PEQUENOS MUNICÍPIOS NO SUDESTE GOIANO: um estudo sobre os. seus aspectos sócio-econômico



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Transcrição:

PEQUENOS MUNICÍPIOS NO SUDESTE GOIANO: um estudo sobre os seus aspectos sócio-econômico Nágela Aparecida de Melo 1 Beatriz Ribeiro Soares 2 Resumo O presente trabalho faz parte de um projeto em desenvolvimento que estuda a questão das pequenas cidades vista pelo recorte espacial da microrregião geográfica de Catalão (GO), tendo como objetivo compreender a formação espacial, as funções, o significado e as relações destas na rede urbana regional. Nesse sentido, este artigo trata de um dos pontos discutidos na pesquisa indicada. Tem o objetivo de analisar os aspectos sócio-espaciais e as mudanças processadas nos municípios de Anhanguera, Corumbaíba, Cumari, Davinópolis, Goiandira, Ipameri, Ouvidor, Nova Aurora e Três Ranchos. Este trabalho está em fase de desenvolvimento, portanto, não serão apresentados os resultados finais e sim reflexões iniciais sobre a área em estudo para abrir um debate com outros pesquisadores. Palavras-chave: pequenas cidades; formação espacial; urbanização; desenvolvimento econômico. Introdução Este trabalho tem como objetivo analisar os aspectos sócio-espaciais e as mudanças processadas a partir da década de 1970 nos municípios de pequeno porte da microrregião geográfica de Catalão. Este assunto faz parte

2 de uma das temáticas discutidas em um projeto de pesquisa em desenvolvimento que trata sobre a questão das pequenas cidades vista pelo recorte espacial da microrregião geográfica de Catalão (GO), e tem como objetivo compreender a formação espacial, as funções, o significado e as relações destas na rede urbana regional. O trabalho está sendo desenvolvido com base em revisão bibliográfica sobre formação sócio-econômica da área em estudo, conceitos geográficos como lugar, espaço, território, rede urbana, urbanização, formação espacial entre outros. Estão sendo realizados também levantamento e análise de dados estatísticos sobre os aspectos sociais e econômicos da área em estudo, bem como documentação direta para levantamento de dados primários por meio de entrevistas e questionários. A área de estudo é formada pelos municípios da microrregião geográfica de Catalão (GO), com população urbana de até 20 mil habitantes, segundo o censo demográfico do IBGE de 2000 (Tabela 01; Mapa 01).

3 Tabela 01 - Municípios da microrregião de Catalão (GO) com população urbana de até 20 mil habitantes, população total e urbana, Município 2000. Total População, 2000 Urbana Anhanguera (GO) 895 840 Campo Alegre de Goiás (GO) 4.528 2.871 Corumbaíba (GO) 6.655 4.855 Cumari (GO) 3.105 2.301 Davinópolis (GO) 2.109 1.294 Goiandira (GO) 4.967 4.199 Ipameri (GO) 22.628 18.840 Nova Aurora (GO) 1.927 1.663 Ouvidor (GO) 4.271 3.384 Três Ranchos (GO) 2.831 2.276 Fonte: IBGE, 2004. Org. MELO, 2004.

4

5 A microrregião de Catalão faz parte de mesorregião Sul Goiano 3, localiza-se na porção sudeste do estado e é formada por onze municípios, tendo Catalão como sede e única cidade que excede o total de 20 mil habitantes, considerada por Deus (2003) com um pólo regional. A área de investigação está delimitada com base no recorte territorial municipal (Mapa 01), pois para a compreensão dos aspectos históricos, sociais, econômicos e espaciais dos núcleos em estudo, faz-se necessário considerar as relações intra e inter-urbanas e as processadas entre o campo e a cidade, bem como as ações políticas dos atores sociais locais. Por outro lado, trabalhar com a escala municipal facilita o levantamento, comparação e análise de dados censitários. O limite populacional de até 20 mil habitantes urbanos se justifica, inicialmente, por se tratar de um estudo que tem como eixo central a preocupação de analisar cidades de pequeno porte, no entanto, não significa uma conceituação ou definição de parâmetros classificatórios para as localidades em estudo. Outro fator a ressaltar é que, apesar do foco de análise não estar direcionado para o município de Catalão, este provavelmente será considerado na pesquisa à medida que analisarmos o processo de formação dos municípios em estudo e ao identificarmos a estrutura da rede urbana em que as cidades se inserem.

