Conjuntura - Saúde Suplementar

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Transcrição:

Conjuntura - Saúde Suplementar 36ª Edição Dezembro de 2017

SUMÁRIO Conjuntura da Saúde Suplementar 1) Emprego e planos coletivos empresariais 3 2) Planos individuais e renda 5 3) PIB e Receita/Despesa 5 4) Sessão especial: O aumento da informalidade no mercado de trabalho e a Saúde Suplementar 6 2

Conjuntura da Saúde Suplementar 1) EMPREGO E PLANOS COLETIVOS EMPRESARIAIS No 3º trimestre de 2017, a taxa de desocupação, que mede o desemprego, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) atingiu 12,4% (Gráfico 1). Esse resultado é inferior ao do 2ºtri/2017 (13,0%), mas ainda foi maior do que o do 3ºtri/16 (11,8%). A redução da taxa em relação ao trimestre anterior é resultado do aumento do número de pessoas ocupadas, que passou de 90,2 milhões no 2ºtri/17 para 91,3 milhões no 3ºtri/17. É importante destacar que nem todo esse aumento de ocupação foi resultado de aumento de emprego com carteira assinada, como será visto na Análise Especial. GRÁFICO 1: NÚMERO DE (EM MIL) E TAXA DE DESOCUPAÇÃO (%), 3º TRI/13 A 3º TRI/17 Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral. Elaborado pelo IESS em 01/12/2017. Na Tabela 1 é possível observar o número de pessoas ocupadas e a taxa de desocupação entre o 3ºtri/16 e o 3ºtri/17, assim como o número absoluto de beneficiários médico-hospitalares de planos coletivos empresariais. A taxa de desocupação passou de 11,8% no 3ºtri/16 para 12,4% no 3ºtri/17. Nesse mesmo período, o número de beneficiários de planos coletivos empresariais caiu de 31,7 milhões para 31,4 milhões, o que representou uma queda de 0,7%. Na tabela 1 nota-se que a redução em 12 meses do número de beneficiários tem sido cada vez menor. 3

TABELA 1: NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS COLETIVOS EMPRESARIAIS, POPULAÇÃO OCUPADA, TAXA DE DESOCUPAÇÃO E VARIAÇÃO (%) EM 12 MESES, 3ºTRI/16 A 3ºTRI/17. NÚMERO ABSOLUTO VARIAÇÃO EM 12 MESES TRIMESTRE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS COLETIVOS EMPRESARIAIS POPULAÇÃO OCUPADA TAXA DE DESOCUPAÇÃO BENEFICIÁRIOS DE PLANOS COLETIVOS EMPRESARIAIS POPULAÇÃO OCUPADA 3ºTRI/2016 31.712.411 89.835 11,8-3,7-2,4 4ºTRI/2016 31.600.748 90.262 12,0-3,2-2,1 1ºTRI/2017 31.397.090 88.947 13,7-2,2-1,9 2ºTRI/2017 31.480.731 90.236 13,0-1,3-0,6 3ºTRI/2017 31.491.210 91.297 12,4-0,7 1,6 Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral e ANS/Caderno 2.0 e Tabnet. Elaborado pelo IESS em 01/12/2017. Nesse trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou crescimento de 0,2% na comparação com o trimestre anterior e de 1,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2016. Nessa mesma comparação, a população ocupada também apresentou crescimento (1,6%). Essa é a primeira variação positiva da população ocupada desde o 2º tri/15. A contratação de planos de saúde coletivos empresariais é diretamente influenciada pelo mercado de trabalho. Esse tipo de contratação, representou 66,7% do total dos planos de saúde no 3ºtri/17 (edição nº 17 da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB)) e apresentou redução do número de beneficiários de 0,7% em relação ao 3ºtri/16 (Gráfico 2). No Gráfico 2, observa-se que a evolução da taxa de variação do número de beneficiários de planos coletivos empresariais em 12 meses acompanha a taxa de variação da população ocupada em 12 meses. GRÁFICO 2: VARIAÇÃO (%) EM 12 MESES DO NÚMERO DE E DOS BENEFICIÁRIOS DE PLANOS MÉDICO-HOSPITALARES COLETIVOS EMPRESARIAIS, 3ºTRI/13 A 3ºTRI/17. Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral e ANS/Tabnet e ANS/ Caderno 2.0. Elaborado pelo IESS em 01/12/2017. 4

