OPERA OPILIOLOGICA VARIA. III. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) I
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- Micaela Sales Godoi
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1 Rev. Brasil. Biol., 34(4) : Rio de Janeiro, R J OPERA OPILIOLOGICA VARIA. III. (OPILIONES, GONYLEPTIDAE) I HELIA E. M. SOARE S Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, SP (Com 22 figuras no texto ) Em seqüência ao estudo de Opiliões d o Brasil, nesta nota tratamos de um pequeno lote desses aracnídeos coligidos nos Estado s da Guanabara, Rio de Janeiro e Mina s Gerais. Família GONYLEPTIDA E Subfamília Bourguyina e Camarana bicoloripes, sp. n. Figs. 1-3) Y. Artículos tarsais : Borda anterior do cefalotórax lisa, co m baixa elevação mediana e um dentícul o entre as quelíceras. Cômoro ocular na por - r Recebido para publicação a 21 de agosto d e ção mediana do cefalotórax, elevado e m alto cone rombo e densamente granuloso. Cefalotórax densamente granuloso. Área I inteira. Áreas I a IV, áreas laterais, e opérculo anal densamente granulosos. Área V e tergitos livres I-III com duas filas de grânulos; área IV com grosso e alto espinho mediano. Esternitos livres, área estigmátic a e ancas densamente granulosos. Fêmure s I e III sub-retos, II retos, com filas longitudinais de pequeninos grânulos. Palpos : trocanteres com dois tubérculos ventrai s (um adiante do outro) ; fêmures inermes, com dois tubérculos ventrais (um na base e o outro no terço basilar) ; tíbias com 3-3 e tarsos com 2-4 espinhos inferiores. Ancas II ligadas às ancas III e estas unidas às ancas IV por uma fila transversal de tubérculos. DIMENSÕES EM mm Comprimento total do corpo 3,25 ; largura do cefalotórax 1,50 ; largura do abdômen 2,50. Pernas Trocanter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 0,25 J,1 0,5 0,75 1,4 0,75 4,75 I1 0,4 2,25 0,5 1,5 2,0 1,2 7, ,4 2,0 0,5 1,2 2,0 1,0 7,10 IV 0,5 2,9 0,9 2,0 3,2 1,0 10,50 Palpo 0,25 0,6 0,5 0,5 0,4 2,25 Quelícera : 1. segmento 0,5 ; 2. segmento 0,7 ; total 1,2 0
2 478 HELIA C. M. SOARES Pernas IV: ancas densamente granulosas, com pequeno espinho apical interno unid o ao primeiro esternito livre, só visível pel a face ventral ; trocanteres tão longos quã o largos e granulosos ; fêmures sub-retos, patelas, tíbias e metatarsos com filas longitudinais de pequenos grânulos pilíferos. COLORIDO. Cômoro ocular e cefalotórax fulvos, densamente manchados de negro. Áreas I a IV intensamente negras. Espinho da área IV amarelo-claro. Cone do cômoro ocular castanho-enegrecido. Áreas laterais, V, tergitos livres I a III e opérculo anal fulvos, muito enegrecidos, os tergito s com três faixas enegrecidas, duas laterais (uma de cada lado) mais largas e uma mediana. Esternitos livres castanhos. Área estigmática e ancas fulvas, a área estigmátic a Camarana bicoloripes, sp. n. Fig. 1: Holótipo ; fig. 2 : perfil do cômoro ocular; fig. 3 : perfil d o espinho mediano da área IV. Discocyrtoides maculatus, sp. n. Fig. 4 : Holótipo ; fig. 5 : perfil do espinho mediano da área III ; fig. 6 : tarso I esquerdo ; fig. 7 : pênis, vista dorsal ; fig. 8 : pênis, vista dorsal, porção apical da glande ; fig. 9 : pênis, vista lateral ; fig. 10 : pênis, vista ventral.