6 1 - Formação dos municípios de pequeno porte da microrregião geográfica de Catalão. Os municípios que compõem a área de estudo foram constituídos a partir de fragmentações territoriais (diretas ou indiretas) do município de Catalão (GO), sendo a primeira ainda no século XIX, com emancipação de Ipameri e as demais, no século XX. Os municípios de Cumari, Anhanguera e Campo Alegre se formaram a partir de emancipações indiretas de Catalão, sendo originários de territórios já emancipados (Tabela 02; Figura 01). Tabela 02 - Municípios da microrregião de Catalão (GO) segundo o ano de fundação. Município Data de Fundação Município de Origem Catalão (GO) 1834 Santa Cruz de Goiás Ipameri (GO) 1870 Catalão Corumbaíba (GO) 1912 Catalão Goiandira (GO) 1931 Catalão Cumari (GO) 1947 Goiandira Anhanguera (GO) 1953 Cumari Campo Alegre de Goiás 1953 (GO) Ipameri Nova Aurora (GO) 1953 Goiandira Ouvidor (GO) 1953 Catalão Três Ranchos (GO) 1953 Catalão Davinópolis (GO) 1963 Catalão Fonte: IBGE, 2000. Org. MELO, 2004.

7 Figura 01 - Dinâmica territorial da área da microrregião geográfica de Catalão no período de 1834 a 2005. 1834 1857 1858 1862-4 9-4 8-4 7-17 - 17 7-1 - 1 7 N N - 1 8-1 8-18 -18 10 0 10 K i l o m e t e r s - 4 9-4 8-4 7 8 0 8 Kilometers 1863 1869 1870-1911 - 1 7-1 7 N - 4 9-4 8-4 7 1 7 - - 1 7 N - 1 8-1 8-1 8-1 8 10 0 10 Kilometers - 4 9-4 8 7 0 7 1 4 K i l o m e t e r s - 4 7 1912-1930 1963-2005

8-17 -17-17 -17 N N -18 1949 1952 1953-1962 -18-18 -18 10 0 10 20 Kilometers 10 0 10 20 Kilometers -18-17 - 17 N -17 N -17-18 -18-18 7 0 7 14 Kilometers 7 0 7 14 Kilometers 1963-2005 - 18-17 - 17 N -18 7 0 7 14 Kilometers A porção sudeste do estado de Goiás, onde estão localizados os municípios da área de estudo, teve seu processo de ocupação e povoamento iniciado por

9 volta do século XVIII, com passagens de bandeiras 4 e mais especificamente no século XIX com a expansão de mineiros e paulistas 5 para além das regiões de mineração, formando núcleos de povoamento com a implantação de pontos de pouso para tropas, boiadas e homens (boiadeiros, viajantes em geral, mascates), garimpos, fazendas tradicionais e fundação de patrimônios. Porém, o impulso urbanizador nessa área tem como marco as primeiras décadas do século XX, a partir da implantação da Rede Ferroviária de Goiás, que interligou o território goiano a região sudeste do país. Nesse contexto, o Brasil estava ainda vivenciando os esforços iniciais para a mecanização do espaço brasileiro que se iniciou no litoral, possibilitada pela dinâmica econômica da produção cafeeira e atingiu o sertão (interior de São Paulo, Minas Gerais e Goiás), promovendo e intensificando relações mercantis no interior do país. Conforme explicou Borges (1990, p. 55), no começo do século [XX], uma das condições indispensáveis para o capital expandir sua frente pioneira rumo ao Centro-Oeste seria a implantação de uma infra-estrutura de transporte que possibilitasse a ligação dessa região ao Centro-Sul. [...] o próprio capital se encarregou de construir, [...] a primeira via de transporte moderno para o Centro-Oeste: a Estrada de Ferro de Goiás. A porção sudeste do estado de Goiás foi incorporada a economia nacional com a extensão dos trilhos da ferrovia Mogiana, formando a Estrada de Ferro de Goiás que atingiu os territórios de Catalão e Ipameri em 1913, chegando até Anápolis em 1935 e Goiânia em 1952. Até a chegada dos trilhos da linha férrea, a área que forma a microrregião de Catalão era constituída apenas pelos municípios de Catalão (1833) e Ipameri (1870).

