123, 124 ; Mello-Leitão, 1932 :356, 364 ; 1935c :108 ; Soares & Soares, 1948 :571 Syn. n. Heterarthrodes Mello-Leitão, 1935b :405. Liarthrodes Mello-Leitão, 1922 :346 ; 1923 :171, Roewer, 1931 :123, 142 ; Mello-Leitão, 1932 :355, 356 ; 1935c: 107 ; Soares, 1944a:270 ; Soares & Soares, 1948 :576. Syn. n. Espécie-tipo: Gonyleptes elegans Perty, 1833. Examinamos vários exemplares de Caelopygus elegans (Perty, 1833) e de Arthrodes xanthopygus Kollar, 1839, muito abundantes no Estado do Rio de Janeiro. A única diferença entre os gêneros a que pertencem dizia respeito ao número d e segmentos nos distitarsos II, 3 em Caelopygus e 4 em Arthrodes, ambos descritos por Koch, tendo Caelopygus prioridade de página e sendo o gênero-tipo da subfamília. Nas séries destas duas espécies que examinamos sempre encontramos distitarso s I de 3 e II de 4 artículos e basitarsos I nunca mais espessos que os distitarso s correspondentes. E elegans é a espécie-tipo de Caelopygus, como diz Roewe r (1913 :308), assim como xanthopygus o é de Arthrodes, por monotipia. De vez que as espécies-tipo destes dois gêneros, através das séries estudadas, mantiveram 4 artículos nos distitarsos II, não há como separá-las e Arthrodes se torna sinônimo de Caelopygus, em nada alterando a situação a ocorrência eventual de 3 artículos nos distitarsos II de qualquer das espécies em questão. O estudo das séries de exemplares de elegans e o reexame dos tipos de Heterarthrodes alvimi, de Liarthrodes tetramaculatus e de Liarthrodes granulosus, confirmaram a suspeita de Soares (1944a:270), de que alvimi e tetramaculatus eram sinônimos de elegans, e levaram a concluir que granulosus é também sinônimo d e elegans. Estamos agora convictos de que a figura de Roewer (1913 :308, pl. Ib, fig. 4) referente a elegans é de um exemplar pequeno, porém macho e não fêmea, com o chegou a supor Soares (ibid.), que, na época, não dispôs de machos grandes e pequenos, que diferem apenas pela apófise apical externa das ancas IV. O exame da s genitálias dos machos facilitou enormemente o estabelecimento das sinonímias. Diante do exposto, no que diz respeito a gêneros, Liarthrodes passa a ser sinônimo de Caelopygus, pois as espécies-tipo de ambos constituem única espécie. Fica a espécie de Perty com os seguintes sinônimos : Caelopygus elegans (Perty) (Figs. 27, 28 ) Gonyleptes elegans Perty, 1833 :202, n? 9 ; Gervais in Walckenaer, 1844 :104. Caelopygus elegans; Koch, 1839a :18; Koch in Hahn & Koch, 1839b :87, pl. 241, fig. 576 ; Roewer, 1913 : 308, pl. Ib, fig. 4 ; 1923 :519, fig. 649 ; Mello-Leitão, 1923 :169, 195 ; 1932 :366, fig. 229 ; Soares, 1944a:270 ; Soares & Soares, 1948 :572. Caelopygus granulatus Bertkau, 1880 :101. Liarthrodes tetramaculatus Mello-Leitão, 1922 :346 ; 1923 :171, fig. 32 ; 1932 :356, 357 ; Roewer, 1931 :143, fig. 18 ; Soares, 1944a :270 ; 1946 :493 ; Soares & Soares, 1948 :577. Syn. n. Liarthrodes granulosus Mello-Leitão, 1932:356, 357, 483 ; Soares, 1945b :349 ; Soare s & Soares, 1948 :576. Syn. n.