3 OPERA OPILIOLOGICA VARIA III 479 exceto na vizinhança dos estigmas, totalmente denegrida. Ancas IV, no terço basilar, castanhas. Quelíceras e palpos fulvos, a s quelíceras e as ancas, trocanteres e fêmures dos palpos reticulados de castanho, a s patelas, tíbias e tarsos mais claros que o s artículos anteriores e sem manchas. Perna s Ia IV: ancas, trocanteres e fêmures, no terç o basilar, fulvos, no terço apical castanho-enegrecidos ; patelas, tíbias e metatarsos castanho-enegrecidos, tarsos amarelo-pálidos. HOLOTIPO n. 414, na coleção H. Soares., n.w 365, e parátipo?, Procedência. Estado do Rio de Janeiro : Teresópolis, Parque Nacional da Serra do s Órgãos. (Eugênio Izecksohn 28. IV.1964). É mais afim de Camarana flavipalpi Soares, 1944a : 93, figs. 11, 12, da qual difere : 1. pelo cômoro ocular, que na espécie d e Soares é baixo, armado de alto espinho mediano, mais próximo do sulco I que da bord a anterior do cefalotórax ; 2. o escud o dorsal em C. flavipalpi é quase liso ; 3. o colorido é diferente. Por outro lado, devemos assinalar qu e a espécie que acabamos de descrever, nã o obstante com base em dois exemplares do sexo feminino, parece-nos inconfundíve l com qualquer outra forma do gênero, haj a vista que o colorido das pernas é muito peculiar e bastaria por si só para caracterizá-la, apesar das restrições que fazemos sobre o acarater " colorido" para separar espécies. Tivemos, de início, difictildade na co - locação da espécie em subfamília. Já em 1943: 10, Soares dizia : "A separação entr e as Bourguyinae e Pachylinae é, por vezes, delicada. Em geral é fácil de se fazer pel o comprimento dos fêmures IV. Nas Bourguyinae estes fêmures são sempre muit o longos e podem apresentar raros espinho s pequeninos e, às vezes, serrilha, como em Hypophyllonomus Giltay, 1928 :82. Nunca porém, apresentam espinhos como as Pachylinae, nos quais são curtos ". É exatamente o caso da espécie em apreço, acrescido de uma dificuldade maior, pois tivemos e m mãos apenas duas fêmeas. Procuramos, então, para solver qualquer dúvida, a espécie nas duas subfamílias, e a consideramo s como representante de Bourguyinae, onde é mais afim de uma das espécies de Camarana Mello-Leitão, Deparamos com o fato que nos chamo u logo a atenção e que se refere à grand e semelhança entre duas espécies que s e seguem e que pertencem a subfamílias di - versas, a saber : Camarana minor Mello - Leitão, 1935 : 378 (fig. 9) (Bourguyinae) e Arruda mutilata Mello-Leitão, 1940 : 4 (fig. 5) Pachylinae). Note-se que o fato assume importância toda especial porqu e Camarana foi descrita originalmente em Pachylinae e posteriormente colocada em Bourguyinae por Soares, que, na época o fez de acordo também com o autor da espécie (Cf. Soares, 1944b : 194). A julgar pelas descrições e figuras de C. Minor e A. mutilata, parece que não há razão para colocá-las em subfamílias diferentes, mas nos achamos na impossibilidade de apenas, por ora, resolver o assunto, porque o tipo de A. mutilata não foi encontrado no Museu Nacional, Rio de Janeiro, e ainda não examinamos o tipo de C. minor. A coincidência é tal entre essas dua s formas que, não fosse a referência à presença de duas apófises no segmento estigmático do macho em A. mutilata, poderíamo s ser levadas a supor que se tratasse de um a única espécie. O exame do tipo de C. minor poderá resolver a questão em definitivo. Discocyrtoides maculatus, sp. n.. (Figs ) Artículos tarsais : Borda anterior do cefalotórax co m fila de grânulos e mais alguns na porção mediana. Quelíceras fortes, não intumescidas.