10 A ferrovia teve um importante papel na dinamização econômica, social e cultural do sudeste de Goiás e do próprio estado. Conforme evidenciou Borges (1990, p. 87), a ferrovia goiana foi resultado do processo de modernização a nível nacional e ao mesmo tempo um dos agentes modernizadores e integradores da economia do estado à divisão regional do trabalho, redefinida segundo os interesses da expansão capitalista. A ferrovia impulsionou o processo de povoamento e urbanização na porção sudeste de Goiás. Cidades e municípios como Anhanguera, Cumari, Ouvidor, Goiandira, Urutai, Pires do Rio, Vianópolis, Bonfinópolis e Senador Canedo, se formaram com os impulsos sócio-econômicos proporcionados pelos trilhos de ferro. De outro lado, cidades como Catalão, Ipameri, Orizona, Silvânia, Leopoldo de Bulhões e Anápolis, tornaram-se mais dinâmicas. Povoados já existentes como, Corumbaíba, pela proximidade a estação uma estação férrea, também adquiriram condições para o desenvolvimento da produção agrícola e pecuária para comercialização no mercado regional. Essas mudanças ocorreram, sobretudo, pela economia gerada a partir da instalação da ferrovia, pois, as relações comerciais passaram a ocorrer de forma mais facilitada pela presença do meio de transporte (trem-de-ferro) e pelas possibilidades de mercado consumidor na região Sudeste do país. Houve na área em questão o desenvolvimento da agricultura comercial e de unidades de beneficiamento de produtos agropecuários. De acordo com Borges (2000, p. 41), O trem-de-ferro simbolizado na maria-fumaça com seu silvo estridente e cauda em aço, emplumada em fumaça, serpenteando pelos sertões, despertava Goiás de séculos de isolamento e transformava a paisagem regional através de um processo dialético marcado pela destruição/reconstrução do espaço.

11 Entretanto, a estrada de ferro no Brasil, apesar da sua importância econômica, não fez parte dos projetos modernizantes do século XX. A política econômica brasileira orientada pela perspectiva do desenvolvimento urbano-industrial, delineada desde os anos de 1930, apoiou-se no rodoviarismo como o elemento integrador do vasto território nacional e como meio principal de transporte de mercadorias e pessoas. Após 1940, com o aprofundamento da crise do transporte ferroviário, os núcleos goianos formados e ou dinamizados pelos impulsos sócio-econômicos viabilizados pela ferrovia, passaram por processos de estagnação, decréscimo econômico e redução do contingente demográfico. Assim, conforme afirmou Borges (2000, p. 99), o sudeste goiano, favorecido pela posição geográfica e pela penetração de vias de transportes, foi a primeira região a integrar-se à produção comercial de produtos agrícolas como o arroz, logo entrou num processo de crise econômica até a decadência. Após 1940, registrou-se uma acentuada queda na produção agrária da região. Cidades como Catalão, Ipameri e Pires do Rio, que cresceram com a chegada dos trilhos e com o desenvolvimento agropecuário, estagnaram-se com a queda na produção de lavouras. No contexto da política nacional estava também estabelecida, desde 1930, a preocupação com a incorporação à economia nacional dos espaços do território brasileiro localizados na porção oeste do país. Nesse sentido, a ferrovia não constituiu no único empreendimento dinamizador da economia goiana, no século XX. Ocorreram, especificamente, a partir da segunda metade do século XX, intensas modificações em toda a região Centro-Oeste brasileira que afetaram a organização sócio-espacial da área em estudo. Os principais marcos de