98 Revta bras. Ent. Heterarthrodes alvimi Mello-Leitão, 1935b:406, fig. 28 ; 1935c :108 ; Soares, 1944a:270 ; 1945a :231 ; 1945b :348. Syn. n. Arthrodes alvimi; Soares & Soares, 1948 :571. Vimos, no cótipo de alvimi, um tanto mutilado, 2 manchas no opérculo anal e a seguinte fórmula tarsal : 17(4), 16/17, 18. Nos 2 tipos de granulosus notamos : área I do escudo dorsal com todos os grânulos iguais ou com um par de grânulos medianos maiores que os outros ; a mancha do opérculo anal inteira ou interrompida ; artículos tarsais 8/9(3), 16/17(4), 15, 19 e 8/9(3), 16/17(4), 15, 20/21. Observamos, em todos os indivíduos examinados, distitarsos II de 4 artículos e uma mancha branca de um lado e de outro das áreas I e II. No tipo de tetramaculatus os grânulos das áreas I e II são todos iguais e na área II I há um par de grânulos medianos pouco maiores que os outros. O opérculo anal te m grande mancha transversa. Comprimento do pênis : 3,12 mm. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Petrópolis, 2 machos, tipos de granulosus (MNRJ), 1 macho, n? 50, cótipo de alvimi (IB), 1 macho, n? 462, tipo de tetramaculatus (MZUSP) ; Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Orgãos, Abrigo 2, 6 machos e 2 1 fêmeas (HS). Caelopygus xanthopygus (Kollar, 1839), comb. n. (Figs. 29, 30 ) Arthrodes xanthopygus Kollar in Koch, 1839a :19 ; Kollar in Koch, 1839b:90, fig. 577 ; Roewer, 1913 :318, fig. 126 ; 1923 :524, fig. 655 ; 1927 :350 ; 1931 :124 ; Mello-Leitão, 1923 :171, 194 ; 1932:364, fig. 228 ; Soares & Soares, 1948 :571. Ao que nos consta, só se conhecia desta espécie um macho, holótipo, descrito po r Kollar e redescrito por Roewer. Mais tarde Roewer (1927 :350) assinalou a presença d e uma fêmea não totalmente adulta em Teresópolis., Examinamos, da mesma procedência, Teresópolis, Parque Nacional da Serra dos Orgãos, um lote de 1 macho e 12 fêmeas. Borda anterior do cefalotórax: margem superior com 2 espinhos sobre pequen a elevação mediana, dos lados inerme ; margem inferior com 1 dente entre as quelíceras e 1 de cada lado. O cômoro ocular apresenta em todos os espécimes 1 par de pequena s elevações rombas. Area I dividida, com 1 par de grânulos medianos um pouco maiore s que os demais no macho e nas 12 fêmeas, II com 1 par de grânulos um pouco maiore s que os outros no macho e em 5 fêmeas (em 7 fêmeas não se distingue o par median o maior, todos os grânulos são iguais). As áreas I e II são granulosas, mas só os grânulo s da fila transversal mediana estão sobre manchas, de modo que o observador meno s atento poderia ver apenas os grânulos dessa fila. Area III com 1 par de elevaçõe s medianas rombas. Area IV, tergitos livres e opérculo anal inermes. Os fêmures do s palpos se mostraram armados de espinho apical interno no macho e em 10 fêmea s (inermes em 2 fêmeas). Artículos tarsais do macho: 9(3), 16/17(4), 17/18, 20/21, os artículos do s basitarsos I não são mais espessos que os seguintes. As áreas laterais exibem nítido espinho na porção mais dilatada ; é muito evidente no macho e pequeno na fêmea. O exemplar macho que temos em mãos corresponde exatamente às figuras d e Koch e de Roewer. Os distitarsos II mantiveram 4 artículos no macho e nas 12 fêmeas. Comprimento do pênis : 3,64 mm. Material. BRASIL. Rio de Janeiro: Teresópolis, Parque Nacional da Serra do s Órgãos, 1 macho e 12 fêmeas (HS). REFERÊNCIAS Bertkau, P. 1880. Verzeichniss der von Prof. Ed. van Beneden auf seiner Reise nach