4 480 HELIA C. M. SOARE S DIMENSÕES EM mm Comprimento total do corpo 4,25; largura do cefalotórax 3,0 ; largura do abdômen 3,5. Pernas Trocanter Fêmur Pateta Tibia Metatarso Tarso Total I 0,6 4,5 1,15 3,25 5,25 1,75 16,50 II 0,75 11,49 1,6 9,0 11,5 6,25 40,5 9 III 1,0 9,2 1,5 5,5 8,5 3,5 29,20 IV 1,0 21,0 2,0 14,5 21,5 3,5 63,5 0 Palpo 0,55 1,5 1,0 1,2-1,2 5,4 5 Quelfeera : 1. segmento, 1,25 ; 2. segmento 1,5 ; total 2,7 5 Cômoro ocular alto, granuloso, com dois es - pinhos fortes, paralelos. Cefalotorax irregularmente granuloso. Áreas I e IV divididas. Áreas I, II, IV e V inermes, I e II granulosas, IV e áreas laterais com duas fila s de grânulos, V com uma. Área III granulosa, com dois espinhos fortes, altíssimos. Tergitos livres I a III com uma fila de grânulos Opérculo anal granuloso. Esternito s livres com a fila de grânulos pilíferos. Áre a estigmática e ancas com grânulos pilíferos. Fêmures I a III retos. Palpos : trocantere s com dois tubérculos transversais ventrais ; fêmures com tubérculo basilar ventral e com espinho apical interno ; tíbias e tarso s com 4-4 espinhos ventrais. Pernas IV: anca s com grânulos pilíferos, com curto e larg o espinho cônico apical externo ; trocantere s mais longos que largos, granulosos ; fêmure s retos, muito longos, com grânulos pilífero s espaçados, dispostos em filas longitudinais ; patelas e tíbias com grânulos semelhante s aos dos fêmures. Pênis (fig. 7-10). Comprimento total 2,90 mm. Colorido geral castanho-claro. Apêndices fulvos reticulados de negro, o retículo é muito largo, nas pernas. Porção mediana das áreas I-IV fulvas com reticulado circula r castanho. Espinhos do cômoro ocular fulvos, os da área III quase negros. Cefalotórax e áreas I-IV com duas manchas branco-amareladas, irregulares, uma de cada lado no s bordos laterais, as do cefalotórax, próxima s ao sulco I, as manchas da área II menore s que as demais. Cefalotórax atrás do cômor o ocular e sulcos do escudo dorsal polvilhado s de branco. A seco, o escudo dorsal, na s porções castanhas, parece aveludado.. Artículos tarsais : DIMENSÕES EM mm Comprimento total do corpo 4,5 ; largura do cefalotórax 2,75 ; largura do abdômen 3,5. Pernas Trocanter Fêmur Patela Tíbia Metatarso Tarso Total I 0,6 3,0 1,0 2,25 4,0 1,75 12,60 II 1,0 7,5 1,5 5,75 7,5 4,5 27,75 IIi 1,0 5,5 1,5 3,0 5,25 1,75 18,00 IV 1,0 8,8 1,75 5,5 8,5 4,0 29,5 5 Palpo 0,75 1,75 1,0 1,5 1,4 6,40 Quelicera : 1. segmento 1,0; 2. segmento 1,5; total 2,5 0
5 OPERA OPILIOLOGICA VARIA III 48 1 Semelhante ao macho. Quelíceras fortes, não intumescidas. Área III com um par d e pequenos espinhos, medianos, dilatados n a base. Colorido geral igual ao do macho. Área s laterais pouco mais claras. Holótipo, e parátipos 2??, n. 366, na coleção H. Soares. Procedência. Estado de Minas Gerais : Viçosa. (Camargos III. 1958). É mais próxima de Discocyrtoide s vellutinus (Mello-Leitão, 1940) (Cf. Mello - Leitão, 1940) (Cf. Mello-Leitão, 1940: 106), da qual difere por apresentar a borda anterior do cefalotórax com fila de grânulos, inerme e lisa em D. vellutinus ; a espécie de Mello-Leitão é muito menos granulosa no escudo dorsal e as áreas e esternitos livre s são lisos; pelo colorido, particularmente pelas manchas do escudo