Docudrama: A Viúva Negra Ielmomarinhense 1 Huldyana Lopes de Paiva 2 Flávia Marques Martins 3 Glaydianne Guimarães de Farias 4 Gustavo dos Santos Fernandes 5 Izaias Bezerra da Cunha 6 Luanny Almeida Galvão de Lima 7 Taline Haiane Freitas dos Santos 8 Vinícius Marinho dos Santos Farias 9 Valquíria Aparecida Passos Kneipp 10 Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN RESUMO Este projeto apresenta um docudrama de caráter laboratorial, realizada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, e desenvolvido por alunos do curso de Comunicação Social com Habilitação em Rádio e TV. O docudrama A Viúva Negra Ielmomarinhense foi pensado para atender um público variado. A ideia é transmitir ao ouvinte, de forma bem humorada, a trágica história de uma assassina em série, moradora de uma pequena cidade do Rio Grande do Norte. O trabalho tem o objetivo de proporcionar vivências da técnica, rotinas e práticas de um docudrama. Além disso, apresenta a descrição do processo de ensino-aprendizagem que resultou na composição do material, possibilitando vivenciar a rotina de elaboração, produção e gravação de um programa radiofônico. Palavras-chave: Docudrama; Assassinato; Viúva Negra; Relações amorosas. 1. INTRODUÇÃO 1 Trabalho submetido ao XXI Prêmio Expocom 2014, na Categoria Rádio, TV e Internet, modalidade Programa Laboratorial de Áudio. 2 Aluno líder do grupo e estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 9º período. E- mail: huldyana@gmail.com 3 Estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 9º período. E-mail: flaviamarqs@hotmail.com 4 Estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 9º período. E-mail: annefarias@hotmail.com 5 Estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 9º período. E-mail: gugastrong@hotmail.com 6 Estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 6º período. E-mail: izaiasbc@bol.com.br 7 Estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 9º período. E-mail: luannygalvao@gmail.com 8 Estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 8º período. E-mail: taline.freitas@hotmail.com 9 Estudante de Comunicação com habilitação em Rádio e Tv, cursando 8º período. E-mail: vinny_redetv@hotmail.com 10 Orientador do trabalho. Professor do curso de Comunicação Social. E-mail: valquiriakneipp@yahoo.com.br
Docudrama, termo que se confunde com docuficção, é um gênero que se situa entre a ficção e o documentário. Docudrama, também chamado de drama documentário, é um estilo de documentário que apresenta de forma dramática a reconstituição de fatos verídicos. Podem ser representados assuntos contemporâneos ou eventos históricos. A narrativa sonora A Viúva Negra Ielmomarinhense primeiro episódio do programa Casos da Vida caracteriza-se como uma verdadeira epopeia recheada por muito dramalhão e humor; é um produto experimental que narra de forma engraçada e dinâmica a história de uma mulher e seus últimos cinco casos amorosos, que culminaram com a morte de todos eles. A trama é contada em capitulo único, intercalado pela locução do narrador que contextualiza o ouvinte com o desenvolvimento da narrativa. Cumpre esclarecer ainda que o programa Casos da Vida segue à proposta de contar histórias e causos de pessoas do Rio Grande do Norte, histórias essas sempre recheadas de mistério e verdade. Procura refletir e valorizar a cultura e o imaginário popular. 2. OBJETIVO O programa radiofônico veiculado em forma de docudrama A Viúva Negra Ielmomarinhense, tem como objetivo proporcionar um momento de descontração para o ouvinte de maneira a fazê-lo imaginar e desenhar os personagens e seus cenários. Bem como, abordar o tema sob uma perspectiva diferente, explorando a dinamicidade e o humor, trazendo ao ar histórias do cotidiano recheadas de confissões, conflitos, segredos e revelações, prendendo a atenção do espectador a cada cena narrada. 3. JUSTIFICATIVA Assassinato, furtos, crimes em geral, sexo, são temas delicado de se discutir, tendo em vista serem bastante polêmicos. Trabalhar o assunto no rádio requer, além de certos cuidados, responsabilidade, pois sua transmissão alcança o mais variado público, podendo causar as mais diversas sensações e impressão acerca da abordagem e tratamento dados aos assuntos, se tornando, assim, um tabu. Segundo Alcântara (2008): Por incrível que pareça, falar de sexo ainda não é fácil. A liberalização dos costumes, principalmente, na última década, deu a falsa impressão de que todos já