12 intervenções podem ser identificados com a construção de Brasília (DF) e a implantação de rodovias integrando a nova capital federal às demais regiões brasileiras; os programas de desenvolvimento regional da Superintendência do Desenvolvimento Econômico do Centro-Oeste (SUDECO) e a modernização agrícola, bem como os investimentos públicos e privados para a implantação de agroindustriais, indústrias, e produção mineral, entre outros. Em síntese as ações estatais e privadas na região dos cerrados brasileiros promoveram reorganizações no espaço regional goiano. 2 Os municípios de pequeno porte da microrregião geográfica de Catalão na segunda metade do século XX. A região da estrada de ferro, sobretudo a área do entorno de Catalão, no contexto da segunda metade do século XX, vivenciou percursos marcados inicialmente pela perda de expressividade econômica e populacional. Os municípios de Catalão e Ipameri que nos anos de 1920 eram importantes produtores agrícolas, núcleos de concentração populacional e de intensas relações mercantis, estagnaram nas décadas de 1940 e 1950. Em alguns outros municípios o processo de crise se prolonga até a contemporaneidade. Muitos permanecem integrados à produção pecuarista que aos poucos vem se modernizando, mas sem grandes investimentos. O município de Catalão, por exemplo, integrou-se em um processo de diversificação econômica, sobretudo, pós 1970, passando a produzir horticulturas, grãos, minérios e mais recentemente, a partir dos anos de 1990, tem se destacado no cenário da economia estadual com a produção de confecções têxteis, indústria mineradora, montagem de automóveis e com a

13 indústria de máquinas agrícolas, no setor de serviços vem se diferenciando pela oferta de cursos de nível superior e formação técnica de mão-de-obra. Conforme dados da SEPLAN (2005), Catalão ocupou no ano de 2000 o terceiro lugar no ranking do PIB industrial do estado de Goiás e está classificado nos demais setores econômicos entre os 15 maiores PIB. Por outro lado, municípios de menor porte como Goiandira e Cumari, emancipados ainda até a primeira metade do século XX, trilharam pelos caminhos das crises mais prolongadas, apresentando decréscimo do contingente populacional nos anos de 1970,1980 e 1990 (Tabela 03). Tabela 03 - Microrregião de Catalão: população total, 1970 a 2000, anos selecionados. População total Freqüência (%) Municípios 1970 1980 1991 2000 1970/80 1980/91 1991/00 Anhanguera 1.081 716 869 895-33,76 21,37 3,00 Campo Alegre 4.457 4.380 4.536 4.528-1,72 3,56-0,18 Catalão 27.338 39.168 54.525 64.347 43,27 39,21 18,00 Corumbaíba 7.488 5.906 5.529 6.655-21,13-6,38 20,36 Cumari 4.977 3.775 2.883 3.105-24,15-23,63-7,70 Davinópolis 3.205 2.449 2.118 2.109-23,60-13,51-0,42 Goiandira 6.033 5.718 5.368 4.967-5,22-6,12-7,47 Ipameri 20.518 20.338 20.794 22.628-0,88-2,24 8,82 Nova Aurora 2.166 1.927 1.845 1.927-11,03-4,25 4,44 Ouvidor 3.928 3.441 3.703 4.271-12,39 7,61 15,34 Três Ranchos 3.248 2.259 2.260 2.831-30,45 0,04 25,26 Fonte: IBGE, 1970, 1980 apud DEUS, 2002, p. 55. PNUD; IPEA; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2003. Org.: MELO, 2005. Os municípios criados na segunda metade do século XX, ou seja, Anhanguera, Campo Alegre de Goiás, Davinópolis, Nova Aurora, Ouvidor e Três Ranchos, alguns desses que também tiveram origem nos povoados