dorsal, que obvia - mente são diferentes. Discocyrtoides parvulus (Roewer ) Discocyrtus parvulus Roewer, 1927 : 337, fig. 3. Despirus parvulus Roewer, 1929 : 269, pr. 1, fig. 9; Mello-Leitão, 1932 : 224, 104. Discocyrtoides parvulus, Soares, 1945 : 348 ; Soares & Soares, 1948 : 562. Ibarroides minutus Mello-Leitão, 1932 : 223. (Nova sinonímia). Discocyrtoides minutus, Soares, 1944 b : 16 7 (= Discocyrtoides granulosus Mello - Leitão, 1936) ; Soares, 1945 : 347 ; Soares & Soares, 1948 : 561. Discocyrtoides granulosus Mello-Leitão, 1936 : 40, fig. 35 (Sep. ) Não hesitamos em considerar D. minutus (Mello-Leitão, 1932) como sinônimo d e D. parvulus (Roewer, 1927), tal a coincidência de descrições, figuras e localidades - tipo. Subfainília Goniosominae Acutisoma perditum (Mello-Leitão). Glyptogoniosoma perditum 1936 : 36, fig. 32. Mello-Leitão, Acutisoma perditum, Soares, 1945 : 351 ; Soares & Soares, 1948 : 626. Alótipo? (figs ). Artículos tarsais : /13. Borda anterior do cefalotórax inerm e e lisa. Cômoro ocular baixo, com minúsculo s grânulos obsoletos medianos, armado d e dois espinhos altíssimos, divergentes. Cefalotórax com três grânulos atrás do cômor o ocular e mais alguns poucos laterais. Área I com um par de tubérculos baixos e três grânulos ; área II com uma fila de grânulos e com grânulos obsoletos na porção mediana; área III com um par de espinhos altíssimos, pouco menores que os espinhos d o cômoro ocular, com um tubérculo pequeno atrás de cada espinho ; área IV e tergitos livres I-III armados de espinhos angulares posteriores, os da área IV menores, e co m uma fila de grânulos tuberculiformes. Áreas laterais com duas filas de grânulos e minúsculos grânulos obsoletos entre as duas fila s na porção mais dilatada. Opérculo anal com grânulos esparsos, obsoletos, e atrás co m pequeno grânulo mediano. Esternitos livre s com uma fila de grânulos pilíferos. Áre a estigmática quase lisa. Ancas I e II com um a fila de grânulos tuberculiformes, os da anc a I maiores ; III com poucos grânulos pilíferos, esparsos e com duas filas marginais de dentículos. Fêmures I a III retos, com fila s longitudinais de grânulos, III com dois es - pinhos pequenos, dorsais, no ápice. Palpos : trocanteres com dois espinhos ventrais, sub - basais; fêmures com fila longitudinal, ventral, de grânulos e espinhos pilíferos, e com robusto espinho apical interno; tíbia com 4 espinhos internos e 5 externos, dos quai s dois muito robustos; tarsos com 3-3 espinho s inferiores, dos quais dois muito robustos. Pernas IV: ancas com poucos grânulos pilíferos, esparsos, com pequeno espinho api-
6 482 HELJA C. M. SOARES cal externo, oblíquo e de extremidade ligeiramente curva para baixo ; trocantere s mais longos que largos, masi granulosos ventralmente, com pequeno grânulo pontiagud o apical interno ; fêmures com espinho apica l interno e filas longitudinais de grânulos, o s das filas externa e interna, pontiagudos ; patelas, tíbias e metatarsos com grânulos semelhantes aos dos fêmures, os metatarso s com fino espinho ventral, apical. Colorido. Cefalotórax denegrido, os espinhos do cômoro ocular e a porrão pós - ocular fulvos ; palpos amarelos, reticulado s de negro. Pernas e corpo fulvo-queimados. Área I e sulcos