2) PLANOS INDIVIDUAIS E RENDA O número de beneficiários médico-hospitalares de planos individuais apresentou redução de 2,3% no 3ºtri/16 em relação ao 3ºtri/17. Esse resultado ocorreu apesar do aumento do rendimento médio real da população ocupada, que foi de 2,0% na comparação com o 3º tri/16 (Tabela 2). Esse aumento pode ter sido influenciado pela queda da inflação no período, que passou de 8,5% para 2,5% no mesmo período. Esse tipo de contratação também é impactado pela redução do mercado de trabalho, pois à medida que as pessoas perdem o emprego, elas perdem renda e tendem a reduzir consumo, inclusive de plano de saúde individual. TABELA 2: RENDIMENTO MÉDIO REAL DAS (TOTAL, SETOR PÚBLICO E PRIVADO), NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS INDIVIDUAIS E VARIAÇÃO EM 12 MESES, 3º TRI/16 E 3 TRI/17. NÚMEROS ABSOLUTOS VARIAÇÃO EM 12 MESES (%) TRIMESTRES (R$) NO SETOR PRIVADO (R$) NO SETOR PÚBLICO (R$) NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS INDIVIDUAIS NO SETOR PRIVADO NO SETOR PÚBLICO NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS INDIVIDUAIS 3º TRI/16 2.012 1.813 3.239 9.433.968-1,8-1,2 1,3-3,3 4º TRI/16 2.042 1.809 3.312 9.368.011 1,2-0,3 2,3-3,0 1º TRI/17 2.071 1.845 3.374 9.312.584 2,4 0,8 4,3-2,6 2º TRI/17 2.047 1.832 3.297 9.266.340 2,7 1,9 1,2-2,4 3º TRI/17 2.052 1.844 3.272 9.220.742 2,0 1,7 1,0-2,3 Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua trimestral e ANS/Tabnet. Elaborado pelo IESS em 01/12/2017. 3) RECEITA/DESPESA DAS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE E O PIB A análise dos resultados parciais das receitas e despesas das operadoras médico-hospitalares indica que a sinistralidade foi de 84,8% no 3º trimestre de 2017. Nesse trimestre, a receita de contraprestação acumulada no ano foi de R$ 130,3 bilhões e a despesa assistencial foi de R$ 110,8 bilhões (Tabela 3). TABELA 3: RECEITAS DAS CONTRAPRESTAÇÕES, DESPESAS ASSISTENCIAIS E SINISTRALIDADE (%), 3º TRI/2016 A 3º TRI/2017. TRIMESTRE RECEITA DE CONTRAPRESTAÇÕES (R$) DESPESA ASSISTENCIAL (R$) SINISTRALIDADE (%) 3ºTRI/16 118.314.994.652 101.184.907.683 85,5 4TRI/16 161.378.636.071 137.049.659.121 84,9 1ºTRI/17 41.788.562.732 34.058.551.859 81,5 2ºTRI/17 85.418.930.144 71.929.855.171 84,2 3ºTRI/17 130.278.321.830 110.791.315.947 84,8 Fonte: ANS/Tabnet. Dados extraídos e elaborados pelo IESS em 01/09/2017. * A sinistralidade é calculada para um período de 12 meses anteriores ao trimestre de referência. As despesas assistenciais assim como as receitas de contraprestações das operadoras têm sido impactadas pela recessão econômica existente no país desde 2014 (Gráfico 3), já que por causa dela muitos beneficiários perderam seus planos de saúde. No 3ºtri/17, o PIB apresentou a 5

segunda variação positiva consecutiva, na comparação de 12 meses. Mas mesmo antes disso, as receitas de contraprestações vinham apresentando crescimento positivo. No 3ºtri/17, as receitas cresceram 8,9% e as despesas assistenciais, 7,4% (descontada a inflação). GRÁFICO 3: TAXA DE VARIAÇÃO EM 12 MESES DO PIB E DOS VALORES REAIS DAS RECEITAS DE CONTRAPRESTAÇÕES E DAS DESPESAS ASSISTENCIAIS, 1º TRI/12 A 3º TRI/17. Fonte: IBGE - Contas Nacionais Trimestrais e ANS/Tabnet. Elaborado pelo IESS em 01/12/2017. 4) SESSÃO ESPECIAL: O AUMENTO DA INFORMALIDADE NO MERCADO DE TRABALHO E A SAÚDE SUPLEMENTAR No 3ºtri/17 a taxa de desemprego caiu pelo segundo trimestre consecutivo. A princípio esse poderia ser um resultado positivo para a saúde suplementar, na qual 66,7% dos vínculos a planos de saúde são provenientes de contratação empresarial. No entanto, uma análise mais aprofundada do aumento da ocupação no segundo semestre mostra que os empregos com carteira assinada, justamente os que costumam oferecer plano de saúde, não foram os que puxaram esse resultado positivo. Como pode ser observado na tabela 4, o número de pessoas ocupadas no 3ºtri/17 foi de 91,3 milhões de pessoas, o que representou um aumento de 1,6% em relação ao 3ºtri/16. No entanto, quando se considera apenas o setor privado, nota-se que o número de pessoas empregadas com carteira de trabalho assinada diminuiu em 2,8%. No 3ºtri/16 essa queda havia sido de 3,1%. Já o número de pessoas empregadas sem carteira de trabalho assinada cresceu em 6,2% no 3ºtri/17, aumentando o mercado de trabalho informal. Outro sinal de aumento da informalidade é o aumento dos trabalhadores por conta própria, que foi de 4,8%. 6