14 constituídos pela implantação de estações ferroviárias, não seguiram percursos diversos dos demais municípios, apesar das especificidades de cada um. No conjunto pode-se destacar as especificidades do município de Anhanguera que apresentou perdas intensas no contingente populacional nos anos de 1970 e baixo crescimento populacional nas décadas subseqüentes. Ao considerar a relação entre a população residente em 1970 e 2000, percebe-se que houve uma redução de 17,20% 6 do número total de habitantes nesse município, ao longo dos 30 anos (Tabela 03). Na década de 1970 o município de Anhanguera teve parte do seu território inundado pela construção do reservatório de Itumbiara, cerca de 16,36% da sua área total (ANEL, 2004). Esse empreendimento não promoveu o desenvolvimento de outras atividades econômicas no município. Na composição da estrutura produtiva do município de Anhanguera do ano de 2000 a agropecuária representou cerca de 16% do PIB municipal e o setor de serviços 76%. (SEPLAN, 2005), no entanto, os valores representam uma economia municipal frágil, pois, apresentou em 2000 o menor índice de participação na composição do produto interno bruto entre os municípios da microrregião (Tabela 04). Tabela 04 - Municípios da microrregião geográfica de Catalão: participação no PIB estadual, valor do PIB municipal e PIB per capita em 2000. Participaçã PIB PIB per Microrregião/Município o (%) (R$ mil) capita (R$) Microrregião de Catalão 4,25 920.747,00 7.786,00 Catalão 2,78 601.423,00 9.347,00 Ipameri 0,52 112.410,00 4.968,00 Corumbaíba 0,29 63.495,00 9.541,00 Ouvidor 0,23 48.884,00 11.446,00

15 Campo Alegre de Goiás 0,21 44.954,00 9.928,00 Goiandira 0,07 15.956,00 3.212,00 Cumari 0,05 11.073,00 3.566,00 Três Ranchos 0,03 7.153,00 2.527,00 Davinópolis 0,03 6.663,00 3.159,00 Nova Aurora 0,03 6.393,00 3.317,00 Anhanguera 0,01 2.343,00 2.618,00 Estado de Goiás 100 21.665.000,00 4.330,00 Fonte: SEPLAN-GO, 2005. Contas regionais municipais-2003. Org.: MELO, 2005. Da mesma forma a cidade não tem apresentado vitalidade urbana, tendo a sua população que recorrer constantemente a outros centros para o atendimento de várias de suas necessidades, muitas consideradas como básicas. O município de Campo Alegre de Goiás na sua trajetória histórica específica, mas inserido no mesmo contexto regional, também vem apresentando crescimento populacional negativo (1991/2000), porém, esse aspecto não deriva diretamente de decréscimo da economia local. O município integrou-se ao processo de modernização agrícola nos anos de 1980 e passou a produzir monoculturas mecanizadas de soja e milho. O mesmo participou na composição do PIB (Produto Interno Bruto) da microrregião de Catalão, do ano de 2000, na posição de quinto maior e apresentou também o segundo maior PIB per capta (Tabela 04). A agropecuária é a principal atividade, participa com cerca 68,23% do valor total do PIB municipal (SEPLAN, 2005). Destaca-se nesse aspecto a produção agrícola mecanizada