sabem de tudo, sobre qualquer assunto relativo à sexualidade e livros que abordassem tal temática logo cairiam em desuso. O que se nota, porém, é justamente o contrário. As pessoas falam muito sobre sexo, principalmente, para contar vantagem, pois nos dias atuais, não ser bom de cama é um medo que assusta todo mundo, mas na realidade, pouco ou quase nada sabem sobre como todo o mecanismo da sexualidade funciona. Através da observação e escuta das grades de programação de algumas rádios locais por parte dos integrantes desse projeto, constatou-se a ausência de programas que abordem assuntos como esses, dando, ao invés de um enfoque sensacionalista, uma perspectiva cômica. Desta forma, o rádio enquanto espaço destinado à socialização de entretenimento, diversão e informação deve estar atento a assuntos socialmente relevantes, obedecendo a sua função de informar, mas sem esquecer-se do entretenimento. Visto a escassez de programas que abordem esses assuntos, neste enfoque, de forma constante, fez-se necessário a criação de um programa que fugisse dos tradicionais programas sensacionalistas dos jornais, criando assim um docudrama, espaço no qual o tema foi abordado de maneira espontânea e íntima. Portanto, uma das propostas do docudrama A Viúva Negra Ielmomarinhense é fomentar e dinamizar produções do gênero, além de valorizar personagens da história da cidade de Ielmo Marinho, bem como servir como objeto de estudo futuro, desenvolvendo dessa forma um pensamento mais crítico. Ressalte-se que a viabilidade de tal projeto justifica-se, também, se observado o sucesso alcançado por programas de TV com formatos similares (Linha Direta, Casos da Vida, entre outros) ao desta proposta, atingindo grande público e audiência, não só no veículo tradicional, mas se estendendo também sua repercussão às redes sociais. 4. MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADAS Apresenta-se a seguir a descrição da metodologia utilizada neste trabalho com o objetivo de expor os caminhos que foram percorridos não só no levantamento dos dados do estudo, como também de fazê-lo. Os dados pesquisados, segundo método adotado e em articulação ao referencial teórico, pretendem dar algumas explicações.
O docudrama A Viúva Negra Ielmomarinhense foi realizado no segundo semestre de 2013, com orientação da professora doutora Valquíria Kneipp, durante a disciplina Oficina de Produção e Realização em Rádio e TV. O docudrama contém de texto próprio, desenvolvido pelo grupo. O teor do projeto foi gravado no estúdio I do Laboratório de Comunicação da UFRN, com a supervisão da professora orientadora Valquíria Kneipp. Após a gravação, o produto foi avaliado quanto à qualidade técnica, sendo efetuadas as correções necessárias por meio de edição e/ou regravação. O projeto depois de gravado foi apresentado na disciplina Oficina de Produção e Realização em Rádio e TV, com a finalidade de apresentar para a comunidade acadêmica, por comunicação oral e também impressa. Posteriormente foi levado ao ar pela emissora de rádio FM Esperança 87,9 da cidade de Ielmo Marinho, através do programa Trocando Ideias. Com a finalidade de vivenciar experiências radiofônicas, este projeto experimental também realizou um trabalho de expressão vocal, sem preocupação com figurinos e cenários, enfocando apenas o trabalho com a voz. O projeto foi desenvolvido através de reuniões semanais durante as aulas da disciplina supracitada e reuniões fora do horário acadêmico. De acordo com algumas orientações, cada integrante experimentou sua voz com o texto apresentado no intuito de buscar o membro melhor qualificado para a função da locução (narrador e de cada personagem das dramatizações). Este trabalho caracteriza-se por ter um viés exploratório e qualitativo. Vale destacar que as pesquisas exploratórias segundo Gil (1999) são aquelas que têm por objetivo explicitar e proporcionar maior entendimento de um determinado problema. O trabalho classifica-se, ainda, de forma qualitativa, uma vez que não se vale de instrumentos estatísticos no processo de análise e interpretação das informações. Vergara (2000) fala que a coleta de dados é a forma de como se obtém os dados necessários. Assim, o meio utilizado para a investigação dos dados foi a pesquisa oral e bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica, segundo Gil (1999), é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. A primeira vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais amplo do que aquela que poderia pesquisar diariamente. De acordo com Meihy (1996, p. 34) há, segundo me parece, um consenso em que a História Oral é um trabalho de pesquisa, que tem por base um projeto e que se baseia em fontes orais, coletadas em situação de entrevista. 