do escudo abdominal irregularmente denegridos. Espinhos da área III e ancas IV castanho-denegridos. Grânulos das áreas III e IV e tergitos livres fulvo - claros. Face ventral fulvo-queimada. Estigmas traqueais com orla branca, ângulos la - DIMENSÕES EM m m Comprimento total do corpo 10,5 ; largura do cefalotórax 5,75 ; largura do abdômen 9,6. Pernas Trocanter Fêmur Patela Tibia Metatarso Tarso Tota l I 1, 5 9, 0 2, 45 6,15 10, 0 4, 0 24,1 0 II 2,0 17,25 3,0 14,5 18,5 10,5 65,7 5 III 2,15 14,15 3,5 8,25 15,49 5,5 39,04 IV 2,5 17,5 3,8 11,25 23,0 6,5 64,5 5 Palpo 2, 0 4, 25 2, 3 3, 25-3, 0 14, 80 Quelícera : 1. segmento 2,5; 2. segmento 3,0 ; total 5, I 17 i a Acutisoma perditum (Mello-Leitão, 1936) - Fig. 11: Alótipo ; fig. 12 : perfil do espinho do cômor o ocular; fig. 13 : perfil do espinho mediano da área III; fig. 14 : palpo esquerdo, vista ventral ; fig. 15: $ : pênis, vista latero-dorsal ; fig. 16 : pênis, vista lateral ; fig. 17 : pênis, vista dorsal ; fig. 18 : pênis, vista ventral.
7 OPERA OPILIOLOGICA VARIA II I 48 3 DIMENSÕES EM mm DO MACHO N.o 311-A Comprimento total do corpo 13,5 ; largura do cefalotórax 6,25 ; largura do abdômen 10,5. Pernas Trocan ter Fêmur Patela Tibia Metat rso Tarso Total I 1,5 9,5 2,49 6,5 10, 7 II 2,0 18,75 3,35 15,2 20, 0 III 2,5 15,0 4,0 9,0 16, 1 IV 3,0 19,0 4,49 11,5 25, 0 5 4,35 35,09 11,4 70, ,0 52,6 5 6,7 69,6 9 Palpo 2,0 4,25 2,5 3,5 _. Quelícera : 1. segmento 2,5; 2. segmento 3,0; total 3,0 15,25 5,50 terais da área estigmática polvilhados d e branco. Pênis (n. 311-A) (figs ). Comprimento total 6,2 mm. Alótipo Y, n. 312, parátipos 4 Y Y, 3 8 e exemplares jovens, n. 311, 1, n. 311-A, na coleção H. Soares. Procedência. Estado da Guanabara, Rio de Janeiro: Tijuca. (Milton Valle II-1944). Goniosoma ensifer (Mello-Leitão ) Progoniosoma ensifer Mello-Leitão, 1940 : 23, 24, fig. 5. Por um lapso, Goniosoma ensifer nã o consta na Monografia de Soares & Soare s (1948). Comparando as figuras e descriçõe s de Acutisoma perditum (Mello-Leitão, 1936) e G. ensifer (Melo-Leitão, 1940) vi - mos que parece se tratar da mesma espécie. A localidade-tipo, da primeira espécie é Minas Gerais: Paraopeba, e da segunda, Guanabara ; Rio de Janeiro, Jacarepaguá. Ambas as formas possuem os fêmures posteriores curvos em S. Na descrição de A. perditum, o autor descreve o fêmur IV como "muito curvo", se bem que a figura qu e ilustra a espécie mostra que esse fêmur é menos curvo do que o de G. ensifer. Somente o exame dos tipos poderá soluciona r a questão da coespecificidade desta s espécies. Goniosoma xanthophthalmum Mello-Leitão Goniosoma xanthophthalmum Mello-Leitão, 1931 : 125, fig. 4 ; Soares & Soares, 1948 : 632. Goniosoma minense, Soares & Soares, 1948 : 629, 630. (Nova sinonímia). Comparando os tipos de G. xanthophthalmum e G. minense (Mello-Leitão, 1932 ) pudemos concluir facilmente que se trat a d'uma única espécie, apesar de a primeir a ter sido originalmente descrita do Estado d a Guanabara, e a segunda, do Estado d e Minas Gerais (Ouro Preto). G. xanthoph Goniosoma xanthophthalmum Mello-Leitão, Fig. 19 : a : pênis, vista dorsal; fig. 20 : pênis, vista dorsal, porção apical da glande ; fig. 21 : pênis, vista lateral ; fig. 22 : pênis, vista ventral.