Vol. 30(1), 1986 99 Brasilien und La Plata i. J. 1872-1875 gesammelten Arachniden. Ac. R Sc. Belgique 43: 1-20, pls. 1, 2. Kirby, W. 1819. A Century of Insects, including several new genera described from hi s Cabinet. Trans. Linn. Soc. London 12 : 376-453, pls. 21-23. Koch, C.L. 1839a. Übersicht des Arachnidensystems 2 : 1-38. Nürnberg. Koch, C.L. 1839b. Die Arachniden 7: 1-130, 36 pls. Nürnberg. Mello-Leitão, C.F. de 1922. Some new Brazilian Gonyleptidae. Amt Mag. Nat. Hist. (9) 9: 329-348. Mello-Leitão, C.F. de 1923. Opiliones Laniatores do Brasil. Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro 24:105-197, 34 figs. Mello-Leitão, C.F. de 1926. Notas sobre Opiliones Laniatores sul-americanos. Rev. Mus. Paul. 14:1-59. Mello-Leitão, C.F. de 1927. Generos novos de Gonileptídeos (Nota Previa). Bol. Mus. Nac. Rio de Janeiro. 3(2) : 13-22. Mello-Leitão, C.F. de 1932. Opiliões do Brasil. Rev. Mus. Paul. São Paulo 17(2ß parte) : 1-505, pls. 1-57 (figs. 1-283), 4 pls. (figs. 1-16). Mello-Leitão, C.F. de 1935a. Dois novos gêneros de Gonyleptidae. Ann. AcacL Bras. Cien. 7(1) :1-3, 1 pl. (figs. 1, 2). Mello-Leitão, C.F. de 1935b. A proposito de alguns Opiliões novos. Mem. Inst. But. 9: 369-411, figs. Mello-Leitão, C.F. de 1935c. Algumas notas sobre os Laniatores. Arq. Mus. Nac. Ri o de Janeiro 36:89-116. Mello-Leitão, C.F. de 1936. Notas sobre Opiliões. Bol. Mus. Nac., Rio de Janeiro 12 (3-4): 1-41, 5 pls. Mello-Leitão, C.F. de 1944. Alguns curiosos e interessantes Opiliões brasileiros. An. Acad. Bras. Cien. 16(1) : 13-22, figs. 1-9. Mello-Leitão, C.F. de 1949. Famílias, Subfamílias, Espécies e Gêneros de Opiliões e Notas de Sistemática. Bol. Mus. Nac., n.s., Zool., Rio de Janeiro 94: 1-33, 7 pls. (figs. 1-9). Perty, M. 1830-1834. Delectus animalium articulatorum quae in itinere per Brasilia m ann. 1817-1820 collegerunt J.B. Spix et de Martius. Monachii. Ringuelet, R. A. 1959. Los Aracnidos Argentinos del Orden Opiliones. Rev. Mus. Arg. Cien. Nat. Zool. 5(2) : 127-439, figs. 1-62, pls. 1-20. Ringuelet, R.A. 1963.Opiliofauna Uruguaya. Rev. Soc. Enz Arg. 24(1961) : 35-51, figs. 1-4. Roewer, C.F. 1913. Die Familie der Gonyleptiden der Opiliones Laniatores. Arch. Naturg. 79A (4-5) :1-472, figs. 1-181. 2 pls. Berlin. Roewer, C.F. 1923. Die Weberknechte der Erde. I-VI + 1-1116, figs. 1-1212. Jena. Roewer, C.F. 1927. Brasilianische Opilioniden gesammelten von Herrn Prof. Bresslau im Jahre 1914. Abh. Senckenberg. Naturf. Ges. 40: 333-352, figs. 1-17. Wien. Roewer, C.F. 1930. Weitere Weberknechte IV. IV Ergänzung der "Weberknechte de r Erde", 1923. Abh. Nat. Ver. Bremen 27(3) : 341-452, figs. 1-47, pls. 6, 7. Roewer, C.F. 1931. Weitere Weberknechte V.V. Ergänzung der " Weberknechte der Erde", 1923. Abh. Nat. Ver. Bremen 28(2-3) : 101-164, figs. 1-26. Roewer, C.F. 1943. Über Gonyleptiden. Weitere Weberknechte (Arachn., Opil.) XI. Senckenbergiana 26(1-3) :12-68, pls. 1-9 (figs. 1-81). Frankfurt a. M. Soares, B.A.M. 1944a. Notas sôbre Opiliões V-XIII. Pap. Av. Zool. S. Paulo 4(17) : 243-275. Soares, B.A.M. 1944b. Contribuição ao estudo dos Opiliões do Estado do Espírito Santo. Pap. Av. Zool. S. Paulo 6(13) :143-155, figs. 1-9. Soares, B.A.M. 1944c. Notas sôbre Opiliões da Coleção do Museu Nacional do Rio d e Janeiro. Pap. Av. Zool. S. Paulo 6(15) :163-180.