16 A cidade de Campo Alegre está estruturada com equipamentos urbanos básicos inclusive com um setor de comércio e serviços para o atendimento imediato das necessidades menos especializadas do consumo produtivo agrícola, conta, portanto, com empresas de comércio de sementes, implementos agrícolas, peças, combustíveis e de assistência técnica, além de serviços de armazenagem e comercialização de grãos, agência bancária, cooperativa rural, sindicato rural, e serviços públicos da Agencia Rural do Estado de Goiás, conforme pode ser observado no quadro 01. Entre as empresas ligadas ao setor agropecuário destacam-se empresas de armazenagem e comercialização de grãos como a Cargill S. A. e Caramuru Armazéns Gerais. Ipameri também tem apresentado um processo de diversificação econômica, apesar de que em menor intensidade que Catalão, mas que já apresenta reflexos disso na dinâmica populacional e urbana do município. Após perdas demográficas consecutivas em no período de 1970 a 1990 apresentou saldo positivo no intervalo entre 1991 e 2000 (Tabela 03). A cidade tem apresentado algumas melhorias, sobretudo, pela instalação de unidade de ensino superior. No entanto, a base da estrutura produtiva está na agropecuária, este setor participou em 2000 com cerca de 47,07% do valor do PIB municipal (SEPLAN, 2005). Destaca-se também a produção agrícola mecanizada, pois, Ipameri ficou classificado em julho de 2003 entre os maiores produtores agrícolas do estado de Goiás, contribuindo com 48,40% da produção estadual de milho irrigado (SEPLAN, 2005). Ouvidor, município originário da estrada de ferro, conforme foi especificado no jornal O Catalano (19 [..]).

17 Como aconteceu com várias outras cidades em Goiás que tiveram o seu berço na estrada de ferro, a povoação de Ouvidor teve inicio ano de 1922, quando se inaugurou em terras do município de Catalão uma estação da Estrada de Ferro da Rêde Mineira de Viação, que liga Monte Carmelo, em Minas Gerais, a Goiandira neste estado. O povoado teve bastante desenvolvimento, o que fez passar, em 19 de dezembro de 1948, pela Lei n.24, à categoria de distrito de Catalão. Mas tarde, em 18 de outubro de 1953, pela Lei estadual n. 824, tornou-se município, sendo solenemente instalado em primeiro de janeiro de 1954. Este se diferenciou dos demais que constituem a nossa a área de estudo pela presença de minérios (fosfato e nióbio) e pela instalação de indústrias mineradoras em seu território. A exploração mineral no complexo mineralógico Catalão-Ouvidor teve início nos anos de 1970, proporcionando ao município de Ouvidor elevação na arrecadação tributária. Isso, porém, não significou dinamização de outras atividades econômicas na cidade. O que a destaca no cenário regional e estadual é o padrão de qualidade de vida e a facilitação para a população, por parte da administração pública municipal, ao acesso de bens e serviços não disponíveis na cidade, com por exemplo, o ensino superior. O município de Três Ranchos, conforme explicou Felipe (2004, p.1), teve sua gênese relacionada com os pontos de pousos instituídos por tropeiros, no século XIX, oriundos da província de São Paulo, com destino aos municípios de Entre Rios (Ipameri), Santa Cruz de Goiás e Vila Boa (cidade de Goiás). No século XX, de acordo com Felipe (2004, p. 1), a estrada de ferro, inaugurada em 1942, que ligava Patrocínio (MG) a Goiânia (GO), juntamente com o garimpo de diamantes praticado no rio Paranaíba e a atividade agropecuária, contribuíram para o crescimento e consolidação do povoado no decorrer da década de 1940.