8 484 HELIA C. M. SOARES DIMENSÕES EM mm DO 8 N. 8 0 Comprimento total do corpo 10,5; largura do cefalotórax 5,25 ; largura do abdômen 10,5. Pernas Trocan ter Fêmur Patela Tíbia A Ietatarso Tarso Total i 1,5 9,0 2,25 5,75 9,5 4,0 32,00 II 1/5 17,5 3,0 13,5 17,5 10,0 63,00 I I I 2,0 13,5 3,5 8,49 14,2 5,0 46,6 9 IV 3,0 16,49 4,0 11,75 21,0 6,0 62,2 4 Palpo 1,5 4,0 2,5 3,0-3,() 14,00 Quelícera : 1. segmento 2,5; 2. segmento 2,5 ; total 5,00 thalmum apresenta um desenho polvilhad o de branco no escudo dorsal, só visível e m material seco. No lote de cinco fêmeas (n. 83) por nós estudado notamos que quatro fêmea s possuem pequenos tubérculos nos ângulo s da área IV e tergitos livres, o que as levaria, isoladamente, para o gênero Acutisoma Roewer, Como exibem o mesmo polvilhado e coincidem com as fêmeas-tipo, com as quais comparamos, não temos, pois, dú - vida da coespecificidade de ambas as formas. MATERIAL ESTUDAD O Todos os exemplares abaixo numera - dos, foram comparados com holótipo e parátipo Y, depositados no MusEU NACIO - NAL, Rio de Janeiro. a), n. 80, na coleção H. Soares. Estado de Minas Gerais : Lavras (J. P. d e Mattos 15-XI-1947) ; b) 4 Y Y, n. 83, 1 Y 83-A, na coleção H. Soares. Estado da Guanabara : Rio de Janeiro, Represa dos Ciganos (J. P. de Mattos 17-II-1947) ; c) 8 e Y, n. 310, na coleção H. Soares. Estado do Rio de Janeiro : Km 37 da antiga Rodovia Rio-S. Paulo (Onézimo Fraga 25-X-1960) ; d) 3 8 6' e 6 Y Y, n. 302, A, na coleção H. Soares. Estado do Rio de Janeiro : Município de Nova Iguaçú, Tinguá (A. L. Peracchi et Eugênio Izecksohn IV-1965). Damos a seguir as dimensões do macho, n. 80 e da fêmea n. 83-A, assim como a figura e comprimento da genitália do mach o n, 302-A. Pênis (, n. 302-A) (figs ). Comprimento total 5,8 mm. DIMENSÕES EM mm DA 9, N. 83-A Comprimento total do corpo 13,0; largura do cefalotórax 5,0; largura do abdômen 8,5. Pernas Trocanter Fêmur Pat ela Tíbia Metatarso Tarso Total I 1,25 9,0 2,0 5,75 9,25 4,0 31,2 5 II 1,75 17,5 3,2 13,75 17,0 10,0 63,2 0 III 2,0 14,0 3,0 8,5 13,7 13,~~~ 5 5,25 46,5 0 IV 2,25 17,25 3,75 11,75 20,0 6,4 61,4 0 Palpo 2,0 4,0 2,25 3,1 3,0 14,3 5 Queli_cera: 1. segmento 2,0 ; 2. segmento 2,5 ; total 4,50