100 Revta bras. Ent. Soares, B.A.M. 1945a. Revisão dos Opiliões do Instituto Butantã. Pap. Av. Zool. S. Paulo 5(25) :227-242. Soares, B.A.M. 1945b. Opiliões da Coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Arq. Zool. S. Paulo 4(9) :341-393. Soares, B.A.M. 1945c. Opiliões de Ubatuba coligidos pelo Sr. Alfredo Zoppei. Boletim de Indústria Animal, n. s., São Paulo 7(1-2) : 85-96, e 3 pls. Soares, B.A.M. 1946. Opiliões do Departamento de Zoologia. Arq. Zool. S. Paulo 4(13) :485-534, 2 pls. (figs. 1-6). Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1945a. Novos Opiliões do Departamento de Zoologi a da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. Pap. Av. Zool. S.Paulo 5(27) :251-269, figs. 1-12. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1945b. Duas novas espécies de Opiliões do Estado do Espírito Santo. Pap. Av. Zool. S. Paulo 5(30) : 281-286, figs. 1-3. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1945c. Um novo gênero e dois alótipos d e "Gonyleptidae" (Opiliones). Rev. Brasil. Biol., Rio de Janeiro 5(3) :339-343, figs. 1-3. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1946. Novos Opiliões do Estado do Espírito Sant o coligidos na Fazenda Chaves (Opiliones - Gonyleptidae). Pap. Av. Zool. S. Paulo 7(20) :233-241, figs. 1-5. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1947. Nova espécie de Ubatubesia Soares, 1945 e alótipo de Wygodzinskyia viridiornata Soares & Soares, 1945 (Opiliones - Gonyleptidae). Pap. Av. Zool. S. Paulo 8 (6) :85-88, figs. 1, 2. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1948. Monografia dos Gêneros de Opiliõe s Neotrópicos. Arq. Zool. S. Paulo 5(9) : 553-635. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1949. Monografia dos Gêneros de Opiliõe s Neotrópicos. Arq. Zool. S. Paulo 7(2) : 149-239. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1954a. Monografia dos Gêneros de Opiliõe s Neotrópicos. Arq. Zool. S. Paulo 8(9) : 225-302. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1954b. Algumas notas sôbre Opiliões, com a descrição de novas formas (Opiliones - Gonyleptidae, Phalangodidae). Pap. Av. Zool. S. Paulo 11(25) :491-507, figs. 1-17. Soares, B.A.M. & H.E.M. Soares 1970. Opiliões de Itatiaia (Opiliones; Gonyleptidae, Phalangodidae). Revta Bras. Biol. 30(3) :339-350, figs. 1-13. Soares, H.E.M. 1946. Contribuição ao estudo dos Opiliões do Estado do Rio d e Janeiro (Opiliones : Gonyleptidae, Phalangodidae). Revta Bras. Biol. 6(3) :385-390, figs. 1-7. Soares, H.E.M. 1974. Opera Opiliologica Varia. I. (Opiliones, Gonyleptidae). Revta Bras. Biol. 34(3) :353-361, figs. 1-14. Soares, H.E.M. & M.J. Bauab-Vianna 1972. Algunas notas sobre Opiliones con l a descripcion de allotypi y nuevas formas (Opiliones, Gonyleptidae). Physis Buenos Aires 31(82) : 203-218, figs. 1-17. Soares, H.E.M. & B.A.M. Soares 1974. Opera Opiliologica Varia. IV. (Opiliones, Gonyleptidae, Stygnidae). Revta Bras. Biol. 34(4) : 599-614, figs. 1-60. Soerensen, W. 1884. Opiliones Laniatores (Gonyleptides W.S. olim). Naturh. Tiddskr. (3) 14:555-646. Walckenaer, C.A. 1844. Histoire Naturelle des Insectes Aptéres. 3:94-131, pls. 28-30, 46, 67. Paris. Recebido para publicação em 22.07.85.