18 Três Ranchos passou por modificações sócio-espaciais na segunda metade do século XX orientadas pela construção do reservatório da Hidrelétrica de Emborcação e desativação da estrada de ferro, no final da década de 1970 7. As principais mudanças em relação à construção do reservatório ocorreram inicialmente com perda de áreas pela inundação. Conforme afirmações de Felipe (2004, p. 3), o município possuía uma área entorno de 282 km 2 (IBGE, 2004), sendo que 87,28 km 2 foram inundados pelas águas do reservatório (ANEEL, 2004), o que representa 30,95% de sua área total. Houve também o desenvolvimento da atividade turística na cidade e a ocupação das margens do lago por empreendimentos de lazer e casas de veraneio, bem como valorização fundiária nas proximidades do reservatório. Contudo, não foram registradas consideráveis modificações para a população local em termos de desenvolvimento econômico e social. Considerações Finais Procuramos ao longo desse artigo identificar as características gerais dos municípios em estudo e alguns traços particulares das unidades territoriais. Cabe ressaltar que, as cidades da referida área, são núcleos de pequeno porte, com total de residentes urbanos inferior a 5 mil habitantes, com exceção de Ipameri, cujo contingente populacional aproxima de 20 mil habitantes. Algumas dessas cidades chegam apresentar dependências de outros centros urbanos para suprimento de necessidades primárias da sua população, porém, as evidências indicam o predomínio do modo de vida urbano.

19 Em síntese, os municípios e as cidades que formam a área de estudo estão, por um lado, orientadas pelas condições mais gerais da política econômica estadual e nacional, e por outro, apresentam aspectos particulares do seu processo de formação sócio-espacial, bem como de suas potencialidades materiais e das ações políticas locais. Somente ao longo do trabalho de pesquisa conseguiremos desvendar melhor as características e particularidades desses espaços geográficos, bem como dos processos sócioespaciais desenvolvidos nessas localidades ao longo do período de 1970-2000. Notas 1 Aluna no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia, nível de doutorado (Bolsista Capes). E-mail: melonagela@yahoo.com.br 2 Professora no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: brsoares@ufu.br. 3 A mesorregião geográfica Sul Goiano é formada pelas seguintes microrregiões geográficas: Microrregião de Catalão, Meia Ponte, Quirinópolis, Sudoeste Goiano e Vale do Rio dos Bois. 4 A bandeira era uma expedição organizada militarmente, e também uma espécie de sociedade comercial. Cada um dos participantes entrava com uma parcela de capital, que consistia ordinariamente em certo número de escravos (PALACIN; MORAES, 1994, p. 08). 5 Conforme Lourenço (2002), os migrantes originários da região mineradora da capitania de Minas Gerais, expulsos em função do esgotamento das jazidas minerais, seguiram a partir da década de 1760 em direção a todas a regiões circunvizinhas. Esses migrantes eram chamados pelas populações locais de geralistas. 6 Esse resultado refere-se à relação entre os totais de residentes nos dois censos demográficos.

20 7 Nos anos de 1970, o trecho da ferrovia entre Patrocínio (MG) e Catalão (GO), que passava por Três Ranchos (GO) foi desativado por causa da construção da UHE Emborcação. (FELIPE, 2004, p. 34). Referências bibliográficas ANEL. Agência Nacional das Águas,2004. Disponível na internet. www.anel.gov.br. dez., 2004. PNUD; IPEA; FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Atlas do desenvolvimento humano no Brasil, 2003. Disponível na internet. www.cidades.gov.br. dez., 2003. BORGES, B. G. O despertar dos dormentes: estudo sobre a Estrada de Ferro de Goiás e o seu papel nas transformações das estruturas regionais, 1909-1922. Goiânia: GEGRAF, 1990. (Coleção Documentos Goianos, 19).. Goiás nos quadros da economia nacional: 1930-1960. Goiânia: Editora da UFG, 2000. CAMARANO, A. A.; BELTRÃO, K. I. Distribuição espacial da população brasileira: mudanças na segunda metade deste século. IPEA, Rio de Janeiro, 2000. Texto para discussão n. 766. Disponível na internet. www.ipea.gov.br. fev., 2005. CORRÊA, R. L. O estudo da rede urbana: uma proposição metodológica. Revista Brasileira de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, n. 50 (2), p. 107-127. abr./jun., 1988.. Rede urbana e formação espacial: uma reflexão considerando o Brasil. Revista Território. Rio de Janeiro, ano v, n. 8, p.121-129. jan./jun., 2000.

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