9 OPERA - OPILIOLOGICA VARIA III 48 5 ABSTRAC T In this paper a small lot of Opiliones from Brazil (family Gonyleptidae) i s studied. In the subfamily Bourguyinae tw o new species, Camarana bicoloripes, n. sp., and Discocyrtoides maculatus, n. sp. ar e described ; Discocyrtoides minutus (Mello - Leitão, 1932) is considered synonymous wit h Discocyrtoides parvulus (Mello-Leitão, 1927), and characters of close resemblanc e between Camarana minor Mello-Leitão, 1935, and Arruda mutilata Mello-Leitão, 1940, the latter of the subfamily Pachylinas, are pointed out. In the subfamily Goniosominae, the female allotype of Acutisom a perditum (Mello-Leitão, 1936) is described, and the male genitalia of this species is fo r the first time figured ; Goniosoma minens e (Mello-Leitão, 1932) is considered a synonym of Goniosoma xanthophthalmur n Mello-Leitão, 1931, and its male genitalia i s figured ; and comments about Goniosom a ensif er (Mello-Leitão, 1940) are made. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA S GILTAY, L., 1928 : Arachnides nouveaux du Brésil. Bull. Ann. Soc. Ent. Belg., 68 : 79-87, 3 figs. MELLO-LEITÃO, C. F. DE, 1931 : Opiliões novos ou críticos. Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro, 33 : MELLO-LEITÃO, C. F. 45, 1932 : Opiliöes do Brasil. Rev. Mus. Paulista 17 (2. a pte.) : 1-505, 61 prs. MELLO-LEITÃO, C. F. 45, 1935: A propósito d e alguns opiliões novos. Mem. Inst. Butantan 9 : , 31 figs. MELLO-LEITÃO, C. F., 1936 : Notas sobre opiliões. Bol. Mus. Nac. Rio de Janeiro 12 (3-4) : 1-41, 35 figs. MELLO-LEITÃO, C. F. DE, 1940 : Sete gêneros e vint e e oito espécies de Gonyleptidae. Arq. Zool. Est. São Paulo, 1 (1) : 1-52, 31 figs. ROEWER, C. Fr., 1927 : Brasilianische Opilioniden, gesammelt von Herrn Prof. Bresslau im Jahr e Abh. Senckenberg. Naturf. Ges., 40 : ROIWER, C. FR., 1929 : Weitere Weberknechte III. III. Ergänzung der "Weberknechte der Erde", Abh. Nat. Ver. Bremen, 27 (2) : SOARES, BENEDICTO A. M., 1943 : Notas sobre opiliões III. Bol. Ind. Animal São Paulo (N. S.) 6 (3) : SOARES, BENEDICTO A. M., 1944a: Opiliöes de Ubatuba coligidos pelo Sr. Alfredo Zoppei. Ibidem, 7 (1-2) : 85-96, 12 figs. SOARES, BENEDICTO A. M., 1944b: Alguns opiliões d a Coleção "Otto Schubart". Papéis Avulsos Dep. Zool. S. Paulo 6 (17) : , 4 figs. SOARES, BENEDICTO A. M., 1945 : Opiliões da Coleção do Museu Nacional do Rio de Janeiro. Arq. Zool. Est. São Paulo 4 (9) : SOARES, BENEDICTO A. M. & HELIA E. M. SOARES, 1948 : Monografia dos gêneros de Opiliões Neotrópicos. I. Ibidem, 5 (9) :
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