TABELA 4: NÚMERO DE POR CATEGORIA DE EMPREGO (EM MIL). CATEGORIA DE EMPREGO 3ºTRI/16 3ºTRI/17 VARIAÇÃO (%) EMPREGO NO SETOR PRIVADO COM CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA 36.139 35.132-2,8 EMPREGO NO SETOR PRIVADO SEM CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA 14.363 15.254 6,2 EMPREGO NO SETOR PÚBLICO COM CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA 1.138 1.260 10,7 EMPREGO NO SETOR PÚBLICO SEM CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA 10.191 10.230 0,4 EMPREGADOR 4.082 4.245 4,0 CONTA PRÓPRIA 21.854 22.911 4,8 TRABALHADOR FAMILIAR AUXILIAR 2.066 2.264 9,6 TOTAL 89.833 91.296 1,6 Fonte: PNAD Contínua, IBGE. Elaborado pelo IESS em 04/12/2017. Observa-se que, conforme o número de pessoas empregadas com carteira assinada cai, também diminui o número de beneficiários de planos coletivos empresariais (Gráfico 4). Deve-se destacar que os dados de beneficiários divulgados pela Agência Nacional de Saúde são atualizados retrospectivamente, o que significa que a redução de beneficiários pode ser ainda maior. GRÁFICO 4: VARIAÇÃO EM 12 MESES DO NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS DE PLANOS COLETIVOS EMPRESARIAIS E DO NÚMERO DE EMPREGADAS COM CARTEIRA ASSINADA. Fonte: Sala de Situação/ANS, Tabnet/ANS e PNAD Contínua/IBGE. 7

O aumento da informalidade no mercado de trabalho é uma consequência da crise econômica, devido a qual muitos perdem o emprego com carteira assinada e, com ele, muitos benefícios, sendo um dos mais importantes o plano de saúde. Além disso, a renumeração nesses tipos de ocupação é, em média, inferior à remuneração de empregos formais. No Gráfico 5 nota-se que, enquanto a remuneração média de uma pessoa com emprego com carteira assinada no setor privado é de R$ 2.035, a de uma pessoa sem carteira é de R$ 1.256 e por conta própria é de R$ 1.538. Isso significa que quando as pessoas deixam o mercado formal elas entram em empregos sem benefícios e com remuneração mais baixa. GRÁFICO 5: RENDIMENTO MÉDIO REAL DA POPULAÇÃO OCUPADA POR CATEGORIA DE EMPREGO (EM R$), 3ºTRI/17. Fonte: PNAD Contínua, IBGE. Elaborado pelo IESS em 04/12/2017. Com isso, mesmo que o demitido possa permanecer com seu plano coletivo mediante o pagamento da mensalidade, devido à regulamentação do artigo 30 da lei 9.656/98 pela RN 279/2011, isso é dificultado pela baixa remuneração obtida no mercado informal. Por isso, é necessário que a economia retome o crescimento de forma consistente, para o que o mercado de trabalho volte a crescer nos setores que geram empregos formais. Como a taxa de queda dos empregos formais tem diminuído com o tempo, se a economia manter o ritmo pode haver uma melhora nos números da saúde suplementar. 8

IESSDATA O IESSdata é um espaço interativo que, em um só lugar, reúne e possibilita o cruzamento de diversos indicadores relevantes para compreender o setor de saúde suplementar e da economia. A ferramenta apresenta dados econômicos importantes para o setor, como Produto Interno Bruto (PIB), renda, inflação, nível de emprego e desemprego e juros. Além disso, é possível acompanhar o Índice de Variação do Custo Médico Hospitalar (VCMH/IESS) e o total de beneficiários de planos de saúde no país de acordo com região e tipo de vínculo. Tudo de forma simples e prática. EQUIPE www.iess.org.br/iessdata Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo Amanda Reis A. Silva Pesquisadora Natalia Lara Pesquisadora Bruno Minami Pesquisador SAÚDE SUPLEMENTAR EM NÚMEROS Os últimos dados disponíveis para o setor de saúde suplementar foram os divulgados em maio de 2016 (com data-base: março de 2015), já analisados na 11ª Edição da Saúde Suplementar em Números, disponível em: www.iess.org.br REFERÊNCIAS IBGE: Banco de Dados Agregados Sidra Contas Nacionais Trimestrais Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua trimestral) Banco Central do Brasil: Sistema Gerenciador de Séries Temporais SGS Boletim Focus Ministério do Trabalho e Emprego MTE: Cadastro Geral de Empregados e Desempregados Caged Relação Anual de Informações Anuais RAIS IESS Rua Joaquim Floriano 1052, conj. 42 CEP 04534 004, Itaim, São Paulo, SP Tel (11) 3706.9747 contato@iess.org.br 2017 - IESS Instituto de Estudos de Saúde Suplementar