5. RECURSOS OPERACIONAIS E FINANCEIROS No presente projeto, por se tratar de um trabalho de âmbito acadêmico, não tivemos gastos com equipamentos e em contratação de equipe, pois os membros do grupo deste trabalho exerceram as funções necessárias à elaboração da peça radiofônica; os equipamentos utilizados descritos no item competente foram cedidos pelo Departamento de Comunicação Social (Decom) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. Entretanto, por ser a personagem principal da história moradora de município no interior do estado, tivemos gastos em deslocamento e alimentação para fazer a pesquisa em loco, colher a entrevista e depoimentos de moradores do município, perfazendo o montante de R$ 80,00. 6. DESCRIÇÃO DO PRODUTO O docudrama A Viúva Negra Ielmomarinhense é uma história verdadeira de assassinatos, porém, contada com humor, tendo como proposta a criação de um produto radiofônico. O projeto tem como temas relações amorosas e assassinatos, e vem para contribuir com a divulgação e valorização do folclore da cidade de Ielmo Marinho. O tema é atual e pode também ser inserido nas discussões sobre os diversos casos de homicídio em nosso estado. Uma vez feita a escolha descrita anteriormente, partimos para a produção de um roteiro, tendo como referência os modelos de Ferrareto (2001). Elaborou-se um roteiro detalhado (fechado), contendo as falas, paisagens sonoras utilizadas para forrar a narrativa, bem como os demais critérios técnicos.
Concomitantemente, uma parte da equipe realizou uma pesquisa de trilhas sonoras e efeitos; Os efeitos permitem ao ouvinte ver o que está sendo descrito e a música possibilita ao ouvinte sentir o que se transmite (Ferrareto, 2001, p. 34). A locução e as entrevistas necessárias ocorreram na cidade de Ielmo Marinho; gravações outras que se fizeram necessárias ocorreram no estúdio I do Laboratório de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. O processo de edição ficou na responsabilidade da aluna membro do grupo Luanny Almeida, com acompanhamento dos demais membros da equipe. Com tempo total de 14 minutos o docudrama tem um capitulo único com início, desenvolvimento e o ápice que culmina em uma revelação final. A história é encadeada pela figura do narrador, o qual apresenta em detalhes os fatos e chama o ouvinte para acompanhar o desenrolar da narrativa. O projeto foi enriquecido com diversos efeitos sonoros; o formato traz, ainda, assinatura com o nome de todos os envolvidos na produção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCÂNTARA, Candice. Mitos, tabus e preconceitos sexuais. 2008. Disponível em: < http://www.psiqueesexualidade.com/2008/02/iii-mitos-tabus-e-preconceitos-sexuais.html> Acesso em: 27 agosto 2013. BARBOSA FILHO, André. Gêneros Radiofônicos: Tipificação dos Formatos em Áudio. São Paulo: Paulinas, 2003. CALABRE, Lia. Rádio e imaginação: no tempo da radionovela. In: CUNHA, Mágda Rodrigues da, HAUSSEN, Doris Fagundes (org): Rádio brasileiro: episódios e personagens. Editora EDIPUCRS - Porto Alegre - RS - 1 edição - 2003. FERRARETO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001. FILHO, André Barbosa. Gêneros radiofônicos: tipificação de formatos em áudio. São Paulo: Instituto Metodista de Ensino Superior, 1996. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. MCLEISH, Robert. Produção de rádio: Um guia abrangente de produção radiofônica. São Paulo: Summus, 2001. MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. São Paulo: Loyola, 1996. POLLAKE, Carla et al. RTV Rádio e TV 1. São Paulo: Metodista, 2005. PORCHAT, Maria Elisa. Manual de Radiojornalismo Jovem Pan. São Paulo: Ática, 1993.
SILVA, Júlia Lúcia de Oliveira Albano da. Rádio: oralidade mediatizada: o spot e os elementos da linguagem radiofônica - São Paulo : Annablume, 1999 VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000.